- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Canal de JOSÉ FERNANDES CASTRO em parceria com RÁDIO MIRA

RÁDIO apadrinhada pelo mestre *RODRIGO*

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
AS LETRAS PUBLICADAS REFEREM A FONTE DE EXTRAÇÃO, OU SEJA: NEM SEMPRE SÃO MENCIONADOS OS LEGÍTIMOS CRIADORES
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ATINGIDO ESTE VALOR // QUE ME FAZ SENTIR HONRADO // CONTINUO, COM AMOR // A SER SERVIDOR DO FADO
POIS MESMO DESAGRADANDO // A TROIANOS MALDIZENTES // OS GREGOS VÃO APOIANDO // E VÃO FICANDO CONTENTES
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
6.850 LETRAS PUBLICADAS <> 2.738.000 VISITAS < > 01 ABRIL 2023
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fado do trigo

Ary dos Santos / Victorino d’Almeida
Repertório de Carlos do Carmo

É da terra sangrenta, terra braço
Terra encharcada em raiva e em suor
Que o homem pouco a pouco, passo a passo
Tira a matéria viva do amor

Devagar, a seara ondula as ancas
Como fêmea abrasada de desejo
E aberta ao vento e ao sol, concebe as plantas
Mulher e mãe na fúria dum só beijo

Prendo os meus lábios á sede, mordido por um fio de água
O Alentejo não cede, mesmo com olhos de mágoa;
Olhos celeiros do trigo, semente no coração
Meu trigal de pão amigo, adubado no meu chão;
Além-Tejo, além-coragem, com as peredes de cal
És a alma da paisagem, brancura de Portugal

Depois de prenha, a terra fica tão linda
Crescem cabelos loiros como o fogo
Laços vemelhos na planície infinda
Papoilas vivas que se acendem logo

Pois quando a terra, flor de quem lhe quer
Não há mais dôr no parto dos trigais
Será terra feliz, terra mulher
Com filhos de quem todos somos pais