Repertório de Maria João Quadros
Eu hei-de amar uma onda
Que de tanto naufragar
Não deixará que eu responda
Aos gritos roucos do mar
Eu hei-de amar uma pedra
Que sentindo-se tão só
Vai fazer tremer a terra
P’ra se desfazer em pó
Não há coração mais puro
Do que aquele que adivinho
Rente ao chão quando procuro
Rente ao chão quando procuro
O amor do meu caminho
Não tem amor mais desejado
Não tem amor mais desejado
Nem paixão mais violenta
Porque eu hei-de amar no fado
Porque eu hei-de amar no fado
A saudade que ele inventa
Eu hei-de amar uma fonte
Fonte de água tão clara
Que a linha do horizonte
Vai prender-se á minha cara
Eu hei-de amar uma rosa
Que ao saber-me sua amante
Irá nascer tão viçosa
Que murcha no mesmo instante
Eu hei-de amar uma fonte
Fonte de água tão clara
Que a linha do horizonte
Vai prender-se á minha cara
Eu hei-de amar uma rosa
Que ao saber-me sua amante
Irá nascer tão viçosa
Que murcha no mesmo instante