Repertório de António Pinto Basto
Esfolei os joelhos
Rasguei os calções
E as anatomias não tinham segredo
O que eu descobria a tremer de medo
Era tão bom ser menino
Valentino ou Aladino
Fui sei lá o quê, a tudo brinquei
Aprendi o ABC do fora-da-lei
Com Os Cinco lutei
Controlei o tempo, mas o tempo voou
E como nesse tempo, nunca mais parou
Guardei bons conselhos
P’ra melhores ocasiões
Fiz mil tropelias, levei-as ao extremo
Desbravei os dias como herói supremo
Fui índio, cowboy
Desbravei os dias como herói supremo
Fui índio, cowboy
Polícia, ladrão
Mas contigo é que foi
Fui um bom cirurgião
E as anatomias não tinham segredo
O que eu descobria a tremer de medo
Era tão bom ser menino
Valentino ou Aladino
Pirata, Rei, ou Maltês
Era tão bom não ter tino
Mas chorar com o Marcelino
Era tão bom não ter tino
Mas chorar com o Marcelino
Pão e Vinho, às matinés
Era tão bom ser menino
Justiceiro, clandestino
Justiceiro, clandestino
Actor galante cortês
Tudo em grande, em pequenino
Que eu só queria ser menino
Tudo em grande, em pequenino
Que eu só queria ser menino
Ao menos mais uma vez
Trocei dos vizinhos
Trocei dos vizinhos
Assaltei quintais
Até fui aos ninhos
Até fui aos ninhos
Nas alturas dos pardais
Fui sei lá o quê, a tudo brinquei
Aprendi o ABC do fora-da-lei
Com Os Cinco lutei
Na cartilha aprendi
Até me aventurei
Até me aventurei
Com o Emílio Salgari
Controlei o tempo, mas o tempo voou
E como nesse tempo, nunca mais parou