Repertório de Carlos do Carmo
Era um rei da terra que cheira a luar
Da terra vermelha que tem a centelha
Do cheiro do mar
Terra amendoeira, terraço a sangrar
Albufeira dos barcos que pescam
Com a lamparina da luz a piscar
Era um rei que vivia na terra
Deitado no mar
Era um rei que foi da Moirama lutar
À terra da neve que tem o silêncio
Que faz sufocar
País da princesa que no seu tear
Inventava a lenda da renda nos olhos
De amêndoa do amor por chegar
Da princesa bordando tristeza
Na orla do mar
É no sul que nos dói mais o sol
É ao sol que se vê o azul do Algarve
Que roda como um girassol
Girassol?...
Vá de braços, vá à pesca
Não queremos braço mole
À aguardente chamamos figo
À verdade chamamos Aleixo
Que ainda é mais doce que um D. Rodrigo
D.Rodrigo?...
Não o matam que eu não deixo
O Aleixo é meu amigo
É o povo da maré que cheira a suor
E quer o rei queira ou não queira
Resiste num mar que é maior
O mar da traineira, mar do pescador
Este mar, amar desta maneira
Que é a força primeira
Do mar por amor
Este mar que morre na esteira
De aquém e além dor