Repertório
de Filomeno Silva *ao vivo*
Vê
as mãos que aqui te dou, brancas e nuas
Tão
cansadas e tão frias, quão distantes
Mas
que sonham agarrar ainda as tuas
Com
a mesma lucidez que tinham antes
Estas
mãos que já respiram despedida
Tão
marcadas em delírios sobre a pele
São
farrapos das estrelas duma vida
Que
ficou de ti em mim, tão fria e breve
Mãos
que acendem cada dia de lonjura
P’ra
poder guardá-lo em mim uma só vez
Nesta
doce solidão quase loucura
Que
a tua eterna ausência de mim fez
Vê
as mãos que aqui te dou como desvelos
Que
se quebram com acenos d’ansiedade
Estas
mãos com que desprendo os teus cabelos
E
o teu corpo de mil sedes e saudade