Repertório de José da Câmara
Às vezes quando me afundo
Nesse teu olhar profundo
Vejo papoilas num prado
Vejo as estrelas paradas
Vejo tantas madrugadas
Vozes perdidas num fado
Vejo ruelas, Alfamas
Vejo ódio em tantas camas
Tantos amores sem amor
Vejo tanto sofrimento
No teu rosto sem lamento
Vejo tanto sofrimento
No teu rosto sem lamento
Mora um coração de dor
Dás teu corpo de mulher
Sem amor e sem prazer
Dás teu corpo de mulher
Sem amor e sem prazer
Sem paixão e sem ternura
No fermento da razão
Enterras teu coração
No fermento da razão
Enterras teu coração
Nas paredes da amargura
E no quarto aonde moras
Quantas vezes tu não choras
E no quarto aonde moras
Quantas vezes tu não choras
Por mais que te doa a vida
Foi Deus que te deu tal sorte
Que às vezes pedes à morte
Foi Deus que te deu tal sorte
Que às vezes pedes à morte
Uma porta de saída