Letra e música de Sérgio Godinho
Repertório de Camané
Chegado à outra margem desse rio
Que em língua mais comum se chama vida
Regressaria ao ponto de partida
Em nome de um antigo calafrio
0 fado que em tempos te cantei
Diz se ainda soa bem ao teu ouvido
Não quero andar do amor tão distraído
Que tome o imaginado por vivido
Onde é que páras
Amor fugidio
Para onde foste a desoras?
Porque te atardas
E porque demoras
Há quanto tempo?
Há tanto tempo arredio
De tudo o que imagina o pensamento
Eu tento mais-querer o que mais vale
Em querendo equilibrar pimenta e sal
Eu faço da mistura o sentimento
A estrela que brilhava ainda refulge
Na luz do teu tão incisivo olhar
Não digo que o amor assim ressurge
Mas talvez valha a pena experimentar
Janela que se abriu de par em par
Por vezes traz no vento o teu perfume
Não sei se por ausência ou por ciúme
Vem-me a saudade nova de te amar
A minha casinha
Silva Tavares / António Melo
Repertório de Milú
Que saudades eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta como eu
Como é bom, meu Deus, morar
Assim num primeiro andar
A contar vindo do céu
O meu quarto lembra um ninho
E o seu tecto é tão baixinho
Que eu, ao ir p’ra me deitar
Abro a porta em tom discreto
Digo sempre; senhor tecto
Por favor, deixe-me entrar
Tudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres
Tem mais alegria
De manhã salto da cama
E ao som dos pregões d’Alfama
- - -
Este tema cantado por Milú fez parte da banda Sonora do filme
*O COSTA DO CASTELO* 1943, realização de Artur Duarte
Em 1988 a banda XUTOS & PONTAPÉS gravou no seu álbum 88
Repertório de Milú
Que saudades eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta como eu
Como é bom, meu Deus, morar
Assim num primeiro andar
A contar vindo do céu
O meu quarto lembra um ninho
E o seu tecto é tão baixinho
Que eu, ao ir p’ra me deitar
Abro a porta em tom discreto
Digo sempre; senhor tecto
Por favor, deixe-me entrar
Tudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres
Tem mais alegria
De manhã salto da cama
E ao som dos pregões d’Alfama
Trato de me levantar
Porque o sol, meu namorado
Rompe as frestas no telhado
Porque o sol, meu namorado
Rompe as frestas no telhado
E a sorrir vem-me acordar
Corro então toda ladina
Minha casa pequenina
Corro então toda ladina
Minha casa pequenina
Bendizendo o sol cristão
Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer
Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer
Diz o povo e tem razão
- - -
Este tema cantado por Milú fez parte da banda Sonora do filme
*O COSTA DO CASTELO* 1943, realização de Artur Duarte
Em 1988 a banda XUTOS & PONTAPÉS gravou no seu álbum 88
uma adaptação deste tema apenas com utilização da 1a estrofe
e com alteração da ordem de algumas palavras
Quadras de amor
Autor: Silva Tavares
O Livro do Nosso Amor / 1930
Vivamos só do presente
Dos teus beijos e dos meus
O passado? um louco ausente
O futuro? isso é com Deus
Vivo séculos de vida
Se espero e tu te demoras
Chegas e, logo em seguida
Duram segundos as horas
O que é gostar?… é gostar
Viver por quem nos atraia
Sabem as ondas do mar
Porque vão morrer à praia?
Disseste, com ar zangado
Que não tenho coração
Pois não: – foi por ti roubado
Deita as culpas ao ladrão
Sempre que gostes de alguém
Não te canses de esperar
Não há bem que saiba bem
Como o que tarda a chegar
Quem sofra por muito amar
Não fale em fatalidade
O barco que vai pró mar
Sujeita-se à tempestade
Dentro em mim, tua alegria
Não encontra onde se acoite
Tu és sol do meio-dia
Eu, luar da meia-noite
Mas talvez se assim não fosses
Eu nunca fosse o teu par
O rio das águas doces
Procura as águas do mar
Não te sigo p’ra voltar
Aos tempos que já lá vão
É p’lo prazer de pisar
A tua sombra no chão
Vês aquela trepadeira
Presa ao muro do jardim?
Quem me dera ter maneira
De poder prender-te assim
Eram dois pardais espertos
Meus olhos, pois, minha filha
Viram teus olhos abertos
E caíram na armadilha
Duas lágrimas ardentes
Quando sentes um desgosto
São como estrelas cadentes
No lindo céu do teu rosto
Nos olhos do meu amor
Sonhei mundos de ilusão
Quis ser seu descobridor
Perdi-me na cerração
Primaveras: mocidades
Outonos: desilusões
Invernos: sombras, saudades
E luto nos corações
O Livro do Nosso Amor / 1930
Vivamos só do presente
Dos teus beijos e dos meus
O passado? um louco ausente
O futuro? isso é com Deus
Vivo séculos de vida
Se espero e tu te demoras
Chegas e, logo em seguida
Duram segundos as horas
O que é gostar?… é gostar
Viver por quem nos atraia
Sabem as ondas do mar
Porque vão morrer à praia?
Disseste, com ar zangado
Que não tenho coração
Pois não: – foi por ti roubado
Deita as culpas ao ladrão
Sempre que gostes de alguém
Não te canses de esperar
Não há bem que saiba bem
Como o que tarda a chegar
Quem sofra por muito amar
Não fale em fatalidade
O barco que vai pró mar
Sujeita-se à tempestade
Dentro em mim, tua alegria
Não encontra onde se acoite
Tu és sol do meio-dia
Eu, luar da meia-noite
Mas talvez se assim não fosses
Eu nunca fosse o teu par
O rio das águas doces
Procura as águas do mar
Não te sigo p’ra voltar
Aos tempos que já lá vão
É p’lo prazer de pisar
A tua sombra no chão
Vês aquela trepadeira
Presa ao muro do jardim?
Quem me dera ter maneira
De poder prender-te assim
Eram dois pardais espertos
Meus olhos, pois, minha filha
Viram teus olhos abertos
E caíram na armadilha
Duas lágrimas ardentes
Quando sentes um desgosto
São como estrelas cadentes
No lindo céu do teu rosto
Nos olhos do meu amor
Sonhei mundos de ilusão
Quis ser seu descobridor
Perdi-me na cerração
Primaveras: mocidades
Outonos: desilusões
Invernos: sombras, saudades
E luto nos corações
Quando eu quiser
Letra e música de Churky
Repertório de Cristina Branco
Acho que às vezes não sei quem eu sou
Mas não gasto o tempo a entender
Acho que às vezes não sei onde vou
Mas vou, mesmo assim, sem saber
Porque eu perdi-me na vida
Mas foi porque quis
Sou carta batida, mas carta feliz
É aquela que ainda me falta escrever
Mas só quando eu quiser
Acho que às vezes não sei quem tu és
Mas já nem perco tempo a imaginar
Acho que às vezes eu vou de lés a lés
Eu vou mesmo assim, sem pensar
Será que alguém guardou a dor num canto
Eu canto só p’ra ver o amor passar
Se o acaso chegar entretanto
Eu vou lá estar
Acho que às vezes não sei quem eu sou
Num tempo que já se perdeu
Acho que às vezes já sei onde vou
E sei que o meu amor sou eu
Repertório de Cristina Branco
Acho que às vezes não sei quem eu sou
Mas não gasto o tempo a entender
Acho que às vezes não sei onde vou
Mas vou, mesmo assim, sem saber
Porque eu perdi-me na vida
Mas foi porque quis
Sou carta batida, mas carta feliz
É aquela que ainda me falta escrever
Mas só quando eu quiser
Acho que às vezes não sei quem tu és
Mas já nem perco tempo a imaginar
Acho que às vezes eu vou de lés a lés
Eu vou mesmo assim, sem pensar
Será que alguém guardou a dor num canto
Eu canto só p’ra ver o amor passar
Se o acaso chegar entretanto
Eu vou lá estar
Acho que às vezes não sei quem eu sou
Num tempo que já se perdeu
Acho que às vezes já sei onde vou
E sei que o meu amor sou eu
Recebi o teu recado
Manuela de Freitas / *fado zé negro*
Repertório de Marco Rodrigues
Recebi o teu recado
E apesar de habituado
A ouvir tantas sentenças
Dei comigo a perguntar
Como alguém pode pensar
As coisas em que tu pensas
Dei comigo e percebi
Que dar comigo sem ti
É mesmo o que não suportas
E é tal o teu despeito
Que já nem escreves direito
Nem sequer por linhas tortas
Recebi o teu recado
E apesar de treinado
P’ra suportar a ameaça
Eu dei comigo a temer
O que és capaz de fazer
Na esp’rança do que eu te faça
Só acertaste no alvo
Quando dizes que fui salvo
Por quem teve esse condão
Foste tu, que me salvaste
Quando afinal me mostraste
Que não tinhas salvação
Repertório de Marco Rodrigues
Recebi o teu recado
E apesar de habituado
A ouvir tantas sentenças
Dei comigo a perguntar
Como alguém pode pensar
As coisas em que tu pensas
Dei comigo e percebi
Que dar comigo sem ti
É mesmo o que não suportas
E é tal o teu despeito
Que já nem escreves direito
Nem sequer por linhas tortas
Recebi o teu recado
E apesar de treinado
P’ra suportar a ameaça
Eu dei comigo a temer
O que és capaz de fazer
Na esp’rança do que eu te faça
Só acertaste no alvo
Quando dizes que fui salvo
Por quem teve esse condão
Foste tu, que me salvaste
Quando afinal me mostraste
Que não tinhas salvação
Quem és
João Monge / José Manuel Neto, Carlos Lopes
Repertório de Camané
Quem sabe onde me dou sem encontrar-te
Será que sou quem sou quando não estás
Algum de nós domina a estranha arte
De ter o coração onde é capaz
Quem sabe quem és, nem eu sei
Quem sabe da tua morada
Só sei que a sonhar te inventei, mais nada
Onde andas, que nome te dou
Já nem sei se ainda te quero
Mas para poder ser quem sou, eu espero
Eu espero algum sinal que me dê esperança
Alguma estrela, um anjo protetor
São coisas que inventei ainda criança
Que ainda me adoçam qualquer dor
Quem sabe quem és, nem eu sei
Quem sabe da tua morada
Só sei que a sonhar te inventei
Mais nada
Onde andas, que nome te dou
Já nem sei se ainda te quero
Mas para poder ser quem sou
Eu espero
Repertório de Camané
Quem sabe onde me dou sem encontrar-te
Será que sou quem sou quando não estás
Algum de nós domina a estranha arte
De ter o coração onde é capaz
Quem sabe quem és, nem eu sei
Quem sabe da tua morada
Só sei que a sonhar te inventei, mais nada
Onde andas, que nome te dou
Já nem sei se ainda te quero
Mas para poder ser quem sou, eu espero
Eu espero algum sinal que me dê esperança
Alguma estrela, um anjo protetor
São coisas que inventei ainda criança
Que ainda me adoçam qualquer dor
Quem sabe quem és, nem eu sei
Quem sabe da tua morada
Só sei que a sonhar te inventei
Mais nada
Onde andas, que nome te dou
Já nem sei se ainda te quero
Mas para poder ser quem sou
Eu espero
Ou tudo ou nada
Silva Tavares / António Melo
Repertório de Maria Pereira
Fiz de ti o meu senhor
Dei-te a vida com prazer
Mas exijo o teu amor
Ter a esmola dum favor
Não a posso receber
Não cometas a traição
De mentir por dó de mim
Vale mais dizer que não
Se o não sente o coração
Que mentir dizendo sim
Dói-me tanto o desconforto
De saber-me atraiçoada
Que antes quero ver-te morto
Pois de ti, ou tudo ou nada
Repertório de Maria Pereira
Fiz de ti o meu senhor
Dei-te a vida com prazer
Mas exijo o teu amor
Ter a esmola dum favor
Não a posso receber
Não cometas a traição
De mentir por dó de mim
Vale mais dizer que não
Se o não sente o coração
Que mentir dizendo sim
Dói-me tanto o desconforto
De saber-me atraiçoada
Que antes quero ver-te morto
Pois de ti, ou tudo ou nada
Falsa partida
Maria do Rosário Pedreira / Mário Laginha
Repertório de Camané
Dizem que foste embora e não regressas
Que outro qualquer roubou teu coração
Que te viram de mala feita às pressas
Tomar o trem da noite na estação
Bem sei que foste atrás de um mero engano
Promessa vã de um louco sem pudor
Que te atraiu num gesto leviano
Só para te afastar do meu amor
Dizem que foste embora e só não voltas
Por medo que te negue o meu perdão
Porém, se queres atar as pontas soltas
No teu novelo tens a minha mão.
Pois se eu puder voltar a ver-te o rosto
Se me puder chegar ao pé de ti
Ponho uma pedra em cima do desgosto
E finjo que estiveste sempre aqui
Repertório de Camané
Dizem que foste embora e não regressas
Que outro qualquer roubou teu coração
Que te viram de mala feita às pressas
Tomar o trem da noite na estação
Bem sei que foste atrás de um mero engano
Promessa vã de um louco sem pudor
Que te atraiu num gesto leviano
Só para te afastar do meu amor
Dizem que foste embora e só não voltas
Por medo que te negue o meu perdão
Porém, se queres atar as pontas soltas
No teu novelo tens a minha mão.
Pois se eu puder voltar a ver-te o rosto
Se me puder chegar ao pé de ti
Ponho uma pedra em cima do desgosto
E finjo que estiveste sempre aqui
Escadinhas da Saúde
Silva Tavares / António Melo
Repertório de Anita Guerreiro
Eu morava lá em cima
Ao Pátio do Coleginho
Ele, o rei da minha estima
Cá em baixo, à Mouraria
Quando o vi no meu caminho
Deu-me um salto o coração
E senti, desde esse dia
Que topara a sujeição
Enquanto pude
Fingi não ver que me olhava
Quando por ele cruzava
Nas Escadinhas da Saúde
Mas depois de o amor nascer
Não há nada já que o torça
E aquilo que tem de ser
Tem muita força
Era ali nas Escadinhas
Que a gente se namorava
Sob a vista das vizinhas
Que troçavam do namoro
Mas a gente não ligava
E o casório aconteceu
Acabou-se o desaforo
Do dize tu, direi eu
Repertório de Anita Guerreiro
Eu morava lá em cima
Ao Pátio do Coleginho
Ele, o rei da minha estima
Cá em baixo, à Mouraria
Quando o vi no meu caminho
Deu-me um salto o coração
E senti, desde esse dia
Que topara a sujeição
Enquanto pude
Fingi não ver que me olhava
Quando por ele cruzava
Nas Escadinhas da Saúde
Mas depois de o amor nascer
Não há nada já que o torça
E aquilo que tem de ser
Tem muita força
Era ali nas Escadinhas
Que a gente se namorava
Sob a vista das vizinhas
Que troçavam do namoro
Mas a gente não ligava
E o casório aconteceu
Acabou-se o desaforo
Do dize tu, direi eu
Entre o sonho e a vida
André Miguel Santos / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Cristina de Sousa
Procuro na visão do espelho antigo
O dom de toda a história já esquecida
Atrás desse fervor do estar contigo
Já presa entre o sonho e a vida
Ai tantas vidas trago nesta alma
O espelho conta o que não sou capaz
Recordo o teu olhar que tudo calma
Na vida ou no sonho, tanto faz
Entre o sonho e a vida já nem sei
No incerto do todo me refaço
No sonho lembro o quanto já te dei
Minha vida, meu amor e meu cansaço
Quantas vidas terá meu desespero?
Quanto sonhos que vivo e que te dou?
Eu não te posso dar tudo o que quero
Só posso dar-te apenas o que sou
Repertório de Cristina de Sousa
Procuro na visão do espelho antigo
O dom de toda a história já esquecida
Atrás desse fervor do estar contigo
Já presa entre o sonho e a vida
Ai tantas vidas trago nesta alma
O espelho conta o que não sou capaz
Recordo o teu olhar que tudo calma
Na vida ou no sonho, tanto faz
Entre o sonho e a vida já nem sei
No incerto do todo me refaço
No sonho lembro o quanto já te dei
Minha vida, meu amor e meu cansaço
Quantas vidas terá meu desespero?
Quanto sonhos que vivo e que te dou?
Eu não te posso dar tudo o que quero
Só posso dar-te apenas o que sou
Semente tardia
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
P’ra quê teimar na crença deste amor
P’ra quê lutar co’a força da corrente
O afecto que nos une é bem menor
Àquele que precisamos realmente
Persiste entre nós dois um louco engano
Preside uma ilusão à nossa estima
Somos estações diferentes dum só ano
Somos versos dum fado que não rima
Nunca por nunca ser a noite e o dia
Conseguiram viver à mesma hora
Sou triste como a noite mais sombria
E tu mais sorridente que uma aurora
P’ra quê buscar alento onde não arde
Uma chama sequer p’ra dar calor
É melhor desistir, pois faz-se tarde
E semente tardia não dá flor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
P’ra quê teimar na crença deste amor
P’ra quê lutar co’a força da corrente
O afecto que nos une é bem menor
Àquele que precisamos realmente
Persiste entre nós dois um louco engano
Preside uma ilusão à nossa estima
Somos estações diferentes dum só ano
Somos versos dum fado que não rima
Nunca por nunca ser a noite e o dia
Conseguiram viver à mesma hora
Sou triste como a noite mais sombria
E tu mais sorridente que uma aurora
P’ra quê buscar alento onde não arde
Uma chama sequer p’ra dar calor
É melhor desistir, pois faz-se tarde
E semente tardia não dá flor
Não me digas nada agora
João Monge / André Miguel Santos
Repertório de Cristina de Sousa
Não me digas nada agora
Ainda não chegou a hora
Da paixão largar o luto
Todo o amor que se vai
Tem da mãe e tem do pai
A dor de um amargo fruto
Não me digas nada agora
No coração ainda mora
O eco da nossa história
É uma voz que me põe louca
Vai do ventre até à boca
E adormece na memória
Ainda me dói o teu nome
É uma fome sem ter fome
Um vazio por preencher
Não me digas nada agora
Ainda não chegou a hora
De me lembrar de viver
Em toda a parte te escuto
Nas ruas que estão de luto
Na tristeza do jardim
As saudades são cansaços
As vezes caem-me os braços
Meu amor, chama por mim
Repertório de Cristina de Sousa
Não me digas nada agora
Ainda não chegou a hora
Da paixão largar o luto
Todo o amor que se vai
Tem da mãe e tem do pai
A dor de um amargo fruto
Não me digas nada agora
No coração ainda mora
O eco da nossa história
É uma voz que me põe louca
Vai do ventre até à boca
E adormece na memória
Ainda me dói o teu nome
É uma fome sem ter fome
Um vazio por preencher
Não me digas nada agora
Ainda não chegou a hora
De me lembrar de viver
Em toda a parte te escuto
Nas ruas que estão de luto
Na tristeza do jardim
As saudades são cansaços
As vezes caem-me os braços
Meu amor, chama por mim
Se a solidão fosse
Letra e música de Amália Muge
Repertório de Camané
Se a solidão fosse uma coisa com peso e medida
Fosse chegar a saber a partida
Fosse uma noite sem Lua, fosse uma árvore nua
Fosse uma pedra atirada ao portão do coração
Se a solidão fosse a comida que falta no prato
Ou essa ausência no olhar do gato
Ou este nó na garganta, ou o silêncio se canta
Uma enchente molhando este chão do coração
Se a solidão fosse o mar à espera de um navio
Ou a sentir a falta de um rio
Ou este olhar sem olhar, este vazio sem par
Que dá o tom maior a este não do coração
Se a solidão fôssemos nós despidos de encanto
O outro em nós esquecido a um canto
Ou esta sombra sem dia, uma cabeça vazia
Fosse presença sem a dimensão do coração
Se a solidão fosse
Se a solidão fosse
Só fosse, só solidão
Repertório de Camané
Se a solidão fosse uma coisa com peso e medida
Fosse chegar a saber a partida
Fosse uma noite sem Lua, fosse uma árvore nua
Fosse uma pedra atirada ao portão do coração
Se a solidão fosse a comida que falta no prato
Ou essa ausência no olhar do gato
Ou este nó na garganta, ou o silêncio se canta
Uma enchente molhando este chão do coração
Se a solidão fosse o mar à espera de um navio
Ou a sentir a falta de um rio
Ou este olhar sem olhar, este vazio sem par
Que dá o tom maior a este não do coração
Se a solidão fôssemos nós despidos de encanto
O outro em nós esquecido a um canto
Ou esta sombra sem dia, uma cabeça vazia
Fosse presença sem a dimensão do coração
Se a solidão fosse
Se a solidão fosse
Só fosse, só solidão
O sabor da despedida
Letra e música de Pedro Silva Martins
Repertório de Cristina de Sousa
O sabor da despedida
Dissabor que tem a vida
Sabe ao rio que hoje é mar
Que correu e que secou
E que por onde passou
Teimou sempre em voltar
Sabe ao beijo que foi dado
E ao que também foi negado
Por capricho e sem motivo
Sabe ao arrependimento
Que nos mata em fogo lento
E nos queima em fogo vivo
O sabor da despedida
É pior pra quem olvida
Que do tempo foi escravo
Tem um travo que se estranha
Mas que rápido se entranha
Sem apelo nem agravo
Sabe às doces alegrias
Às dolentes agonias
E à verdade da partida
O sabor de um triste adeus
Talvez nem o saiba deus
É a nossa própria vida
Repertório de Cristina de Sousa
O sabor da despedida
Dissabor que tem a vida
Sabe ao rio que hoje é mar
Que correu e que secou
E que por onde passou
Teimou sempre em voltar
Sabe ao beijo que foi dado
E ao que também foi negado
Por capricho e sem motivo
Sabe ao arrependimento
Que nos mata em fogo lento
E nos queima em fogo vivo
O sabor da despedida
É pior pra quem olvida
Que do tempo foi escravo
Tem um travo que se estranha
Mas que rápido se entranha
Sem apelo nem agravo
Sabe às doces alegrias
Às dolentes agonias
E à verdade da partida
O sabor de um triste adeus
Talvez nem o saiba deus
É a nossa própria vida
Atenção ao fado
Nel Garcia / Lino Teixeira *fado ginguinha*
Repertório de Júlio Pereira
O último verso foi gravado de maneira ligeiramente diferente
Repertório de Júlio Pereira
O último verso foi gravado de maneira ligeiramente diferente
do original que aqui é apresentado.
Vamos amigos escutar com atenção
Todos os fados que aqui se vão cantar
Para que o fado possa ter sua expressão
É muito bom saber ouvir a calar
O fado é corpo, o fado é alma, é sofrimento
O fado impõe a canção no seu sentir
Mas o fadista com mais fado e sentimento
Não é quem canta, mas é quem o sabe ouvir
Quando se ouve o trinar duma guitarra
Reina o silêncio absoluto pela sala
E o fadista entrega-se com tal garra
Todos o ouvem… ninguém mais fala
Por isso amigos aqui estamos justamente
Para dizer bem alto em qualquer lado
Sair prá rua e mostrar a toda a gente
Que o Norte também é grande no fado
Vamos amigos escutar com atenção
Todos os fados que aqui se vão cantar
Para que o fado possa ter sua expressão
É muito bom saber ouvir a calar
O fado é corpo, o fado é alma, é sofrimento
O fado impõe a canção no seu sentir
Mas o fadista com mais fado e sentimento
Não é quem canta, mas é quem o sabe ouvir
Quando se ouve o trinar duma guitarra
Reina o silêncio absoluto pela sala
E o fadista entrega-se com tal garra
Todos o ouvem… ninguém mais fala
Por isso amigos aqui estamos justamente
Para dizer bem alto em qualquer lado
Sair prá rua e mostrar a toda a gente
Que o Norte também é grande no fado
Disse-te adeus
Silva Tavares / Francisco Viana *fado vianinha
Repertório de Maria do Rosário Bettencourt
Por mais que digas que não
Fez-se uma sombra entre nós
Não escuto o teu coração
Quando ouço a tua voz
Há tanto mistério, tanto
Na expressão do sentimento
Que às vezes o próprio pranto
Quer dizer contentamento
Gosto de mim, é verdade
Gosto muito, dizes bem
Mas gosto de ter vaidade
De tu gostares também
Tanto a desgraça me alcança
Que já me sinto cansada
Da vida que não se cansa
De me fazer desgraçada
Repertório de Maria do Rosário Bettencourt
Por mais que digas que não
Fez-se uma sombra entre nós
Não escuto o teu coração
Quando ouço a tua voz
Há tanto mistério, tanto
Na expressão do sentimento
Que às vezes o próprio pranto
Quer dizer contentamento
Gosto de mim, é verdade
Gosto muito, dizes bem
Mas gosto de ter vaidade
De tu gostares também
Tanto a desgraça me alcança
Que já me sinto cansada
Da vida que não se cansa
De me fazer desgraçada
Disse-te adeus, sem saber
Aquilo que sei agora
Adeus não custa a dizer
Aquilo que sei agora
Adeus não custa a dizer
O que custa é ir embora
Partes quando chego
Ricardo Maria Duarte / Alfredo Duarte *laranjeira*
Repertório de César Matoso (ao vivo)
A noite vem descendo, em mim, desce o passado
Estás longe meu amor e eu não adormeço
E passo pelas gentes como um triste condenado
À procura dos teus olhos que eu nunca esqueço
Na mão levo a saudade, a noite me encontrou
A minh'alma de sonhar anda perdida e calada
Procura em cada céu por cada estrela que brilhou
Teus olhos, meu amor, rompendo aquela estrada
Lisboa é o meu fado, às vezes tão cansado
Estás longe quando eu parto e partes quando eu chego
Destino que este fado, em nós, já está guardado
Amor fica a meu lado, és tu o meu sossego
Repertório de César Matoso (ao vivo)
A noite vem descendo, em mim, desce o passado
Estás longe meu amor e eu não adormeço
E passo pelas gentes como um triste condenado
À procura dos teus olhos que eu nunca esqueço
Na mão levo a saudade, a noite me encontrou
A minh'alma de sonhar anda perdida e calada
Procura em cada céu por cada estrela que brilhou
Teus olhos, meu amor, rompendo aquela estrada
Lisboa é o meu fado, às vezes tão cansado
Estás longe quando eu parto e partes quando eu chego
Destino que este fado, em nós, já está guardado
Amor fica a meu lado, és tu o meu sossego
Telegrama
Neca Rafael / Sebastian Piana
Repertório de César Morgado
Um dia um telegrama recebeu
Em que dizia num arranque forte
Vem depressa ver-me, filho meu
Vê se chegas primeiro que a morte
Sem poder esconder a sua mágoa
Vai num táxi em louca corrida
E com os olhos quase rasos de água
Ao "chauffeur" assim lhe dizia:
Corre, chega primeiro que a morte
Anda, ó que dor forte me dá
Quero com que esse teu carro corte
Estradas que se prolongam até lá;
Quero beijar minha mãe querida
Quero vê-la com vida p’ra eu ser feliz
Quero dela a sua benção
O eterno perdão em tudo quanto lhe fiz
O carro tanto correu que voou
Pois talvez perseguido p’la má sorte
E já longe uma curva encontrou
E os dois tiveram logo a morte
Ao receber a noticia, a pobre mãe
Que no caminho tinha morrido seu filho
Ela com pouca vida morreu também
Mas antes deixou este estribilho
Vinhas em louca corrida
Filho, julgando tu me dares vida
Pois, tua mãe já o sentia
Sim, toda a esperança perdida;
Agora que eu também vou dar fim
Tu morreste por mim e eu morro por ti
Que Deus perdoe lá no céu
A mim e ao meu filho
Repertório de César Morgado
Um dia um telegrama recebeu
Em que dizia num arranque forte
Vem depressa ver-me, filho meu
Vê se chegas primeiro que a morte
Sem poder esconder a sua mágoa
Vai num táxi em louca corrida
E com os olhos quase rasos de água
Ao "chauffeur" assim lhe dizia:
Corre, chega primeiro que a morte
Anda, ó que dor forte me dá
Quero com que esse teu carro corte
Estradas que se prolongam até lá;
Quero beijar minha mãe querida
Quero vê-la com vida p’ra eu ser feliz
Quero dela a sua benção
O eterno perdão em tudo quanto lhe fiz
O carro tanto correu que voou
Pois talvez perseguido p’la má sorte
E já longe uma curva encontrou
E os dois tiveram logo a morte
Ao receber a noticia, a pobre mãe
Que no caminho tinha morrido seu filho
Ela com pouca vida morreu também
Mas antes deixou este estribilho
Vinhas em louca corrida
Filho, julgando tu me dares vida
Pois, tua mãe já o sentia
Sim, toda a esperança perdida;
Agora que eu também vou dar fim
Tu morreste por mim e eu morro por ti
Que Deus perdoe lá no céu
A mim e ao meu filho
Em paga do que sofri
Saudade esperança
Francisco Alves / Luís Iglézias
Repertório de Paula Ribas
Dizem todos que a saudade
Nasceu lá em Portugal
Eis por que tal gente há-de
Sofrer sempre desse mal
Mas eu creio com firmeza
Nesta expressão verdadeira
Se a saudade é portuguesa
A esperança é brasileira
Deus quando fez a saudade
Suave e doce sofrer
Ao dar-lhe paternidade
Foi Portugal escolher
Talvez por ver que essa gente
As mágoas, tão bem expande
E traz na alma, inconsciente
Um coração muito grande
E cheio de piedade
Por uma dor tão criança
Suavizou a saudade
Criando o bem da esperança
Desceu os olhos, num canto
Depôs o seu meigo olhar
E no ver tão rico encanto
Esse bem a brilhar
Terra moça, terra doce
Por si mesmo contemplada
E quis então que ali fosse
A esperança semeada
Repertório de Paula Ribas
Dizem todos que a saudade
Nasceu lá em Portugal
Eis por que tal gente há-de
Sofrer sempre desse mal
Mas eu creio com firmeza
Nesta expressão verdadeira
Se a saudade é portuguesa
A esperança é brasileira
Deus quando fez a saudade
Suave e doce sofrer
Ao dar-lhe paternidade
Foi Portugal escolher
Talvez por ver que essa gente
As mágoas, tão bem expande
E traz na alma, inconsciente
Um coração muito grande
E cheio de piedade
Por uma dor tão criança
Suavizou a saudade
Criando o bem da esperança
Desceu os olhos, num canto
Depôs o seu meigo olhar
E no ver tão rico encanto
Esse bem a brilhar
Terra moça, terra doce
Por si mesmo contemplada
E quis então que ali fosse
A esperança semeada
Três degraus, uma cortina
Mote de Linhares Barbosa / Glosa de Silvério Santos 7 Popular *fado menor*
Repertório de Eduardo Silva
Analisando a letra vê-se que não foi gravada a estrofe que deveria glosar
o 2° verso do mote
Três degraus, uma cortina
Uma imagem de Jesus
E a luz duma lamparina
Iluminando outra cruz
É tão pobre mas singela
Minha casa pequenina
Uma porta, uma janela
Três degraus, uma cortina
Tanta fé, carinho e esperança
Por bem pouco se ilumina
Um sorriso de criança
E a luz duma lamparina
E como a cruz do calvário
Vai a pequenina luz
Dando luz ao meu fadário
Iluminando outra cruz
Repertório de Eduardo Silva
Analisando a letra vê-se que não foi gravada a estrofe que deveria glosar
o 2° verso do mote
Três degraus, uma cortina
Uma imagem de Jesus
E a luz duma lamparina
Iluminando outra cruz
É tão pobre mas singela
Minha casa pequenina
Uma porta, uma janela
Três degraus, uma cortina
Tanta fé, carinho e esperança
Por bem pouco se ilumina
Um sorriso de criança
E a luz duma lamparina
E como a cruz do calvário
Vai a pequenina luz
Dando luz ao meu fadário
Iluminando outra cruz
Marcha de Alcântara
Letra e música de Vitorino Salomé
Repertório de Camané
Alcântara terra
Alcântara mar
Alcança-me o amor que eu deixei no cais
Lá longe sem ti saudade é demais
Alcântara terra
Alcântara mar
Vou ser-te fiel, meu bairro velhinho
Na marcha das moças, beijos, pão e vinho
Colchas à janela p'ra quando eu passar
Alcântara terra, Alcântara mar
Acolhedora és
Tens o Tejo aos pés, vaidosa e de porte
E já foste mais lembrada
Quando operária e forte
Lisboa contigo canta
Não deixes a ganga, está no coração
Olha o comboio que chega
Mexe outra vez a estação
Repertório de Camané
Alcântara terra
Alcântara mar
Alcança-me o amor que eu deixei no cais
Lá longe sem ti saudade é demais
Alcântara terra
Alcântara mar
Vou ser-te fiel, meu bairro velhinho
Na marcha das moças, beijos, pão e vinho
Colchas à janela p'ra quando eu passar
Alcântara terra, Alcântara mar
Acolhedora és
Tens o Tejo aos pés, vaidosa e de porte
E já foste mais lembrada
Quando operária e forte
Lisboa contigo canta
Não deixes a ganga, está no coração
Olha o comboio que chega
Mexe outra vez a estação
A saudade
Silva Tavares / Jaime Santos
Repertório de Fernanda Maria
Quando se vive distante
A saudade que se tem
P’lo nosso amor ausente
É mágoa dulcificante
Lembra sempre a voz d’alguém
Chorando dentro da gente
A saudade é o sossego
Enlevo daquela gruta
Onde a alma vive bem
A gente treme de medo
E toda a voz que se escuta
Lembra sempre a voz d’alguém
Essa voz vinda de longe
Entre nós e de tal jeito
Que o coração tristemente
Assemelha um velho monge
Na cela do nosso peito
Chorando dentro da gente
Repertório de Fernanda Maria
Quando se vive distante
A saudade que se tem
P’lo nosso amor ausente
É mágoa dulcificante
Lembra sempre a voz d’alguém
Chorando dentro da gente
A saudade é o sossego
Enlevo daquela gruta
Onde a alma vive bem
A gente treme de medo
E toda a voz que se escuta
Lembra sempre a voz d’alguém
Essa voz vinda de longe
Entre nós e de tal jeito
Que o coração tristemente
Assemelha um velho monge
Na cela do nosso peito
Chorando dentro da gente
Tenho dois corações
Amália / José Mário Branco
Repertório de Camané
Eu tenho dois corações
Dentro e fora do meu lar
Eu tenho dois corações
Já não a podem bastar-me
Quando a tristeza é tão triste
Qual dos dois sofrerá mais?
O que é real não existe
Eu tenho dois corações
Ambos eles irreais
Eu tenho dois corações
Qual dos dois sofrerá mais?
Dois corações, o primeiro
Pertence à rua e ao pecado
O segundo é cativeiro
De quem me fez caminheiro
Sem nunca ter caminhado
Eu tenho dois corações
Dentro e fora do meu lar
Eu tenho dois corações
Já não a podem bastar-me
Quando a tristeza é tão triste
Qual dos dois sofrerá mais?
O que é real não existe
Repertório de Camané
Eu tenho dois corações
Dentro e fora do meu lar
Eu tenho dois corações
Já não a podem bastar-me
Quando a tristeza é tão triste
Qual dos dois sofrerá mais?
O que é real não existe
Eu tenho dois corações
Ambos eles irreais
Eu tenho dois corações
Qual dos dois sofrerá mais?
Dois corações, o primeiro
Pertence à rua e ao pecado
O segundo é cativeiro
De quem me fez caminheiro
Sem nunca ter caminhado
Eu tenho dois corações
Dentro e fora do meu lar
Eu tenho dois corações
Já não a podem bastar-me
Quando a tristeza é tão triste
Qual dos dois sofrerá mais?
O que é real não existe
Amor de encanto
Letra e música de Samuel Lopes
Repertório de Cristina de Sousa
O amor não escolhe idade
Nem tem horas o coração
O amor é feito de verdade
Não conhece outra prisão
O amor é liberdade
É a chama da paixão
O amor mata a saudade
E põe fim à solidão
Meu amor, meu encanto
Minha lua em alto mar
A minh’alma quer-te tanto
No meu corpo a madrugar
Somos rios do mesmo mar
Dois inteiros num só ser
Se a manhã me tardar
Quero contigo anoitecer
És a minha lua secreta
E o portal do meu jardim
És a alma que completa
O sonho que vive em mim
Ó minha terra prometida
Argonauta do meu ser
Quem assim ama na vida
Jamais devia morrer
Repertório de Cristina de Sousa
O amor não escolhe idade
Nem tem horas o coração
O amor é feito de verdade
Não conhece outra prisão
O amor é liberdade
É a chama da paixão
O amor mata a saudade
E põe fim à solidão
Meu amor, meu encanto
Minha lua em alto mar
A minh’alma quer-te tanto
No meu corpo a madrugar
Somos rios do mesmo mar
Dois inteiros num só ser
Se a manhã me tardar
Quero contigo anoitecer
És a minha lua secreta
E o portal do meu jardim
És a alma que completa
O sonho que vive em mim
Ó minha terra prometida
Argonauta do meu ser
Quem assim ama na vida
Jamais devia morrer
Por onde andas meu amor?
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Por onde andas meu amor
Que me levas a supor
Que outros braços te acarinham
Quem me dera adivinhar
O segredo do lugar
Onde os teus passos caminham
Confesso que me põe louca
A ideia que outra boca
Tua boca vai beijar
E que o teu corpo se deita
Noutra cama, e que a enfeita
Com graças do teu sonhar
Dá-me a verdade que faça
Crer que este medo não passa
Não passa de meu invento
Crer que não tenho razão
Porque os teus passos não vão
P’ra além do meu pensamento
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Por onde andas meu amor
Que me levas a supor
Que outros braços te acarinham
Quem me dera adivinhar
O segredo do lugar
Onde os teus passos caminham
Confesso que me põe louca
A ideia que outra boca
Tua boca vai beijar
E que o teu corpo se deita
Noutra cama, e que a enfeita
Com graças do teu sonhar
Dá-me a verdade que faça
Crer que este medo não passa
Não passa de meu invento
Crer que não tenho razão
Porque os teus passos não vão
P’ra além do meu pensamento
Contas de multiplicar
Cristina Branco / Bernardo Couto
Repertório de Cristina Branco
Do princípio ao fim
Risca o mapa ao acaso
Um trilho, um traço veloz
Nos cadernos tortos
Já a noite virou dia
Nem eu nem tu soubemos como
Demora no desvio
São contas de multiplicar
Põe as tuas mãos em mim
Traça um mapa ao acaso
Um trilho, um traço veloz
Dentes de marfim
Ou porcelana delicada
Não me percas
Não nos percas
Repertório de Cristina Branco
Do princípio ao fim
Risca o mapa ao acaso
Um trilho, um traço veloz
Nos cadernos tortos
Já a noite virou dia
Nem eu nem tu soubemos como
Demora no desvio
São contas de multiplicar
Põe as tuas mãos em mim
Traça um mapa ao acaso
Um trilho, um traço veloz
Dentes de marfim
Ou porcelana delicada
Não me percas
Não nos percas
RBNB
Letra e música de Jonas
Repertório do autor
Ali está o prédio sem voz
Sem luz sem quentinho e sem nós
Renderam-se ao RBNB
Welcome dayse
Prédio de infância roubada
Foi posta na rua e rasgada
Venderam-te a alma em leilão
Do tecto ao chão
Adeus Clotilde adeus Norberto
Levaram tudo o que era certo
Ficaram trolleys sem rosto nem vizinhos
Aceno ao puto, ao periquito
Adeus oh Graça de granito
Vamos p’ra longe um pouco mais sozinhos
Ao prédio tiraram-lhe as crias
Chutadas p’ra longe em dois dias
Passado e presente num escombro
Sem choro, sem ombro
Prédio de cara lavada
Fachada p’ra quem não te é nada
Venderam-te a alma em leilão
Do tecto ao chão
Adeus Lena, Mafalda, João, adeus Alberto
Adeus Cristóvão, Rita, Gabriela, adeus Roberto
Adeus Natália, Ana, Gilberto e dona Emília
Adeus querida Jacinta, Leonel e Dona Otília
Adeus Inês, Manel, Rosália, Irina, adeus Gorete
Aceno ao Leonardo e à doutora Graciete
Marias de Fátima das Neves ou de Lurdes
Adeus dona Clotilde, dona São, dona Gertrudes
Repertório do autor
Ali está o prédio sem voz
Sem luz sem quentinho e sem nós
Renderam-se ao RBNB
Welcome dayse
Prédio de infância roubada
Foi posta na rua e rasgada
Venderam-te a alma em leilão
Do tecto ao chão
Adeus Clotilde adeus Norberto
Levaram tudo o que era certo
Ficaram trolleys sem rosto nem vizinhos
Aceno ao puto, ao periquito
Adeus oh Graça de granito
Vamos p’ra longe um pouco mais sozinhos
Ao prédio tiraram-lhe as crias
Chutadas p’ra longe em dois dias
Passado e presente num escombro
Sem choro, sem ombro
Prédio de cara lavada
Fachada p’ra quem não te é nada
Venderam-te a alma em leilão
Do tecto ao chão
Adeus Lena, Mafalda, João, adeus Alberto
Adeus Cristóvão, Rita, Gabriela, adeus Roberto
Adeus Natália, Ana, Gilberto e dona Emília
Adeus querida Jacinta, Leonel e Dona Otília
Adeus Inês, Manel, Rosália, Irina, adeus Gorete
Aceno ao Leonardo e à doutora Graciete
Marias de Fátima das Neves ou de Lurdes
Adeus dona Clotilde, dona São, dona Gertrudes
Enganada
Silva Tavares / Armandinho
Repertório de Berta Cardoso
Soube há pouco neste instante
Que o meu amante é casado
Está portanto, doravante
Entre nós tudo acabado
Eu recebia os seus beijos
Com infinito prazer
Sem saber que eram sobejos
Doutra boca de mulher
Sem saber que era enganada
A mulher chama-lhe seu
Eu choro, sem ser casada
Porque a enganada fui eu
Repertório de Berta Cardoso
Soube há pouco neste instante
Que o meu amante é casado
Está portanto, doravante
Entre nós tudo acabado
Eu recebia os seus beijos
Com infinito prazer
Sem saber que eram sobejos
Doutra boca de mulher
Sem saber que era enganada
A mulher chama-lhe seu
Eu choro, sem ser casada
Porque a enganada fui eu
Ai guitarra
Letra e música de João Paulo
Repertório Paulo Bragança
Ai… começa o choro da guitarra
Ecoam seus gritos pela madrugada
Começa o choro da guitarra
É impossível calá-la
Chora monótona, como chora a água
Como chora o vento na Serra Nevada
Começa o choro da guitarra
É inútil calá-la
Chora por coisas distantes
Por ventos do Sul que trazem
Perfume a camélias brancas
Chora perdida no tempo
Como um pássaro ferido
Escondido entre a ramagem
Oh! guitarra
Coração trespassado por doze espadas
Repertório Paulo Bragança
Ai… começa o choro da guitarra
Ecoam seus gritos pela madrugada
Começa o choro da guitarra
É impossível calá-la
Chora monótona, como chora a água
Como chora o vento na Serra Nevada
Começa o choro da guitarra
É inútil calá-la
Chora por coisas distantes
Por ventos do Sul que trazem
Perfume a camélias brancas
Chora perdida no tempo
Como um pássaro ferido
Escondido entre a ramagem
Oh! guitarra
Coração trespassado por doze espadas
Amei o fado em vão
Letra e música de Jorge Benvinda
Repertório de Cristina de Sousa
Amei o fado em vão
Quem ama o fado sente a dor
Ouvi-o sussurrar
A mais bela canção de amor
Serei ‘inda capaz
De um longo beijo mais que intenso
Que traga nova paz
A este palpitar imenso
Amei o fado em vão
Nem tudo acaba em mar de rosas
As rosas são amor
O amor nem sempre é feito em prosas
Serei ‘inda capaz
De te alcançar de olhos fechados
Ouvir-te respirar
Entre loucuras e pecados
Amei o fado em vão
Mas foi tão bom até durar
Não sei se foi um fim
Foi mais querer recomeçar
Repertório de Cristina de Sousa
Amei o fado em vão
Quem ama o fado sente a dor
Ouvi-o sussurrar
A mais bela canção de amor
Serei ‘inda capaz
De um longo beijo mais que intenso
Que traga nova paz
A este palpitar imenso
Amei o fado em vão
Nem tudo acaba em mar de rosas
As rosas são amor
O amor nem sempre é feito em prosas
Serei ‘inda capaz
De te alcançar de olhos fechados
Ouvir-te respirar
Entre loucuras e pecados
Amei o fado em vão
Mas foi tão bom até durar
Não sei se foi um fim
Foi mais querer recomeçar
Quem nos dera
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quem dera que esta tristeza
Um dia fosse deixada
Por aí em qualquer canto
Era sinal com certeza
De ter sido debelada
A causa deste meu pranto
Quem dera ver minhas penas
Nos objectos perdidos
Dos jornais do meu país
Era sinal de que apenas
Trazia nos meus sentidos
Razões para ser feliz
Quem dera que esta saudade
Que me acorda noite morta
Fosse coisa do passado
E ver a dor que me invade
Sair por aquela porta
Sinal que tinhas voltado
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quem dera que esta tristeza
Um dia fosse deixada
Por aí em qualquer canto
Era sinal com certeza
De ter sido debelada
A causa deste meu pranto
Quem dera ver minhas penas
Nos objectos perdidos
Dos jornais do meu país
Era sinal de que apenas
Trazia nos meus sentidos
Razões para ser feliz
Quem dera que esta saudade
Que me acorda noite morta
Fosse coisa do passado
E ver a dor que me invade
Sair por aquela porta
Sinal que tinhas voltado
Feliz saudade
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É na ausência que me dás
Nas horas em que não estás
Na minha vida vazia
Que a saudade toma forma
Dum fado que me transforma
A tristeza em alegria
Sem ti o meu fado é pranto
Mas quando choro o meu canto
É melhor porque é verdade
E por cada ai que solto
Padeço e não me revolto
Bendizendo esta saudade
São penosas agonias
As longas horas dos dias
Que vivo sem teu amor
Mas não te peço que venhas
Nem que a saudade detenhas
Saudosa canto melhor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É na ausência que me dás
Nas horas em que não estás
Na minha vida vazia
Que a saudade toma forma
Dum fado que me transforma
A tristeza em alegria
Sem ti o meu fado é pranto
Mas quando choro o meu canto
É melhor porque é verdade
E por cada ai que solto
Padeço e não me revolto
Bendizendo esta saudade
São penosas agonias
As longas horas dos dias
Que vivo sem teu amor
Mas não te peço que venhas
Nem que a saudade detenhas
Saudosa canto melhor
Se tivesse sido ontem
Letra e música de Amélia Muge
Repertório de Cristina de Sousa
Se tivesse sido ontem
Talvez te encontrasse aqui
No miradouro da tarde
Onde hoje espero por ti
Se tivesse sido ontem
Eu teria sido alguém
Na tua vida de ontem
Onde hoje não sou ninguém
O ontem tem um condão
De nos dizer divertido
Tudo o que não sucedeu
Podia ter sucedido
Se tivesse sido ontem
É uma forma de pensar
Que o que não aconteceu
Estará em algum lugar
E se o acaso comanda
Repertório de Cristina de Sousa
Se tivesse sido ontem
Talvez te encontrasse aqui
No miradouro da tarde
Onde hoje espero por ti
Se tivesse sido ontem
Eu teria sido alguém
Na tua vida de ontem
Onde hoje não sou ninguém
O ontem tem um condão
De nos dizer divertido
Tudo o que não sucedeu
Podia ter sucedido
Se tivesse sido ontem
É uma forma de pensar
Que o que não aconteceu
Estará em algum lugar
E se o acaso comanda
Os encontros invulgares
É ele quem tem as chaves
É ele quem tem as chaves
Dos momentos, dos lugares
Mas quando e em que lugar
Mas quando e em que lugar
Encontraremos os dois
Uma maneira de estar
Uma maneira de estar
Sem um antes ou depois
Não fomos ao mesmo sítio
Não fomos ao mesmo sítio
Não acertámos no tempo
Mas quem sabe se não estamos
Mas quem sabe se não estamos
Os dois num só pensamento
Pois quem sabe se também
Pois quem sabe se também
Tu em mim estás a pensar
E o pensamento nos dê
E o pensamento nos dê
Um mesmo tempo e lugar
Alentejo
Alberto Franco / Carlos Garcia
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Alentejo meu país de tantas cores
Que refulgem ao lume do meio-dia
Se um lírio roxo lembra as minhas dores
Mil papoilas me gritam alegria
Seara verdejante em que navego
Em busca do porto do meu ser
Tu és a vela, o leme a quem entrego
A incerta viagem que é viver
Meu chão amado, em ti eu me revejo
Meu berço, minha mágoa, meu prazer
São pobres as palavras, Alentejo
Para dar voz inteira a este querer
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Na discografia do intérprete o tema aparece
(erradamente) como sendo de sua autoria.
Alentejo meu país de tantas cores
Que refulgem ao lume do meio-dia
Se um lírio roxo lembra as minhas dores
Mil papoilas me gritam alegria
Seara verdejante em que navego
Em busca do porto do meu ser
Tu és a vela, o leme a quem entrego
A incerta viagem que é viver
Meu chão amado, em ti eu me revejo
Meu berço, minha mágoa, meu prazer
São pobres as palavras, Alentejo
Para dar voz inteira a este querer
Quero e não quero
Silva Tavares / Alberto Amaral
Repertório de Tony de Matos
Não quero, renego pensar que sejas
Repertório de Tony de Matos
Não quero, renego pensar que sejas
Tão cega, tão cega que não me vejas
Nenhum, espera por ti como eu espero
E não consinto que algum
Te queira mais do que eu quero
Não quero querer-te doutra maneira
Nem ver-te ser doutro que Deus não queira
Tolero todo e qualquer sofrimento
Mas o teu desprendimento
Porque te quero, não quero
Só quero
Nenhum, espera por ti como eu espero
E não consinto que algum
Te queira mais do que eu quero
Não quero querer-te doutra maneira
Nem ver-te ser doutro que Deus não queira
Tolero todo e qualquer sofrimento
Mas o teu desprendimento
Porque te quero, não quero
Só quero
Que este amor seja só meu
Pois considero
Pois considero
Que não há mais do que um céu
E desespero
E desespero
Preso dum louco receio
Que à força com que te quero
Nem sei, amor, se te odeio
Que à força com que te quero
Nem sei, amor, se te odeio
Perder o coração
Tiago Torres da Silva / Alfredo Duarte *mocita dos caracóis*
Repertório de Cristina de Sousa
Posso dizer-te a verdade
Sem nunca pedir perdão
Não há maior falsidade
Do que dizer a verdade
Sem ouvir o coração
Porque o amor não se aprende
E nem se pode ensinar
O coração não entende
Como é que alguém se arrepende
Do que mentiu por amar
Se hoje te peço perdão
Não é que me arrependi
Perdoa-me esta traição
Onde eu perco o coração
Pra não te perder a ti
E choro agora à vontade
Sem me ter arrependido
O perdão só é verdade
Quando sentimos saudade
De nunca o termos pedido
Repertório de Cristina de Sousa
Posso dizer-te a verdade
Sem nunca pedir perdão
Não há maior falsidade
Do que dizer a verdade
Sem ouvir o coração
Porque o amor não se aprende
E nem se pode ensinar
O coração não entende
Como é que alguém se arrepende
Do que mentiu por amar
Se hoje te peço perdão
Não é que me arrependi
Perdoa-me esta traição
Onde eu perco o coração
Pra não te perder a ti
E choro agora à vontade
Sem me ter arrependido
O perdão só é verdade
Quando sentimos saudade
De nunca o termos pedido
Bairro Alto velhinho
Silva Tavares / António Melo
Repertório de Filipe Duarte
De noite eu não falto ao meu Bairro Alto
Sem ruas d’asfalto, nem prédios modernos
Cada passo dado me lembra o passado
De que resta o fado d’encantos eternos
Mas hoje os fadistas, tornados artistas
Cantam nas revistas por dinheiro e glória
Trajam só do fino, por bom figurino
E a boca de sino já passou à história
Ai, pobre fadista antigo
Chora baixinho comigo
O que o progresso matou
E ao Bairro Alto velhinho
Quando surge em teu caminho
Diz-lhe assim, como eu te digo
Sua bênção, meu avô
Já não há pregões, e à luz dos lampiões
Já não há brigões que assustem a gente
Nas ruas pacatas, adeus zaragatas
Adeus serenatas como antigamente
Se o Fado é cantado como no passado
Vê-se que do fado não há quem se farte
Com boa garganta qualquer nos encanta
Mas já ninguém canta por amor à arte
Repertório de Filipe Duarte
De noite eu não falto ao meu Bairro Alto
Sem ruas d’asfalto, nem prédios modernos
Cada passo dado me lembra o passado
De que resta o fado d’encantos eternos
Mas hoje os fadistas, tornados artistas
Cantam nas revistas por dinheiro e glória
Trajam só do fino, por bom figurino
E a boca de sino já passou à história
Ai, pobre fadista antigo
Chora baixinho comigo
O que o progresso matou
E ao Bairro Alto velhinho
Quando surge em teu caminho
Diz-lhe assim, como eu te digo
Sua bênção, meu avô
Já não há pregões, e à luz dos lampiões
Já não há brigões que assustem a gente
Nas ruas pacatas, adeus zaragatas
Adeus serenatas como antigamente
Se o Fado é cantado como no passado
Vê-se que do fado não há quem se farte
Com boa garganta qualquer nos encanta
Mas já ninguém canta por amor à arte
Noite escura
Fernando Pinto Ribeiro / Popular *fado menor*
Repertório de Lenita Gentil
Morreu em sangue desfeito
O sol, no meu coração
Nasceu-me a lua no peito
E uma estrela em cada mão
Na minh’alma, noite escura
A luz da vida apaguei
E fiz dela a sepultura
Do amor que em mim criei
Do meu corpo fiz um círio
Que deu luz enquanto amou
A queimar-se no martírio
Dum amor que se apagou
Repertório de Lenita Gentil
Morreu em sangue desfeito
O sol, no meu coração
Nasceu-me a lua no peito
E uma estrela em cada mão
Na minh’alma, noite escura
A luz da vida apaguei
E fiz dela a sepultura
Do amor que em mim criei
Do meu corpo fiz um círio
Que deu luz enquanto amou
A queimar-se no martírio
Dum amor que se apagou
Saudade, pedra e espada
Manuel Alegre / Valter Rolo
Repertório de Peu Madureira
Escrevo saudade com o mesmo vento
Com que escrevo a palavra liberdade
Que numa e noutra sangra o pensamento
Lá onde a liberdade é uma saudade
Saudade que já foi fraqueza
Em força e arma transformada
Minha festa por dentro da tristeza
Minha saudade feita pedra e espada
Minha saudade que não és passado
Mas este tempo nunca navegado
De transformar saudade em liberdade
Lá onde a liberdade é uma saudade
Repertório de Peu Madureira
Escrevo saudade com o mesmo vento
Com que escrevo a palavra liberdade
Que numa e noutra sangra o pensamento
Lá onde a liberdade é uma saudade
Saudade que já foi fraqueza
Em força e arma transformada
Minha festa por dentro da tristeza
Minha saudade feita pedra e espada
Minha saudade que não és passado
Mas este tempo nunca navegado
De transformar saudade em liberdade
Lá onde a liberdade é uma saudade
Amar para sofrer
Letra e música de Diogo Piçarra
Repertório de Marco Rodrigues
Se eu soubesse tudo
Eu já não estaria aqui
E saltava no escuro
Sem ter medo de cair
Se eu não soubesse nada
Eu estaria ainda melhor
E corria nessa estrada
Sem contar com o pior
Sou assim
Eu preciso amar para sofrer
Mais um pouco é bom saber
Sofrer um pouco p’ra amar
E depois olhar nos olhos p’ra dizer
Do jeito que não se quer perder de vista
Quem não se quer largar
E eu não te vou largar
Se eu mudasse o mundo
Tu estarias sempre aqui
E partia os ponteiros
Sem vontade de os unir
Se eu entrasse no teu mundo
Hoje estaria bem melhor
E voltava a estar inteiro
Quando eramos só nós
Repertório de Marco Rodrigues
Se eu soubesse tudo
Eu já não estaria aqui
E saltava no escuro
Sem ter medo de cair
Se eu não soubesse nada
Eu estaria ainda melhor
E corria nessa estrada
Sem contar com o pior
Sou assim
Eu preciso amar para sofrer
Mais um pouco é bom saber
Sofrer um pouco p’ra amar
E depois olhar nos olhos p’ra dizer
Do jeito que não se quer perder de vista
Quem não se quer largar
E eu não te vou largar
Se eu mudasse o mundo
Tu estarias sempre aqui
E partia os ponteiros
Sem vontade de os unir
Se eu entrasse no teu mundo
Hoje estaria bem melhor
E voltava a estar inteiro
Quando eramos só nós
Toalha de mesa
Letra e música de Pedro Silva Martins
Repertório de Cristina de Sousa
Debruçado no estendal saltou-lhe a mola
Ao agarrá-la ficou preso por um fio
E num sobressalto
Já temendo o salto
Foi aí que a tal janela se abriu
Ela ia só regar o manjerico
Quando um belo homem pendurado viu
E ao santo, crente
Agradeceu contente
Por cair do céu aquilo que pediu
E Lisboa continua a mesma
A luz do Tejo permanece igual
Até aquela toalha de mesa
Só com uma mola presa
Continua no estendal
Há quatro meses que ninguém os vê
Só se ouve aquele estranho marulhar
Faz eco pela praça
O pombo esvoaça
E o cão passa a noite a uivar
O turista embasbacado que lá passa
Ouvindo da janela abafado
Aquele ai sentido
Quase meio gemido
Acredita que aquilo é mesmo fado
Repertório de Cristina de Sousa
Debruçado no estendal saltou-lhe a mola
Ao agarrá-la ficou preso por um fio
E num sobressalto
Já temendo o salto
Foi aí que a tal janela se abriu
Ela ia só regar o manjerico
Quando um belo homem pendurado viu
E ao santo, crente
Agradeceu contente
Por cair do céu aquilo que pediu
E Lisboa continua a mesma
A luz do Tejo permanece igual
Até aquela toalha de mesa
Só com uma mola presa
Continua no estendal
Há quatro meses que ninguém os vê
Só se ouve aquele estranho marulhar
Faz eco pela praça
O pombo esvoaça
E o cão passa a noite a uivar
O turista embasbacado que lá passa
Ouvindo da janela abafado
Aquele ai sentido
Quase meio gemido
Acredita que aquilo é mesmo fado
Infância
Letra e música de Mafalda Arnauth
Repertório da autora
Repertório da autora
Olho bonito, pequeno, redondo
À espreita dum mundo que é pura suspeita
Mas sabe que existe que a alma não mente o saber
Que arregalado, alcança a distância
Vê mais além por pura inconstância
Que um olho pequeno bonito, parado, não é normal
Vai pela vida, pequeno alado
E traz de volta aos olhos o sonho acordado
Traz de volta as asas a quem quer voar
E devolve à minha vida o meu olhar
Alma inquieta num tempo dormente
Vício de andar sempre contra corrente
Sina de querer sempre mais do que lhe dizem ser
Veio do tempo em que andava a contento
A galope na sede de ser descontente
Nem sina traçada, nem hora marcada aceitou
Talvez por isso, desdito o destino
De pouco homem já de pequenino
Ditou à vida, escolheu a sorte
Fez-se à medida, fez frente à morte
E acreditou no que havia a fazer
Que a alma não mente o saber
À espreita dum mundo que é pura suspeita
Mas sabe que existe que a alma não mente o saber
Que arregalado, alcança a distância
Vê mais além por pura inconstância
Que um olho pequeno bonito, parado, não é normal
Vai pela vida, pequeno alado
E traz de volta aos olhos o sonho acordado
Traz de volta as asas a quem quer voar
E devolve à minha vida o meu olhar
Alma inquieta num tempo dormente
Vício de andar sempre contra corrente
Sina de querer sempre mais do que lhe dizem ser
Veio do tempo em que andava a contento
A galope na sede de ser descontente
Nem sina traçada, nem hora marcada aceitou
Talvez por isso, desdito o destino
De pouco homem já de pequenino
Ditou à vida, escolheu a sorte
Fez-se à medida, fez frente à morte
E acreditou no que havia a fazer
Que a alma não mente o saber
Meu amor
Sebastião Cerqueira / Miguel Amaral
Repertório de Camané
O sol chegou, meu amor;
Vem chamar-nos para o dia
Tirar-nos um ao outro
Repertório de Camané
O sol chegou, meu amor;
Vem chamar-nos para o dia
Tirar-nos um ao outro
Devolver-nos ao mundo
Meu amor, como eu queria
Poder estender a noite
Meu amor, como eu queria
Poder estender a noite
Sempre mais um segundo
O sol chegou, meu amor;
Vem desfazer o abraço
Despertar-nos para o resto
O sol chegou, meu amor;
Vem desfazer o abraço
Despertar-nos para o resto
Que não interessa nada
Meu amor, o que é que eu faço?
Vem roubar-me o teu gesto
Meu amor, o que é que eu faço?
Vem roubar-me o teu gesto
Pela fresta da portada
O sol chegou, meu amor;
Invadiu o nosso canto
Como um grito na rua
O sol chegou, meu amor;
Invadiu o nosso canto
Como um grito na rua
Como uma voz lá fora
Meu amor, queria tanto
Ficar à luz da lua
Meu amor, queria tanto
Ficar à luz da lua
Sempre mais uma hora
O sol chegou, meu amor;
Vem romper o segredo
Mas agora o sol chegou, meu amor
Veio romper o segredo
O sol chegou, meu amor;
Vem romper o segredo
Mas agora o sol chegou, meu amor
Veio romper o segredo
Vem lembrar-nos da vida
E empurrar-nos para ela
Mas, meu amor, é tão cedo
P'ra te perder para o dia
E empurrar-nos para ela
Mas, meu amor, é tão cedo
P'ra te perder para o dia
Vou fechar a janela
Livre e nua
António Laranjeira / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertório de Cristina de Sousa
Nem sempre, quando acordo, me conheço
Penso que vejo alguém e não sou eu
Procuro descobrir, onde amanheço
Mas uma parte de mim, já se perdeu
Não sei, onde me leva, a minha voz
Cansada de ser grito e ser saudade
No fado mais antigo, que há em nós
Sinto que sou dum tempo, sem idade
Talvez, me veja além, além de mim
Para me dar ao mundo, livre e nua
Despir-me do princípio, em que no fim
Regresso ao teu peito e não sou tua
Nem sempre quis saber, se me conheço
Por ser tão livremente, quem quiser
Na sede de sonhar, pagar o preço
Por desejar amar e ser mulher
Repertório de Cristina de Sousa
Nem sempre, quando acordo, me conheço
Penso que vejo alguém e não sou eu
Procuro descobrir, onde amanheço
Mas uma parte de mim, já se perdeu
Não sei, onde me leva, a minha voz
Cansada de ser grito e ser saudade
No fado mais antigo, que há em nós
Sinto que sou dum tempo, sem idade
Talvez, me veja além, além de mim
Para me dar ao mundo, livre e nua
Despir-me do princípio, em que no fim
Regresso ao teu peito e não sou tua
Nem sempre quis saber, se me conheço
Por ser tão livremente, quem quiser
Na sede de sonhar, pagar o preço
Por desejar amar e ser mulher
Belmonte, encantos mil
Nuno Câmara Pereira / Fernando Silva
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Terra de amargo cardo
Minha Mátria, meu fadar
Lusa gente, Viriato
De granito a ombrear
Terra de mágicas pedras
Mil anos, muita senda
Histórias de outras eras
Centum-Cellas muita lenda
Terra de mil encantos
Dourada de seus trigais
Vestida, verdes campos
Chama de seus ideais
Terra antiga de Cabral
Suas velas unindo o mar
Cantando ao céu astral
Honra e sal a navegar
Terra minha, Vera Cruz
Ao sul estrela alcança
Santo céu cheio de luz
Nossa Senhora de Esperança
Terra de Belo monte
Castelo de Santo-Graal
Velejando no horizonte
Sempre cumpre Portugal
Terra de amargo cardo
Minha Mátria, meu fadar
Lusa gente, Viriato
De granito a ombrear
Terra de mágicas pedras
Mil anos, muita senda
Histórias de outras eras
Centum-Cellas muita lenda
Terra de mil encantos
Dourada de seus trigais
Vestida, verdes campos
Chama de seus ideais
Terra antiga de Cabral
Suas velas unindo o mar
Cantando ao céu astral
Honra e sal a navegar
Terra minha, Vera Cruz
Ao sul estrela alcança
Santo céu cheio de luz
Nossa Senhora de Esperança
Terra de Belo monte
Castelo de Santo-Graal
Velejando no horizonte
Sempre cumpre Portugal
É melhor assim
Carlos Leitão / Armando Machado *fado súplica*
Repertório de Cristina de Sousa
Serão estas palavras, meu amor
As mesmas que nos servem à partida
Leva-as então contigo, por favor
Ficaste com o destino e com a vida
E não te escrevo mais porque não posso
Já não estarei para ver o teu chorar
Se as leres a esta hora, é o remorso
Não chores, e desculpa por não estar
Esquecemos os anseios da procura
E a culpa foi de alguém, não fomos nós
Mas parto com a imagem da candura
Sangrada à solidão de estarmos sós
Não choro, envergonhada pela dor
Agora que parti, não vou parar
E eu que nunca quis morrer de amor
Um dia morrerei de tanto amar
Repertório de Cristina de Sousa
Serão estas palavras, meu amor
As mesmas que nos servem à partida
Leva-as então contigo, por favor
Ficaste com o destino e com a vida
E não te escrevo mais porque não posso
Já não estarei para ver o teu chorar
Se as leres a esta hora, é o remorso
Não chores, e desculpa por não estar
Esquecemos os anseios da procura
E a culpa foi de alguém, não fomos nós
Mas parto com a imagem da candura
Sangrada à solidão de estarmos sós
Não choro, envergonhada pela dor
Agora que parti, não vou parar
E eu que nunca quis morrer de amor
Um dia morrerei de tanto amar
Casa d’água
João Monge / Amélia Muge
Repertório de Pedro Moutinho
Repertório de Pedro Moutinho
Fiz uma casa no peito
Com varanda para o mar
E à volta um parapeito
Para a lua vir poisar
Tem uma cama que dá
Para um cais de cetim
Onde o teu barco não está
Com varanda para o mar
E à volta um parapeito
Para a lua vir poisar
Tem uma cama que dá
Para um cais de cetim
Onde o teu barco não está
Jamais à espera de mim
O meu chão é transparente
Escrevi lar na minha tábua
Para o meu amor ausente
Fiz uma casa com água
Escrevo o teu nome nas ondas
Com linhas do teu cabelo
Não há mar onde te escondas
E daqui consigo vê-lo
Deixo sempre a luz acesa
Quer de noite, quer de dia
Ponho dois pratos na mesa
Da minha casa vazia
O meu chão é transparente
Escrevi lar na minha tábua
Para o meu amor ausente
Fiz uma casa com água
Escrevo o teu nome nas ondas
Com linhas do teu cabelo
Não há mar onde te escondas
E daqui consigo vê-lo
Deixo sempre a luz acesa
Quer de noite, quer de dia
Ponho dois pratos na mesa
Da minha casa vazia
Noite da minha vida
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
A noite da minha vida
É longa noite despida
De estrelas e de luar
Triste triste noite minha
Calada, fria, sozinha
Sem esperanças de madrugar
Extinguiu-se a luz do farol
Do nosso amor que era um sol
Mais quente que o sol de Agosto
E à espera de quê, não sei
Aqui na sombra fiquei
Neste constante sol-posto
Caminho às cegas no escuro
E é no escuro que procuro
A claridade perdida
Longa jornada de trevas
Onde será que me levas?
Ó noite da minha vida?
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
A noite da minha vida
É longa noite despida
De estrelas e de luar
Triste triste noite minha
Calada, fria, sozinha
Sem esperanças de madrugar
Extinguiu-se a luz do farol
Do nosso amor que era um sol
Mais quente que o sol de Agosto
E à espera de quê, não sei
Aqui na sombra fiquei
Neste constante sol-posto
Caminho às cegas no escuro
E é no escuro que procuro
A claridade perdida
Longa jornada de trevas
Onde será que me levas?
Ó noite da minha vida?
Hás-de voltar
Letra e música de João Dias Nobre
Repertório de Maria Clara
Foste-te embora, as vê lá bem o que fazes
Porque eu agora, não penso fazer as pazes
Hás-de perder esse maldito costume
De me fazer tantas cenas de ciúme
Se és sincero sempre que falas assim
Nunca mais quero que voltes pró pé de mim
Porque afinal tu não sabes entender
Quanto valor há no amor duma mulher
Hás-de voltar
Que te perdoe, hás-de querer
Mas perdoar
É diferente d’esquecer
Mil vidas viva
Que p’ra sempre hei-de lembrar
As horas tristes
Que me tens feito passar
Perdoo-te sim
Mas não te esqueças depois
Que a vida assim
É um inferno prós dois
Volta com esperança
De seres feliz de verdade
Sem confiança
Não pode haver felicidade
Repertório de Maria Clara
Foste-te embora, as vê lá bem o que fazes
Porque eu agora, não penso fazer as pazes
Hás-de perder esse maldito costume
De me fazer tantas cenas de ciúme
Se és sincero sempre que falas assim
Nunca mais quero que voltes pró pé de mim
Porque afinal tu não sabes entender
Quanto valor há no amor duma mulher
Hás-de voltar
Que te perdoe, hás-de querer
Mas perdoar
É diferente d’esquecer
Mil vidas viva
Que p’ra sempre hei-de lembrar
As horas tristes
Que me tens feito passar
Perdoo-te sim
Mas não te esqueças depois
Que a vida assim
É um inferno prós dois
Volta com esperança
De seres feliz de verdade
Sem confiança
Não pode haver felicidade
Imprevisto
Maria do Rosário Pedreira / Alfredo Duarte *fado louco*
Repertório de Pedro Moutinho
Repertório de Pedro Moutinho
De nada sabe quem olha
A rua ao entardecer
Não vê no cair da folha
Aquilo que vai perder
Não vê na luz que se evade
A escuridão que lhe toca
Nem na súbita saudade
O beijo que falta à boca
Não vê na estrela que morre
O seu desgosto profundo
Nem no minuto que corre
O tempo que foge ao mundo
Também eu nada sabia
De quanto me aconteceu
Tão perto de mim fazia
Esse amor que me esqueceu
Não vê no cair da folha
Aquilo que vai perder
Não vê na luz que se evade
A escuridão que lhe toca
Nem na súbita saudade
O beijo que falta à boca
Não vê na estrela que morre
O seu desgosto profundo
Nem no minuto que corre
O tempo que foge ao mundo
Também eu nada sabia
De quanto me aconteceu
Tão perto de mim fazia
Esse amor que me esqueceu
Acordar contigo
Letra e música de José Hibérico Nogueira
Repertório de Teresa Lopes Alves
Repertório de Teresa Lopes Alves
Tu que dizes ter um sonho
Que às vezes é medonho
E que a noite acordou
Lembra que foi nos teus braços
Entre muitos mil cansaços
Que Morfeu te abandonou
Vê que eu fico do teu lado
Sempre perdido e achado
Procurando o teu prazer
Mesmo quando me enjeitas
Com tuas falsas suspeitas
De outro alguém me adormecer
Sei que no dia seguinte
Junto a ti, como um pedinte
Um sorriso encontrarei
Pois o amor é um momento
Revoltado como o vento
Sem barreiras e sem lei
Vem ver a vida sorrir
Sem mais precisar mentir
Querendo apenas te encontrar
Sabes, contigo a meu lado
Vivo um tempo sem passado
Nunca é tarde para acordar
Que às vezes é medonho
E que a noite acordou
Lembra que foi nos teus braços
Entre muitos mil cansaços
Que Morfeu te abandonou
Vê que eu fico do teu lado
Sempre perdido e achado
Procurando o teu prazer
Mesmo quando me enjeitas
Com tuas falsas suspeitas
De outro alguém me adormecer
Sei que no dia seguinte
Junto a ti, como um pedinte
Um sorriso encontrarei
Pois o amor é um momento
Revoltado como o vento
Sem barreiras e sem lei
Vem ver a vida sorrir
Sem mais precisar mentir
Querendo apenas te encontrar
Sabes, contigo a meu lado
Vivo um tempo sem passado
Nunca é tarde para acordar
Beijo alentejano
Tiago Torres da Silva / Carlos Gonçalves
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Dizem que no Alentejo
Tudo é feito devagar
E assim que termina a sesta
Só se pensa em descansar
E a gente não entende
A razão de tanta pressa
Se depois de cada noite
Há um dia que começa
Um beijo no Alentejo
É dado devagarinho
Que a gente sabe que um beijo
É muito mais que um carinho
Por isso é que quem cá vem
Tem pena de não ficar
Ao ver o gosto que tem
Um beijo dado devagar
Quando uma estrada começa
Os homens pensam assim
Vá devagar ou depressa
Um dia chega-se ao fim
E quando as mulheres mondam
Olhando mais para além
Às vezes perdem os olhos
Na pressa que o amor tem
Não foge a água da fonte
O sol demora a nascer
E até a erva do monte
Leva o seu tempo a crescer
Quem vier venha com calma
Porque olhando a nossa gente
Só lhe pode ver a alma
Quem não olhar de repente
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Dizem que no Alentejo
Tudo é feito devagar
E assim que termina a sesta
Só se pensa em descansar
E a gente não entende
A razão de tanta pressa
Se depois de cada noite
Há um dia que começa
Um beijo no Alentejo
É dado devagarinho
Que a gente sabe que um beijo
É muito mais que um carinho
Por isso é que quem cá vem
Tem pena de não ficar
Ao ver o gosto que tem
Um beijo dado devagar
Quando uma estrada começa
Os homens pensam assim
Vá devagar ou depressa
Um dia chega-se ao fim
E quando as mulheres mondam
Olhando mais para além
Às vezes perdem os olhos
Na pressa que o amor tem
Não foge a água da fonte
O sol demora a nascer
E até a erva do monte
Leva o seu tempo a crescer
Quem vier venha com calma
Porque olhando a nossa gente
Só lhe pode ver a alma
Quem não olhar de repente
Beijos quentes
DR / Popular *fado mouraria*
Repertório de Maria Albertina no filme
Repertório de Maria Albertina no filme
*A canção de Lisboa*
Deste–me um beijo ao erguer-te
Oh! meu amor, minha vida
Mas vê, não podes esquecer-te
De dar-me um beijo à saída
Da janela ‘inda te vejo
Enquanto a esquina não viras
Alegre à espera do beijo
Que lá de longe me atiras
E a tarde inteira indolente
Fico a esperar enamorada
Aquele beijo tão quente
Que me vais dar à chegada
Deste–me um beijo ao erguer-te
Oh! meu amor, minha vida
Mas vê, não podes esquecer-te
De dar-me um beijo à saída
Da janela ‘inda te vejo
Enquanto a esquina não viras
Alegre à espera do beijo
Que lá de longe me atiras
E a tarde inteira indolente
Fico a esperar enamorada
Aquele beijo tão quente
Que me vais dar à chegada
Cortar a direito
Tiago Torres da Silva / Bruno Chaveiro
Repertório de Margarida Guerreiro
Quem pensa que o coração
Aprende a dizer que não
Por ter batido demais
Há-de passar toda a vida
À espera de uma batida
Que não vai chegar jamais
O coração não sossega
Sem brincar à cabra-cega
Com o sim e com o não
Dentro de nós, ele diz
Prefiro ser infeliz
A não ser um coração
Se, por vezes acelera
Os braços ficam à espera
Do que o levou a bater
Por não haver explicação
Vão atrás do coração
E começam a viver
Se o teu coração disser
Que não ama... que não quer
Sofrer o que já sofreu
Há que cortar a direito
Tens que arrancá-lo do peito
Porque ele já não é teu
Repertório de Margarida Guerreiro
Quem pensa que o coração
Aprende a dizer que não
Por ter batido demais
Há-de passar toda a vida
À espera de uma batida
Que não vai chegar jamais
O coração não sossega
Sem brincar à cabra-cega
Com o sim e com o não
Dentro de nós, ele diz
Prefiro ser infeliz
A não ser um coração
Se, por vezes acelera
Os braços ficam à espera
Do que o levou a bater
Por não haver explicação
Vão atrás do coração
E começam a viver
Se o teu coração disser
Que não ama... que não quer
Sofrer o que já sofreu
Há que cortar a direito
Tens que arrancá-lo do peito
Porque ele já não é teu
Que flor se abre no peito?
Letra e música de Pedro Abrunhosa
Repertório de Camané
Que flor se abre no peito
Minha voz amanhecida?
Uma flor de amor refeito
Proa de fogo no leito
Leva a barra de vencida
Tempestade contra o molhe
Um navio ao fim da tarde
Vou dum tempo que se esconde
Para um mar que já me foge
Ainda o teu amor me arde
Minha voz abandonada
Pela noite se faz tua
Ecos de casa fechada
Nos teus beijos, encontrada
Em vertigem de loucura
Barco que o céu não derrota
Corpo a corpo acendido
Filho que aos meus braços torna
Vem beijar quem não te encontra
Pelo Fado foi rendido
Traz a noite a minha porta
Corpo e corpo abençoado
Vem beijar-me de revolta
Um verão com neve à solta
Do teu beijo não me aparto
Campo Grande dos meus olhos
Pecado em porto escondido
Barco que traz o teu nome
Esta noite vou contigo
Traz a noite à minha porta
Corpo a corpo abençoado
Vem beijar-me de revolta
Um verão com neve à solta
Do teu beijo não me aparto
Campo Grande dos meus olhos
Pecado em porto escondido
Barco que traz o teu nome
Aporta em mim o ciúme
Esta noite vou contigo
Repertório de Camané
Que flor se abre no peito
Minha voz amanhecida?
Uma flor de amor refeito
Proa de fogo no leito
Leva a barra de vencida
Tempestade contra o molhe
Um navio ao fim da tarde
Vou dum tempo que se esconde
Para um mar que já me foge
Ainda o teu amor me arde
Minha voz abandonada
Pela noite se faz tua
Ecos de casa fechada
Nos teus beijos, encontrada
Em vertigem de loucura
Barco que o céu não derrota
Corpo a corpo acendido
Filho que aos meus braços torna
Vem beijar quem não te encontra
Pelo Fado foi rendido
Traz a noite a minha porta
Corpo e corpo abençoado
Vem beijar-me de revolta
Um verão com neve à solta
Do teu beijo não me aparto
Campo Grande dos meus olhos
Pecado em porto escondido
Barco que traz o teu nome
Esta noite vou contigo
Traz a noite à minha porta
Corpo a corpo abençoado
Vem beijar-me de revolta
Um verão com neve à solta
Do teu beijo não me aparto
Campo Grande dos meus olhos
Pecado em porto escondido
Barco que traz o teu nome
Aporta em mim o ciúme
Esta noite vou contigo
Inferno do céu
Pedro da Silva Martins / Luís José Martins
Repertório de Cristina Branco
Que Deus Nosso Senhor não oiça
O que eu vou confessar agora
Eu sinto um diabo à solta
Que não vai embora
Que Deus Nosso Senhor não veja
A tentação que me seduz
Se o hábito é que faz a freira
Quem seremos nus?
A modos que eu vinha p’ra me confessar
O amor que lhe tinha e tenho p’ra dar
Se não morre meu, se não morro eu
Não desço sozinha ao inferno do céu
Que Deus Nosso Senhor não puna
A minha humanidade vã
Eu carrego a cruz impura no meu sutiã
Que Deus Nosso Senhor nos livre
Do pecado que é não ter
Um castigo que nos prive de nunca saber
Não morro sozinha
No inferno do Céu
Repertório de Cristina Branco
Que Deus Nosso Senhor não oiça
O que eu vou confessar agora
Eu sinto um diabo à solta
Que não vai embora
Que Deus Nosso Senhor não veja
A tentação que me seduz
Se o hábito é que faz a freira
Quem seremos nus?
A modos que eu vinha p’ra me confessar
O amor que lhe tinha e tenho p’ra dar
Se não morre meu, se não morro eu
Não desço sozinha ao inferno do céu
Que Deus Nosso Senhor não puna
A minha humanidade vã
Eu carrego a cruz impura no meu sutiã
Que Deus Nosso Senhor nos livre
Do pecado que é não ter
Um castigo que nos prive de nunca saber
Não morro sozinha
No inferno do Céu
Imenso
Amália / Carlos Gonçalves
Repertório de Paulo Bragança
Repertório de Paulo Bragança
Ai como eu quero viver no plural
Este singular é pior que mal
Cavaleiro ignoto na eternidade
Exílio nos mares da minha saudade
Ignorar em mim a maior solidão
Mesmo na rua, sem tecto nem chão
Enganar o espelho com retratos de mim
Não tenham certezas, eu não sou assim
Achado no espaço
Esquecido p’lo mundo
Não tenho cansaço
Sou eco profundo
Quero ser plural
Crescente, minguante
Viver num segundo
O eterno instante;
Não tenham certezas
Eu não sou assim
Nascer larva, morrer borboleta
Lagarta crisálida de cor violeta
Ser águia, luar, com mãos de veludo
Desta saudade de nunca ser tudo
Lembrar de Deus a voz num jardim imenso
Ser poeta do espaço, do ser que me penso
Ser do Oriente a ave que me espalha
Trazer comigo a luz numa medalha
Este singular é pior que mal
Cavaleiro ignoto na eternidade
Exílio nos mares da minha saudade
Ignorar em mim a maior solidão
Mesmo na rua, sem tecto nem chão
Enganar o espelho com retratos de mim
Não tenham certezas, eu não sou assim
Achado no espaço
Esquecido p’lo mundo
Não tenho cansaço
Sou eco profundo
Quero ser plural
Crescente, minguante
Viver num segundo
O eterno instante;
Não tenham certezas
Eu não sou assim
Nascer larva, morrer borboleta
Lagarta crisálida de cor violeta
Ser águia, luar, com mãos de veludo
Desta saudade de nunca ser tudo
Lembrar de Deus a voz num jardim imenso
Ser poeta do espaço, do ser que me penso
Ser do Oriente a ave que me espalha
Trazer comigo a luz numa medalha
O carcereiro
DR / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Maria Lisboa
Junto de uma cadeia, um carcereiro
O seu lar construiu, amor traduz
Fruto desse grande amor primeiro
Uma linda criança veio à luz
Fôra a criança o sol daquele lar
Da imensa solidão, e de alegria
Pois era tão só aquele lugar
Que apenas na prisão um preso havia
Sem nome os pais deixaram a filhinha
Até que um sacerdote, um bom velhinho
Passou e batizou a criancinha
Convidando o preso para padrinho
À criancinha beijando o lindo rosto
Diz-lhe o preso a chorar e de saudade
Liberdade é o nome que eu mais gosto
Quero que ela se chame liberdade
Depois do batizado junto à grade
Num sorriso através do cativeiro
Viu afastar-se dele a liberdade
Nos braços da mulher do carcereiro
Repertório de Maria Lisboa
Junto de uma cadeia, um carcereiro
O seu lar construiu, amor traduz
Fruto desse grande amor primeiro
Uma linda criança veio à luz
Fôra a criança o sol daquele lar
Da imensa solidão, e de alegria
Pois era tão só aquele lugar
Que apenas na prisão um preso havia
Sem nome os pais deixaram a filhinha
Até que um sacerdote, um bom velhinho
Passou e batizou a criancinha
Convidando o preso para padrinho
À criancinha beijando o lindo rosto
Diz-lhe o preso a chorar e de saudade
Liberdade é o nome que eu mais gosto
Quero que ela se chame liberdade
Depois do batizado junto à grade
Num sorriso através do cativeiro
Viu afastar-se dele a liberdade
Nos braços da mulher do carcereiro
Muito obrigado Benvinda
Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ir a Portugal um dia
Um sonho da mocidade
Dona Benvinda Maria
Tornou em realidade
Dona Benvinda, muito obrigado
Por tudo aquilo
Que nos tem dado
P'las alegrias que a mil já deu
Dona Benvinda
Há-de ir p'ra o céu
Quando a gente ao Rio voltar
Diremos ao pessoal
Como foi gostoso estar
Este mês em Portugal
E p'ra o ano quem vier
Neste rancho, coisa linda
Também tem que agradecer
À nossa querida Benvinda
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ir a Portugal um dia
Um sonho da mocidade
Dona Benvinda Maria
Tornou em realidade
Dona Benvinda, muito obrigado
Por tudo aquilo
Que nos tem dado
P'las alegrias que a mil já deu
Dona Benvinda
Há-de ir p'ra o céu
Quando a gente ao Rio voltar
Diremos ao pessoal
Como foi gostoso estar
Este mês em Portugal
E p'ra o ano quem vier
Neste rancho, coisa linda
Também tem que agradecer
À nossa querida Benvinda
Já soube um dia a maneira
Zé Maria / Alfredo Duarte *fado pájem*
Repertório de Zé Maria
Já soube um dia a maneira
De regressar para ti
Já te encontrei à primeira
Mesmo quando não te vi
Já um dia fui capaz
De me afastar sem tormento
Mas tornou-se mais audaz
E incauto, o afastamento
E embrenhei-me sozinho
Em tais dores e cansaços
Que me esqueci do caminho
Para voltar aos teus braços
Por isso, nesta agonia,
Porque achar-te não consigo
Peço-te, de mãos vazias
Que venhas tu ter comigo
Repertório de Zé Maria
Já soube um dia a maneira
De regressar para ti
Já te encontrei à primeira
Mesmo quando não te vi
Já um dia fui capaz
De me afastar sem tormento
Mas tornou-se mais audaz
E incauto, o afastamento
E embrenhei-me sozinho
Em tais dores e cansaços
Que me esqueci do caminho
Para voltar aos teus braços
Por isso, nesta agonia,
Porque achar-te não consigo
Peço-te, de mãos vazias
Que venhas tu ter comigo
Valsa das sombras
Vasco Graça Moura / Gonçalo Paredes e Artur Paredes
Repertório de Mísia
Agora esta valsa na lenta espiral
Do baile de sombras em que às vezes danças
Quando a noite cai e é de pedra e cal
No espelho vazio das minhas lembranças
Agora esta valsa no avesso dos dias
Na melancolia das suas oitavas
Repete de leve nas horas sombrias
As loucas palavras que me murmuravas
Agora esta valsa quando te atravessas
Nesta solidão envolta num xaile
Lembra-me uma a uma as tuas promessas
Na luz apagada deste fim de baile
Qualquer valsa agora são passos em volta
Na vida sem rumo, o adeus é cruel
Galopam as nuvens deixadas à solta
Ficou-me o deserto, ainda sabe a mel
Vejo o teu vulto e é muito tarde
Nesta distância sem regresso
Talvez a vida me acobarde
Se à tua ausência eu me confesso
Nem saberei o que me espera
Nem que rosário de amargura
Nem se é inverno a primavera
Nem se este amor se fez loucura
Repertório de Mísia
Agora esta valsa na lenta espiral
Do baile de sombras em que às vezes danças
Quando a noite cai e é de pedra e cal
No espelho vazio das minhas lembranças
Agora esta valsa no avesso dos dias
Na melancolia das suas oitavas
Repete de leve nas horas sombrias
As loucas palavras que me murmuravas
Agora esta valsa quando te atravessas
Nesta solidão envolta num xaile
Lembra-me uma a uma as tuas promessas
Na luz apagada deste fim de baile
Qualquer valsa agora são passos em volta
Na vida sem rumo, o adeus é cruel
Galopam as nuvens deixadas à solta
Ficou-me o deserto, ainda sabe a mel
Vejo o teu vulto e é muito tarde
Nesta distância sem regresso
Talvez a vida me acobarde
Se à tua ausência eu me confesso
Nem saberei o que me espera
Nem que rosário de amargura
Nem se é inverno a primavera
Nem se este amor se fez loucura
Romance sem nada
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
A história do nosso amor
Não vale a pena contar
Foi um romance vulgar
Uma edição sem valor
Ao princípio cor-de-rosa
É assim todo o começo
E tão depressa o avesso
Dessa colorida prosa
Aconteceu num relance
Porque o ciúme maldito
Riscou tudo o que foi escrito
No nosso pobre romance
Perdida a graça e a cor
Nada ficou p’ra contar
Por isso p’ra quê falar
Na nossa história de amor?
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
A história do nosso amor
Não vale a pena contar
Foi um romance vulgar
Uma edição sem valor
Ao princípio cor-de-rosa
É assim todo o começo
E tão depressa o avesso
Dessa colorida prosa
Aconteceu num relance
Porque o ciúme maldito
Riscou tudo o que foi escrito
No nosso pobre romance
Perdida a graça e a cor
Nada ficou p’ra contar
Por isso p’ra quê falar
Na nossa história de amor?
Às vezes há um silêncio
Sebastião Cerqueira / João David Rosa *fado rosa*
Repertório de Camané
Às vezes há um silêncio
Calado dentro de nós
Que em silêncio avança
E aos poucos nos cansa a voz
Se os dias fazem doer
Com cada hora vazia
Aos poucos vai a descer
Como uma sombra viria
Vi a noite escura e fria
Não vi por onde sair
Nem vi o dia a seguir
E o silêncio como o vento;
Fechou-me inteiro por dentro
Para ninguém mais me abrir
Esqueci das flores, as razões
As andorinhas partiram
Perdi as quatro estações
E as quatro que se seguiram
Tudo que os meus olhos viram
Não me parecia tocar
Parecia só passar
Até que um dia por fim;
Calei o silêncio em mim
E comecei a cantar
Voltaram as andorinhas
Lembrei das flores, as razões
E hoje as estações são minhas
Como as minhas canções
Repertório de Camané
Às vezes há um silêncio
Calado dentro de nós
Que em silêncio avança
E aos poucos nos cansa a voz
Se os dias fazem doer
Com cada hora vazia
Aos poucos vai a descer
Como uma sombra viria
Vi a noite escura e fria
Não vi por onde sair
Nem vi o dia a seguir
E o silêncio como o vento;
Fechou-me inteiro por dentro
Para ninguém mais me abrir
Esqueci das flores, as razões
As andorinhas partiram
Perdi as quatro estações
E as quatro que se seguiram
Tudo que os meus olhos viram
Não me parecia tocar
Parecia só passar
Até que um dia por fim;
Calei o silêncio em mim
E comecei a cantar
Voltaram as andorinhas
Lembrei das flores, as razões
E hoje as estações são minhas
Como as minhas canções
Deolinda
Letra e música de Pedro da Silva Martins
Repertório de Cristina Branco
Falem, que me importa falem, não quero saber
Digam o que digam, que podem dizer?
Se o mal criticam, se bem vão querer
Digam o que digam, que posso eu fazer?
Sou tanta incerteza que o mais certo em mim
É nem ser por certo, é nem estar aqui
Para mim sou tanto e há tanto em mim
Que eu sei lá quem sou...
Quem quiser falar de mim, que fale
Quem quiser saber de mim, pergunte
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, confunde...
Falem, que me importa, falem sem nada saber
Digam o que digam, só me fazem crer
que eu aqui existo, seja eu lá quem for
Digam o que digam, quem me vê melhor?
Se a porteira cusca que me topa bem
Se a padeira astuta que é cusca também
Se é que sabem tanto, esclareçam-me enfim
afinal quem sou?
Quem quiser falar de mim, que fale
Quem quiser saber de mim, pergunte
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, confunde...
Quem quiser falar de mim, verdade
Quem quiser saber de mim, confunde
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, pergunte
Quem sabe o que eu direi pergunte
Quem quiser saber de mim não sabe
Quem quiser falar de mim, confunde
Que isto de ser ou não ser verdade
Quem quiser falar de mim, já sabe
Quem sabe se o que direi, confunde
Quem quiser saber de mim, verdade
Isto de ser ou não ser, pergunte
Repertório de Cristina Branco
Falem, que me importa falem, não quero saber
Digam o que digam, que podem dizer?
Se o mal criticam, se bem vão querer
Digam o que digam, que posso eu fazer?
Sou tanta incerteza que o mais certo em mim
É nem ser por certo, é nem estar aqui
Para mim sou tanto e há tanto em mim
Que eu sei lá quem sou...
Quem quiser falar de mim, que fale
Quem quiser saber de mim, pergunte
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, confunde...
Falem, que me importa, falem sem nada saber
Digam o que digam, só me fazem crer
que eu aqui existo, seja eu lá quem for
Digam o que digam, quem me vê melhor?
Se a porteira cusca que me topa bem
Se a padeira astuta que é cusca também
Se é que sabem tanto, esclareçam-me enfim
afinal quem sou?
Quem quiser falar de mim, que fale
Quem quiser saber de mim, pergunte
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, confunde...
Quem quiser falar de mim, verdade
Quem quiser saber de mim, confunde
E quem sabe se eu direi a verdade
Isto de ser ou não ser, pergunte
Quem sabe o que eu direi pergunte
Quem quiser saber de mim não sabe
Quem quiser falar de mim, confunde
Que isto de ser ou não ser verdade
Quem quiser falar de mim, já sabe
Quem sabe se o que direi, confunde
Quem quiser saber de mim, verdade
Isto de ser ou não ser, pergunte
O meu caixão de loucura
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
O meu caixão de loucura
De pinho, de negro pinho
De pinho dos pinheirais
Foi talhado com ternura
Por mim, só por mim sozinho
Só por mim, por ninguém mais
Foi pregado secamente
Polido por meigos dedos
Talhado por mim sozinho
O meu caixão é diferente
Tem lá dentro mil segredos
É feito de negro pinho
É frio como a verdade
Tem a beleza do amor
O perfume dos roseirais
Tem o rumor da saudade
Aquele manso rumor
Do vento nos pinheirais
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
O meu caixão de loucura
De pinho, de negro pinho
De pinho dos pinheirais
Foi talhado com ternura
Por mim, só por mim sozinho
Só por mim, por ninguém mais
Foi pregado secamente
Polido por meigos dedos
Talhado por mim sozinho
O meu caixão é diferente
Tem lá dentro mil segredos
É feito de negro pinho
É frio como a verdade
Tem a beleza do amor
O perfume dos roseirais
Tem o rumor da saudade
Aquele manso rumor
Do vento nos pinheirais
Deixa passar
Mafalda Arnauth / Tiago Machado
Repertório de Mafalda Arnauth
Flutua um som em ti
Que te quer conquistar
Que pede para entrar
Que pede p’ra deixar sair a dor
Que ocupa o seu lugar
Num espaço a inventar de amor
Deixa, deixa sair
Deixa, deixa passar
Deixa vir outra forma de amar
Deixa ser outro fado a cantar
Deixa haver outro enredo no teu rumo
Deixa a vida vir e te levar
Deixa a dor tornar-se fumo e passar
Num leve suspirar, de Deus
A vida ganha forma e pede para entrar
E pede p’ra ficar junto da margem
De onde tanto queres fugir
P’ra te contar
Flutua um som em ti
Que te quer conquistar
Que pede para entrar
Que pede p’ra deixar sair a dor
Que ocupa o seu lugar
Num espaço a inventar de amor
Deixa, deixa sair
Deixa, deixa passar
Deixa vir outra forma de amar
Deixa ser outro fado a cantar
Deixa haver outro enredo no teu rumo
Deixa a vida vir e te levar
Deixa a dor tornar-se fumo e passar
Num leve suspirar, de Deus
A vida ganha forma e pede para entrar
E pede p’ra ficar junto da margem
De onde tanto queres fugir
P’ra te contar
P’ra ’além da dor, o que há por vir
O cruzeiro
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
No mais ermo do caminho
Há um cruzeiro velhinho
Bem erguido junto à estrada
Era ali que vinham dantes
P’ra rezar os caminhantes
À cruz de pedra musgada
E hoje, o velho cruzeiro
Chora triste o mundo inteiro
Daquela era passada
Só um trapeiro velhinho
Interrompe o seu caminho
E reza com voz magoada
E a cruz de pedra musgada
Bem erguida junto à estrada
Ouve essa prece fremente
Grata, a sombra do cruzeiro
Beija de leve o trapeiro
À luz do sol poente
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
No mais ermo do caminho
Há um cruzeiro velhinho
Bem erguido junto à estrada
Era ali que vinham dantes
P’ra rezar os caminhantes
À cruz de pedra musgada
E hoje, o velho cruzeiro
Chora triste o mundo inteiro
Daquela era passada
Só um trapeiro velhinho
Interrompe o seu caminho
E reza com voz magoada
E a cruz de pedra musgada
Bem erguida junto à estrada
Ouve essa prece fremente
Grata, a sombra do cruzeiro
Beija de leve o trapeiro
À luz do sol poente
As ilhas afortunadas
Fernando Pessoa / Popular *fado menor-maior*
Repertório de Camané
Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala
Mas que se escutarmos cala
Por ter havido escutar
E só, se meio dormido
Sem saber de ouvir, ouvimos
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos
São ilhas afortunadas
São terras sem ter lugar
Onde o rei mora esperando
Mas se vamos despertando
Cala a voz e há só o mar
Repertório de Camané
Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala
Mas que se escutarmos cala
Por ter havido escutar
E só, se meio dormido
Sem saber de ouvir, ouvimos
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos
São ilhas afortunadas
São terras sem ter lugar
Onde o rei mora esperando
Mas se vamos despertando
Cala a voz e há só o mar
Só as palavras não contam
António Laranjeira / André Teixeira
Repertório de Mariana Correia
Sei ler o que teu corpo me diz
Quando me olhas, sorris
Só as palavras não contam
Sei ler o que o desejo me faz
Quando teu beijo me traz
Silêncios que nos confrontam
E assim, quero-te perto de mim
Se vens e dizes que sim
Quando me abres a porta
E ali, tu por mim e eu só por ti
Nunca de nós desisti
E tudo mais não importa
Não sei se amo mais do que amei
Se por amor encontrei
Esta dor quase solidão
Talvez sejas o mundo que Deus fez
Vertigem pura ou nudez
Quando for teu meu coração
Depois
Ficamos sós por nós dois
Sem nos perdermos nos faróis
Que cegam sem nos derrubar
Ninguém
Tem esperança se não vens
Eu sei que chegas porque tens
A luz do sol no teu olhar
Repertório de Mariana Correia
Sei ler o que teu corpo me diz
Quando me olhas, sorris
Só as palavras não contam
Sei ler o que o desejo me faz
Quando teu beijo me traz
Silêncios que nos confrontam
E assim, quero-te perto de mim
Se vens e dizes que sim
Quando me abres a porta
E ali, tu por mim e eu só por ti
Nunca de nós desisti
E tudo mais não importa
Não sei se amo mais do que amei
Se por amor encontrei
Esta dor quase solidão
Talvez sejas o mundo que Deus fez
Vertigem pura ou nudez
Quando for teu meu coração
Depois
Ficamos sós por nós dois
Sem nos perdermos nos faróis
Que cegam sem nos derrubar
Ninguém
Tem esperança se não vens
Eu sei que chegas porque tens
A luz do sol no teu olhar
Mais do mesmo
Duarte / Joaquim Campos *fado rosita*
Repertório de Duarte
Mais do mesmo… porque sim
Mais do mesmo… porque não?
Mais do mesmo porque enfim
Mais do mesmo até mais não
Mais do mesmo que te dão
Mais do mesmo a que te dás
Mais do mesmo é ter razão
Mais do mesmo tanto faz
Mais do mesmo sem pensar
Mais do mesmo é consumir
Mais do mesmo se calhar
Mais do mesmo faz-me rir
Mais do mesmo, assim-assim
Mais do mesmo, pois então
Mais do mesmo… porque sim!
Mais do mesmo… porque não?
Repertório de Duarte
Mais do mesmo… porque sim
Mais do mesmo… porque não?
Mais do mesmo porque enfim
Mais do mesmo até mais não
Mais do mesmo que te dão
Mais do mesmo a que te dás
Mais do mesmo é ter razão
Mais do mesmo tanto faz
Mais do mesmo sem pensar
Mais do mesmo é consumir
Mais do mesmo se calhar
Mais do mesmo faz-me rir
Mais do mesmo, assim-assim
Mais do mesmo, pois então
Mais do mesmo… porque sim!
Mais do mesmo… porque não?
Jacarandá
Letra e música de Jonas
Repertório do autor
À sombra de um jacarandá
Vejo um banquinho rosa
Repertório do autor
À sombra de um jacarandá
Vejo um banquinho rosa
E de mansinho
Vou sentar-me nele a pensar
Vou sentar-me nele a pensar
Na história que sou
Na minha frente passam fotos
Polaroid, a sépia
Na minha frente passam fotos
Polaroid, a sépia
A preto e branco e a cores
A recordar o meu caminho e aonde vou
Revejo a carta que escrevi
Gajo que não respondeu
Vejo o cachimbo do avô
De fato escuro e de chapéu
E o chapéu de chuva preso
Na boca de incêndio aberta
Mais os poemas que escrevi
Como presente à dona Berta
E a avó de bata e avental
A cuidar do jardim e das figueiras
Que trepava com a mana
A recordar o meu caminho e aonde vou
Revejo a carta que escrevi
Gajo que não respondeu
Vejo o cachimbo do avô
De fato escuro e de chapéu
E o chapéu de chuva preso
Na boca de incêndio aberta
Mais os poemas que escrevi
Como presente à dona Berta
E a avó de bata e avental
A cuidar do jardim e das figueiras
Que trepava com a mana
Já no fim do verão
E na lagoa
E na lagoa
A cabana no pinheiro manso
Onde aquecia o café roubado
Onde aquecia o café roubado
Com os primos à Ti São
E o postal que recebi
De Londres só a dizer sim
Mais o livrinho do Antoine
Que guardo hoje só p’ra mim
As personagens de Lisboa
Estranhas como manda a lei
Desconhecidas, conhecidas
Do outro lado o Cristo Rei
Pergunto aos meus botões
Como será ser velho enrugado
Toda a vida presa às costas
E o postal que recebi
De Londres só a dizer sim
Mais o livrinho do Antoine
Que guardo hoje só p’ra mim
As personagens de Lisboa
Estranhas como manda a lei
Desconhecidas, conhecidas
Do outro lado o Cristo Rei
Pergunto aos meus botões
Como será ser velho enrugado
Toda a vida presa às costas
Lá atrás a ganhar pó
Penso nos netos que vou ter
Se vão gostar do avô
Penso nos netos que vou ter
Se vão gostar do avô
Ir ao cinema juntos
Ver a Disney e no medo de estar só
Na encarnação insustentável
A leveza do meu ser
Vidas passadas, karma bom e mau
No momento de morrer
Regresso a mim olho p’ra cima
Jacarandá alto e sereno
Fecho os meus olhos p’ra sentir
0 entardecer quente e ameno
Ver a Disney e no medo de estar só
Na encarnação insustentável
A leveza do meu ser
Vidas passadas, karma bom e mau
No momento de morrer
Regresso a mim olho p’ra cima
Jacarandá alto e sereno
Fecho os meus olhos p’ra sentir
0 entardecer quente e ameno
Porquê saudade
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Saudade, porque é que moras
Nas paredes do meu peito
Sabendo que não te aceito
Porque é que tu te demoras
Saudade, porque é que insistes
Em viver na minha vida
Sonho co’a tua partida
Porque é que tu não desistes
Saudade, porque ardilosa
Me persegues noite e dia
Cansa a tua companhia
Porque és assim tão teimosa
Saudade, porque é que hás-de
Trazer-me sempre à memória
Essa história que sem história
Não merece uma saudade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Saudade, porque é que moras
Nas paredes do meu peito
Sabendo que não te aceito
Porque é que tu te demoras
Saudade, porque é que insistes
Em viver na minha vida
Sonho co’a tua partida
Porque é que tu não desistes
Saudade, porque ardilosa
Me persegues noite e dia
Cansa a tua companhia
Porque és assim tão teimosa
Saudade, porque é que hás-de
Trazer-me sempre à memória
Essa história que sem história
Não merece uma saudade
Noite transfigurada
Letra e música de Jorge Palma
Repertório de Camané
Podes estar enamorada
Podes estar apaixonada
Nalgum delírio sem fim
Mas não podes de repente
Fazer-me sentir ausente
Do teu caminho até mim
Porque os sulcos que traçámos
Tudo aquilo que gravámos
No leito do nosso rio
Não se esgota num segundo
Em nenhum canto do mundo
Faça sol ou faça frio
Aqui não cabe a razão
Nem qualquer explicação
Não há nada a perdoar
0 ciúme foi-se embora
Deixou a chave de fora
Para tu poderes entrar
Ao romper da madrugada
A noite transfigurada
Ilumina o meu olhar
De braço dado contigo
Não importa o que te digo
Ao ver os barcos passar
Repertório de Camané
Podes estar enamorada
Podes estar apaixonada
Nalgum delírio sem fim
Mas não podes de repente
Fazer-me sentir ausente
Do teu caminho até mim
Porque os sulcos que traçámos
Tudo aquilo que gravámos
No leito do nosso rio
Não se esgota num segundo
Em nenhum canto do mundo
Faça sol ou faça frio
Aqui não cabe a razão
Nem qualquer explicação
Não há nada a perdoar
0 ciúme foi-se embora
Deixou a chave de fora
Para tu poderes entrar
Ao romper da madrugada
A noite transfigurada
Ilumina o meu olhar
De braço dado contigo
Não importa o que te digo
Ao ver os barcos passar
Quadras de amor
Silva Tavares / Popular *fado mouraria*
Por mais que digas que não
Fez-se uma sombra entre nós
Não sinto o teu coração
Quando escuto a tua voz
Trago tão acostumados
Aos teus, meus olhos, amor
Que às vezes de olhos fechados
‘Inda te vejo melhor
Ando triste sem razão
Detesto quem me conforta
E só sinto o coração
Quando passo à tua porta
Teus olhos indefinidos
São labirintos de cor
Onde os meus cinco sentidos
Andam perdidos de amor
Repertório de Carlos do Carmo
Por mais que digas que não
Fez-se uma sombra entre nós
Não sinto o teu coração
Quando escuto a tua voz
Trago tão acostumados
Aos teus, meus olhos, amor
Que às vezes de olhos fechados
‘Inda te vejo melhor
Ando triste sem razão
Detesto quem me conforta
E só sinto o coração
Quando passo à tua porta
Teus olhos indefinidos
São labirintos de cor
Onde os meus cinco sentidos
Andam perdidos de amor
Estrela perdida
Carlos Conde / Popular *fado menor*?
Repertório de Filipe Pinto
Repertório de Filipe Pinto
Também gravado com o título *Estrela no céu*
Tive uma filha, morreu
Deus levou-ma, fez-me guerra
Pôs uma estrela no céu
E uma saudade na terra
E à noite, que maravilha
Em meus sonhos ideais
Vejo sempre a minha filha
Na estrela que brilha mais
Ai, como eu tenho sonhado
Com a luz daquela estrela
Sonho com ela acordado
E a dormir sonho com ela
Já que tal dor me impuseste
Ó Deus que me torturaste
Dou-te a vida que me deste
Pela filha que me roubaste
Tive uma filha, morreu
Deus levou-ma, fez-me guerra
Pôs uma estrela no céu
E uma saudade na terra
E à noite, que maravilha
Em meus sonhos ideais
Vejo sempre a minha filha
Na estrela que brilha mais
Ai, como eu tenho sonhado
Com a luz daquela estrela
Sonho com ela acordado
E a dormir sonho com ela
Já que tal dor me impuseste
Ó Deus que me torturaste
Dou-te a vida que me deste
Pela filha que me roubaste
A ilusão de um grande amor
António Laranjeira/ Armandinho *fado mayer*
Repertório de Mariana Correia
Não sei dizer
Será saudade, será ciúme
Quando te vejo
Este desejo é quase lume
Não sei explicar
Esta tristeza que trago em mim
P'ra não chorar
Chego a pensar que sou assim
Um grande amor não se esquece
Nem pode ser diferente
Por muito que se ausente
Não cabe na razão
Num grande amor
Não há tristeza nem dor
É saudade que se sente
Num coração sofredor
Não sei de mim
Há tanto tempo nesta incerteza
Sinto ternura, será loucura
É com certeza
Quanto mais penso
Mais me convenço que nada fiz
P'ra não chorar
Quero pensar que sou feliz
Repertório de Mariana Correia
Não sei dizer
Será saudade, será ciúme
Quando te vejo
Este desejo é quase lume
Não sei explicar
Esta tristeza que trago em mim
P'ra não chorar
Chego a pensar que sou assim
Um grande amor não se esquece
Nem pode ser diferente
Por muito que se ausente
Não cabe na razão
Num grande amor
Não há tristeza nem dor
É saudade que se sente
Num coração sofredor
Não sei de mim
Há tanto tempo nesta incerteza
Sinto ternura, será loucura
É com certeza
Quanto mais penso
Mais me convenço que nada fiz
P'ra não chorar
Quero pensar que sou feliz
Já não há tempo
Fernando Gomes / Fernando Freitas *fado pena*
Repertório de Peu Madureira
A vida diz ao tempo que não corra
O tempo não a escuta e vai em frente
E enquanto ela o persegue até que morra
O tempo continua indiferente
O tempo ordena à vida: não te atrases
A vida bem se esforça por prendê-lo
Se todos os instantes são fugazes
Há que os aproveitar sem desmazelo
Na infância, todo o tempo é infinito
Depois vai começando a escassear
Por fim, a vida aceita o veredito
De que nada adianta em se atrasar
Mas por gastarmos tanta, tanta vida
Na pressa de agarrar cada momento
Quando queremos travar essa corrida
O tempo já passou, já não há tempo
Repertório de Peu Madureira
A vida diz ao tempo que não corra
O tempo não a escuta e vai em frente
E enquanto ela o persegue até que morra
O tempo continua indiferente
O tempo ordena à vida: não te atrases
A vida bem se esforça por prendê-lo
Se todos os instantes são fugazes
Há que os aproveitar sem desmazelo
Na infância, todo o tempo é infinito
Depois vai começando a escassear
Por fim, a vida aceita o veredito
De que nada adianta em se atrasar
Mas por gastarmos tanta, tanta vida
Na pressa de agarrar cada momento
Quando queremos travar essa corrida
O tempo já passou, já não há tempo
Hino à cantadeira
António Manuel Moraes / Custódio Castelo
Repertório de Margarida Guerreiro
Passou por mim a cantadeira
De corpo nu e cor de cobre
Cantou o morna a noite inteira
Fiquei rico, era pobre
Cantava a alma de crioula
O destino de um mar que é ilhéu
Agora a imagem vou repô-la
Em versos de um poema meu
Menina de ancas semi-nuas
Nascidas para os lados do Mansoa
Hoje sonhas fados
Nestas ruas de Lisboa
Vi-te passar, a pele doirada
Sorriso aberto sem borel
Lançando perfume na estrada
De um fado, de um romance e de cordel
Caminhas animada e dengosa
Doce exótico de baunilha e canela
Fina graça sensual deliciosa
Vinda da caravela
Repertório de Margarida Guerreiro
Passou por mim a cantadeira
De corpo nu e cor de cobre
Cantou o morna a noite inteira
Fiquei rico, era pobre
Cantava a alma de crioula
O destino de um mar que é ilhéu
Agora a imagem vou repô-la
Em versos de um poema meu
Menina de ancas semi-nuas
Nascidas para os lados do Mansoa
Hoje sonhas fados
Nestas ruas de Lisboa
Vi-te passar, a pele doirada
Sorriso aberto sem borel
Lançando perfume na estrada
De um fado, de um romance e de cordel
Caminhas animada e dengosa
Doce exótico de baunilha e canela
Fina graça sensual deliciosa
Vinda da caravela
Madalena
2º ato da ópera *O Nazareno*
José Agostinho / Frei Hermano da CâmaraRepertório de Amália
Eu soube, num sonho, que aí com Simão
Jantáveis, ó Cristo, de faces radiosas
E trago-vos bálsamos, trago-vos de rosas
E trago mil beijos de límpida unção
Deixai que estas lágrimas tão dolorosas
Vos verta nos pés que iluminam o chão
Esses pés de marfim que me enchem
De santa e fremente paixão
E lembram as bases do meigo jasmim
Quero o eterno amor, quero o eterno amor
O amor sem vergonha sem treva e sem fim
Sem trave e sem fim
Jesus Nazareno, meu sol, meu Senhor
Jesus Nazareno, meu sol, meu Senhor
Ó Cristo… deixai
Que esses pés vos alague de prantos assim
Talvez que este choro os meus crimes apague
Talvez que esta dor meus remorsos esmague
Talvez que esta angústia me faça um jardim
Que eu chore, que eu gema numa dor sem fim
Aos pés de quem fez da virtude um poema
Da virtude um poema
Deixai que eu enxugue com estes cabelos
Os pés já banhados por dor tão suprema
E bálsamos verta, talvez porque tema
Que os prantos vos firam os pés com seus gelos
Com sua postema e amarga paixão,
Ó Cristo, ó vidente de meigos anelos
Jesus Nazareno o perdão e perdão
Jesus Nazareno o perdão e perdão
Marcha do mercado do Chão do Loureiro
Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Lisboa tem tanto mercado
Mas um é lembrado Mesmo a quem não queira
Embora já não exista
A velha e benquista Praça da Figueira
Na noite de S. João
Tinham tradição os seus arraiais
Mas tudo o tempo mudou
E apenas deixou saudades demais
Praça velhinha
P’ra gente alfacinha de saudade eterna
Foste mudada
E estás transformada numa praça moderna
Ela não morreu
Pois outra nasceu de aspecto altaneiro
Tem um passado
O novo mercado do Chão do Loureiro
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Lisboa tem tanto mercado
Mas um é lembrado Mesmo a quem não queira
Embora já não exista
A velha e benquista Praça da Figueira
Na noite de S. João
Tinham tradição os seus arraiais
Mas tudo o tempo mudou
E apenas deixou saudades demais
Praça velhinha
P’ra gente alfacinha de saudade eterna
Foste mudada
E estás transformada numa praça moderna
Ela não morreu
Pois outra nasceu de aspecto altaneiro
Tem um passado
O novo mercado do Chão do Loureiro
E se não for fado
Tiago Torres da Silva / Francis Hime
Repertório de Mafalda Arnauth
E se não for fado
Mas trouxer a voz do mar
Que deixa o cheiro salgado
À beira do meu olhar
E se não for triste
Mas tiver a voz de Deus
Essa voz que em mim persiste
Quando os dias são ateus
E se não for nada disso
Pois a minha timidez
Não o deixa ser castiço
Quando o quer mais português
Pode ser que seja um fado errado
Que a minha alma aprendeu
Não será o vosso fado
Não será o mas é o meu
E se não for fado
Mas correr na direção do rio
Que banha apressado
As margens da minha mão
E se não for negro
Mas pintar todas as cores
Que dão igual aconchego
Aos sorrisos e às dores
E se não for nada disso
E se não for nada disso
Repertório de Mafalda Arnauth
E se não for fado
Mas trouxer a voz do mar
Que deixa o cheiro salgado
À beira do meu olhar
E se não for triste
Mas tiver a voz de Deus
Essa voz que em mim persiste
Quando os dias são ateus
E se não for nada disso
Pois a minha timidez
Não o deixa ser castiço
Quando o quer mais português
Pode ser que seja um fado errado
Que a minha alma aprendeu
Não será o vosso fado
Não será o mas é o meu
E se não for fado
Mas correr na direção do rio
Que banha apressado
As margens da minha mão
E se não for negro
Mas pintar todas as cores
Que dão igual aconchego
Aos sorrisos e às dores
E se não for nada disso
E se não for nada disso
Palavra adeus
Rui Manuel / Vital d’Assunção
Repertório de Rosa Maria Duarte
Adeus é uma porta que se fecha
É vela que soprada se apagou
É mágoa que se leva e que se deixa
É uva feita vinho que azedou
Adeus é uma insónia que madruga
É nó que se desata sem vontade
É chave de uma casa que se aluga
A meio da avenida da saudade
Adeus é um vazio adivinhado
Na súbita frieza dos lençóis
É esquina do presente com o passado
É vírgula entre o antes e o depois
Adeus é uma lágrima no cais
É algo que somado, diminui
É espelho que reflete o nunca mais
É tempo que no tempo se dilui
Repertório de Rosa Maria Duarte
Adeus é uma porta que se fecha
É vela que soprada se apagou
É mágoa que se leva e que se deixa
É uva feita vinho que azedou
Adeus é uma insónia que madruga
É nó que se desata sem vontade
É chave de uma casa que se aluga
A meio da avenida da saudade
Adeus é um vazio adivinhado
Na súbita frieza dos lençóis
É esquina do presente com o passado
É vírgula entre o antes e o depois
Adeus é uma lágrima no cais
É algo que somado, diminui
É espelho que reflete o nunca mais
É tempo que no tempo se dilui
Rainha santa
Frederico de Brito (ou) Gabriel de Oliveira / Alberto Ribeiro
Repertório de Alberto Ribeiro
Desgarradas em Coimbra
São amores que vão distantes
Pois é lá que o fado timbra
Na boca dos estudantes
Quando não se ouvem cantar
No Mondego, os seus doutores
Dona Inês fica a chorar
Lá na Fonte dos Amores
Quando a estudantada canta
Baladas sentimentais
Dizem que a Rainha Santa
Vem escutar, junto aos vitrais
Dos homens que se formaram
Na velha Universidade
Há saudades que ficaram
No Penedo da Saudade
Depois da Queima das Fitas
Coimbra não tem sossego
Choram tricanas bonitas
Pelas margens do Mondego
Repertório de Alberto Ribeiro
Desgarradas em Coimbra
São amores que vão distantes
Pois é lá que o fado timbra
Na boca dos estudantes
Quando não se ouvem cantar
No Mondego, os seus doutores
Dona Inês fica a chorar
Lá na Fonte dos Amores
Quando a estudantada canta
Baladas sentimentais
Dizem que a Rainha Santa
Vem escutar, junto aos vitrais
Dos homens que se formaram
Na velha Universidade
Há saudades que ficaram
No Penedo da Saudade
Depois da Queima das Fitas
Coimbra não tem sossego
Choram tricanas bonitas
Pelas margens do Mondego
Gastei tempos de amor
Maria de Lourdes de Carvalho / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Celeste Maria
As noites e os dias vi correr
A sós, com o silêncio e meu penar
Contei uma a uma minhas lágrimas
Gastei tempos de amor sem amar
Sem ti, bastarda da vida, eu julguei
Jamais poder viver, poder cantar
De largos prantos meu rosto marquei
Esperando em cada noite o teu voltar
Passei uma e outra noite à tua espera
Ouvindo em quem passava, os passos teus
Saí, fui pela rua e encontrei
Uns lábios, que de beijos, são só meus
A noite noutro dia se tornou
Aprendi que sou mulher p’ra te deixar
E agora, podes vir quando quiseres
Mas amor já não tenho p’ra te dar
Repertório de Celeste Maria
As noites e os dias vi correr
A sós, com o silêncio e meu penar
Contei uma a uma minhas lágrimas
Gastei tempos de amor sem amar
Sem ti, bastarda da vida, eu julguei
Jamais poder viver, poder cantar
De largos prantos meu rosto marquei
Esperando em cada noite o teu voltar
Passei uma e outra noite à tua espera
Ouvindo em quem passava, os passos teus
Saí, fui pela rua e encontrei
Uns lábios, que de beijos, são só meus
A noite noutro dia se tornou
Aprendi que sou mulher p’ra te deixar
E agora, podes vir quando quiseres
Mas amor já não tenho p’ra te dar
Olá Rosa de Lisboa
Mariana Coreia / João Ferreira Martins
Repertório de Mariana Correia
Olá Rosa de Lisboa
Dá-nos lá o teu sorriso
Só co’a tua Madragoa
Não se enfeita o paraíso
É preciso, sim, ó Rosa
Também o teu ar travesso
Porque tu, rosa formosa
Tens raça em teu arremesso
Flor das flores ou dos limões
Rosa na cor pombalina
Rosa graça em teus pregões
Rosa amor, Rosa menina;
Ai Rosa, linda varina
Que de Lisboa és figura
Que trazes a tua sina
Na canastra que te augura
No teu perfume há saudade
Quando a cidade entoa
Prosas, mares de liberdade
Por ti, Rosa de Lisboa
Tens a noite e o luar
Para o teu passo indeciso
E no rosto, p'ra nos dar
Rosa, esse teu sorriso
Repertório de Mariana Correia
Olá Rosa de Lisboa
Dá-nos lá o teu sorriso
Só co’a tua Madragoa
Não se enfeita o paraíso
É preciso, sim, ó Rosa
Também o teu ar travesso
Porque tu, rosa formosa
Tens raça em teu arremesso
Flor das flores ou dos limões
Rosa na cor pombalina
Rosa graça em teus pregões
Rosa amor, Rosa menina;
Ai Rosa, linda varina
Que de Lisboa és figura
Que trazes a tua sina
Na canastra que te augura
No teu perfume há saudade
Quando a cidade entoa
Prosas, mares de liberdade
Por ti, Rosa de Lisboa
Tens a noite e o luar
Para o teu passo indeciso
E no rosto, p'ra nos dar
Rosa, esse teu sorriso
Papoilas
Barão de Ortega / Jaime Santos *corrido do mestre zé*
Repertório de Zé Maria
Papoilas que o vento agita
Não me canso de vos ver
Há lá coisa mais bonita
Que ser simples sem saber
Ceifeiras do Ribatejo
Com saias de rubra chita
Lembra-me, quando vos vejo
Papoilas que o vento agita
Morenas, lindas moçoilas
Vivem para o campo viver
Entre o trigo e as papoilas
Não me canso de vos ver
Alegres, bailando vão
Para a tarefa bendita
Entoando uma canção
Há lá coisa mais bonita
Ignoram sua beleza
Não têm espelho para a ver
Há lá tamanha grandeza
Que ser simples sem saber
Repertório de Zé Maria
Papoilas que o vento agita
Não me canso de vos ver
Há lá coisa mais bonita
Que ser simples sem saber
Ceifeiras do Ribatejo
Com saias de rubra chita
Lembra-me, quando vos vejo
Papoilas que o vento agita
Morenas, lindas moçoilas
Vivem para o campo viver
Entre o trigo e as papoilas
Não me canso de vos ver
Alegres, bailando vão
Para a tarefa bendita
Entoando uma canção
Há lá coisa mais bonita
Ignoram sua beleza
Não têm espelho para a ver
Há lá tamanha grandeza
Que ser simples sem saber
Tempo de ter tempo
Artur Ribeiro / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Jorge Martinho
É tempo de ter tempo para tudo
E de notar que ainda há primavera
É tempo de tentar o absurdo
E não gastar mais tempo nesta espera
É tempo de tentar e conseguir
Aquilo que sonhamos vida fora
Tempo de dar ouvidos e seguir
A voz do coração em cada hora
É tempo de ter tempo para amar
Amar perdidamente sem rodeios
É tempo de ser fado e de cantar
Em vez de segredar nossos anseios
É tempo de não irmos a destempo
De ver o céu e dar pelas estrelas
É tempo de voltar atrás no tempo
E dividi-lo todo em coisas belas
Repertório de Jorge Martinho
É tempo de ter tempo para tudo
E de notar que ainda há primavera
É tempo de tentar o absurdo
E não gastar mais tempo nesta espera
É tempo de tentar e conseguir
Aquilo que sonhamos vida fora
Tempo de dar ouvidos e seguir
A voz do coração em cada hora
É tempo de ter tempo para amar
Amar perdidamente sem rodeios
É tempo de ser fado e de cantar
Em vez de segredar nossos anseios
É tempo de não irmos a destempo
De ver o céu e dar pelas estrelas
É tempo de voltar atrás no tempo
E dividi-lo todo em coisas belas
Deste-me um beijo
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Deste-me um beijo a brincar
E foi nessa brincadeira
Que eu sem qu’rer ou sem pensar
Me prendi p’rá vida inteira
Hoje não posso passar
Sem o calor dos teus beijos
Tua boca é o altar
Onde rezo os meus desejo
Teus beijos são orações
Teus lábios a doce ermida
Onde os nossos corações
Dão razão à nossa vida
E é um beijo, um doce beijo
Que carinhoso me dás
Que me cega, pois não vejo
Nada no mundo capaz
Capaz de me dar maior
Mais louca felicidade
Nesta certeza de amor
Por ser amor de verdade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Deste-me um beijo a brincar
E foi nessa brincadeira
Que eu sem qu’rer ou sem pensar
Me prendi p’rá vida inteira
Hoje não posso passar
Sem o calor dos teus beijos
Tua boca é o altar
Onde rezo os meus desejo
Teus beijos são orações
Teus lábios a doce ermida
Onde os nossos corações
Dão razão à nossa vida
E é um beijo, um doce beijo
Que carinhoso me dás
Que me cega, pois não vejo
Nada no mundo capaz
Capaz de me dar maior
Mais louca felicidade
Nesta certeza de amor
Por ser amor de verdade
Delicadeza
Letra e música de Francisca Cortesão
Repertório de Cristina Branco
Se sou elegante e tenho tudo no lugar
Se perdi a graça por me irritar
Se me comporto, se dou para o torto
Hão-de me informar
Já não me trava o medo de falhar
Brinco com o fogo até me queimar
Não tenho marido, não tenho dormido
Hei-de me salvar
Eu não sou de ferro
Nem sou de fraca constituição
Quero sentir-me sempre em casa
E nunca me pôr em causa
E nunca mais ter de me explicar
Com delicadeza
Quero fruir da minha forma
E matar a minha fome
E que nunca mais me digam o que pensar
Com delicadeza
Quero fruir da minha forma
Qual é a idade em que já não se quer saber
Cheguei lá sem me aperceber
Co’a cabeça no que há-de vir
Olho para o espelho antes de sair
E digo “nada mal"
Repertório de Cristina Branco
Se sou elegante e tenho tudo no lugar
Se perdi a graça por me irritar
Se me comporto, se dou para o torto
Hão-de me informar
Já não me trava o medo de falhar
Brinco com o fogo até me queimar
Não tenho marido, não tenho dormido
Hei-de me salvar
Eu não sou de ferro
Nem sou de fraca constituição
Quero sentir-me sempre em casa
E nunca me pôr em causa
E nunca mais ter de me explicar
Com delicadeza
Quero fruir da minha forma
E matar a minha fome
E que nunca mais me digam o que pensar
Com delicadeza
Quero fruir da minha forma
Qual é a idade em que já não se quer saber
Cheguei lá sem me aperceber
Co’a cabeça no que há-de vir
Olho para o espelho antes de sair
E digo “nada mal"
Quando quiseres voltar
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Quando quiseres voltar à minha vida
O teu lugar em mim está guardado
Entre nós dois amor não há partida
Tens sempre o teu lugar aqui ao lado
Quando quiseres é só abrir a porta
Não batas por favor não digas nada
Não digas nada não que nos importa
O que ficou lá fora na escada
Quando quiseres voltar recomeçamos
Tudo no mesmo ponto que ficou
Eu voltarei de novo a fazer anos
E voltarei de novo a ser quem sou
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando quiseres voltar à minha vida
O teu lugar em mim está guardado
Entre nós dois amor não há partida
Tens sempre o teu lugar aqui ao lado
Quando quiseres é só abrir a porta
Não batas por favor não digas nada
Não digas nada não que nos importa
O que ficou lá fora na escada
Quando quiseres voltar recomeçamos
Tudo no mesmo ponto que ficou
Eu voltarei de novo a fazer anos
E voltarei de novo a ser quem sou
Na paz do teu amor
Vasco Lima Couto / Fontes Rocha
Repertório de Margarida Guerreiro
Estou cansada de ser
Esta rua parada de mortos a dormir
Onde guardo o que posso
E onde canto o que é nosso
Ou aprendo o silêncio que não deixa fugir
Estou cansada de ouvir
As notícias mais frias que inventam o calor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos a paz do teu amor
Estou cansada de ver
As paredes pintadas com as tintas do vento
Onde nunca estarei porque a noite é uma lei
Que só se pode amar por trás do pensamento
Estou cansada de ter
Os dias entre os dias que fingem ter valor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos a paz do teu amor
Dá-me o sol da manhã
Essa esperança bendita de ter fome a sorrir
Onde corto o que posso
E onde canto o que é nosso
Apesar deste mundo o tentar impedir
Dá-me o breve resguardo
Desta canção que eu guardo com honesto pudor
E embora o ódio fale
Que tudo em mim não cale
Na paz do teu amor
Repertório de Margarida Guerreiro
Estou cansada de ser
Esta rua parada de mortos a dormir
Onde guardo o que posso
E onde canto o que é nosso
Ou aprendo o silêncio que não deixa fugir
Estou cansada de ouvir
As notícias mais frias que inventam o calor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos a paz do teu amor
Estou cansada de ver
As paredes pintadas com as tintas do vento
Onde nunca estarei porque a noite é uma lei
Que só se pode amar por trás do pensamento
Estou cansada de ter
Os dias entre os dias que fingem ter valor
Estou cansada e por isso
Dá-me tu pelo menos a paz do teu amor
Dá-me o sol da manhã
Essa esperança bendita de ter fome a sorrir
Onde corto o que posso
E onde canto o que é nosso
Apesar deste mundo o tentar impedir
Dá-me o breve resguardo
Desta canção que eu guardo com honesto pudor
E embora o ódio fale
Que tudo em mim não cale
Na paz do teu amor
Lisboa montra de recuerdos
Jonas / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertório de Jonas
Lisboa virou montra de recuerdos
Cheiinha de andorinhas, santos e galos
Como um cigarro a arder por entre os dedos
Lisboa virou loja de regalos
À porta tem um moço desgrenhado
De um riso emoldurado pregado ao rosto
Pergunta; do you want to listen fado?
Respondo ando meio indisposto;
Pergunta; do you want to listen fado?
Já disse; anda meio indisposto
Lá dentro o galo tuga já não canta
E até o Santo António mudou de cor
Tem o Ronaldo em estampa numa manta
Cortiça em quantidade a seu dispor
0 gordo do balcão é meio gago
Mas fala quatro línguas sem solavancos
Eu olho prós euritos que aqui trago
Diz ele; também temos multibanco
Ouço o bater da terra onde me movo
Cada vez mais longe vai-se afastando
Nada é mais perfeito do que um ovo
E as paredes do meu vão-se estreitando
Repertório de Jonas
Lisboa virou montra de recuerdos
Cheiinha de andorinhas, santos e galos
Como um cigarro a arder por entre os dedos
Lisboa virou loja de regalos
À porta tem um moço desgrenhado
De um riso emoldurado pregado ao rosto
Pergunta; do you want to listen fado?
Respondo ando meio indisposto;
Pergunta; do you want to listen fado?
Já disse; anda meio indisposto
Lá dentro o galo tuga já não canta
E até o Santo António mudou de cor
Tem o Ronaldo em estampa numa manta
Cortiça em quantidade a seu dispor
0 gordo do balcão é meio gago
Mas fala quatro línguas sem solavancos
Eu olho prós euritos que aqui trago
Diz ele; também temos multibanco
Ouço o bater da terra onde me movo
Cada vez mais longe vai-se afastando
Nada é mais perfeito do que um ovo
E as paredes do meu vão-se estreitando
Condenado
Letra de Carlos de Vasconcelos
Revisão de: José Fernandes Castro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Sei que sou um condenado
Pelas leis do coração
Mesmo não sendo culpado
Sinto-me um pobre humilhado
Suportando esta paixão
Movido pela coragem
Embora sem rumo ter
Eu sigo a minha viagem
Para ver a tua imagem
Ou então, p´ra te esquecer
O navio aonde vou
Segue um rumo diferente
E sem ver aonde estou
Sei que a vida colocou
O teu corpo á minha frente
Dar-te amor... foi meu pecado
Pecado que não escolhi
Hoje sou um condenado
Cumprindo as linhas dum fado
Que me faz cantar por ti
Revisão de: José Fernandes Castro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Sei que sou um condenado
Pelas leis do coração
Mesmo não sendo culpado
Sinto-me um pobre humilhado
Suportando esta paixão
Movido pela coragem
Embora sem rumo ter
Eu sigo a minha viagem
Para ver a tua imagem
Ou então, p´ra te esquecer
O navio aonde vou
Segue um rumo diferente
E sem ver aonde estou
Sei que a vida colocou
O teu corpo á minha frente
Dar-te amor... foi meu pecado
Pecado que não escolhi
Hoje sou um condenado
Cumprindo as linhas dum fado
Que me faz cantar por ti
Numa antiga madrugada
D.R / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Eliana Castro
Numa antiga madrugada
Sonhou a praia ser fada
Com dedos de rendilheira
Depois a praia acordou
E quis, conforme sonhou
Tecer renda a vida inteira
Almofada, areia fina
Bilros de água cristalina
Renda feita espuma branca
E a canção da rendilheira
É a canção marinheira
Repertório de Eliana Castro
Numa antiga madrugada
Sonhou a praia ser fada
Com dedos de rendilheira
Depois a praia acordou
E quis, conforme sonhou
Tecer renda a vida inteira
Almofada, areia fina
Bilros de água cristalina
Renda feita espuma branca
E a canção da rendilheira
É a canção marinheira
Que há mil anos o mar canta
A rendilheira mais linda
Como outrora e hoje ainda
Sobre fronhas de cambraia
Noiva encantada perdida
Fada de renda vestida
E a alma da nossa praia
A rendilheira mais linda
Como outrora e hoje ainda
Sobre fronhas de cambraia
Noiva encantada perdida
Fada de renda vestida
E a alma da nossa praia
Big Brother
Letra e música de Jonas
Repertório do autor
Cai a noite na cidade
Com ressaca arrastada e madura
Acorda o bêbado manhoso
Que pede um shot de aguardente quente e pura
Bota acima e bota abaixo
Dormência prá cabeça e pró peito
A abarrotar de tanta vida
De mau olhado de azar de amor desfeito
Ali pertinho a puta velha
Com gloss rasca comprada no Chinês
Tenta engatá-lo à descarada
E ele mais uma aguardente, já vão três
Os dois pombinhos mancos e sujos
Trocam olhares por entre a gente que ali está
Por cima escrito na ardósia
Iscas para hoje já não há
No Chiado a preta louca
Mamas fartas repousadas nos joelhos
Com voz baixinha e nervosa
Pede um cigarro a um casal de velhos
Por baixo no metro já stressado
O cego faz ritmo a pedir esmola
Manda vir com toda a gente
E pisa o calo da senhora que é espanhola
Entra o Romeno de cão ao ombro
Olhar quebrado vai tocando acordeão
Uma criança fica a pensar
Será mais triste o dono ou o cão
E no Saldanha fica a lembrança
Do fulano que acena a quem lá passa
Iluminado pelos faróis
Ali de pé a dar mais graça àquela praça
São personagens de um show real
De um Big Brother sem vencidos nem heróis
Cada um de nós no seu papel
Da manhã fresca até à hora dos lençóis
Todos num conto que não tem fadas
Que tem crianças gatos, pombos e pardais
No eterno enredo puro e simples
Com a certeza de que amanhã há mais
Repertório do autor
Cai a noite na cidade
Com ressaca arrastada e madura
Acorda o bêbado manhoso
Que pede um shot de aguardente quente e pura
Bota acima e bota abaixo
Dormência prá cabeça e pró peito
A abarrotar de tanta vida
De mau olhado de azar de amor desfeito
Ali pertinho a puta velha
Com gloss rasca comprada no Chinês
Tenta engatá-lo à descarada
E ele mais uma aguardente, já vão três
Os dois pombinhos mancos e sujos
Trocam olhares por entre a gente que ali está
Por cima escrito na ardósia
Iscas para hoje já não há
No Chiado a preta louca
Mamas fartas repousadas nos joelhos
Com voz baixinha e nervosa
Pede um cigarro a um casal de velhos
Por baixo no metro já stressado
O cego faz ritmo a pedir esmola
Manda vir com toda a gente
E pisa o calo da senhora que é espanhola
Entra o Romeno de cão ao ombro
Olhar quebrado vai tocando acordeão
Uma criança fica a pensar
Será mais triste o dono ou o cão
E no Saldanha fica a lembrança
Do fulano que acena a quem lá passa
Iluminado pelos faróis
Ali de pé a dar mais graça àquela praça
São personagens de um show real
De um Big Brother sem vencidos nem heróis
Cada um de nós no seu papel
Da manhã fresca até à hora dos lençóis
Todos num conto que não tem fadas
Que tem crianças gatos, pombos e pardais
No eterno enredo puro e simples
Com a certeza de que amanhã há mais
Subscrever:
Mensagens (Atom)