Nabo, batata e cabeça
Quando o cozido começa
Lombarda do sentimento
Chouriço, sangue cinzento
Esta receita bem mexidinha
Põe a cenoura namorando com o nabo
E quando há um quartinho de galinha
Inté do porco a orelha torce o rabo
Ai cozidinho, cozidinho à portuguesa
Na panela da ternura que é um pouco de nós todos
Ai cozidinho, cozidinho à portuguesa
Farinheira da tristeza deste cozido com todos
Falta hortaliça, falta a carne e o toicinho
E o cozido à portuguesa fica triste, fica mau
Pois a colher com que eu mexo o cozidinho
Antes era de madeira, mas agora é só de pau
Eu sei lá do meu cozido
Talvez um prato comido
Bocas da força da vida
Maré farta de comida