David Mourão Ferreira / Alfredo Duarte *lembro-me de ti*
Repertório de Camané
Era uma noite apressada depois de um dia tão lento
Era uma rosa encarnada aberta nesse momento
Era uma boca fechada sob a mordaça de um lenço
Era afinal quase nada e tudo parecia imenso
Imensa a casa perdida no meio do vendaval
Imensa a linha da vida no seu desenho mortal
Imensa na despedida a certeza do final
Imensa a linha da vida no seu desenho mortal
Era uma haste inclinada sob o capricho do vento
Era minh'alma, dobrada, dentro do teu pensamento
Era uma igreja assaltada mas que cheirava a incenso
Era afinal quase nada, e tudo parecia imenso
Imensa, a luz proibida no centro da catedral
Imensa, a voz diluída além do bem e do mal
Imensa por toda a vida, na descrença total
Imensa a linha da vida na certeza do final