Versão do repertório de Lenita Gentil
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Criação de Tristão da Silva
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Barrete verde, jaqueta
E a cinta preta toda franjada
Atrás dos toiros mais lestos
Onde os cabrestos vão de abalada
Segue o caminho da praça
E o gado passa como um foguete
Espera de toiros é esta
A melhor festa que há em Alcochete
Há sempre um toiro na calha
Que se tresmalha, que faz das suas
Ninguém supõe a alegria
E a valentia que andam p’las ruas
Depois é ver as faenas
Que são apenas pronúncios de arte
Pegas com palmas e brados
Porque há forcados por toda a parte
Barretes verdes, campinas
Brancas salinas, gente modesta
Que atira ao ar do barrete
Quando Alcochete se encontra em festa
Que andar no mar é seu fado
E o Tejo irado não lhe faz mágoa
Que vive alegre e contente
Porque é só gente da Borda d’Água
Este fado-canção caracteriza-se por não possuir refrão cantado.
Não deixa de ser um bem conseguido exemplo de fado alegre, de andamento musical vivo