João da Mata / José Marques do Amaral
Repertório de Amália 
Há duas luzes na vida
Que são todo o meu anelo
Uma és tu, mãezinha querida
E a outra não te revelo 
São dois sóis, duas estrelas
Dentro de mim a brilhar
As maravilhas mais belas
Que Deus me podia dar 
Com que alegria e prazer
As guardo no coração
A primeira, por dever
E a outra, por devoção  
Eu gostaria, mãezinha
De cantar p'ra ti, somente
Mas tu és tão pobrezinha
Que canto p'ra toda a gente
Não há homem que não chore
Mário Rainho / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertório de Natalino de Jesus
Dizem que um homem não chora
Tudo depende da hora
Que marca na nossa vida
Se a hora for de chorar
Não adianta guardar
Uma lágrima escondida
Se o relógio coração
Bate com mais emoção
Pelo amor que viu partir
Mesmo que um homem não queira
Nessa hora derradeira
Chorar, não pode sorrir
Quando é maior a saudade
Que visita a nossa idade
Para não nos deixar sós
Mesmo, por doce lembrança
Uma lágrima criança
Chora por dentro de nós
Todos choram ao nascer
Sem choro não há viver
Por muito que a gente implore
Mas se a morte leva alguém
Que nos amou, nos fez bem
Não há homem que não chore
Repertório de Natalino de Jesus
Dizem que um homem não chora
Tudo depende da hora
Que marca na nossa vida
Se a hora for de chorar
Não adianta guardar
Uma lágrima escondida
Se o relógio coração
Bate com mais emoção
Pelo amor que viu partir
Mesmo que um homem não queira
Nessa hora derradeira
Chorar, não pode sorrir
Quando é maior a saudade
Que visita a nossa idade
Para não nos deixar sós
Mesmo, por doce lembrança
Uma lágrima criança
Chora por dentro de nós
Todos choram ao nascer
Sem choro não há viver
Por muito que a gente implore
Mas se a morte leva alguém
Que nos amou, nos fez bem
Não há homem que não chore
Sem ti perdi a ilusão
Torre da Guia / Raúl Ferrão *fado carriche*
Repertório de José Fernandes Castro (ao vivo)
Dos meus tempos de criança
Guardo ainda, com saudade
O bocadinho de esperança
Que tinha naquela idade
 
Depois surgiu a verdade
Com o fogo da paixão
Que nasce da mocidade
Bem dentro do coração
 
Amei, e sem querer pensar
Lá fui de amor em amor
Até por fim, me encontrar
Eu e tu, defronte à dôr
 
Entre ciúmes medonhos
A pouco e pouco a paixão
Roubou-me o maior dos sonhos
Sem ti, perdi a ilusão
Repertório de José Fernandes Castro (ao vivo)
Dos meus tempos de criança
Guardo ainda, com saudade
O bocadinho de esperança
Que tinha naquela idade
Depois surgiu a verdade
Com o fogo da paixão
Que nasce da mocidade
Bem dentro do coração
Amei, e sem querer pensar
Lá fui de amor em amor
Até por fim, me encontrar
Eu e tu, defronte à dôr
Entre ciúmes medonhos
A pouco e pouco a paixão
Roubou-me o maior dos sonhos
Sem ti, perdi a ilusão
Alma triste
Alberto Barbosa e José Galhardo (?) / Frederico Valério *ai mouraria*
Repertório de Amália
Repertório de Amália
Do filme Capas Negras 
Ai minha alma
Ai minha alma
Tu que levavas outrora
No riso à palma
No riso à palma
Sempre às mais, nem ris agora
 Choras baixinho
Tal sofrimento com voz magoada
 Pelo caminho do esquecimento 
Que leva ao nada
 
Alma que morres
Alma que morres
Sem compaixão nem consolo
P’ra que ‘inda corres
P’ra que ‘inda corres
Pára e dorme no meu colo
Trava os teus passos
Trava os teus passos
Teu desatino desventurado
Esquece em meus braços
Tão mau destino, tão negro fado
 
Volta alma triste
Que eu não sou mais hoje à espera
Que uma sombra que ainda existe
Desse alguém feliz que eu era
Volta alma querida
Que eu descuidada perdi
Vem correndo enquanto há vida
Que é p’ra não morrer sem ti
Minha alma triste
Esquece em meus braços
Tão mau destino, tão negro fado
Volta alma triste
Que eu não sou mais hoje à espera
Que uma sombra que ainda existe
Desse alguém feliz que eu era
Volta alma querida
Que eu descuidada perdi
Vem correndo enquanto há vida
Que é p’ra não morrer sem ti
Minha alma triste
Diz-me onde vais tresloucada
Que me fugiste
Que me fugiste
Hoje, ao ver-te abandonada
E andas perdida
E andas perdida
Flor da amargura, tonta e à sorte
P’lo mar da vida
P’lo mar da vida
Na selva escura do amor sem norte
 
Vem cá minh’alma
Vem cá minh’alma
Volta ao meu peito e descansa
Por Deus acalma
Por Deus acalma
Faz por ver a luz da esperança
Dessa luz vaga
Dessa luz vaga
Nem tens notícia, mas hás-de vê-la
Que a mão que afaga
Que a mão que afaga
Com uma carícia pode acendê-la
Navegante
Paulo César Pinheiro / Guinga
Repertório de António Palma
Navegador
Navegador sem paz, meu coração
Que deixa o cais e vai sem direção
Em busca de emoção a navegar por navegar
Solto na imensidão do mar
 
Terra distante, meu peito amante
É um navegante que vai
Canoa… a paixão é uma canoa
Com meu coração na proa
A serviço da coroa
De minha alma que é Lisboa, ai
Navegador
Navegador que vais no mar em vão
Deixando atrás o cais da solidão
Atrás de uma ilusão a navegar por navegar
Dentro da escuridão do mar
Amor ardente que leva a gente
Ao continente que atrai
 
Canoa… vai no mar da via à toa
Contra o tempo que se escoa
Quer pousar em terra boa
Como um pássaro que voa, ai
 
Conquistador
Navegador sem paz meu coração
Navegador, conquistador
Navegador, navegador
Repertório de António Palma
Navegador
Navegador sem paz, meu coração
Que deixa o cais e vai sem direção
Em busca de emoção a navegar por navegar
Solto na imensidão do mar
Terra distante, meu peito amante
É um navegante que vai
Canoa… a paixão é uma canoa
Com meu coração na proa
A serviço da coroa
De minha alma que é Lisboa, ai
Navegador
Navegador que vais no mar em vão
Deixando atrás o cais da solidão
Atrás de uma ilusão a navegar por navegar
Dentro da escuridão do mar
Amor ardente que leva a gente
Ao continente que atrai
Canoa… vai no mar da via à toa
Contra o tempo que se escoa
Quer pousar em terra boa
Como um pássaro que voa, ai
Conquistador
Navegador sem paz meu coração
Navegador, conquistador
Navegador, navegador
Voltar ao passado
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Maria Valejo
Queria voltar ao passado
Ver o Ferro d’Engomar
E junto do Armandinho
A Ercília ouvir cantar
Ir depois até às Hortas
Em patuscadas de cruz
Ir de charrete, ao domingo
Até à Feira da Luz
Ver uma espera de toiros
Com moscas e pó no ar
E acabar no Quebra-Bilhas
Com guitarras a tocar
Ouvir uma desgarrada
Depois dum fado gingão
E ao olhar p’ra um fadista
Entregar-lhe o coração
Queria voltar ao passado
P’ra depois vivê-lo bem
Mas o passado passou
E eu vou passando também
Queria voltar ao passado
E vivê-lo outra vez
Mas o passado não volta
E só se vive uma vez
Repertório de Maria Valejo
Queria voltar ao passado
Ver o Ferro d’Engomar
E junto do Armandinho
A Ercília ouvir cantar
Ir depois até às Hortas
Em patuscadas de cruz
Ir de charrete, ao domingo
Até à Feira da Luz
Ver uma espera de toiros
Com moscas e pó no ar
E acabar no Quebra-Bilhas
Com guitarras a tocar
Ouvir uma desgarrada
Depois dum fado gingão
E ao olhar p’ra um fadista
Entregar-lhe o coração
Queria voltar ao passado
P’ra depois vivê-lo bem
Mas o passado passou
E eu vou passando também
Queria voltar ao passado
E vivê-lo outra vez
Mas o passado não volta
E só se vive uma vez
O lápis da ternura
José Fernandes Castro / Jaime Santos *fado sevilha*
Repertório de José Carlos (ao vivo)
Com o lápis do prazer
E a tinta do desejo
Pintei, p’ra te oferecer
Um luar a renascer
No entardecer dum beijo
Depois, pintei uma estrela
Brilhando lá no espaço
Tinha marca de donzela
E só consegui prendê-la
Na força do teu abraço
Levei a estrela no peito
E guardei-a na memória
Agora só me deleito
Porque sinto que é perfeito
O amor da nossa história
Quero voltar a pintar
Outro quadro d’esperança
E quero simbolizar
O fogo do teu olhar
No olhar duma criança
Repertório de José Carlos (ao vivo)
Com o lápis do prazer
E a tinta do desejo
Pintei, p’ra te oferecer
Um luar a renascer
No entardecer dum beijo
Depois, pintei uma estrela
Brilhando lá no espaço
Tinha marca de donzela
E só consegui prendê-la
Na força do teu abraço
Levei a estrela no peito
E guardei-a na memória
Agora só me deleito
Porque sinto que é perfeito
O amor da nossa história
Quero voltar a pintar
Outro quadro d’esperança
E quero simbolizar
O fogo do teu olhar
No olhar duma criança
Nada por esmola
Jerónimo Bragança / Nóbrega e Sousa
Repertório de Carlos Barra
Não me dês nada
É melhor, já não me iludo
Não me dês nada
Se não me podes dar tudo
Não me dês nada
Não quero esmolas
Não quero amor por medida
Quero ser teu toda a vida
Se tu não queres
Eu por mim nada te imponho
Há mais mulheres
Para eu vestir mau sonho
Segue o caminho
Que o nosso destino talha
Não sou beiral do meu ninho
Eu sou beiral de quem calha
Repertório de Carlos Barra
Não me dês nada
É melhor, já não me iludo
Não me dês nada
Se não me podes dar tudo
Não me dês nada
Não quero esmolas
Não quero amor por medida
Quero ser teu toda a vida
Se tu não queres
Eu por mim nada te imponho
Há mais mulheres
Para eu vestir mau sonho
Segue o caminho
Que o nosso destino talha
Não sou beiral do meu ninho
Eu sou beiral de quem calha
A minha cruz
Clemente Pereira / Joaquim Campos *fado tango*
Repertório de Maria Valejo
Há muito que esta incerteza
No meu peito tem lugar
À minha mágoa ando presa
Chega-me sempre a tristeza
Se não te vejo chegar
Por ter de ti um carinho
Julguei o mundo ser meu
Mas hoje triste, adivinho
Que as pedras do teu caminho
São mais felizes do que eu
Mas se a cruz fôr os teus braços
Anseio que me seduz
Jamais sentirei cansaços
E terminarei meus passos
Abraçada a essa cruz
Repertório de Maria Valejo
Há muito que esta incerteza
No meu peito tem lugar
À minha mágoa ando presa
Chega-me sempre a tristeza
Se não te vejo chegar
Por ter de ti um carinho
Julguei o mundo ser meu
Mas hoje triste, adivinho
Que as pedras do teu caminho
São mais felizes do que eu
Mas se a cruz fôr os teus braços
Anseio que me seduz
Jamais sentirei cansaços
E terminarei meus passos
Abraçada a essa cruz
Ana Maria
Linhares Barbosa / Alberto Ribeiro
Repertório de Max
Ana Maria entristecia de hora p'ra hora
Qual açucena de cor morena que o sol descora
Viu embarcar a linda moça, o seu amado
Que feito expedicionário
Partiu, levando-a no olhar;
Vestidinho de soldado
Para além do mar
 
Um fardamento todo cinzento e uma espingarda
Ia bonito o soldadito, naquela farda
Ana Maria, ao vê-lo pôs-se a chorar
Fica sabendo pequena que o teu noivo é militar
E se morrer pela pátria é p'ra te salvar
 
Ana Maria quem tal diria, parece agora
Outra moçoila, já é papoila que o sol namora
E tem razão
Pois quem defende Portugal
Vestidinho de soldado
Com uma espingarda na mão;
Defende o torrão natal
De qualquer traição
Repertório de Max
Ana Maria entristecia de hora p'ra hora
Qual açucena de cor morena que o sol descora
Viu embarcar a linda moça, o seu amado
Que feito expedicionário
Partiu, levando-a no olhar;
Vestidinho de soldado
Para além do mar
Um fardamento todo cinzento e uma espingarda
Ia bonito o soldadito, naquela farda
Ana Maria, ao vê-lo pôs-se a chorar
Fica sabendo pequena que o teu noivo é militar
E se morrer pela pátria é p'ra te salvar
Ana Maria quem tal diria, parece agora
Outra moçoila, já é papoila que o sol namora
E tem razão
Pois quem defende Portugal
Vestidinho de soldado
Com uma espingarda na mão;
Defende o torrão natal
De qualquer traição
Trovador e marinheiro
José Fernandes Castro / Casimiro Ramos *fado três bairros*
Repertório de Alberto Veloso (ao vivo)
Não sendo já grito mudo
O fado é além de tudo
Um grito de voz presente
Com amarras no passado
Fado de hoje, é outro fado
Pulsando dentro da gente
Cresceu aos olhos do mundo
Bailando ao som tão profundo
Das guitarras do seu tempo
Soltou-se por toda a parte
E pelos braços da arte
Transformou-se em monumento
Não sendo já, voz calada
Despontou nova alvorada
Nos silêncios da revolta
Qual trovador marinheiro
Viaja p’lo mundo inteiro
Sem algemas, sem escolta
Quando quer falar ao povo
Faz-se velho, sempre novo
Faz-se novo com idade
A seu lado, a poesia
Mantém a mesma magia
Das rimas sem liberdade
Repertório de Alberto Veloso (ao vivo)
Não sendo já grito mudo
O fado é além de tudo
Um grito de voz presente
Com amarras no passado
Fado de hoje, é outro fado
Pulsando dentro da gente
Cresceu aos olhos do mundo
Bailando ao som tão profundo
Das guitarras do seu tempo
Soltou-se por toda a parte
E pelos braços da arte
Transformou-se em monumento
Não sendo já, voz calada
Despontou nova alvorada
Nos silêncios da revolta
Qual trovador marinheiro
Viaja p’lo mundo inteiro
Sem algemas, sem escolta
Quando quer falar ao povo
Faz-se velho, sempre novo
Faz-se novo com idade
A seu lado, a poesia
Mantém a mesma magia
Das rimas sem liberdade
Os meus passos e os teus
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Maria Valejo
Os meus passos e os teus
Não andam mais lado a lado
Meteste por um atalho
E eu fiquei no teu passado
O teu atalho não sabe
É um caminho fugaz
E mais dia menos dia
Tu tens de voltar p’ra trás
Os meus passos e os teus passos
Andam longe, longe assim
Tu escolheste outro caminho
Mas hás-de vir dar a mim;
Os teus passos e os meus passos
Agora vivem (?) separados
Mas vão acabar bem juntos
Nos caminhos começados
Os meus passos e os teus
Parecem a noite e o dia
Os teus, por caminho triste
Os meus, esp’rando alegria
Não penses que eles te levam
Prá felicidade sem fim
Os teus passos, já ‘stá escrito
Vêm todos dar a mim
Repertório de Maria Valejo
Os meus passos e os teus
Não andam mais lado a lado
Meteste por um atalho
E eu fiquei no teu passado
O teu atalho não sabe
É um caminho fugaz
E mais dia menos dia
Tu tens de voltar p’ra trás
Os meus passos e os teus passos
Andam longe, longe assim
Tu escolheste outro caminho
Mas hás-de vir dar a mim;
Os teus passos e os meus passos
Agora vivem (?) separados
Mas vão acabar bem juntos
Nos caminhos começados
Os meus passos e os teus
Parecem a noite e o dia
Os teus, por caminho triste
Os meus, esp’rando alegria
Não penses que eles te levam
Prá felicidade sem fim
Os teus passos, já ‘stá escrito
Vêm todos dar a mim
Saudade de Amália
António Reisinho / Ricardo Manuel Costa
(autorias sujeitas a confirmação)
Repertório António Severino
Este tema foi cantado por Pedro Ferreira
(autorias sujeitas a confirmação)
Repertório António Severino
Este tema foi cantado por Pedro Ferreira
no fado Pedro Rodrigues 
Se uma guitarra saudosa
No mais baixinho trinado
À noite te acompanhasse
A tua voz maviosa
Enchia os bairros de fado
Quando Lisboa acordasse
Cantavas *Ai Mouraria*
Barco Negro e Foi Deus
Lágrima, Fado Malhoa
Era a voz que mais se ouvia
E todos os fados teus
Se cantavam por Lisboa
Gaivota voando ao frio
Abandono que foi dor
Nessa prisão de loucura
Povo que lavas no rio
Sabe-se lá meu amor
Meu limão, minha amargura
Se essa voz que o fado entoa
Cristalina, maviosa
A cantar ‘inda voltasse
Que feliz era Lisboa
Se uma guitarra saudosa
À noite te acompanhasse
Se uma guitarra saudosa
No mais baixinho trinado
À noite te acompanhasse
A tua voz maviosa
Enchia os bairros de fado
Quando Lisboa acordasse
Cantavas *Ai Mouraria*
Barco Negro e Foi Deus
Lágrima, Fado Malhoa
Era a voz que mais se ouvia
E todos os fados teus
Se cantavam por Lisboa
Gaivota voando ao frio
Abandono que foi dor
Nessa prisão de loucura
Povo que lavas no rio
Sabe-se lá meu amor
Meu limão, minha amargura
Se essa voz que o fado entoa
Cristalina, maviosa
A cantar ‘inda voltasse
Que feliz era Lisboa
Se uma guitarra saudosa
À noite te acompanhasse
Clarim
Frederico de Brito / José Pereira
Repertório de Max
Numa velha província d'além-mar
Ainda Portugal não estava em guerra
Haviam já tentado atravessar
As enormes fronteiras dessa terra
 
Porém o heroísmo dum valente
Dispondo dum punhado de soldados
Ao ver o invasor à sua frente
Bradou para seus homens denodados
 
Clarim…
Repertório de Max
Numa velha província d'além-mar
Ainda Portugal não estava em guerra
Haviam já tentado atravessar
As enormes fronteiras dessa terra
Porém o heroísmo dum valente
Dispondo dum punhado de soldados
Ao ver o invasor à sua frente
Bradou para seus homens denodados
Clarim…
Aqui ninguém foge ao perigo
Vou mostrar ao inimigo
Que este solo é português
Clarim…
Vou mostrar ao inimigo
Que este solo é português
Clarim…
Eis-me aqui à tua ilharga
Depressa, vamos à carga
Que só se morre uma vez
 
E então aqueles bravos, desta sorte
Impávidos, serenos, d’alma erguida
Lançaram-se à aventura contra a morte
Sem já quererem saber da própria vida
 
Correr. lutar, vencer, foi um instante
E quando essa batalha chega ao fim
Ouvia-se um soldado agonizante
Dizer: quase ao ouvido do clarim
 
Clarim…
Depressa, vamos à carga
Que só se morre uma vez
E então aqueles bravos, desta sorte
Impávidos, serenos, d’alma erguida
Lançaram-se à aventura contra a morte
Sem já quererem saber da própria vida
Correr. lutar, vencer, foi um instante
E quando essa batalha chega ao fim
Ouvia-se um soldado agonizante
Dizer: quase ao ouvido do clarim
Clarim…
Nós não tugimos ao perigo
Mostramos ao inimigo
Que este solo é português
Clarim…
Mostramos ao inimigo
Que este solo é português
Clarim…
Sinto a morte à minha ilharga
Depressa, vamos à carga
Que só se morre uma vez
Depressa, vamos à carga
Que só se morre uma vez
Minha aldeia à beira rio
Armando Costa / Pedro Rodrigues
Repertório de Gil Costa (filho do autor) ao vivo
Fui ontem à minha aldeia
Que se esconde entre paisagens
Ao sabor do seu destino
À noite à luz da candeia
Ouvi contar mil passagens
Dos meus tempos de menino
Percorri a velha herdade
Bebi na fonte velhinha
Passei junto à capela
P´ra mara uma saudade
Fui beijar a capelinha
Onde namorei com ela
Molhei os pés no ribeiro
Que passa alegre e contente
Afagando os roseirais
E descansei no outeiro
A recordar tristemente
Tempos que não voltam mais
Voltei à vela cidade
Onde a vida se atropela
Num caudal que nos enleia
E concordei na verdade
Que não há vida mais bela
Que a vida da nossa aldeia
Repertório de Gil Costa (filho do autor) ao vivo
Fui ontem à minha aldeia
Que se esconde entre paisagens
Ao sabor do seu destino
À noite à luz da candeia
Ouvi contar mil passagens
Dos meus tempos de menino
Percorri a velha herdade
Bebi na fonte velhinha
Passei junto à capela
P´ra mara uma saudade
Fui beijar a capelinha
Onde namorei com ela
Molhei os pés no ribeiro
Que passa alegre e contente
Afagando os roseirais
E descansei no outeiro
A recordar tristemente
Tempos que não voltam mais
Voltei à vela cidade
Onde a vida se atropela
Num caudal que nos enleia
E concordei na verdade
Que não há vida mais bela
Que a vida da nossa aldeia
A saudade foi à praça
Popular
Repertório de Luz Sá da Bandeira
A saudade foi à praça
Foi à praça vender flores
Vender flores é maldade
É maldade, sim senhor
É maldade, sim senhor
Vender um amor-perfeito
Eu já vi vender amor
Quem não traz amor ao peito
Olhai, ai olhai
Olhai meus senhores
Minha terra é linda
Mais linda é ainda
Por não vender flores;
Não vendem lá rosas
Cravos também não
E os lírios são lírios
São tristes martírios
Que as saudades dão
A saudade foi ao campo
P’ra ver a fruta no tempo
Viu sair os passarinhos
Arrastados pelo vento
Arrastados pelo vento
A fugir do vendaval
A saudade foi-se embora
Dos campos de Portugal
Repertório de Luz Sá da Bandeira
A saudade foi à praça
Foi à praça vender flores
Vender flores é maldade
É maldade, sim senhor
É maldade, sim senhor
Vender um amor-perfeito
Eu já vi vender amor
Quem não traz amor ao peito
Olhai, ai olhai
Olhai meus senhores
Minha terra é linda
Mais linda é ainda
Por não vender flores;
Não vendem lá rosas
Cravos também não
E os lírios são lírios
São tristes martírios
Que as saudades dão
A saudade foi ao campo
P’ra ver a fruta no tempo
Viu sair os passarinhos
Arrastados pelo vento
Arrastados pelo vento
A fugir do vendaval
A saudade foi-se embora
Dos campos de Portugal
Mensagem do mar
Leonel Neves / Durval Moleirinhas
Repertório de Luiz Goes
Anda o mar dizendo
Que a terra é única e pura
Como a vão trazendo
todos os rios que mistura...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não prendem
Minha alegria futura
 
Anda o mar contando
Que não há terras estranhas
Chuvas vão-lhe dando
Vales, planícies, montanhas...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não prendem
Ó mais amada das senhas
 
Anda o mar unindo
Homens com tudo e sem nada
mortos vêm vindo
Cinza no vento arrastada...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não predem
Minha certeza adiada
Repertório de Luiz Goes
Anda o mar dizendo
Que a terra é única e pura
Como a vão trazendo
todos os rios que mistura...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não prendem
Minha alegria futura
Anda o mar contando
Que não há terras estranhas
Chuvas vão-lhe dando
Vales, planícies, montanhas...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não prendem
Ó mais amada das senhas
Anda o mar unindo
Homens com tudo e sem nada
mortos vêm vindo
Cinza no vento arrastada...
Voz que os poetas entendem
Beijo que as praias não predem
Minha certeza adiada
Fonte das Sete Bicas
Letra e música de Artur Ribeiro
Repertório do autor
Vamos os dois campos fora
Para a Senhora da Hora
Onde sem bailar não ficas
E assim que a Lua desponte
Vamos beber água à fonte
À fonte das Sete Bicas;
P'las Sete Bicas da fonte
Se queres casar
Anda meu amor à fonte comigo
Eu peço ao Senhor p'ra casar contigo
E verás se é ou não como eu digo
Casaremos na igreja
P'ra que o povo tenha inveja
Da minha linda mulher
E logo depois de casados
Como somos educados
Iremos agradecer;
À fonte dos namorados
Havemos de ter pequenos
Cheios de vida a e morenos
Como o Sol no horizonte
Lindos como tu, Anicas
Tão linda como tu ficas
Quando vais comigo à fonte;
À fonte das Sete Bicas
Repertório do autor
Vamos os dois campos fora
Para a Senhora da Hora
Onde sem bailar não ficas
E assim que a Lua desponte
Vamos beber água à fonte
À fonte das Sete Bicas;
P'las Sete Bicas da fonte
Se queres casar
Anda meu amor à fonte comigo
Eu peço ao Senhor p'ra casar contigo
E verás se é ou não como eu digo
Casaremos na igreja
P'ra que o povo tenha inveja
Da minha linda mulher
E logo depois de casados
Como somos educados
Iremos agradecer;
À fonte dos namorados
Havemos de ter pequenos
Cheios de vida a e morenos
Como o Sol no horizonte
Lindos como tu, Anicas
Tão linda como tu ficas
Quando vais comigo à fonte;
À fonte das Sete Bicas
Mulher de corpo inteiro
Amélia Vieira / Renato Varela *fado varela*
Repertório de Conceição Ribeiro
Nasci para lutar e vou vencer
Sem tréguas, sem lamentos, nem descanso
Sou livre e como tal, quero viver
Co’a força deste fado que canto
Que soprem sempre os ventos da mudança
Que caia em mim a cuva que me abraça
Depois da tempestade, vem a bonança
Que dá ainda dá força à minha raça
Errei, ai quantas vezes eu errei
Igual ao que acontece a toda a gente
Foram lágrimas de sal que eu chorei
Mas continuo de pé e vou em frente
Se falam mal de mim, não desespero
Tenho um ideal bem verdadeiro
Eu luto para alcançar tudo o que euro
Sou mulher, mas mulher de corpo inteiro
Repertório de Conceição Ribeiro
Nasci para lutar e vou vencer
Sem tréguas, sem lamentos, nem descanso
Sou livre e como tal, quero viver
Co’a força deste fado que canto
Que soprem sempre os ventos da mudança
Que caia em mim a cuva que me abraça
Depois da tempestade, vem a bonança
Que dá ainda dá força à minha raça
Errei, ai quantas vezes eu errei
Igual ao que acontece a toda a gente
Foram lágrimas de sal que eu chorei
Mas continuo de pé e vou em frente
Se falam mal de mim, não desespero
Tenho um ideal bem verdadeiro
Eu luto para alcançar tudo o que euro
Sou mulher, mas mulher de corpo inteiro
Cinco vidas
Tiago Oliveira / Eugénia Ávila Ramos
Repertório de Tatiana do Carmo *Grupo Rua da Lua*
De um trapo velho
Fiz cinco saias que querem rodar
Num pano branco
Cosi cinco bolsos para te levar
De saco às costas parti
Sem saber se ia voltar
Cabeça erguida
E olhos de quem quer olhar
 
Pus-te na minha mão
Cinco dedos para me escapar
O mundo deu-me então
Cinco vidas para me curar
E lá do bolso de trás
Perguntaste se ainda podias falar
Cabeça erguida respondi
Tanto me faz
 
Pela estrada andei
Quantas voltas eu dei
Sem encontrar o motivo para voltar
De um trapo velho
Fiz cinco saias que querem rodar
Num pano branco
Cosi cinco bolsos para te levar
E lá do bolso de trás
Perguntaste quando ia parar
Cabeça erguida respondi: até ter paz
Repertório de Tatiana do Carmo *Grupo Rua da Lua*
De um trapo velho
Fiz cinco saias que querem rodar
Num pano branco
Cosi cinco bolsos para te levar
De saco às costas parti
Sem saber se ia voltar
Cabeça erguida
E olhos de quem quer olhar
Pus-te na minha mão
Cinco dedos para me escapar
O mundo deu-me então
Cinco vidas para me curar
E lá do bolso de trás
Perguntaste se ainda podias falar
Cabeça erguida respondi
Tanto me faz
Pela estrada andei
Quantas voltas eu dei
Sem encontrar o motivo para voltar
De um trapo velho
Fiz cinco saias que querem rodar
Num pano branco
Cosi cinco bolsos para te levar
E lá do bolso de trás
Perguntaste quando ia parar
Cabeça erguida respondi: até ter paz
Como não acreditas
Aos quatro ventos
Artur Ribeiro/ Cavalheiro Jnr. *menor do porto*
Repertório de Lenita Gentil
As duas últimas estrofes não foram gravadas
Não acreditas, pois não
Então tomo a liberdade
De dizer toda a verdade
Que me vai no coração
Posso falar da tortura
Que a tua ausência me traz
Pois sei de fonte segura
Que nunca acreditarás
Sendo assim sempre me atrevo
A confessar o que sinto
Pois sei que pensas que minto
E é falso tudo o que escrevo
Se eu cantar aos quatro ventos
Minha canção de saudade
Tu dirás que ouviste centos
De canções com mais verdade
Se eu chorar pedindo a Deus
Que termine este abandono
Vais achar que os olhos meus
Andam vermelhos de sono
Mas se a minha voz amua
E afirma chegar o fim
Gritarás de rua em rua
Mentira gosta de mim
Artur Ribeiro/ Cavalheiro Jnr. *menor do porto*
Repertório de Lenita Gentil
As duas últimas estrofes não foram gravadas
Não acreditas, pois não
Então tomo a liberdade
De dizer toda a verdade
Que me vai no coração
Posso falar da tortura
Que a tua ausência me traz
Pois sei de fonte segura
Que nunca acreditarás
Sendo assim sempre me atrevo
A confessar o que sinto
Pois sei que pensas que minto
E é falso tudo o que escrevo
Se eu cantar aos quatro ventos
Minha canção de saudade
Tu dirás que ouviste centos
De canções com mais verdade
Se eu chorar pedindo a Deus
Que termine este abandono
Vais achar que os olhos meus
Andam vermelhos de sono
Mas se a minha voz amua
E afirma chegar o fim
Gritarás de rua em rua
Mentira gosta de mim
Calçada esquecida
Sebastião Antunes / Carlos Lopes *fado bisnaga*
Repertório de Tatiana do Carmo *Grupo Rua da Lua*
Sentir a dolência das águas
Saber o caminho da foz
E o sol que se deita nas mágoas
De um cais que se lembra de nós
 
Subir a calçada esquecida
Guardar um olhar indiferente
Ouvir a conversa da vida
Falar desta vida da gente
 
Sorrir
Pois sabe sempre bem lembrar
Não vale a pena esquecer
Mesmo que doa recordar
São lembranças
Que aconchegam as ternuras
Ternuras da calçada esquecida
Que dão um sorriso ao passar;
Mas sorrir
Pois sabe sempre bem lembrar
E eu que nem vou tentar esquecer
Mesmo que doa recordar
São lembranças
Que aconchegam as ternuras
Ternuras que a calçada esquecida
Repertório de Tatiana do Carmo *Grupo Rua da Lua*
Sentir a dolência das águas
Saber o caminho da foz
E o sol que se deita nas mágoas
De um cais que se lembra de nós
Subir a calçada esquecida
Guardar um olhar indiferente
Ouvir a conversa da vida
Falar desta vida da gente
Sorrir
Pois sabe sempre bem lembrar
Não vale a pena esquecer
Mesmo que doa recordar
São lembranças
Que aconchegam as ternuras
Ternuras da calçada esquecida
Que dão um sorriso ao passar;
Mas sorrir
Pois sabe sempre bem lembrar
E eu que nem vou tentar esquecer
Mesmo que doa recordar
São lembranças
Que aconchegam as ternuras
Ternuras que a calçada esquecida
Me ajuda a lembrar
Loiras tranças
Letra e música de Artur Ribeiro
Repertório do autor
Não cortes as loiras tranças
Menina de olhos gaiatos
Brinca só com as crianças
Não faças mais desacatos
Se crescer é tua sina
Menina porque te cansas?
Deixa-te ser pequenina
Não cortes as loiras tranças
Loiras tranças
Idade das ilusões
Em que os nossos corações
São corações de verdade
Loiras tranças
Nessa tua cabecita
São a coisa mais bonita
Que trazes na mocidade
Não tomes ares de princesa
Quando vais para a escola
Porque as contas com certeza
Vão por fazer na sacola
Não uses saia comprida
Nem alteies os sapatos
Tens tempo de ser crescida
Menina de olhos gaiatos
Repertório do autor
Não cortes as loiras tranças
Menina de olhos gaiatos
Brinca só com as crianças
Não faças mais desacatos
Se crescer é tua sina
Menina porque te cansas?
Deixa-te ser pequenina
Não cortes as loiras tranças
Loiras tranças
Idade das ilusões
Em que os nossos corações
São corações de verdade
Loiras tranças
Nessa tua cabecita
São a coisa mais bonita
Que trazes na mocidade
Não tomes ares de princesa
Quando vais para a escola
Porque as contas com certeza
Vão por fazer na sacola
Não uses saia comprida
Nem alteies os sapatos
Tens tempo de ser crescida
Menina de olhos gaiatos
Sangue novo
Letra e música de Luiz Goes
Repertório do autor
Ao ouvir a voz do povo
É que se aprende a verdade
Quem ama nasce de novo
E vive sem ter idade
Levar a vida a lembrar
Um triste passado morto
É como qu'rer navegar
Num mar sem água nem porto
Ao ouvir a voz do povo
É que a verdade aparece
Amor novo é sangue novo
Até na velhice aquece
Levar a vida a lembrar
Um triste e morto passado
É como qu'rer habitar
Um lar sem chão nem telhado
Repertório do autor
Ao ouvir a voz do povo
É que se aprende a verdade
Quem ama nasce de novo
E vive sem ter idade
Levar a vida a lembrar
Um triste passado morto
É como qu'rer navegar
Num mar sem água nem porto
Ao ouvir a voz do povo
É que a verdade aparece
Amor novo é sangue novo
Até na velhice aquece
Levar a vida a lembrar
Um triste e morto passado
É como qu'rer habitar
Um lar sem chão nem telhado
Lisboa mulher
Júlio Isidro / João Henrique
Repertório de Deolinda Rodrigues
Há lá coisa mais bonita
Que Lisboa num desejo
É alguém que eu sinto minha
É alguém que eu sinto minha
P’ra depois cobrir num beijo
Eu quero cobrir num beijo
E apertar num só abraço
Possuir no meu olhar
Possuir no meu olhar
O teu corpo, passo a passo
Lisboa não se deita a qualquer hora
Lisboa só se deita com quem quer
Lisboa sabe bem com quem namora
Lisboa é o bem do malmequer;
Lisboa faz amor só por amor
Lisboa tem desejos de mulher
Lisboa tens o cheiro, tens a cor
Lisboa tens tudo que eu quero ter
Há lá coisa mais bonita
Que ver Lisboa a sorrir
Tua boca é um apelo
Tua boca é um apelo
Que não me deixa fugir
Há lá coisa mais bonita
Do que ver Lisboa nua
A dançar à minha frente
A dançar à minha frente
Vestida com luz da lua
Repertório de Deolinda Rodrigues
Há lá coisa mais bonita
Que Lisboa num desejo
É alguém que eu sinto minha
É alguém que eu sinto minha
P’ra depois cobrir num beijo
Eu quero cobrir num beijo
E apertar num só abraço
Possuir no meu olhar
Possuir no meu olhar
O teu corpo, passo a passo
Lisboa não se deita a qualquer hora
Lisboa só se deita com quem quer
Lisboa sabe bem com quem namora
Lisboa é o bem do malmequer;
Lisboa faz amor só por amor
Lisboa tem desejos de mulher
Lisboa tens o cheiro, tens a cor
Lisboa tens tudo que eu quero ter
Há lá coisa mais bonita
Que ver Lisboa a sorrir
Tua boca é um apelo
Tua boca é um apelo
Que não me deixa fugir
Há lá coisa mais bonita
Do que ver Lisboa nua
A dançar à minha frente
A dançar à minha frente
Vestida com luz da lua
Formosa Inês
Rosa Lobato Faria / Mário Pacheco
Repertório de Paulo Bragança
Antiga como a sina dos amantes
A audácia de morder o infinito
Acesa pelas noites delirantes
Paixão que se fez lenda e se fez mito
 
Depois foram razões que o reino tece
Foi o dia mais triste, o mais maldito
A espada ao alto erguida e foi a prece
Amor desfeito em sangue e foi o grito
 
D. Pedro, desvairado brada e clama
Leva de terra em terra a sua amada
Não tem morada certa, pois quem ama
Saudade tem por única morada
 
Da morta fez rainha, porque é louco
Porque é amante e rei e português
E eu que te cantei e sou tão pouco
Também te beijo a mão formosa Inês
Repertório de Paulo Bragança
Antiga como a sina dos amantes
A audácia de morder o infinito
Acesa pelas noites delirantes
Paixão que se fez lenda e se fez mito
Depois foram razões que o reino tece
Foi o dia mais triste, o mais maldito
A espada ao alto erguida e foi a prece
Amor desfeito em sangue e foi o grito
D. Pedro, desvairado brada e clama
Leva de terra em terra a sua amada
Não tem morada certa, pois quem ama
Saudade tem por única morada
Da morta fez rainha, porque é louco
Porque é amante e rei e português
E eu que te cantei e sou tão pouco
Também te beijo a mão formosa Inês
Brasões de Portugal
Frei Hermano da Câmara / Valentim P. Moya
Repertório de José Gonçalez
Há um cantinho escondido
Que Deus pôs ao pé do mar
Jardim garrido e florido
De roseirais laranjais, e trigais
De Amendoeiras sem par
 
Terra de Santa Maia
Onde brilha o sol doirado
Onde o amor é poesia
E a saudade é a verdade
Que há no fado
 
Poetas e pintores, camões Malhoa
Coimbra dos doutores, fadistas de Lisboa
Heróis dos sete mares, Gama e Cabral
Santinhos, santinhos populares
São Brasões de Portugal
 
Lisboa teu pai não quer
Que tu vás ao bailarico
Mas dê lá por onde der
Não vou deixar de bailar e cantar
Hoje em casa não fico
 
Em casa não fico eu
Que amanhã por brincadeira
Sou capaz de ir a Viseu
Comprar vacas e cavacas lá na feira
 
Vindimas desfolhadas e arraias
Castiças fadistadas, pregões tradicionais
Magustos e toiradas e procissões
Marchinhas, marchinhas animadas
São as nossas tradições
 
Fui hoje à Cova da Iria
P'ra rezar p’lo mundo inteiro
E fui também noutro dia
Sob ela implorar e cantar
À Virgem de Sameiro
 
Hei-de ir a Vila-Viçosa
Pois não há duas sem três
P'ra ver a Virgem piedosa
Que é a Rosa mais formosa
Que Deus fez
 
Senhora do Rosário, tu és madrinha
De um povo missionário, de Portugal rainha
Ó Virgem gloriosa, tu és p'ra mim a rosa
A rosa mais viçosa
Que Deus pôs neste jardim
Repertório de José Gonçalez
Há um cantinho escondido
Que Deus pôs ao pé do mar
Jardim garrido e florido
De roseirais laranjais, e trigais
De Amendoeiras sem par
Terra de Santa Maia
Onde brilha o sol doirado
Onde o amor é poesia
E a saudade é a verdade
Que há no fado
Poetas e pintores, camões Malhoa
Coimbra dos doutores, fadistas de Lisboa
Heróis dos sete mares, Gama e Cabral
Santinhos, santinhos populares
São Brasões de Portugal
Lisboa teu pai não quer
Que tu vás ao bailarico
Mas dê lá por onde der
Não vou deixar de bailar e cantar
Hoje em casa não fico
Em casa não fico eu
Que amanhã por brincadeira
Sou capaz de ir a Viseu
Comprar vacas e cavacas lá na feira
Vindimas desfolhadas e arraias
Castiças fadistadas, pregões tradicionais
Magustos e toiradas e procissões
Marchinhas, marchinhas animadas
São as nossas tradições
Fui hoje à Cova da Iria
P'ra rezar p’lo mundo inteiro
E fui também noutro dia
Sob ela implorar e cantar
À Virgem de Sameiro
Hei-de ir a Vila-Viçosa
Pois não há duas sem três
P'ra ver a Virgem piedosa
Que é a Rosa mais formosa
Que Deus fez
Senhora do Rosário, tu és madrinha
De um povo missionário, de Portugal rainha
Ó Virgem gloriosa, tu és p'ra mim a rosa
A rosa mais viçosa
Que Deus pôs neste jardim
Canção para quem vier
Luiz Goes / António Toscano
Repertório de Luiz Goes
Quem vier
Que traga uma palavra amiga
Semente de esperança
Na seara da vida
Quem vier
Que traga uma canção de amor
Tão pura e sentida
Que a cantem de cor
Quem vier
Quer creia neste mundo ou não
Aqui sonhe o mundo
Que os filhos terão
Repertório de Luiz Goes
Quem vier
Que traga uma palavra amiga
Semente de esperança
Na seara da vida
Quem vier
Que traga uma canção de amor
Tão pura e sentida
Que a cantem de cor
Quem vier
Quer creia neste mundo ou não
Aqui sonhe o mundo
Que os filhos terão
Veste ganga o cantador
Mote de Alice Ogando / Letra de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Veste ganga o cantador
Veste chita a cantadeira
Há muita quadra de amor
Vestida desta maneira
Velha banza de cravelhas
Gemia um fado indistinto
Nas mãos rugosas e velhas
Dum pobre velho faminto;
De boné “à Serpa Pinto”
E de macilenta cor
Cantava, com certo ardor
Um fadista ainda novo;
E, como o fado é do povo
Veste ganga o cantador
Esta cena se passava
Numa tasca de má morte
Onde o fadista entoava
Lamentos da sua sorte;
Uma mulher de bom porte
De profissão cigarreira
Pegou na banza e, ligeira
Cantou versos de encantar;
E, p’ra a profissão honrar
Veste chita a cantadeira
Num divã de estrelas d’oiro
Já a lua adormecia
Mas do fado, imorredoiro
Não findava a melodia;
Nem uma mosca se ouvia
E a cantadeira, a rigor
Cantou com alma e frescor
Dizendo no fim da trova;
No peito da gente nova
Há muita quadra de amor
Findou o fado… E depois
Postados sobre o balcão
Copos de três e de dois
Giravam de mão em mão;
Mergulhado em comoção
Entre aquela gente ordeira
Pensei, pela vez primeira
Que esta canção que perdura;
Tem mais encanto e ternura
Vestida desta maneira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Veste ganga o cantador
Veste chita a cantadeira
Há muita quadra de amor
Vestida desta maneira
Velha banza de cravelhas
Gemia um fado indistinto
Nas mãos rugosas e velhas
Dum pobre velho faminto;
De boné “à Serpa Pinto”
E de macilenta cor
Cantava, com certo ardor
Um fadista ainda novo;
E, como o fado é do povo
Veste ganga o cantador
Esta cena se passava
Numa tasca de má morte
Onde o fadista entoava
Lamentos da sua sorte;
Uma mulher de bom porte
De profissão cigarreira
Pegou na banza e, ligeira
Cantou versos de encantar;
E, p’ra a profissão honrar
Veste chita a cantadeira
Num divã de estrelas d’oiro
Já a lua adormecia
Mas do fado, imorredoiro
Não findava a melodia;
Nem uma mosca se ouvia
E a cantadeira, a rigor
Cantou com alma e frescor
Dizendo no fim da trova;
No peito da gente nova
Há muita quadra de amor
Findou o fado… E depois
Postados sobre o balcão
Copos de três e de dois
Giravam de mão em mão;
Mergulhado em comoção
Entre aquela gente ordeira
Pensei, pela vez primeira
Que esta canção que perdura;
Tem mais encanto e ternura
Vestida desta maneira
Cantar é celebrar a poesia
Letra e música de José Gonçalez
Repertório do autor com FF
A minha voz
E a minha voz
A nossa voz é união
Não vamos sós
Não estamos sós
Juntem-se a nós para o refrão
 
Cantar é pôr na voz o que se sente
Cantar é fazer uso da palavra
Cantar é ser arado, é ser semente
Cantar é ser o chão onde se lavra
Cantar é ser um rio de fantasia
Cantar é arriscar, é ser profeta
Cantar, cantar
Cantar é celebrar a poesia
Que corre nas veias do poeta
 
A minha mão
E a minha mão
As nossas mãos unificadas
Juntas irão
Juntas terão
Força de irmãos pelas estradas
 
O meu olhar
O meu olhar
O nosso olhar vivo e profundo
Pode brilhar
Há-de brilhar
Tem que brilhar por todo mundo
Repertório do autor com FF
A minha voz
E a minha voz
A nossa voz é união
Não vamos sós
Não estamos sós
Juntem-se a nós para o refrão
Cantar é pôr na voz o que se sente
Cantar é fazer uso da palavra
Cantar é ser arado, é ser semente
Cantar é ser o chão onde se lavra
Cantar é ser um rio de fantasia
Cantar é arriscar, é ser profeta
Cantar, cantar
Cantar é celebrar a poesia
Que corre nas veias do poeta
A minha mão
E a minha mão
As nossas mãos unificadas
Juntas irão
Juntas terão
Força de irmãos pelas estradas
O meu olhar
O meu olhar
O nosso olhar vivo e profundo
Pode brilhar
Há-de brilhar
Tem que brilhar por todo mundo
Canção quasi de embalar
Luiz Goes / António Andias e Durval Moleirinhas
Repertório de Luiz Goes
Pobre menina parada na rua deserta
Quem te comprou?
Quem te vendeu?
Quem te quis assim desperta
Do sonho que em ti morou?
Pobre menina acordada
Deste tudo e não tens nada
Quem te esqueceu?
Pobre menina esquecida, mas sempre menina
Quem não chegou?
Quem não partiu?
Quem teve à mão uma sina
E nem sequer a tentou?
Pobre menina à espera
Pão de fome mais sincera
Quem não te viu?
Repertório de Luiz Goes
Pobre menina parada na rua deserta
Quem te comprou?
Quem te vendeu?
Quem te quis assim desperta
Do sonho que em ti morou?
Pobre menina acordada
Deste tudo e não tens nada
Quem te esqueceu?
Pobre menina esquecida, mas sempre menina
Quem não chegou?
Quem não partiu?
Quem teve à mão uma sina
E nem sequer a tentou?
Pobre menina à espera
Pão de fome mais sincera
Quem não te viu?
Fado fadinho
David Gonçalves / Joaquim Pimentel *júlia florista*
Repertório de David Gonçalves
O fado fadinho já está velhinho
Diz a tradição
Que nasceu um dia na Mouraria
Esta canção
Foi um casamento
Que a todo o momento ia acontecer
Cantado baixinho
O fado fadinho acabou de nascer
Ó fado fadinho
Que andas de boca em boca
E cantas baixinho
Com tua voz rouca
Ó fado fadinho
Como tu sem igual
Meu velho castiço
Tu és o hino de Portugal
O fado fadinho sentou-se com o vinho
P'ra mesa a almoçar
Pediu bacalhau, depois carapau
Na brasa a assar
Correu por Alfama, depois à Moirama
E então à Madragoa
O fado fadinho já sabe o caminho
De toda a Lisboa
Repertório de David Gonçalves
O fado fadinho já está velhinho
Diz a tradição
Que nasceu um dia na Mouraria
Esta canção
Foi um casamento
Que a todo o momento ia acontecer
Cantado baixinho
O fado fadinho acabou de nascer
Ó fado fadinho
Que andas de boca em boca
E cantas baixinho
Com tua voz rouca
Ó fado fadinho
Como tu sem igual
Meu velho castiço
Tu és o hino de Portugal
O fado fadinho sentou-se com o vinho
P'ra mesa a almoçar
Pediu bacalhau, depois carapau
Na brasa a assar
Correu por Alfama, depois à Moirama
E então à Madragoa
O fado fadinho já sabe o caminho
De toda a Lisboa
Certo dia
António Chainho / Ana Bacalhau
Repertório de Ana Bacalhau
Certo dia, caminhando
Ouvi, espantada, um barulho
Delicado, foi-se instalando
Era triste, mas não soturno
 
Quem me estaria a seguir
Cantando aquelas melodias?
Deixei-me quieta a ouvir
As suas rimas perdidas
 
Tanto queria descobrir
Que para todo o lado olhava
Até que, afinando a vista
Pude ver quem me cantava
 
Era o vento que assobiava
Ao levantar-me o vestido
Era a água do riacho
Que corria sem sentido
 
E as cigarras que ao sol
A preguiça expiavam
Era a cotovia
Que ao cantar, chorava
 
Fiquei feliz por saber
Que não estava sozinha
Mais triste o que estar só
É cantar sem companhia
Repertório de Ana Bacalhau
Certo dia, caminhando
Ouvi, espantada, um barulho
Delicado, foi-se instalando
Era triste, mas não soturno
Quem me estaria a seguir
Cantando aquelas melodias?
Deixei-me quieta a ouvir
As suas rimas perdidas
Tanto queria descobrir
Que para todo o lado olhava
Até que, afinando a vista
Pude ver quem me cantava
Era o vento que assobiava
Ao levantar-me o vestido
Era a água do riacho
Que corria sem sentido
E as cigarras que ao sol
A preguiça expiavam
Era a cotovia
Que ao cantar, chorava
Fiquei feliz por saber
Que não estava sozinha
Mais triste o que estar só
É cantar sem companhia
Chamo-te Niña
Leonel Neves / Luiz Goes
Repertório de Luiz Goes
Porque é cigana esta alegria
Porque sou jovem quando és minha
E há mais pureza nesse dia
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Porque em ti meu corpo arde
Menos a morte se avizinha
E és mais menina nessa tarde
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Porque esta ausência é um açoite
Para a mocita mal sózinha
Que era a mulher da minha noite
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Repertório de Luiz Goes
Porque é cigana esta alegria
Porque sou jovem quando és minha
E há mais pureza nesse dia
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Porque em ti meu corpo arde
Menos a morte se avizinha
E és mais menina nessa tarde
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Porque esta ausência é um açoite
Para a mocita mal sózinha
Que era a mulher da minha noite
Te chamo Niña
Chamo-te Niña
Fui ver
José Gonçalez / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de José Gonçalez
Fui ver aos olhos teus se ainda lá estava
Aquele amor que me roubaste um dia
Fui ver se em teu olhar ainda brilhava
A luz de uma eterna fantasia
 
Fui ver se o teu cabelo ainda ondulava
Como o trigo num bailar apaixonado
Fui ver se a tua pele ainda tisnava
Ao sol de um Agosto alucinado
 
Fui ver se a tua mão ainda tinha
O calor que nos vem do coração
Fui ver se enleada pela minha
Ainda transpirava de paixão
 
Fui ver se a tua voz ainda diria
Palavras, ai palavras encantadas
Fui ver se a tua boca ainda queria
A minha, p'ra rasgar as madrugadas
Repertório de José Gonçalez
Fui ver aos olhos teus se ainda lá estava
Aquele amor que me roubaste um dia
Fui ver se em teu olhar ainda brilhava
A luz de uma eterna fantasia
Fui ver se o teu cabelo ainda ondulava
Como o trigo num bailar apaixonado
Fui ver se a tua pele ainda tisnava
Ao sol de um Agosto alucinado
Fui ver se a tua mão ainda tinha
O calor que nos vem do coração
Fui ver se enleada pela minha
Ainda transpirava de paixão
Fui ver se a tua voz ainda diria
Palavras, ai palavras encantadas
Fui ver se a tua boca ainda queria
A minha, p'ra rasgar as madrugadas
Canção pagã
Leonel Neves / Luiz Goes
Repertório de Luiz Goes
Lá longe
Onde o Sol aquece e chama
Sem distinguir os homens dos meninos
Lá longe
Onde não há nenhuma cama
Que saiba que há amantes clandestinos
 
Lá longe
Onde a vida não arrasas
Ó maldição dos deuses pequeninos
Lá longe
Talvez o amor encontre casas
Lá longe
Lá longe
 
Lá Ionge
Onde a terra ainda deixe
Bichos e homens livres pelas matas
Lá longe
Onde as gaivotas comem peixe
Mas não na esteira turva das fragatas
 
Lá longe
Onde não tereis futuro
Ó vendilhões da água das cascatas
Lá longe
Talvez o amor possa ser puro
Lá longe
Lá longe
Repertório de Luiz Goes
Lá longe
Onde o Sol aquece e chama
Sem distinguir os homens dos meninos
Lá longe
Onde não há nenhuma cama
Que saiba que há amantes clandestinos
Lá longe
Onde a vida não arrasas
Ó maldição dos deuses pequeninos
Lá longe
Talvez o amor encontre casas
Lá longe
Lá longe
Lá Ionge
Onde a terra ainda deixe
Bichos e homens livres pelas matas
Lá longe
Onde as gaivotas comem peixe
Mas não na esteira turva das fragatas
Lá longe
Onde não tereis futuro
Ó vendilhões da água das cascatas
Lá longe
Talvez o amor possa ser puro
Lá longe
Lá longe
Origens
Francisco Nicholson/ Thilo Krasmann
Repertório de João Braga
Por mais longe que cheguemos
Viemos de qualquer lado
Que é a origem do fado
Do fado que somos nós;
De qualquer lado viemos
Partindo e chegando a um cais
Mas somos filhos dos pais
Filhos dos nossos avós
Somos a origem de tudo
Que nos vai acontecer
De nada serve ir p’ra longe
Quem longe não pode ver;
Há sempre um longe mais longe
Onde nos sentimos nós
Pois sendo a origem de tudo
0 mais longe somos nós
Ouve o poeta, ele canta
E é verdade que vale a pena
Se a alma não é pequena
Tudo o for ir além;
Só fugir não adianta
Querendo fugir de nós
Quando julgamos estar sós
Estamos connosco também
Repertório de João Braga
Por mais longe que cheguemos
Viemos de qualquer lado
Que é a origem do fado
Do fado que somos nós;
De qualquer lado viemos
Partindo e chegando a um cais
Mas somos filhos dos pais
Filhos dos nossos avós
Somos a origem de tudo
Que nos vai acontecer
De nada serve ir p’ra longe
Quem longe não pode ver;
Há sempre um longe mais longe
Onde nos sentimos nós
Pois sendo a origem de tudo
0 mais longe somos nós
Ouve o poeta, ele canta
E é verdade que vale a pena
Se a alma não é pequena
Tudo o for ir além;
Só fugir não adianta
Querendo fugir de nós
Quando julgamos estar sós
Estamos connosco também
Vou daqui
António Chainho / Ciro Bertini
Ana Vieira e Filipa Pais e Ana Vieira
Vou daqui
Vou sem pensar
Sem ti p'ra qualquer lugar
Leva-me contigo
Não sei onde vais
Vou daqui
Mas ao largar
Levo a luz do teu olhar
 
Já te disse um dia, um dia não te vás
As cordas soltas só nos falam de ilusão
Assim é a vida, ás vezes perdida
E eu no meio sem querer
Longe vai o tempo, fica a dor
E eu esquecida nesta solidão
Assim é a vida, às vezes perdida
E eu no meio sem querer
 
Ainda agora penso que te vi
Neste caminho ninguém sabe ao que vai
A rua é parecida, assim é a vida
A saudade aperta no olhar
Terra estranha esta onde estou
Uma viagem que se deu sem avisar
A rua é parecida, assim é a vida
A saudade aperta no olhar
Ana Vieira e Filipa Pais e Ana Vieira
Vou daqui
Vou sem pensar
Sem ti p'ra qualquer lugar
Leva-me contigo
Não sei onde vais
Vou daqui
Mas ao largar
Levo a luz do teu olhar
Já te disse um dia, um dia não te vás
As cordas soltas só nos falam de ilusão
Assim é a vida, ás vezes perdida
E eu no meio sem querer
Longe vai o tempo, fica a dor
E eu esquecida nesta solidão
Assim é a vida, às vezes perdida
E eu no meio sem querer
Ainda agora penso que te vi
Neste caminho ninguém sabe ao que vai
A rua é parecida, assim é a vida
A saudade aperta no olhar
Terra estranha esta onde estou
Uma viagem que se deu sem avisar
A rua é parecida, assim é a vida
A saudade aperta no olhar
Verdes anos
Manuel Alegre / Carlos Paredes
Repertório de João Braga
Verdes os anos
Repertório de João Braga
Verdes os anos
Verdes breves enganos
Tempo que vais
Ninguém me diz qual o país
Nunca mais, nunca mais
Quatro estações
Tempo que vais
Ninguém me diz qual o país
Nunca mais, nunca mais
Quatro estações
Verdes breves canções
Quem dá sinal da nova era
Talvez Natal
Primavera, Primavera
Já uma estrela nos diz
Que outro tempo há-de ser
Dentro de nós um país
Todo o tempo é nascer
Tempo composto
Quem dá sinal da nova era
Talvez Natal
Primavera, Primavera
Já uma estrela nos diz
Que outro tempo há-de ser
Dentro de nós um país
Todo o tempo é nascer
Tempo composto
De mudança e mudança
Já foi agosto e cá por dentro
Só a lembrança
Em dezembro, dezembro
Tempo que vais
Já foi agosto e cá por dentro
Só a lembrança
Em dezembro, dezembro
Tempo que vais
Sem me dar um sinal
Não mais, não mais
Não mais, não mais
Já chega alguém
Talvez Natal
Atrás de um tempo outro vem
Talvez Natal
Atrás de um tempo outro vem
Fado áureo
António Chainho / Paulo de Carvalho
Repertório de Paulo de Carvalho
Olhei p’ra lá do sol
E vi a luz da minha infância
Vi outra terra que era nova e bela
Depois cresci, parti
Com os sonhos na algibeira
Fui pela minha estrada a viver
 
Dei passos de gigante
Abri portas de mil casas
Sofri noites, vivi dias de alegria
Depois saí de mim
Toquei cordas douradas
Guitarras ao desafio
O fado
Quando é de um homem
Será cantado com toda a alma
O fado
Quando é da vida
Já está fadado desde a partida
Destinos tive muitos
E de saudades sofri
Não desisti, e dei a mão à vida
Dei voltas ao meu mundo
Andei de lado em lado
E vi para além do fado
Repertório de Paulo de Carvalho
Olhei p’ra lá do sol
E vi a luz da minha infância
Vi outra terra que era nova e bela
Depois cresci, parti
Com os sonhos na algibeira
Fui pela minha estrada a viver
Dei passos de gigante
Abri portas de mil casas
Sofri noites, vivi dias de alegria
Depois saí de mim
Toquei cordas douradas
Guitarras ao desafio
O fado
Quando é de um homem
Será cantado com toda a alma
O fado
Quando é da vida
Já está fadado desde a partida
Destinos tive muitos
E de saudades sofri
Não desisti, e dei a mão à vida
Dei voltas ao meu mundo
Andei de lado em lado
E vi para além do fado
Vem
Kátia Guerreiro / José M. Branco e Pedro de Castro
Repertório de Kátia Guerreiro
Vem, estou com os meus braços abertos
E os meus sentidos despertos
Para te acolher no regaço
E juro que estarei sempre a teu lado
A cantar este teu fado
Para embalar o nosso abraço
É aqui, nos segredos do teu rosto
No anseio da chegada
No momento de te ver
Que eu acredito nas histórias
E viajo nas memórias
Sem ter medo de viver
Serás nesta vida o que quiseres
Mas tudo o que tu escolheres
Fá-lo sempre com amor
Verás, não há nada neste mundo
Nada que dure um segundo
Sem verdade e sem calor
Já fui tempestade sem bonança
Hoje cresce-me a esperança
Sonho contigo entretanto
Vais chegar, quero-te aqui, meu querido
Para dares novo sentido
A tudo o que eu hoje canto
Obrigada, meu querido
Tu dás um novo sentido
A tudo o que eu hoje canto
Vem, estou com os meus braços abertos
E os meus sentidos despertos
Para te acolher no regaço
E juro que estarei sempre a teu lado
A cantar este teu fado
Para embalar o nosso abraço
É aqui, nos segredos do teu rosto
No anseio da chegada
No momento de te ver
Que eu acredito nas histórias
E viajo nas memórias
Sem ter medo de viver
Serás nesta vida o que quiseres
Mas tudo o que tu escolheres
Fá-lo sempre com amor
Verás, não há nada neste mundo
Nada que dure um segundo
Sem verdade e sem calor
Já fui tempestade sem bonança
Hoje cresce-me a esperança
Sonho contigo entretanto
Vais chegar, quero-te aqui, meu querido
Para dares novo sentido
A tudo o que eu hoje canto
Obrigada, meu querido
Tu dás um novo sentido
A tudo o que eu hoje canto
O Cartola
António Chainho / Paulo Abreu da Silva 
Repertório de Rui Veloso
                                                                                                                 
Cravo na lapela
Anéis de cachucho
Botins com fivela e de luxo
Exibe um brasão
Na sua lambreta
O Cartola, o barão da treta
 
Tanta pintarola
Por mais diz que diz
Deixem o Cartola ser feliz
Todo perfumado
Do gel ao verniz
Num fato engomado e de Paris
 
Lá ai o Cartola
Fadista de gema
Na crista da onda d'um poema
Que tipo piroso
Sem prosa nem garra
Diz o invejoso da guitarra
Repertório de Rui Veloso
Cravo na lapela
Anéis de cachucho
Botins com fivela e de luxo
Exibe um brasão
Na sua lambreta
O Cartola, o barão da treta
Tanta pintarola
Por mais diz que diz
Deixem o Cartola ser feliz
Todo perfumado
Do gel ao verniz
Num fato engomado e de Paris
Lá ai o Cartola
Fadista de gema
Na crista da onda d'um poema
Que tipo piroso
Sem prosa nem garra
Diz o invejoso da guitarra
Porque
 *os outros se calam, mas tu não*
Sophia de Mello Breyner / Nuno Nazareth FernandesRepertório de João Braga
Porque os outros se mascaram, mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo, mas tu não
Porque os outros se mascaram, mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam, mas tu não
Porque os outros têm medo, mas tu não
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis, mas tu não
Porque os outros se calam, mas tu não
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam, mas tu não
Porque os outros são hábeis, mas tu não
Porque os outros se mascaram, mas tu não
Português d'hoje
Afonso Lopes Vieira / João Braga
Repertório de João Braga
Fui dado à luz em terra portuguesa
Sou d'um povo do mar que canta o fado
E daí vem meu mal, minha tristeza
Vinte anos velhos, todo o meu cuidado
Sou d'um povo que sonha, canta e reza
Aquele a que deitaram mau olhado
Sou o que morre, o último, o do fim
Sou o português d'hoje, agora vim
Fui dado à luz em terra de desgraça
Ó portugueses neste mundo, sós
Evocai, gente d'hoje, certa raça
D'aonde descendemos todos nós
Connosco as dores jamais fizeram pazes
Somos navegadores e cavaleiros
Sem mar, sem fé, sem braços p'ra uma espada
Somos os d'hoje, os últimos, os nada
Outros o mar já todo navegaram
Outros souberam já ganhar o céu
As nossas almas todas naufragaram
Nossa India de sonhos se perdeu
E depois d'isto tudo, ter de abrir
Os olhos, e morrer. Cantemos ante
A morte, e seja a morte a nossa glória
E as ondas guardarão nossa memória
Repertório de João Braga
Fui dado à luz em terra portuguesa
Sou d'um povo do mar que canta o fado
E daí vem meu mal, minha tristeza
Vinte anos velhos, todo o meu cuidado
Sou d'um povo que sonha, canta e reza
Aquele a que deitaram mau olhado
Sou o que morre, o último, o do fim
Sou o português d'hoje, agora vim
Fui dado à luz em terra de desgraça
Ó portugueses neste mundo, sós
Evocai, gente d'hoje, certa raça
D'aonde descendemos todos nós
Connosco as dores jamais fizeram pazes
Somos navegadores e cavaleiros
Sem mar, sem fé, sem braços p'ra uma espada
Somos os d'hoje, os últimos, os nada
Outros o mar já todo navegaram
Outros souberam já ganhar o céu
As nossas almas todas naufragaram
Nossa India de sonhos se perdeu
E depois d'isto tudo, ter de abrir
Os olhos, e morrer. Cantemos ante
A morte, e seja a morte a nossa glória
E as ondas guardarão nossa memória
Porque choras coração?
David Gonçalves /Alfredo Duarte *Marceneiro*
Repertório de David Gonçalves
Porque choras coração?
Porque bates tristemente?
Sem razão sem ter motivo?
Naufragaste na ilusão
Desse amor louco e fremente
Do qual ficaste cativo
Porque morres de desejo?
Ansiando por carinho
Que te ajude a esquecer
Vives sedento do beijo
Sem encontrares o caminho
Para deixares de sofrer
Porque teimas em fingir?
Se apenas há desgraça
E constante sofrimento
Procura então, destruir
A dor que te amordaça
Esse louco sentimento
Porque é triste a despedida
Neste viver todo feito
D'Angustia e solidão
Não queiras voltar à vida
Parte de vez do meu peito
P'ra não chorares coração
Repertório de David Gonçalves
Porque choras coração?
Porque bates tristemente?
Sem razão sem ter motivo?
Naufragaste na ilusão
Desse amor louco e fremente
Do qual ficaste cativo
Porque morres de desejo?
Ansiando por carinho
Que te ajude a esquecer
Vives sedento do beijo
Sem encontrares o caminho
Para deixares de sofrer
Porque teimas em fingir?
Se apenas há desgraça
E constante sofrimento
Procura então, destruir
A dor que te amordaça
Esse louco sentimento
Porque é triste a despedida
Neste viver todo feito
D'Angustia e solidão
Não queiras voltar à vida
Parte de vez do meu peito
P'ra não chorares coração
Uma guitarra junto ao peito
António Chainho / Hélder Moutinho
Repertório de Hélder Moutinho
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
E guardo nela a minha condição
Como se fosse o sonho mais perfeito
Guardá-la por defeito no coração
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
 
Nasci à beira rio perto do mar
Fui asa de gaivota em movimento
Cresci, sonhei, sofri, pus-me a cantar
Nas ondas de saudade do teu vento
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
 
Guitarra que te deitas a meu lado
No mar onde navego em solidão
Dá rumo à minha vida neste fado
Que canto em tom magoado
Com a voz no coração
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
Repertório de Hélder Moutinho
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
E guardo nela a minha condição
Como se fosse o sonho mais perfeito
Guardá-la por defeito no coração
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
Nasci à beira rio perto do mar
Fui asa de gaivota em movimento
Cresci, sonhei, sofri, pus-me a cantar
Nas ondas de saudade do teu vento
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
Guitarra que te deitas a meu lado
No mar onde navego em solidão
Dá rumo à minha vida neste fado
Que canto em tom magoado
Com a voz no coração
Eu tenho uma guitarra junto ao peito
Fado Pintéus
João Ferreira Rosa / Maria Teresa de Noronha
Repertório de João Braga
A água da minha fonte
Tem sempre um novo cantar
Tal qual a cor que há no monte
E anda sempre a mudar
Conforme as estrelas do céu
Se à noite há ou não luar
Conforme te oiço eu
Quando te oiço chegar
A água da minha fonte
Tem mil jeitos de cantar
Acompanha a cor do monte
Acompanha o meu pensar
Acompanha o dia a dia
Noites e noites sem par
A minha água da fonte
Alegria de te amar
Repertório de João Braga
A água da minha fonte
Tem sempre um novo cantar
Tal qual a cor que há no monte
E anda sempre a mudar
Conforme as estrelas do céu
Se à noite há ou não luar
Conforme te oiço eu
Quando te oiço chegar
A água da minha fonte
Tem mil jeitos de cantar
Acompanha a cor do monte
Acompanha o meu pensar
Acompanha o dia a dia
Noites e noites sem par
A minha água da fonte
Alegria de te amar
Vale Escuro, meu amor
David Gonçalves / Raúl Pereira *fado zé grande*
Repertório de David Gonçalves
Lisboa tem um bairro que adoro
Bairro sem tradição, mas que é tao puro
E ao cantar seu fado então eu choro
Só por tanto amar o Vale Escuro
Esse lindo bairro onde nasci
Onde fui criança ao desatino
E com outra idade aprendi
A fazer do fado o meu destino
Bairro tão igual aos da cidade
Mas com outro encanto e nostalgia
As ruas são dois versos de saudade
Inspiração maior da poesia
Meu bairro que por mim és tão amado
Jamais te esquecerei eu asseguro
Um dia vou morrer cantando o Fado
Meu bairro, meu amor, meu Vale Escuro
Repertório de David Gonçalves
Lisboa tem um bairro que adoro
Bairro sem tradição, mas que é tao puro
E ao cantar seu fado então eu choro
Só por tanto amar o Vale Escuro
Esse lindo bairro onde nasci
Onde fui criança ao desatino
E com outra idade aprendi
A fazer do fado o meu destino
Bairro tão igual aos da cidade
Mas com outro encanto e nostalgia
As ruas são dois versos de saudade
Inspiração maior da poesia
Meu bairro que por mim és tão amado
Jamais te esquecerei eu asseguro
Um dia vou morrer cantando o Fado
Meu bairro, meu amor, meu Vale Escuro
Breve e belo é o cisne
Antonino Chainho / Pedro Abrunhosa
Repertório de Pedro Abrunhosa
Cedo se foi já o teu sol
Ainda a palavra me ardia
Cresce agora a sombra no lençol
Onde o beijo teu do meu se erguia
 
Não reza o futuro a história fraca, vencida
E só no recomeço se funde espada com ferida
Também o cisne é breve e belo
Na morte como na vida
 
Já da luz de mim andas a monte
E na praia a saia roda no vazio
Na areia ainda as velas são horizonte
Das noites em que eras barco e eu abrigo
Repertório de Pedro Abrunhosa
Cedo se foi já o teu sol
Ainda a palavra me ardia
Cresce agora a sombra no lençol
Onde o beijo teu do meu se erguia
Não reza o futuro a história fraca, vencida
E só no recomeço se funde espada com ferida
Também o cisne é breve e belo
Na morte como na vida
Já da luz de mim andas a monte
E na praia a saia roda no vazio
Na areia ainda as velas são horizonte
Das noites em que eras barco e eu abrigo
Desencontro
Luísa Bivar / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de João Braga
Conheço-te há tanto tempo
Tanto tempo, meu amor
Nasceste do meu invento
Sei-te inteirinha de cor
Mas houve tempos, bem sabes
Em que não te vi sequer
Quando afinal só tu cabes
Nesta palavra mulher
Meus braços abrem rasgões
Às cegas, nesse passado
Em que existiam razões
Consciências e pecado
E agora que te perdi
Neste mundo desumano
Fico a pensar que vivi
Outra vida por engano
Repertório de João Braga
Conheço-te há tanto tempo
Tanto tempo, meu amor
Nasceste do meu invento
Sei-te inteirinha de cor
Mas houve tempos, bem sabes
Em que não te vi sequer
Quando afinal só tu cabes
Nesta palavra mulher
Meus braços abrem rasgões
Às cegas, nesse passado
Em que existiam razões
Consciências e pecado
E agora que te perdi
Neste mundo desumano
Fico a pensar que vivi
Outra vida por engano
Riso de Cabíria
António Chainho / Tiago Torres da Silva
Repertório Ana Vieira
As luzes dos faróis, o céu
Os beijos que se dão sem dar
O palhaço a passar o chapéu
A valsa que não quer parar
 
O riso de Cabíria e eu
A alma que se faz de atriz
Eu rezo a Deus mas sinto-me ateu
E choro mas ‘stou tão feliz
 
Quem diz, quem faz
Quem dá o que não tem
Quem viu, quem vai
Quem não sabe ao que vem
Quem dá, quem diz
Quem sabe ser mulher
Quem vai, quem viu
Quem faz o que não quer
 
A luta de dois corpos nus
Os gritos que a noite apagou
O brilho dos teus olhos, reluz
Nos sonhos que o amor ousou
 
Agora que me sabes de cor
O dia vai surgindo em mim
Mas porque o sonho é sempre maior
As noites nunca vão ter fim
Repertório Ana Vieira
As luzes dos faróis, o céu
Os beijos que se dão sem dar
O palhaço a passar o chapéu
A valsa que não quer parar
O riso de Cabíria e eu
A alma que se faz de atriz
Eu rezo a Deus mas sinto-me ateu
E choro mas ‘stou tão feliz
Quem diz, quem faz
Quem dá o que não tem
Quem viu, quem vai
Quem não sabe ao que vem
Quem dá, quem diz
Quem sabe ser mulher
Quem vai, quem viu
Quem faz o que não quer
A luta de dois corpos nus
Os gritos que a noite apagou
O brilho dos teus olhos, reluz
Nos sonhos que o amor ousou
Agora que me sabes de cor
O dia vai surgindo em mim
Mas porque o sonho é sempre maior
As noites nunca vão ter fim
Baila a poeira do sol
Maria Manuel Cid / Raúl Pinto
Repertório de David Gonçalves
Bailam na luz do poente
Numa doçura fermente
Bailados desconhecidos
Baila a poeira do sol
E na voz do rouxinol
O eco dos meus sentidos
Cai o dia de mansinho
Envolve-me o teu carinho
Tão perto como a verdade
Volto à vida do passado
Torno a sorrir a teu lado
E mato a minha saudade
De repente a noite vem
Com ela a tristeza tem
Mais tristeza mais sofrer
A meu lado a dor caminha
Espero a luz que se adivinha
Na madrugada ao nascer
Repertório de David Gonçalves
Bailam na luz do poente
Numa doçura fermente
Bailados desconhecidos
Baila a poeira do sol
E na voz do rouxinol
O eco dos meus sentidos
Cai o dia de mansinho
Envolve-me o teu carinho
Tão perto como a verdade
Volto à vida do passado
Torno a sorrir a teu lado
E mato a minha saudade
De repente a noite vem
Com ela a tristeza tem
Mais tristeza mais sofrer
A meu lado a dor caminha
Espero a luz que se adivinha
Na madrugada ao nascer
Meu coração
António Chainho / Paulo Flores
Repertório de Paulo Flores
Um coração morre de amor
Sofreguidão de um cantor
Uma ilusão de um pecador
Saber amar sem dor
Um pobre coração
Não sabe da razão
Porque ele amava tanto
É rara a exceção
Falar de um coração
Que amou sem desencanto
Um pobre coração
De um mundo sem amar
Cansado de tanto esperar
Um coração mais sofredor
Que todos aqueles que canto
 
Porque ele amava tanto
Que amor sem desencanto
Um pobre coração
De um mundo sem amar
Cansado de tanto esperar
Um coração mais sofredor
Oue todos aqueles que canto
Repertório de Paulo Flores
Um coração morre de amor
Sofreguidão de um cantor
Uma ilusão de um pecador
Saber amar sem dor
Um pobre coração
Não sabe da razão
Porque ele amava tanto
É rara a exceção
Falar de um coração
Que amou sem desencanto
Um pobre coração
De um mundo sem amar
Cansado de tanto esperar
Um coração mais sofredor
Que todos aqueles que canto
Porque ele amava tanto
Que amor sem desencanto
Um pobre coração
De um mundo sem amar
Cansado de tanto esperar
Um coração mais sofredor
Oue todos aqueles que canto
Nau Catrineta
Anrique Paço d'Arcos / João Ferreira Rosa
Repertório de João Braga
0 vento gemendo na voz da sereia
E a morte tecendo a misteriosa teia
Na nau que regressa das índias de outrora
Ecoam as rezas pela noite fora
Sem velas nem mastros e o leme partido
Procuram nos astros o rumo perdido
De fomes e sedes já tentam a sorte
Qual há-de ser deles o noivo da morte?
Ó nau que te afundas no abismo medonho
Deita o oiro às ondas deita ao mar o sonho
Repertório de João Braga
0 vento gemendo na voz da sereia
E a morte tecendo a misteriosa teia
Na nau que regressa das índias de outrora
Ecoam as rezas pela noite fora
Sem velas nem mastros e o leme partido
Procuram nos astros o rumo perdido
De fomes e sedes já tentam a sorte
Qual há-de ser deles o noivo da morte?
Ó nau que te afundas no abismo medonho
Deita o oiro às ondas deita ao mar o sonho
O moinho
António Chainho / João Monge
Repertório de Hélder Moutinho e Grupo Coral de Serpa
O moinho traz o vento
D'além daquele montado
E leva-me pensamento
A voar a qualquer lado
 
A voar a qualquer lado
Que o meu coração namora
O moinho está parado
Desde que me vim embora
 
O tempo passa por nós
Como o vento no moinho
Deixa lembranças na voz
E depois segue o caminho
 
Se o cante foi o meu berço
Me fez homem da cidade
Ao fado é que eu agradeço
Ter do cante esta saudade
Repertório de Hélder Moutinho e Grupo Coral de Serpa
O moinho traz o vento
D'além daquele montado
E leva-me pensamento
A voar a qualquer lado
A voar a qualquer lado
Que o meu coração namora
O moinho está parado
Desde que me vim embora
O tempo passa por nós
Como o vento no moinho
Deixa lembranças na voz
E depois segue o caminho
Se o cante foi o meu berço
Me fez homem da cidade
Ao fado é que eu agradeço
Ter do cante esta saudade
Rapsódia Amália
Direitos musicais reservados
Adeus meu amor, adeus
Vou-me embora, estou cansada
Os sonhos que foram meus
Não te servirão de nada
 
Trago fado nos sentidos
Tristezas no coração
Trago os meus sonhos perdidos
Em noites de solidão
 
Tive um coração perdi-o
Ainda o vou encontrar
Preso no fundo do rio
Ou afogado no mar
 
Ai esta angústia sem fim
Ai este meu coração
Ai esta pena de mim
Ai a minha solidão
 
A primavera chegou
Mas as flores que trazia
Houve alguém que mas levou
À minha campa vazia
 
O mundo fez em bocados
O meu pobre coração
Que eu trazia, sem cuidados
Na palma da minha mão
 
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
 
Tinha uma louca esperança
Tinha fé no meu destino
Tinha sonhos de criança
Tinha um mundo pequenino
Ai a minha infância dorida
Ai o meu bem que não foi
Ai a minha vida perdida
Ai lucidez que me dói
A vida que não se vive
Chamo eu à vida que tenho
Adeus amigos que tive
Vou embora, já não venho
Repertório de Mísia
Adeus meu amor, adeus
Vou-me embora, estou cansada
Os sonhos que foram meus
Não te servirão de nada
Trago fado nos sentidos
Tristezas no coração
Trago os meus sonhos perdidos
Em noites de solidão
Tive um coração perdi-o
Ainda o vou encontrar
Preso no fundo do rio
Ou afogado no mar
Ai esta angústia sem fim
Ai este meu coração
Ai esta pena de mim
Ai a minha solidão
A primavera chegou
Mas as flores que trazia
Houve alguém que mas levou
À minha campa vazia
O mundo fez em bocados
O meu pobre coração
Que eu trazia, sem cuidados
Na palma da minha mão
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Tinha uma louca esperança
Tinha fé no meu destino
Tinha sonhos de criança
Tinha um mundo pequenino
Ai a minha infância dorida
Ai o meu bem que não foi
Ai a minha vida perdida
Ai lucidez que me dói
A vida que não se vive
Chamo eu à vida que tenho
Adeus amigos que tive
Vou embora, já não venho
Encontro a solidão
David Gonçalves / Júlio Proença *fado esmeraldinha *
Repertório de David Gonçalves
Encontro a solidão em cada noite
Envolta na tristeza que m'invade
Já não tem abrigo onde s'acoite
Perdida pelas ruas da cidade
Sou a sombra esquecida ao abandono
Um louco sem saber o seu destino
A folha caída num outono
Bailando com o vento ao desatino
Encontro em cada verso o aconchego
Encontro em cada vida o desalento
Essa triste sorte a que me entrego
Lança meu coração ao sofrimento
E vou vivendo assim amargurado
Ausente num amor que me flagela
Encontro a solidão em cada fado
Porque já não sei viver sem ela
Repertório de David Gonçalves
Encontro a solidão em cada noite
Envolta na tristeza que m'invade
Já não tem abrigo onde s'acoite
Perdida pelas ruas da cidade
Sou a sombra esquecida ao abandono
Um louco sem saber o seu destino
A folha caída num outono
Bailando com o vento ao desatino
Encontro em cada verso o aconchego
Encontro em cada vida o desalento
Essa triste sorte a que me entrego
Lança meu coração ao sofrimento
E vou vivendo assim amargurado
Ausente num amor que me flagela
Encontro a solidão em cada fado
Porque já não sei viver sem ela
Volta não volta
António Chainho / João Monge
Repertório de Filipa Pais
Ouvi dizer que andavas por aí
Solto como um pardal
De telhado em telhado
Ouvi dizer que andavas meio perdido
De cabeça na lua e coração tombado
 
Só p’ra saber se ainda era verdade
Ou era só um sonho que vivi
Subi, subi ao sótão da saudade
 
Ouvi dizer às pedrinhas da rua
Que ontem de madrugada
Passaste à minha porta
Fingi não querer saber nada de ti
Que só quero esquecer
E já pouco me importa
 
Mas cá p'ra mim num segredo guardado
Só para ti abri uma janela
Subi, subi, subi o cortinado
 
Ouvi dizer que andavas por ai
De coração vazio
Batendo ao Deus-dará
Até que um dia eu vi-te por acaso
Corei como em menina
Mais vermelho não há
 
Eu sei que disse só coisas sem sentido
Subi ao céu, nem sei o que senti
Subi, subi a bainha do vestido
Repertório de Filipa Pais
Ouvi dizer que andavas por aí
Solto como um pardal
De telhado em telhado
Ouvi dizer que andavas meio perdido
De cabeça na lua e coração tombado
Só p’ra saber se ainda era verdade
Ou era só um sonho que vivi
Subi, subi ao sótão da saudade
Ouvi dizer às pedrinhas da rua
Que ontem de madrugada
Passaste à minha porta
Fingi não querer saber nada de ti
Que só quero esquecer
E já pouco me importa
Mas cá p'ra mim num segredo guardado
Só para ti abri uma janela
Subi, subi, subi o cortinado
Ouvi dizer que andavas por ai
De coração vazio
Batendo ao Deus-dará
Até que um dia eu vi-te por acaso
Corei como em menina
Mais vermelho não há
Eu sei que disse só coisas sem sentido
Subi ao céu, nem sei o que senti
Subi, subi a bainha do vestido
Um fado que não existe
António Chainho /Fernando Ribeiro
Repertório de Fernando Ribeiro
Porque me deixaste
Tão perto do fim, não sei
Tu nunca regressaste
Cometa que vai mas não vem
Difícil era acreditar
Podíamos ir mais além
Agora não importa
Ficas sozinha também
 
Ponho a máscara de carrasco
E faço cumprir a lei
 
Porque me falhaste
Se a tudo me resignei
Talvez estivesse escrito
Que não ia correr bem
Por agora desisti
De tentar seja o que for
 
Ponho a máscara de carrasco
E faço cumprir a lei
 
Que tão triste é viver triste
Triste ao lado de alguém
 
Porque não quero viver
Porque não quero dar vida
A um fado que não existe
Repertório de Fernando Ribeiro
Porque me deixaste
Tão perto do fim, não sei
Tu nunca regressaste
Cometa que vai mas não vem
Difícil era acreditar
Podíamos ir mais além
Agora não importa
Ficas sozinha também
Ponho a máscara de carrasco
E faço cumprir a lei
Porque me falhaste
Se a tudo me resignei
Talvez estivesse escrito
Que não ia correr bem
Por agora desisti
De tentar seja o que for
Ponho a máscara de carrasco
E faço cumprir a lei
Que tão triste é viver triste
Triste ao lado de alguém
Porque não quero viver
Porque não quero dar vida
A um fado que não existe
O maior é Deus
Américo Carlos / Popular *fado menor*
Repertório de David Gonçalves
Eu sou maior do que Deus
Maior do que Deus eu sou
Mas somente no pecado
Porque Deus nunca pecou
E por ver esquecido
Alguns mandamentos seus
A sofrer tenho vivido
Eu sou maior do que Deus
Sou maior na minha dor
Dor com que Deus me domou
Mas rezo a Deus com fervor
Maior do que Deus eu sou
Esquecendo a lei do Senhor
Eu vou por caminho errado
Por é que eu sou maior
Mas somente no pecado
Sou maior e não me iludir
A revolta me chegou
Pois Deus é maior em tudo
Porque Deus nunca pecou
Repertório de David Gonçalves
Eu sou maior do que Deus
Maior do que Deus eu sou
Mas somente no pecado
Porque Deus nunca pecou
E por ver esquecido
Alguns mandamentos seus
A sofrer tenho vivido
Eu sou maior do que Deus
Sou maior na minha dor
Dor com que Deus me domou
Mas rezo a Deus com fervor
Maior do que Deus eu sou
Esquecendo a lei do Senhor
Eu vou por caminho errado
Por é que eu sou maior
Mas somente no pecado
Sou maior e não me iludir
A revolta me chegou
Pois Deus é maior em tudo
Porque Deus nunca pecou
Noite sem dono
José Fernandes Castro / Armando Machado *fado licas*
Repertório de José Moreira *ao vivo*
A noite do amor não me pertence
Embora faça dela o meu acoite
E p’la noite ser lei que me convence
Sou alma que só quer viver na noite
A noite não tem som que eu não suporte
Nem tem luz que não seja a luz que quero
Na noite é que me sinto mesmo forte
Tão forte que por vezes me venero
Na noite é que sei ser franco e sincero
Medindo bem a força da razão
Renego à solidão, o desespero
E entrego o meu amor à solidão;
A noite é o amor por quem espero
Quando obedeço à lei do coração
Repertório de José Moreira *ao vivo*
A noite do amor não me pertence
Embora faça dela o meu acoite
E p’la noite ser lei que me convence
Sou alma que só quer viver na noite
A noite não tem som que eu não suporte
Nem tem luz que não seja a luz que quero
Na noite é que me sinto mesmo forte
Tão forte que por vezes me venero
Na noite é que sei ser franco e sincero
Medindo bem a força da razão
Renego à solidão, o desespero
E entrego o meu amor à solidão;
A noite é o amor por quem espero
Quando obedeço à lei do coração
Aprender a sorrir
António Chainho / Tiago Torres da Silva
Repertório de Vanessa da Mata
A tradição
Diz que a saudade é coisa infeliz
Mas eu não sei se o que ela diz
É p'ra escutar com atenção
 
Posso afirmar
Que não é triste lembrar de alguém
Que toda vida nos fez o bem
E agora foi noutro lugar
 
Meu Deus do céu
Como é bom aprender a sorrir
Quando a saudade vem
Meu Deus do céu
Como é bom ter saudade de alguém
 
E se amanhã
A vida nos separar aos dois
Quero que você veja depois
Como a saudade é coisa vã
 
Eu quero ser
Uma lembrança... mas tão feliz
Que quando a dor estiver por um triz
Seu coração irá dizer
Repertório de Vanessa da Mata
A tradição
Diz que a saudade é coisa infeliz
Mas eu não sei se o que ela diz
É p'ra escutar com atenção
Posso afirmar
Que não é triste lembrar de alguém
Que toda vida nos fez o bem
E agora foi noutro lugar
Meu Deus do céu
Como é bom aprender a sorrir
Quando a saudade vem
Meu Deus do céu
Como é bom ter saudade de alguém
E se amanhã
A vida nos separar aos dois
Quero que você veja depois
Como a saudade é coisa vã
Eu quero ser
Uma lembrança... mas tão feliz
Que quando a dor estiver por um triz
Seu coração irá dizer
A paixão nunca tem voz
João Ferraz / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertório de David Gonçalves
Eu não sei falar d'amor
A paixão nunca tem voz
É flor, é vida, é semente
Na alegria ou na dor
O q'importa somos nós
Unidos eternamente
Se me falta o respirar
Assim que caio em teus braços
Nunca perco essa vontade
Vontade sim de t'amar
Do calor dos teus abraços
Da nossa cumplicidade
Esta ânsia de te querer
Aumenta com os teus beijos
Com a luz do teu olhar
Nosso amor não vai morrer
Triunfam nossos desejos
Ninguém nos vai separar
Neste meu canto de s'prança
Há dois caminhos diversos
Que vão viver lado a lado
O meu coração balança
Nas linhas destes versos
Os versos do nosso fado
Repertório de David Gonçalves
Eu não sei falar d'amor
A paixão nunca tem voz
É flor, é vida, é semente
Na alegria ou na dor
O q'importa somos nós
Unidos eternamente
Se me falta o respirar
Assim que caio em teus braços
Nunca perco essa vontade
Vontade sim de t'amar
Do calor dos teus abraços
Da nossa cumplicidade
Esta ânsia de te querer
Aumenta com os teus beijos
Com a luz do teu olhar
Nosso amor não vai morrer
Triunfam nossos desejos
Ninguém nos vai separar
Neste meu canto de s'prança
Há dois caminhos diversos
Que vão viver lado a lado
O meu coração balança
Nas linhas destes versos
Os versos do nosso fado
Naufrágio *fria claridade*
Pedro Homem de Mello / Pedro Rodrigues
Repertório de João Braga
No meio da claridade
Daquele tão triste dia
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Rostos, carros, movimentos
Traziam noite e segredo
Só eu me sentia lento
E avançava quase a medo
Só a saudade da Pátria
Longínqua me acompanhava
Quisera voltar à serra
E ouvir o vento e a água brava
Quisera voltar ao bosque
Onde sei que sou lembrado;
Voltar às leiras de Afife
E ouvir a canção tão mansa
Do pastor que guarda o gado
Mas, nas ruas sinuosas
Ainda o rumor crescera;
E eu contemplava, assombrado
Minhas mãos, ontem com rosas
Minhas mãos, hoje de cera
Então, passaram por mim
Uns olhos lindos, depois
Julguei sonhar, vendo enfim
Dois olhos como há só dois
Em todos os meus sentidos
Tive presságios de adeus
E os olhos, logo perdidos
Afastaram-se dos meus
Acordei... a claridade
Fez-se maior e mais fria
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Repertório de João Braga
No meio da claridade
Daquele tão triste dia
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Rostos, carros, movimentos
Traziam noite e segredo
Só eu me sentia lento
E avançava quase a medo
Só a saudade da Pátria
Longínqua me acompanhava
Quisera voltar à serra
E ouvir o vento e a água brava
Quisera voltar ao bosque
Onde sei que sou lembrado;
Voltar às leiras de Afife
E ouvir a canção tão mansa
Do pastor que guarda o gado
Mas, nas ruas sinuosas
Ainda o rumor crescera;
E eu contemplava, assombrado
Minhas mãos, ontem com rosas
Minhas mãos, hoje de cera
Então, passaram por mim
Uns olhos lindos, depois
Julguei sonhar, vendo enfim
Dois olhos como há só dois
Em todos os meus sentidos
Tive presságios de adeus
E os olhos, logo perdidos
Afastaram-se dos meus
Acordei... a claridade
Fez-se maior e mais fria
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Refúgio
Letra e música de José Cid
Repertório do autor
Longe daqui
Para lá do mundo
Há um lugar
Onde eu me escondo
 
Repertório do autor
Longe daqui
Para lá do mundo
Há um lugar
Onde eu me escondo
Longe da tristeza e da solidão
Fico em silêncio, em contemplação
Vem, voar comigo
No azul, no infinito
Porque o mundo, lá no céu
É muito mais bonito
Fico em silêncio, em contemplação
Vem, voar comigo
No azul, no infinito
Porque o mundo, lá no céu
É muito mais bonito
Alvas brumas do Norte
Teixeira de Pascoaes / José Cid
Repertório de Paulo Bragança
Alvas Brumas do Norte
Ó brumas encantadas
Criai lendas de sonho
Aparições de fadas;
Castelos de luar
E torres de marfim
Prisões de Guanavier
Magias de Merlim
 
Brumas que anunciais
O cântico dos dias
E em meus olhos deixais
Lagos em cinza fria;
Ó fantasmas de mães
Vestidas de esplendores
Que nas manhãs de estio
Amamentais as flores
 
Alvas brumas que sois
Tão intenso luar
Que às vezes escurece
Em vez de alumiar;
E perdeis nas montanhas
Os ermos viajantes
Quando os lobos com fome
Andam a uivar errantes
Repertório de Paulo Bragança
Alvas Brumas do Norte
Ó brumas encantadas
Criai lendas de sonho
Aparições de fadas;
Castelos de luar
E torres de marfim
Prisões de Guanavier
Magias de Merlim
Brumas que anunciais
O cântico dos dias
E em meus olhos deixais
Lagos em cinza fria;
Ó fantasmas de mães
Vestidas de esplendores
Que nas manhãs de estio
Amamentais as flores
Alvas brumas que sois
Tão intenso luar
Que às vezes escurece
Em vez de alumiar;
E perdeis nas montanhas
Os ermos viajantes
Quando os lobos com fome
Andam a uivar errantes
Do Chiado até ao cais
Hugo Costa / Viviane e Tó Viegas
Repertório de Viviane
Do Chiado até ao Cais
São mil anos entre nós
O Pessoa faz de conta
E o Bocage ri de vós
 
O Camões espera por ti
Ó Eça, em tarde de Abril
Quem me dera ser um sonho
Ver o Tejo em tons de anil
 
Da Ribeira à 24
Lá foi o caldo entornado
Para acabar a bazófia
Veio a bófia do outro lado
 
Na Estrela esperarei por ti
Numa tarde em Agosto
Quem me dera ser Prazeres
Não me dês nenhum desgosto
 
Do Rossio até Belém
De São Bento à Conchinchina
Muita gente vai e vem
Numa alma feminina
 
No Marquês eu esperarei
Um rotundo “não me lembro”
No Terreiro matarei
O rei que amei em setembro
Repertório de Viviane
Do Chiado até ao Cais
São mil anos entre nós
O Pessoa faz de conta
E o Bocage ri de vós
O Camões espera por ti
Ó Eça, em tarde de Abril
Quem me dera ser um sonho
Ver o Tejo em tons de anil
Da Ribeira à 24
Lá foi o caldo entornado
Para acabar a bazófia
Veio a bófia do outro lado
Na Estrela esperarei por ti
Numa tarde em Agosto
Quem me dera ser Prazeres
Não me dês nenhum desgosto
Do Rossio até Belém
De São Bento à Conchinchina
Muita gente vai e vem
Numa alma feminina
No Marquês eu esperarei
Um rotundo “não me lembro”
No Terreiro matarei
O rei que amei em setembro
Fado da verdade
António de Bragança / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Houve alguém que disse um dia
Que o fado adormecia
Os que ouvissem seus gemidos
Que o fado tira energias
Que nos leva as alegrias
Que é uma canção de vencidos
É heresia, é pecado
Dizer tal coisa do fado
Fazer tal afirmação
Se o fado é triste cantar
Ele apenas faz chorar
A quem tem um coração
E quem do fado diz mal
Não nasceu em Portugal
Ou sem querer, falta a verdade
O fado, cantar tão terno
Não acaba e é eterno
Para nossa felicidade
Não faz ninguém infeliz
E abençoado país
Que tem tal preciosidade
Do amor, ele é irmão
Tem por pai o coração
E por mãe tem a saudade
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Houve alguém que disse um dia
Que o fado adormecia
Os que ouvissem seus gemidos
Que o fado tira energias
Que nos leva as alegrias
Que é uma canção de vencidos
É heresia, é pecado
Dizer tal coisa do fado
Fazer tal afirmação
Se o fado é triste cantar
Ele apenas faz chorar
A quem tem um coração
E quem do fado diz mal
Não nasceu em Portugal
Ou sem querer, falta a verdade
O fado, cantar tão terno
Não acaba e é eterno
Para nossa felicidade
Não faz ninguém infeliz
E abençoado país
Que tem tal preciosidade
Do amor, ele é irmão
Tem por pai o coração
E por mãe tem a saudade
O meu destino
Letra e música de Carlos Soares da Silva
Repertório de Eduardo Falcão
O meu destino é
Caminhar na vida sem sorrir
Como um fadista sem guitarra, sem valor
Sem saber do muito
Que há em nós por descobrir
Sem saber do tempo que há em ti… amor
 
Repertório de Eduardo Falcão
O meu destino é
Caminhar na vida sem sorrir
Como um fadista sem guitarra, sem valor
Sem saber do muito
Que há em nós por descobrir
Sem saber do tempo que há em ti… amor
Viver sem esperança, meu amor 
Guardar sempre
A lembrança do que fui
E sonhar que ainda sou
Oração p’ra se rezar
E no fim
Ter-te junto a mim
 
Cantei ao tempo que existiu
P’ra’além do tempo em flor
Cantei à terra
Que a semente faz viver
Nem o temo, nem a terra
Sabiam do teu calor
Da chama que a tua boca Faz acontecer
Guardar sempre
A lembrança do que fui
E sonhar que ainda sou
Oração p’ra se rezar
E no fim
Ter-te junto a mim
Cantei ao tempo que existiu
P’ra’além do tempo em flor
Cantei à terra
Que a semente faz viver
Nem o temo, nem a terra
Sabiam do teu calor
Da chama que a tua boca Faz acontecer
Fado Lemanjá
Rodrigo Emílio / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos e Sousa
Do meio das ondas sais
Para o seio delas voltas
Coroada de corais
E de colares de corolas
Cada vez cintilam mais;
À beira-mar, os metais
Matinais, de um par de argolas
Se argonautas são teus pais
E és irmã das amapolas
Por que razão não te vais
Não desertas, não descolas;
Do areal deste cais
Estival, onde estiolas?
Corre a outros litorais
Deusa das praias crioulas
E verás se não atrais
Bacanais de barcarolas;
Já das ondas sobressais
Já no mar emerges mais
Saltas de lá, dele te soltas
Decorados de corais
E de clorares de corolas
Saltam contigo os metais
Sem par do teu par d'argolas
Repertório de José Campos e Sousa
Do meio das ondas sais
Para o seio delas voltas
Coroada de corais
E de colares de corolas
Cada vez cintilam mais;
À beira-mar, os metais
Matinais, de um par de argolas
Se argonautas são teus pais
E és irmã das amapolas
Por que razão não te vais
Não desertas, não descolas;
Do areal deste cais
Estival, onde estiolas?
Corre a outros litorais
Deusa das praias crioulas
E verás se não atrais
Bacanais de barcarolas;
Já das ondas sobressais
Já no mar emerges mais
Saltas de lá, dele te soltas
Decorados de corais
E de clorares de corolas
Saltam contigo os metais
Sem par do teu par d'argolas
Maré de amor
Eduardo Ramos Morais / Popular *fado das horas*
Repertório de Sónya Silva
Quando os teus olhos mergulham
No fundo do meu olhar
Meus pensamentos desvendam
Nem é preciso falar
O teu abraço que ateia
O fogo do meu desejo
E o meu alento se enleia
No pulsar de mais um beijo
O teu navio que navega
O meu mar, à descoberta
Do meu corpo que se entrega
Ao traçar da rota certa
Acalma-se a tempestade
Há sol na minha enseada
Onda azul de felicidade
Na minha areia dourada
Tu és minha liberdade
De me sentir presa a ti
Um amor feito verdade
Como jamais eu senti
Repertório de Sónya Silva
Quando os teus olhos mergulham
No fundo do meu olhar
Meus pensamentos desvendam
Nem é preciso falar
O teu abraço que ateia
O fogo do meu desejo
E o meu alento se enleia
No pulsar de mais um beijo
O teu navio que navega
O meu mar, à descoberta
Do meu corpo que se entrega
Ao traçar da rota certa
Acalma-se a tempestade
Há sol na minha enseada
Onda azul de felicidade
Na minha areia dourada
Tu és minha liberdade
De me sentir presa a ti
Um amor feito verdade
Como jamais eu senti
Quando eu me for embora
Frederico Garcia Lorca / José Cid
Repertório de Paulo Bragança
Quando
Quando eu me for embora
Eu só hei-de levar comigo
Minha guitarra
Quando
Quando eu me for embora
Vou partir sorrindo
Mas minh’alma chora
Chora, porque deixa
Tudo aquilo que eu amei
Sigo sem destino
Eu sei que me perderei;
Quando eu for embora
Minh’alma chora
Repertório de Paulo Bragança
Quando
Quando eu me for embora
Eu só hei-de levar comigo
Minha guitarra
Quando
Quando eu me for embora
Vou partir sorrindo
Mas minh’alma chora
Chora, porque deixa
Tudo aquilo que eu amei
Sigo sem destino
Eu sei que me perderei;
Quando eu for embora
Minh’alma chora
Fado da noite
Pedro Nobre / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de Rita Inácio
À noite canto o meu fado
Com alma e sentimento
Meu sorriso está rasgado
Escondendo o meu sofrimento
Esta voz que Deus me deu
Alegra a minha mente
E esta dor que morreu
Ao cantar para a minha gente
Uma guitarra a tocar
Cada nota em sintonia
Faz a minha voz soltar
Formando esta melodia
Mais uma noite a cantar
O destino da minha vida
O qual eu vou amar
Até à minha despedida
Repertório de Rita Inácio
À noite canto o meu fado
Com alma e sentimento
Meu sorriso está rasgado
Escondendo o meu sofrimento
Esta voz que Deus me deu
Alegra a minha mente
E esta dor que morreu
Ao cantar para a minha gente
Uma guitarra a tocar
Cada nota em sintonia
Faz a minha voz soltar
Formando esta melodia
Mais uma noite a cantar
O destino da minha vida
O qual eu vou amar
Até à minha despedida
Fado soneto
Fernando Tavares Rodrigues / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos e Sousa
Cada manhã era a véspera da surpresa
De silêncio em silêncio anunciada
De encanto se tecia e de tristeza
Essa noite cada vez mais desejada
Do teu corpo prometido, ainda o cheiro
Do teu ventre revelado, ainda a chama
A saudade do que foi um dia inteiro
Na moldura do que foi a nossa cama
Cada minuto um punhal impaciente
Cada gesto uma caricia antecipada
Cada suspiro um excesso de ar eloquente
E a surpresa da surpresa desejada;
O sabor desse teu corpo adolescente
De mulher em cada beijo renovada
Repertório de José Campos e Sousa
Cada manhã era a véspera da surpresa
De silêncio em silêncio anunciada
De encanto se tecia e de tristeza
Essa noite cada vez mais desejada
Do teu corpo prometido, ainda o cheiro
Do teu ventre revelado, ainda a chama
A saudade do que foi um dia inteiro
Na moldura do que foi a nossa cama
Cada minuto um punhal impaciente
Cada gesto uma caricia antecipada
Cada suspiro um excesso de ar eloquente
E a surpresa da surpresa desejada;
O sabor desse teu corpo adolescente
De mulher em cada beijo renovada
Fado Marco
Eduardo Ramos Morais / João do Carmo Noronha *Fado Pechincha*
Repertório de Sónya Silva
Lá por ser assim cheiinha
Não sou das outras diferente
Há muita moça fininha
Que nunca, chega a ser gente
O meu coração é meigo
Meus olhos espalham ternura
Mas não é pra qualquer leigo
Que guardei tanta doçura
O brilho do meu sorriso
Franco, cheio de verdade
É tiro certo e preciso
São setas de felicidade
Não tinha pressa de amar
E, entretanto, apareceu
Quem me soube apreciar
E o meu amor acendeu
Ele conseguiu conhecer
Mesmo o que não estava à vista
Fez de mim outra mulher
Fez de mim outra fadista
Repertório de Sónya Silva
Lá por ser assim cheiinha
Não sou das outras diferente
Há muita moça fininha
Que nunca, chega a ser gente
O meu coração é meigo
Meus olhos espalham ternura
Mas não é pra qualquer leigo
Que guardei tanta doçura
O brilho do meu sorriso
Franco, cheio de verdade
É tiro certo e preciso
São setas de felicidade
Não tinha pressa de amar
E, entretanto, apareceu
Quem me soube apreciar
E o meu amor acendeu
Ele conseguiu conhecer
Mesmo o que não estava à vista
Fez de mim outra mulher
Fez de mim outra fadista
Beijos
José Fernandes Castro / Carlos Neves *fado tamanquinhas*
Repertório de Silva Machado (ao vivo)
Dei-te um beijo e percebi
Como matar um desejo
Confesso que foi por ti
Que senti e descobri
A alma pura do beijo
Dei-te um beijo penetrante
Demorado e sonhador
Um beijo foi o bastante
Para tornar mais constante
Este meu sonho d’amor
Um beijo, quando sonhado
Tem um sabor diferente
Umas vezes sabe a fado
Outras vezes, por pecado
Sabe aos caprichos da mente
E quando o beijo acontece
Duma forma natural
O coração estremece
O medo desaparece
E a vida é sonho real
Repertório de Silva Machado (ao vivo)
Dei-te um beijo e percebi
Como matar um desejo
Confesso que foi por ti
Que senti e descobri
A alma pura do beijo
Dei-te um beijo penetrante
Demorado e sonhador
Um beijo foi o bastante
Para tornar mais constante
Este meu sonho d’amor
Um beijo, quando sonhado
Tem um sabor diferente
Umas vezes sabe a fado
Outras vezes, por pecado
Sabe aos caprichos da mente
E quando o beijo acontece
Duma forma natural
O coração estremece
O medo desaparece
E a vida é sonho real
O fado do meu país
Letra e música de Carlos Soares da Silva
Repertório de Eduardo Falcão
O fado não pertence à Madragoa
A Alfama ou à Mouraria
Esses bairros de Lisboa
O fado, sentimento sem igual
Nasceu no meu país
Pertence a Portugal;
Repertório de Eduardo Falcão
O fado não pertence à Madragoa
A Alfama ou à Mouraria
Esses bairros de Lisboa
O fado, sentimento sem igual
Nasceu no meu país
Pertence a Portugal;
Canção que no meu peito ecoa
Canção que a minha voz entoa
São tantas vozes que dizem do fado
Tantos os bairros que o querem p´ra si
Rezava assim, um fadista magoado
Cantador velho, tão triste a cansado
Que em sua voz só saudade senti
Falou de tempos passados
Cantigas de antigamente
Da guitarra, seus trinados
Da voz que canta dolente
Tanta vaidade p´los tempos, agora
Tantos artistas de modo gingão
Dizia ainda o fadista de outrora
Rosto trigueiro, uma face que chora
Olhos de mar que buscam a solidão
Agora que está na moda
Não há bairro que o não queira
Nos salões da alta roda
Entrou, à sua maneira
Canção que a minha voz entoa
São tantas vozes que dizem do fado
Tantos os bairros que o querem p´ra si
Rezava assim, um fadista magoado
Cantador velho, tão triste a cansado
Que em sua voz só saudade senti
Falou de tempos passados
Cantigas de antigamente
Da guitarra, seus trinados
Da voz que canta dolente
Tanta vaidade p´los tempos, agora
Tantos artistas de modo gingão
Dizia ainda o fadista de outrora
Rosto trigueiro, uma face que chora
Olhos de mar que buscam a solidão
Agora que está na moda
Não há bairro que o não queira
Nos salões da alta roda
Entrou, à sua maneira
A minha vida é
Letra e música de Kátia Guerreiro
Repertório da autora
A minha vida é
Dar-me ao fado mais sentido
Cantar é sonho vivido
E encontrar, cantando, mais calor
E enquanto canto
Eu perco o medo, abro a vidraça
Mostro quem sou a quem passa
E dou-me inteira ao amor
Repertório da autora
A minha vida é
Dar-me ao fado mais sentido
Cantar é sonho vivido
E encontrar, cantando, mais calor
E enquanto canto
Eu perco o medo, abro a vidraça
Mostro quem sou a quem passa
E dou-me inteira ao amor
O abraço
Eduardo Ramos Morais / Armando Machado *fado Licas*
Repertório de Sónya Silva
O abraço perdurou para além da vida
O amor continuou na eternidade
Morta pela espada, entre em trama urdida
Que pôs fim ao enlevo e à felicidade
Pereceu Inês no seu sossego
E Pedro intentou sangue e vingança
Não era engano d’alma, ledo e cego
A força deste amor sem semelhança
No dia do juízo, em fim de mundo
A troca de um olhar, já renascido
Com a luz de um sol, quente e profundo
A Deus aquele favor, lhe foi pedido
Pedro e Inês mortais, ao pó voltaram
Seu imortal amor ficou na história
Poetas e pintores, os figuraram
Na pedra os escultores, lhe deram glória
Repertório de Sónya Silva
O abraço perdurou para além da vida
O amor continuou na eternidade
Morta pela espada, entre em trama urdida
Que pôs fim ao enlevo e à felicidade
Pereceu Inês no seu sossego
E Pedro intentou sangue e vingança
Não era engano d’alma, ledo e cego
A força deste amor sem semelhança
No dia do juízo, em fim de mundo
A troca de um olhar, já renascido
Com a luz de um sol, quente e profundo
A Deus aquele favor, lhe foi pedido
Pedro e Inês mortais, ao pó voltaram
Seu imortal amor ficou na história
Poetas e pintores, os figuraram
Na pedra os escultores, lhe deram glória
Fado pronto a vestir
Rodrigo Emílio / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos Sousa
O curtido e recortado
Colorido desse prado
Lembra um vestido comprido
No acto de ser comprado;
E com que largo alarido
Desde logo alardeado
Todo abrocado tecido
Muito franzido e franjado;
Vibrante como um estampido
A sete cores estampado
Verde prado, verde pinho
Verde oliva platinado
Amarelo canarinho
E encarnado afogueado;
Ao colo do colorido
Como que encolerizado
Que ilumina esse vestido
Valioso alegre e alado;
Dando-lhe um ar de vestido
De levar à feira e adro
Quedo-me um tanto aturdido
E outro tanto atordoado
É cada cor um balido
Embalado no garrido
E desgarrado bailado
Que vem tocado e tangido;
Na barra desse vestido
Ondulante e ondulado
Pintado na cor da um grito
Agudamente gritado;
Lembra-me o prado um vestido
De ruido rodeado
Lembra sim, lembra um vestido
lembra um vestido rodado
Logo depois de ter sido
Estridentemente estreado;
O claro colorido
Desse quadro acalorado
Traçado pelo sortido
E sorteado tecido;
De prado tão travestido
De prado tão transviado
O curtido e recortado
Colorido desse prado
Lembra um vestido comprido
De tipo remediado;
Que a retalhos foi medido
E a retalhos remendado
'té acabar por ter sido
Com displicência, despido;
E a teus pés, abandonado
Repertório de José Campos Sousa
O curtido e recortado
Colorido desse prado
Lembra um vestido comprido
No acto de ser comprado;
E com que largo alarido
Desde logo alardeado
Todo abrocado tecido
Muito franzido e franjado;
Vibrante como um estampido
A sete cores estampado
Verde prado, verde pinho
Verde oliva platinado
Amarelo canarinho
E encarnado afogueado;
Ao colo do colorido
Como que encolerizado
Que ilumina esse vestido
Valioso alegre e alado;
Dando-lhe um ar de vestido
De levar à feira e adro
Quedo-me um tanto aturdido
E outro tanto atordoado
É cada cor um balido
Embalado no garrido
E desgarrado bailado
Que vem tocado e tangido;
Na barra desse vestido
Ondulante e ondulado
Pintado na cor da um grito
Agudamente gritado;
Lembra-me o prado um vestido
De ruido rodeado
Lembra sim, lembra um vestido
lembra um vestido rodado
Logo depois de ter sido
Estridentemente estreado;
O claro colorido
Desse quadro acalorado
Traçado pelo sortido
E sorteado tecido;
De prado tão travestido
De prado tão transviado
O curtido e recortado
Colorido desse prado
Lembra um vestido comprido
De tipo remediado;
Que a retalhos foi medido
E a retalhos remendado
'té acabar por ter sido
Com displicência, despido;
E a teus pés, abandonado
Questões da alma
José Fernandes Castro / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Pedro Ferreira *ao vivo*
Falei há pouco tempo com o tempo
E perguntei p´lo tempo que vivi
O tempo respondeu; espera um momento
Hoje não tenho tempo para ti
Falei há pouco tempo com a vida
Para tentar saber que vida tenho
A vida respondeu-me de seguida;
Eu não tenho medida nem tamanho
Falei com a saudade e com o fado
O casal mais perfeito que conheço
Perguntei porque andam lado a lado
Responderam; é assim desde o começo
Falei há pouco tempo com o amor
Perguntado que amor posso esperar
O coração respondeu; tens o melhor
E o maior amor que pude dar
Falei há pouco tempo com o tempo
E perguntei p´lo tempo que vivi
O tempo respondeu; espera um momento
Hoje não tenho tempo para ti
Falei há pouco tempo com a vida
Para tentar saber que vida tenho
A vida respondeu-me de seguida;
Eu não tenho medida nem tamanho
Falei com a saudade e com o fado
O casal mais perfeito que conheço
Perguntei porque andam lado a lado
Responderam; é assim desde o começo
Falei há pouco tempo com o amor
Perguntado que amor posso esperar
O coração respondeu; tens o melhor
E o maior amor que pude dar
Beijo maldito
Rita Inácio / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Rita Inácio
Esse teu beijo maldito
Dos meus lábios arrancaste
Fez nascer paixão que omito
Deste o beijo, mas não ficaste
Os teus lábios nos meus perderam
A noção simples do tempo
Como se compreenderam
Nossos lábios naquele momento
Mas o teu maldito beijo
Transformou-me em ansiedade
O impossível eu desejo
E não desvendo a verdade
Ai como queima esta paixão
Que o teu beijo desencadeia
Contigo perco a razão
E sou uma louca e meia
Com o teu beijo sou uma louca
Esse beijo que renego
Mas teu beijo é coisa pouca
Quero mais e não te nego
Deste um beijo e foste embora
Eu pensei em seres maldito
Meu amor, está na hora
De mais um beijo bendito
Repertório de Rita Inácio
Esse teu beijo maldito
Dos meus lábios arrancaste
Fez nascer paixão que omito
Deste o beijo, mas não ficaste
Os teus lábios nos meus perderam
A noção simples do tempo
Como se compreenderam
Nossos lábios naquele momento
Mas o teu maldito beijo
Transformou-me em ansiedade
O impossível eu desejo
E não desvendo a verdade
Ai como queima esta paixão
Que o teu beijo desencadeia
Contigo perco a razão
E sou uma louca e meia
Com o teu beijo sou uma louca
Esse beijo que renego
Mas teu beijo é coisa pouca
Quero mais e não te nego
Deste um beijo e foste embora
Eu pensei em seres maldito
Meu amor, está na hora
De mais um beijo bendito
O baloiço
Letra e música de José Cid *fado Mogofores*
Repertório de Paulo Bragança
Esta vida é um baloiço
Sempre, sempre a baloiçar
Não me falem que eu não oiço
Se o que eu quero é balançar
 
Esta vida é um carrocel
Sempre à volta sem parar
Gira, gira o redondel
E assim mais quero dançar
 
Vai, vem, baloiço vai
Faz-me ver ao longe
Até onde o sol cai
Já lá vem noite
‘inda ninguém há que me acoite
Estou farto!
E o que eu preciso?
Não sei, eu sei lá
É do que há-de vir ao Deus-dará
Esta vida é um fandango
Frágil baile de fingir
Trapézio em passos de tango
E quase sempre a cair
 
Esta vida é um pião
Rodopia e faz faísca
Quem dera ter o condão
Para saber como se arrisca
Repertório de Paulo Bragança
Esta vida é um baloiço
Sempre, sempre a baloiçar
Não me falem que eu não oiço
Se o que eu quero é balançar
Esta vida é um carrocel
Sempre à volta sem parar
Gira, gira o redondel
E assim mais quero dançar
Vai, vem, baloiço vai
Faz-me ver ao longe
Até onde o sol cai
Já lá vem noite
‘inda ninguém há que me acoite
Estou farto!
E o que eu preciso?
Não sei, eu sei lá
É do que há-de vir ao Deus-dará
Esta vida é um fandango
Frágil baile de fingir
Trapézio em passos de tango
E quase sempre a cair
Esta vida é um pião
Rodopia e faz faísca
Quem dera ter o condão
Para saber como se arrisca
Agora digo a cantar
Eduardo Ramos Morais / José Marques *fado triplicado*
Repertório de Sónya Silva
O meu fado está diferente
No que sente e pressente
A minha vida mudou
Encontrei a felicidade
A verdade, a lealdade
Quando o teu amor chegou
És a nova melodia
Harmonia, do meu dia
Tempo do mesmo compasso
És o calor do meu ninho
O miminho e o carinho
Com a força do teu abraço
Acendes o meu desejo
O ensejo de mais um beijo
Em torrentes de ternura
É tão grande a emoção
Turbilhão ou explosão
Toca as raias da loucura
Agora digo a cantar
No pulsar, do verbo amar
E só não vê quem não quer
É um amor bem dedilhado
Bem-amado, novo fado
Sou uma nova mulher
Repertório de Sónya Silva
O meu fado está diferente
No que sente e pressente
A minha vida mudou
Encontrei a felicidade
A verdade, a lealdade
Quando o teu amor chegou
És a nova melodia
Harmonia, do meu dia
Tempo do mesmo compasso
És o calor do meu ninho
O miminho e o carinho
Com a força do teu abraço
Acendes o meu desejo
O ensejo de mais um beijo
Em torrentes de ternura
É tão grande a emoção
Turbilhão ou explosão
Toca as raias da loucura
Agora digo a cantar
No pulsar, do verbo amar
E só não vê quem não quer
É um amor bem dedilhado
Bem-amado, novo fado
Sou uma nova mulher
Vai, não digas nada
Letra e música de Augusto Madureira
Repertório de António Vasco Moraes
Vai, se fores capaz
De me deixar em desalento
Vai, se fores capaz
De me deixar sozinho ao vento
Vai, mas quando fores não digas nada
O silêncio é d'ouro
E eu quero a saudade p'ra sempre dourada
Vai, se fores capaz
De me deixar neste castigo
Vai, se fores capaz
De me deixar sem um abrigo
Vai, mas quando fores não digas nada
A dor fez-se carne
E eu quero a tristeza p'ra sempre encarnada
Só, aqui fiquei
Perdido num mundo de esperanças e gritos
Fiquei, perdido nas trevas da noite sozinho
Fiquei perdido no mundo com medo
Perdido na vida sem paz
Cantando canções de amargura que não sou capaz
Vai, se fores capaz
De me deixar de alma despida
Vai, se fores capaz
De me deixar sem despedida
Vai, mas quando fores não digas nada
O peito gelou
E eu quero esta chama p'ra sempre gelada
Repertório de António Vasco Moraes
Vai, se fores capaz
De me deixar em desalento
Vai, se fores capaz
De me deixar sozinho ao vento
Vai, mas quando fores não digas nada
O silêncio é d'ouro
E eu quero a saudade p'ra sempre dourada
Vai, se fores capaz
De me deixar neste castigo
Vai, se fores capaz
De me deixar sem um abrigo
Vai, mas quando fores não digas nada
A dor fez-se carne
E eu quero a tristeza p'ra sempre encarnada
Só, aqui fiquei
Perdido num mundo de esperanças e gritos
Fiquei, perdido nas trevas da noite sozinho
Fiquei perdido no mundo com medo
Perdido na vida sem paz
Cantando canções de amargura que não sou capaz
Vai, se fores capaz
De me deixar de alma despida
Vai, se fores capaz
De me deixar sem despedida
Vai, mas quando fores não digas nada
O peito gelou
E eu quero esta chama p'ra sempre gelada
O meu grito feito fado
Eduardo Ramos / Armando Machado *fado maria rita*
Repertório de Rita Inácio
Fica calado o meu grito
Silêncio feito ansiedade
Na brisa da madrugada
Rasgo um poema não escrito
Fujo da minha verdade
Como se fosse a culpada
O meu grito fica fechado
Projeto feito quimera
No fundo do firmamento
Encubro o meu céu estrelado
Fecho a minha primavera
Em Invernos de tormento
Grito vazio que me dói
Regato feito tristeza
Pelo meu rosto a correr
Grito angústia que me rói
Que me deixa na incerteza
E enfraquece o meu crer
O meu grito feito fado
Voa a minha voz ao vento
Desfaz as minhas amarras
Meu coração magoado
Dá ao fado o meu lamento
Quem chora são as guitarras
Repertório de Rita Inácio
Fica calado o meu grito
Silêncio feito ansiedade
Na brisa da madrugada
Rasgo um poema não escrito
Fujo da minha verdade
Como se fosse a culpada
O meu grito fica fechado
Projeto feito quimera
No fundo do firmamento
Encubro o meu céu estrelado
Fecho a minha primavera
Em Invernos de tormento
Grito vazio que me dói
Regato feito tristeza
Pelo meu rosto a correr
Grito angústia que me rói
Que me deixa na incerteza
E enfraquece o meu crer
O meu grito feito fado
Voa a minha voz ao vento
Desfaz as minhas amarras
Meu coração magoado
Dá ao fado o meu lamento
Quem chora são as guitarras
Fado surpresa
Rodrigo Emílio / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos e Sousa
Na tarde que esmoreceu
Era a noite a madrugar
Eras tu e era eu
Era eu e era o mar
Eram lua e sol em guerra
Era a manhã a acordar
Vinham as águas à terra
Ia a terra até ao mar
Era o luar a morrer
Eras tu no apogeu
Era a noite a amanhecer
Era o mar, o céu e eu
Era o sonho de atalaia
A insónia do luar
Era a praia, a praia, a praia
Era tu e era o mar
Era a tarde a anoitecer
Lá onde o sol cabeceia
E eras eu, da praia, a ver
Que o mar acaba em areia
Na manhã que abriu sem véu
Era o olhar a olhar
Era a praia a todo o céu
Eras eu, a terra, o mar
Maré morta, noite calma
Praia deserta de nós
Anda a voz da tua alma
Na alma da minha voz
Repertório de José Campos e Sousa
Na tarde que esmoreceu
Era a noite a madrugar
Eras tu e era eu
Era eu e era o mar
Eram lua e sol em guerra
Era a manhã a acordar
Vinham as águas à terra
Ia a terra até ao mar
Era o luar a morrer
Eras tu no apogeu
Era a noite a amanhecer
Era o mar, o céu e eu
Era o sonho de atalaia
A insónia do luar
Era a praia, a praia, a praia
Era tu e era o mar
Era a tarde a anoitecer
Lá onde o sol cabeceia
E eras eu, da praia, a ver
Que o mar acaba em areia
Na manhã que abriu sem véu
Era o olhar a olhar
Era a praia a todo o céu
Eras eu, a terra, o mar
Maré morta, noite calma
Praia deserta de nós
Anda a voz da tua alma
Na alma da minha voz
Tribunal do amor
José Fernandes Castro / José Marques *fado José Marques*
Repertório de Maria do Sameiro (ao vivo)
Com grande leviandade
Acusaram a saudade
De fazer chorar o mundo
Disseram até que o sonho
Morreu muito mais tristonho
E de desgosto profundo
Ao tribunal do amor
Foi a saudade depôr
Num processo bem antigo
Levou como advogado
O nosso bendito fado
Seu fiel e grande amigo
Melhorou a situação
Quando o senhor coração
Se fez ouvir com agrado
Dizendo num tom bem forte
Que o rumo da nossa sorte
Depende do nosso fado
A audiência findou
Quando o juíz decretou
Esta lei de sensatez
Em nome do sentimento
A saudade fica dentro
Do coração português
Repertório de Maria do Sameiro (ao vivo)
Com grande leviandade
Acusaram a saudade
De fazer chorar o mundo
Disseram até que o sonho
Morreu muito mais tristonho
E de desgosto profundo
Ao tribunal do amor
Foi a saudade depôr
Num processo bem antigo
Levou como advogado
O nosso bendito fado
Seu fiel e grande amigo
Melhorou a situação
Quando o senhor coração
Se fez ouvir com agrado
Dizendo num tom bem forte
Que o rumo da nossa sorte
Depende do nosso fado
A audiência findou
Quando o juíz decretou
Esta lei de sensatez
Em nome do sentimento
A saudade fica dentro
Do coração português
Um anjo
Letra e música de Carlos Soares da Silva
Repertório de Eduardo Falcão
Um dia um anjo olhou p´ra mim
E disse-me que vinha por ordem do Senhor
O sol brilhava nos seus cabelos
Com voz meiga e serena falou-me do amor
De um Deus menino, um Deus maior
Que encheu de graça eterna
Sua mãe, Virgem Maria
Depois sentiu no olhar a esperança
E a sua voz meiga e serena
Falou-me d’alegria
Partiu então, sempre a sorrir
Deixou dentro de mim
A luz do seu esplendor
Olhei o céu numa oração
E a voz que eu dei ao fado
Falou-me deste amor
Repertório de Eduardo Falcão
Um dia um anjo olhou p´ra mim
E disse-me que vinha por ordem do Senhor
O sol brilhava nos seus cabelos
Com voz meiga e serena falou-me do amor
De um Deus menino, um Deus maior
Que encheu de graça eterna
Sua mãe, Virgem Maria
Depois sentiu no olhar a esperança
E a sua voz meiga e serena
Falou-me d’alegria
Partiu então, sempre a sorrir
Deixou dentro de mim
A luz do seu esplendor
Olhei o céu numa oração
E a voz que eu dei ao fado
Falou-me deste amor
Não rias (esse teu riso)
Mote de Carlos Conde / Glosa de Eduardo Ramos Morais
Popular *fado corrido*
Repertório de Sónya Silva
Popular *fado corrido*
Repertório de Sónya Silva
Não rias que esse teu riso
Tem outro alcance outro fim
Às vezes quando é preciso
Também sei chorar assim
Não rias que esse teu riso
Não me afeta nem magoa
E quando ganhares juízo
Verás que te riste à toa
Nos lábios, o meu sorriso
Tem outro alcance outro fim
O que és eu ajuízo
O que quero não é assim
O meu caminho é conciso
Sei onde levam meus passos
Às vezes, quando é preciso
Eu piso espinhos e laços
Um dia vais lamentar
Teres tentado rir de mim
Também sei rir a chorar
Também sei chorar assim
Tem outro alcance outro fim
Às vezes quando é preciso
Também sei chorar assim
Não rias que esse teu riso
Não me afeta nem magoa
E quando ganhares juízo
Verás que te riste à toa
Nos lábios, o meu sorriso
Tem outro alcance outro fim
O que és eu ajuízo
O que quero não é assim
O meu caminho é conciso
Sei onde levam meus passos
Às vezes, quando é preciso
Eu piso espinhos e laços
Um dia vais lamentar
Teres tentado rir de mim
Também sei rir a chorar
Também sei chorar assim
A paz do teu amor
Vasco Lima Couto / Fontes Rocha
Repertório de João Braga
Estou cansado de ser
Repertório de João Braga
Estou cansado de ser
Esta rua parada
De mortos a dormir
Onde guardo o que posso
E onde canto o que é nosso
Ou aprendo o silêncio
De mortos a dormir
Onde guardo o que posso
E onde canto o que é nosso
Ou aprendo o silêncio
Que não deixa fugir 
Estou cansado de ouvir
Estou cansado de ouvir
As notícias mais frias
Que inventam o calor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos
A paz do teu amor
 
Estou cansado de ver
Que inventam o calor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos
A paz do teu amor
Estou cansado de ver
As paredes pintadas
Com as tintas do vento
Onde nunca estarei
Com as tintas do vento
Onde nunca estarei
Porque a noite é uma lei
Que só se pode amar
Por trás do pensamento
Estou cansado de ter
Que só se pode amar
Por trás do pensamento
Estou cansado de ter
Os dias entre os dias
Que fingem ter valor
Estou cansado e por isso
Dá-me tu pelo menos
A paz do teu amor
 
Dá-me o sol da manhã
Essa esperança bendita
De ter fome a sorrir
Onde corto o que posso
E onde canto o que é nosso
Apesar deste mundo
O tentar impedir
 
Dá-me o breve resguardo
Desta canção que eu guardo
Com honesto pudor
E embora o ódio fale
Que tudo em mim não cale
A paz do teu amor
Que fingem ter valor
Estou cansado e por isso
Dá-me tu pelo menos
A paz do teu amor
Dá-me o sol da manhã
Essa esperança bendita
De ter fome a sorrir
Onde corto o que posso
E onde canto o que é nosso
Apesar deste mundo
O tentar impedir
Dá-me o breve resguardo
Desta canção que eu guardo
Com honesto pudor
E embora o ódio fale
Que tudo em mim não cale
A paz do teu amor
Verso novo, verso povo
Andreia Alferes / Alfredo Duarte *menor-versículo*
Repertório de Andreia Alferes
Verso novo, verso povo em minha voz
Que se aquece em lume brando à tua mão
D`onde bebo o vinho bom de sermos sós
Onde faço do teu trigo, o meu pão
Verso novo do mar bravo, ou do céu liso
Pinho mudo em cordas soltas de cetim
Verso povo que alimenta o que eu preciso
Mãos que embalam a saudade que há em mim
Verso povo, espada, sangue, grito aceso
Que pariu em dor agreste o chão lavrado
Mãos que provam do que trago em mim preso
Porque a alma se liberta neste fado
Verso novo, verso povo, verso em flor
Primavera desta terra, deste chão
Meu Inverno que adormece em tom d'amor
Aquecido em lume brando à tua mão
Repertório de Andreia Alferes
Verso novo, verso povo em minha voz
Que se aquece em lume brando à tua mão
D`onde bebo o vinho bom de sermos sós
Onde faço do teu trigo, o meu pão
Verso novo do mar bravo, ou do céu liso
Pinho mudo em cordas soltas de cetim
Verso povo que alimenta o que eu preciso
Mãos que embalam a saudade que há em mim
Verso povo, espada, sangue, grito aceso
Que pariu em dor agreste o chão lavrado
Mãos que provam do que trago em mim preso
Porque a alma se liberta neste fado
Verso novo, verso povo, verso em flor
Primavera desta terra, deste chão
Meu Inverno que adormece em tom d'amor
Aquecido em lume brando à tua mão
Esta palavra
Eduardo Ramos Morais / Carlos Ramos *fado Olga*
Repertório de Sónya Silva
Esta palavra que toca
O fundo do coração
Que defuma, que desfoca
O real e a ilusão
Esta palavra que sente
O fundo da nossa alma
Que antecipa que pressente
E nos faz perder a calma
Eu quis cantar em Fado antigo
Um novo amor
E dei comigo a reviver que passou
Ao recordar o bem e o mal
Faria igual, sou como sou;
Eu vou viver um novo amor que começou
Esta palavra que agita
O fundo do nosso ser
Que se cala que se grita
Entre doçura e prazer
Esta palavra num fado
De sentimento maior
Que loucura que pecado
Que bela a palavra, amor
Repertório de Sónya Silva
Esta palavra que toca
O fundo do coração
Que defuma, que desfoca
O real e a ilusão
Esta palavra que sente
O fundo da nossa alma
Que antecipa que pressente
E nos faz perder a calma
Eu quis cantar em Fado antigo
Um novo amor
E dei comigo a reviver que passou
Ao recordar o bem e o mal
Faria igual, sou como sou;
Eu vou viver um novo amor que começou
Esta palavra que agita
O fundo do nosso ser
Que se cala que se grita
Entre doçura e prazer
Esta palavra num fado
De sentimento maior
Que loucura que pecado
Que bela a palavra, amor
Nem sempre é alma de fado
José Fernandes Castro / Carlos da Maia
Repertório de Manuel Delindo *ao vivo*
Uma voz que nos encanta
No sopro que se levanta
Ao compasso anunciado
Nem sempre nos dá magia
Nem sempre nos arrepia
Nem sempre é alma de fado
 
Uma guitarra gemendo
Com a viola envolvendo
Acordes do nosso agrado
Nem sempre vibra a preceito
Nem sempre nos enche o peito
Nem sempre é alma de fado
 
Alma de fado só tem
Quem sente como ninguém
As mensagens da saudade
Alma de fado é a vida
Qual história acontecida
Em nome da felicidade
Uma voz que nos encanta
No sopro que se levanta
Ao compasso anunciado
Nem sempre nos dá magia
Nem sempre nos arrepia
Nem sempre é alma de fado
Uma guitarra gemendo
Com a viola envolvendo
Acordes do nosso agrado
Nem sempre vibra a preceito
Nem sempre nos enche o peito
Nem sempre é alma de fado
Alma de fado só tem
Quem sente como ninguém
As mensagens da saudade
Alma de fado é a vida
Qual história acontecida
Em nome da felicidade
Cura
Letra e música de Custódio Castelo
Repertório de Sónya Silva
O meu fado é um fado
Que me quer abrigado
Repertório de Sónya Silva
O meu fado é um fado
Que me quer abrigado
À beira de uma guitarra;
Onde a minha alma se agarra
Meu coração se enlaça
A minha voz se amarra
E a saudade passa
Qualquer verso triste
É meu bom consolador
Para fingir que existe
Alegria em vez de dor
És tu a água mais pura
Que leva meu pensamento
Porque a saudade é a cura
Que alivia o meu o tormento
Em horas de agonia
Quando alguém sinto partir
Vem abraça e me arrepia
Nasce em mim e torna a ir
Onde a minha alma se agarra
Meu coração se enlaça
A minha voz se amarra
E a saudade passa
Qualquer verso triste
É meu bom consolador
Para fingir que existe
Alegria em vez de dor
És tu a água mais pura
Que leva meu pensamento
Porque a saudade é a cura
Que alivia o meu o tormento
Em horas de agonia
Quando alguém sinto partir
Vem abraça e me arrepia
Nasce em mim e torna a ir
Não queria perder-te assim
Nazareth Vaz / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Maria da Fé
Juraste-me amor eterno
Durou do Verão ao Inverno
Já estavas farto de mim
Eu senti-o dia a dia
Mas via que não podia
Nem queria perder-te assim
Deixaste um cigarro a arder
Fui ‘inda à porta a correr
P’ra te pedir que ficasses
Já tinhas voltado a esquina
E o pregão duma varina
Impediu que me escutasses
Veio a fria madrugada
Voltei p’ra casa cansada
De que te procurar em vão
Senti então estar perdida
Já te havia dado a vida
E com ela o coração
Repertório de Maria da Fé
Juraste-me amor eterno
Durou do Verão ao Inverno
Já estavas farto de mim
Eu senti-o dia a dia
Mas via que não podia
Nem queria perder-te assim
Deixaste um cigarro a arder
Fui ‘inda à porta a correr
P’ra te pedir que ficasses
Já tinhas voltado a esquina
E o pregão duma varina
Impediu que me escutasses
Veio a fria madrugada
Voltei p’ra casa cansada
De que te procurar em vão
Senti então estar perdida
Já te havia dado a vida
E com ela o coração
Não sabe amar
Letra e música de Catarina Rocha
Repertório da autora
Eu fiquei com а solidão
De um amor que sobrou em mim
Desde que foste embora
Cada vez que olho para ti
Vejo о tempo que eu perdi
E a tristeza que chora
Foram tantos os planos que fiz p’ra nós
Os meus sonhos ficaram tão sós
Volta para mim
Pois não aprendi a ficar sem ti
Porque chegaste um dia, para não ficar?
О teu coração perdido, não sabe amar
Foram tantos os planos que fiz p’ra nós
Os meus sonhos ficaram tão sós
Não sei... talvez
Eu esqueça de vez p'ra meu bem
Não me quero perder
A tentar entender quem não vem
Repertório da autora
Eu fiquei com а solidão
De um amor que sobrou em mim
Desde que foste embora
Cada vez que olho para ti
Vejo о tempo que eu perdi
E a tristeza que chora
Foram tantos os planos que fiz p’ra nós
Os meus sonhos ficaram tão sós
Volta para mim
Pois não aprendi a ficar sem ti
Porque chegaste um dia, para não ficar?
О teu coração perdido, não sabe amar
Foram tantos os planos que fiz p’ra nós
Os meus sonhos ficaram tão sós
Não sei... talvez
Eu esqueça de vez p'ra meu bem
Não me quero perder
A tentar entender quem não vem
Foi graça que recebi
Eduardo Ramos Morais / Joaquim Campos *fado tango*
Repertório de Sónya Silva
O Fado está no meu peito
A viver, desde menina
Agora canto ao meu jeito
Pondo todo o meu preceito
Sem fugir à minha sina
Dou ao fado o meu sorriso
Minha alegria sem fim
O fado pode ser riso
E ás vezes, se for preciso
Também sei cantar assim
Se sofro, sofro a cantar
Solto no fado o lamento
Mas tenho visto chorar
Olhos que estão a escutar
Sentindo igual sentimento
Canto fado em oração
Desde o dia em que nasci
E cabe nesta canção
Toda a minha devoção
Foi graça que recebi
Repertório de Sónya Silva
O Fado está no meu peito
A viver, desde menina
Agora canto ao meu jeito
Pondo todo o meu preceito
Sem fugir à minha sina
Dou ao fado o meu sorriso
Minha alegria sem fim
O fado pode ser riso
E ás vezes, se for preciso
Também sei cantar assim
Se sofro, sofro a cantar
Solto no fado o lamento
Mas tenho visto chorar
Olhos que estão a escutar
Sentindo igual sentimento
Canto fado em oração
Desde o dia em que nasci
E cabe nesta canção
Toda a minha devoção
Foi graça que recebi
Sou como as velas do altar
Mote de António Botto / Glosa de Eduardo Ramos Morais 
Popular *fado Menor*
Repertório de Sónya Silva
Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo
Sou como as velas do altar
Que dão Luz e vão morrendo
A vida corre apressada
Sem sonhos, sem ilusões
Se não queres pedir mais nada
Não me peças mais canções
Palavras e pensamentos
Soltas nos fados, vão sendo
O choro dos meus lamentos
Porque a cantar vou sofrendo
Meus fados são orações
Há preces no meu cantar
São lampejos de emoções
Sou como as velas do altar
Este dom que Deus me deu
Os versos que vou escrevendo
São como estrelas no céu
Que dão Luz e vão morrendo
Popular *fado Menor*
Repertório de Sónya Silva
Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo
Sou como as velas do altar
Que dão Luz e vão morrendo
A vida corre apressada
Sem sonhos, sem ilusões
Se não queres pedir mais nada
Não me peças mais canções
Palavras e pensamentos
Soltas nos fados, vão sendo
O choro dos meus lamentos
Porque a cantar vou sofrendo
Meus fados são orações
Há preces no meu cantar
São lampejos de emoções
Sou como as velas do altar
Este dom que Deus me deu
Os versos que vou escrevendo
São como estrelas no céu
Que dão Luz e vão morrendo
Berço do fado
Berço do fado
José Fernandes Castro / Carlos da Maia
Tens sempre para nos dar
O encanto que tem o mar
Sempre que a noite acontece
Com rara soberania
Vais pondo aromas no dia
Sempre que o sol aparece
Tens o enorme talento
Dum poema ternurento
Do Raínho ou do Ary
Quase que tenho a certeza
Que o fascínio da beleza
Foi inventado por ti
Tu és voz mistificada
Que entoa na madrugada
E no céu do meu espaço
Uma voz de raro brilho
Qual mãe que pariu um filho
E o aperta num abraço
Tu és voz que surpreende
Quando ninguém compreende
Os fogos da tua dor
Tu és voz que se levanta
Sempre que a saudade canta
Versos dum perfeito amor
José Fernandes Castro / Carlos da Maia
Tens sempre para nos dar
O encanto que tem o mar
Sempre que a noite acontece
Com rara soberania
Vais pondo aromas no dia
Sempre que o sol aparece
Tens o enorme talento
Dum poema ternurento
Do Raínho ou do Ary
Quase que tenho a certeza
Que o fascínio da beleza
Foi inventado por ti
Tu és voz mistificada
Que entoa na madrugada
E no céu do meu espaço
Uma voz de raro brilho
Qual mãe que pariu um filho
E o aperta num abraço
Tu és voz que surpreende
Quando ninguém compreende
Os fogos da tua dor
Tu és voz que se levanta
Sempre que a saudade canta
Versos dum perfeito amor
Minhas mãos abertas
José Luís Gordo / João Maria dos Anjos
Repertório de Maria da Fé
Trago as minhas mãos abertas
Os meus dedos são dez setas
Apontam teu coração
Dizem-me as horas que sim
Tudo tem princípio e fim
Eu acredito que não
Trago as minhas mãos abertas
Duas montanhas desertas
Dois oceanos vazios
Já cansei de te alcançar
Já rasguei por dentro o mar
E sequei todos os rios
Trago as minhas mãos abertas
Nas madrugadas desfeitas
Quando acordo e não te vejo
Rosas de fogo na cama
Acendem por dentro a chama
Da saudade e do desejo
Repertório de Maria da Fé
Trago as minhas mãos abertas
Os meus dedos são dez setas
Apontam teu coração
Dizem-me as horas que sim
Tudo tem princípio e fim
Eu acredito que não
Trago as minhas mãos abertas
Duas montanhas desertas
Dois oceanos vazios
Já cansei de te alcançar
Já rasguei por dentro o mar
E sequei todos os rios
Trago as minhas mãos abertas
Nas madrugadas desfeitas
Quando acordo e não te vejo
Rosas de fogo na cama
Acendem por dentro a chama
Da saudade e do desejo
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