Repertório de Dãna
Letra sujeita a confirmação
Nas terras da borda d’água
Cheias são mágoa, desolação
Perdem-se bens e vidas
Que deixam feridas no coração
Mas se o sol sorri ardente
Heróica gente ribatejana
O seu pesar se amaina
Lançam-se à faina com maior gana
Refeitos os bens e os lares
Que são manjares de mãos obreiras
Nas searas inquinadas
Cantam ranchadas de mondadeiras
Avieiros na zavara
A pesca é cara, o rio a dá
Lezíria de verde manto
Tamanho encanto igual não há
Nas lavras e sementeiras
Crescem fogueiras, lindas, primores
Nas campinas e arneiros
Que são celeiros dos lavradores
Aproxima-se o suão
Desponta o grão entre praganas
Dá volta à apeiragem
A criadagem nas arribanas
Maiorais do Ribatejo
Que dão no Tejo beber ao gado
Fragata faz-se à maré
O arrais à ré trauteia um fado
Os campinos bem montados
E arrojados, lidam os toiros
Na eira trigo dourado
É debulhado nos calcadoiros