Ary
dos Santos / Fernando Tordo
Fernando
Tordo no festival RTP 1970
Minha
laranja amarga e doce, meu poema
Feito
de gomos de saudade, minha pena
Pesada
e leve, secreta e pura
Minha
passagem para o breve
Breve
instante da loucura
Minha
ousadia, meu galope, minha rédea
Meu
potro doido, minha chama, minha réstia
De
luz intensa, de voz aberta
Minha
denúncia do que pensa
Do
que sente a gente certa
Em
ti respiro, em ti eu provo
Por
ti consigo esta força que de novo
Em
ti persigo, em ti percorro
Cavalo
à solta pela margem do teu corpo
Minha
alegria, minha amargura
Minha
coragem de correr contra a ternura
Por
isso digo canção castigo
Amêndoa,
travo, corpo, alma, amante, amigo
Por
isso canto, por isso digo
Alpendre,
casa, cama, arca do meu trigo
Meu
desafio, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura