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QUE ME DIZEM?
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Branca, branca

Manuela de Freitas / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Aldina Duarte
A partir da peça "Um elétrico chamado desejo" de Tennessee Williams

À deriva pela estrada
Muito branca e embalada
Na cadência dos seus passos
Vai uma sombra cansada
Tão branca, sem dizer nada
Com um fantasma nos braços

Cheia de medo e de frio
Entrou no salão vazio 
Do palácio abandonado
O grande tecto ruiu
O candelabro caiu 
Em chamas, o cortinado

No palácio destruído
Ficou, no vitral partido 
Uma sombra a ver-se ao espelho
E no chão enegrecido
Um fantasma adormecido 
Sobre o tapete vermelho

Da terra, em volta, queimada
Nasce uma rosa encarnada 
Que ao passar, o vento arranca
Pelo vento, desfolhada
Desfaz-se, branca, na estrada 
Branca, branca, ah! tão branca