Repertório de Cristina Branco
Olha...
És o penso na ferida tão pisada e dorida
Que ainda trago no peito
Sem fechar, a sangrar e que nega o simples direio
De ir á minha vida e virar esta página negra e vencida
Sabes...
O amor é lealdade, ou é uma meia verdade
Que em certos momentos sai da boca sem piedade
Em fragmentos de estratégia pura
Só p'ra sobreviver á doença sem cura
Que deixa um sulco de dôr e prazer
Como eu gostava de poder amar-te com todo o meu ser
Mas estou ocupada a sofrer
Meu querido, dá-me um abraço e ajuda-me a esquecer
Rega o meu pobre deserto
Que parece crescer quando o outro não está perto
Olha...
Quero aqui prometer
Meu coração fingido vai fazer por merecer esse amor imerecido
Até lá és apenas um bálsamo do meu orgulho abatido
Se puderes esperar
Talvez um dia eu possa amar