Canal de JOSÉ FERNANDES CASTRO apadrinhado pelo mestre RODRIGO

*CLIQUE e OIÇA*

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AS LETRAS PUBLICADAS REFEREM A FONTE DE EXTRAÇÃO, OU SEJA: NEM SEMPRE SÃO MENCIONADOS OS LEGÍTIMOS CRIADORES
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ATINGIDO ESTE VALOR // QUE ME FAZ SENTIR HONRADO // CONTINUO, COM AMOR // A SER SERVIDOR DO FADO - - -
POIS MESMO DESAGRADANDO // A TROIANOS MALDIZENTES // OS GREGOS VÃO APOIANDO // E VÃO FICANDO CONTENTES
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Novo Fado da Severa

Este tema é também referenciado com o título *Rua do Capelão*
Júlio Dantas / Frederico de Freitas 
Repertório de Amália 
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Criação de Dina Teresa no filme *A Severa* 
Cinema São Luiz 1931
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
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Ó Rua do Capelão 
Juncada de rosmaninho
Se o meu amor vier cedinho 
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho 

Tenho um degrau no meu leito
Que é feito p'ra ti somente 
Ó meu amor, sobe-o com jeito 
Se o meu coração te sente
Fica-me aos saltos no peito
 
Tenho o destino marcado
Desde a hora em que te vi 
Ó meu cigano adorado 
Viver abraçada ao fado
Morrer abraçada a ti


Desde logo, a primeira produção sonorizada do cinema português incluiu vários fados, música
coral popular, ranchos folclóricos, fandango ribatejano e um vira nortenho. 

Em 1931, dir-se-ia uma antevisão da vaga de restaurantes típicos que, poucos anos depois
invadiria especialmente o Bairro Alto, injectando todos estes géneros nos turistas que assim
faziam uma «Volta a Portugal» musical, sem critério mas com apreciável quantidade de
divisas vertidas na economia nacional.

Ficará por saber se o forte pendor coimbrão dos mesmos se ficou a dever à fidelidade histórica
em relação ao Fado que se praticaria no tempo da Severa (1820-1846), com acompanhamento
da guitarra em acordes rasgados e uma linha melódica comum às duas cidades, ou se a formação
clássica e pouca convivência do maestro com o meio fadista o terá levado à conclusão de que
fado suficientemente decente para figurar num filme, só o de Coimbra.

Certo é que todos os fados do filme «cheiram» a Coimbra. Por acaso, ou talvez não, quem canta
o vira final é o Dr. Paradela de Oliveira, consagrada voz de Coimbra.

Dina Teresa, a intérprete da letra que acima transcrevemos (também conhecido por «Rua do Capelão»),
à semelhança dos cantores coimbrãos (e dos de ópera, de «lied», de música sacra
de canção ligeira) canta a música, não canta a letra.

Assim, ouvem-se acentuações nas sílabas átonas absolutamente de proscrever em Fado:
«Juncadaaa de rosmaninho», «Que eleee pisar no caminho»
«Que é feituuu p’ra ti somente», «Que o meu coraaa - ção se sente»
«Ficaaa-me aos saltos no peito».

Para não falar de uma sílaba a mais no verso «Se o meu amor vier cedinho», este da
responsabilidade de Júlio Dantas, autor de todas as letras e já da peça teatral original
notável, diga-se de passagem – com o mesmo nome.