Repertório
de Carlos do Carmo
Pá… o amor é urgente
Não dêem cabo da gente
Do que temos de melhor
De que o Paredes dizia
Que era a própria poesia
Porém sem menção d’autor
E para mais quanto ao resto
Saia o gado sem cabresto
Dispensando-se o preceito
D’evitar o trinta e um
Ó meu tens aí algum
E não
digas bom proveito
A uma história esquisita
Na qual à Maria Rita
Uns
dentinhos de pescada
Na boca do corpo dita
Vieram à dita confita
E a
pobre amargurada
Nas noites desta Lisboa
As garinas numa boa
Pela Travessa da Palha
Olhos fechados a mundos
Vindos do fundo dos fundos
Daquela triste batalha
D’Alcácer Quibir, dou fé
Morremos todos de pé
Não digas à minha mãe
Varina da Madragoa
Que julga estar em Lisboa
Um presidente em Belém
E se o fim ela não vê
Pede ajuda ao Carlos Tê
Que não é parto sem dor
O disparate da vida
Uma história, mas parecida
Com desfecho hardcore