Linhares Barbosa / José Inácio
Repertório de Ana Rosmaninho
Xaile verde, verde-malva
Sacudida e donairosa
Ainda mal rompia a alva
Saía de casa a Rosa
O esvoaçar do seu xaile
Trazia o povo intrigado
E a pobre Rosa, afinal
Ia à missa e ao mercado
E a rosa que abrisse na sua roseira
Não tinha a maneira daquela morena
Ligeira, brejeira, formosa
Parecia uma pena pequena, essa Rosa
Creio que desde criança
Aquele xaile a compunha
A ponto da vizinhança
À Rosa pôr esta alcunha
Esta alcunha graciosa
De que já ninguém a salva
Chamavam-lhe a malva-Rosa
Por seu xaile verde-malva