Repertório de Nuno de Aguiar
Quando eu era moço, rapazinho de calção
Ouvia-se o fado como manda a tradição
Vinham os fadistas lá dos bairros populares
Que sem dar nas vistas mostravam como cantar
E tão sem vaidade tocavam o que sabiam
Que toda a cidade vibrava com o que diziam
Esses cantores
Trovadores, amadores
Os tais vadios
Reis e senhores
Reis e senhores
Lidadores, conquistadores
Dos desafios
Eram artistas inspirados e valentes
Eram artistas inspirados e valentes
Que não cantavam
Só p'ra se mostrar à gente
Antes se davam
Com grandeza e com verdade
P'la fadistice, p'la dignidade
Claro que são
Claro que são
Um bom motivo p'rá saudade
Lembro o Zé da Amélia, os Porfírios que eram dois
Joaquim Campos, Chico Martinho depois
O Júlio Vieitas que era fadista escritor
O Filipe Pinto, um grande apresentador
No tempo do Luso era grande o seu talento
Ao lado da Amália e dos maiores do seu tempo