Repertório de Eliana Castro
Ser poeta é achar deleite
Nas suas próprias feridas
Ai dos seios que dão leite
A bocas tão iludidas
Que o filho lhe mal pagava
Queixou-se-me certa mãe
Nem a vida lhes chegava
Nem a vida lhes chegava
Se os filhos pagassem bem
Quem tem um filho apartado
Quem tem um filho apartado
Sofre com dois corações
Um, tem-no em si bem fechado
Um, tem-no em si bem fechado
Outro, lá longe aos baldões
Se me lembro de morrer
Se me lembro de morrer
Certa voz me apazigua
Ouço a minha mãe dizer
Ouço a minha mãe dizer
Essa vida não é tua
Cria uma mãe, seu menino
Cria uma mãe, seu menino
Cresceu... seguiu novos trilhos
E é para esse destino
E é para esse destino
Que as mães dão asas aos filhos
Minha mãe, se eu te perder
Minha mãe, se eu te perder
Farei de branco o meu luto
Que é santa toda a mulher
Que é santa toda a mulher
Que dá poetas por fruto