Repertório
de Artur Ribeiro
É fado?.. não!
É movie?... não!...
É rock?... também não!
Então que é?...
Não
é rock nem é fado
Não é mambo nem chachado
Nem tem género marcado
Não é mambo nem chachado
Nem tem género marcado
P’ra quem toque
É o fado, novo fado
Doutro modo cozinhado
Sincopado e misturado
É o fado, novo fado
Doutro modo cozinhado
Sincopado e misturado
Com o rock
Foi assim que o velho fado
Foi torcido e massacrado
Com baquetes
Torturado e num remoque
Acabou por ser cantado
À moda do outro lado
À moda do outro lado
E
nasceu assassinado
O fado rock
Fado rock, é fado rock
Nem viola nem guitarra
Nem jaqueta nem samarra
Nem da banza
Fado rock, é fado rock
Nem viola nem guitarra
Nem jaqueta nem samarra
Nem da banza
Se desgarra como outrora
Todo
feito de algazarra
Anda de noite na farra
Fora de horas e da barra
Anda de noite na farra
Fora de horas e da barra
Já não chora
Nem trinado nem corrido
Nem marcado nem gemido
Nem sequer 'tá convencido
Nem trinado nem corrido
Nem marcado nem gemido
Nem sequer 'tá convencido
De que é fado
Não é choro comovido
Não rima nem faz sentido
E desagrada
Não é choro comovido
Não rima nem faz sentido
E desagrada
Ao ouvido mais tapado
Fado rock, é fado rock
Nem tipóia nem Severa
Nem fidalgos doutra era
Nem nenhuma cantadeira
Nem tipóia nem Severa
Nem fidalgos doutra era
Nem nenhuma cantadeira
Que o cante
Eu cá canto mas quem dera
Que apareça alguma fera
Que coma a orquestra inteira
Eu cá canto mas quem dera
Que apareça alguma fera
Que coma a orquestra inteira
Neste instante
Quando canto o fado rock
Fico em transe
Quando canto o fado rock
Fico em transe
Tenho um choque
Fico a tremer
Qual berloque pendurado
Que ninguém cante nem toque
Música sem rei nem roque
Que é a mistura do rock com o fado
Que ninguém cante nem toque
Música sem rei nem roque
Que é a mistura do rock com o fado
E assim
foi o fado rock assassinado