Repertório
do autor
A Mariquinhas velhinha
Vai pedindo por sustento
Mendigando, coitadinha
Sem ter casa e testamento
Ninguém sabe onde ela mora
Vai pedindo por sustento
Mendigando, coitadinha
Sem ter casa e testamento
Ninguém sabe onde ela mora
Diz-se que dorme no chão
Em cima de um papelão
Em cima de um papelão
Até ao romper da aurora
Anda pela rua fora
Anda pela rua fora
Repetindo a ladainha
Ajudem a pobrezinha
Ajudem a pobrezinha
Que já tem pouca saúde
E há sempre quem ajude
A Mariquinhas velhinha
Tem sempre a mesma rotina
E há sempre quem ajude
A Mariquinhas velhinha
Tem sempre a mesma rotina
De não ter nada a perder
De só desejar morrer
De só desejar morrer
Por viver tão triste sina
Como já não é menina
Como já não é menina
Poucos lhe dão alimento
E por dormir ao relento
E por dormir ao relento
Não lhe resta quase nada
Vai vivendo desgraçada
Vai pedindo por sustento
A quem passa estica a mão
Vai vivendo desgraçada
Vai pedindo por sustento
A quem passa estica a mão
Pede à porta do mercado
E quando este está fechado
E quando este está fechado
Vai prá porta da estação
Com as esmolas compra pão
Com as esmolas compra pão
Mais uma sopa quentinha
E quando cai a noitinha
E quando cai a noitinha
Deita-se no papelão
Vive nessa condição
Mendigando, coitadinha
Pouco resta do passado
Vive nessa condição
Mendigando, coitadinha
Pouco resta do passado
Ficou, talvez, a saudade
Que não traz felicidade
Que não traz felicidade
Porque tudo está mudado
Pobre mulher, mas que fado
Pobre mulher, mas que fado
Anda à mercê do tormento
Ao sol, à chuva, ao vento
Ao sol, à chuva, ao vento
Vive com essa má sorte
À espera da sua morte
Sem ter casa e testamento
À espera da sua morte
Sem ter casa e testamento