Repertório
de Helena Sarmento
A
lonjura é um degredo
Sem
grades para assaltar
Sem
olhos, sem mãos, segredo
A
boca calada d'amar
É
mar que afunda a fragata / É
cotovia sem voz
É
um orvalho sem prata / Letra
sem rosto, sem foz
É
lágrima, é destempero / É
tabuada aldrabada
Diário
de desespero / Diário
branco, sem nada
Um
chapéu cheio de traça / A
sina contada à toa
A
lonjura é uma desgraça / Não
há dor que tanto doa