Resta apenas a lembrança
Das vistosas tabuinhas,
Hoje acolhe a vizinhança
Num Casino, a Mariquinhas
A Mariquinhas zangada
Com gente sem coração
Tem agora a pretensão
Tem agora a pretensão
De provar que é muito honrada
Já não resta quase nada
Já não resta quase nada
Da sua pesada herança
Foi assim, cheia de esperança
Foi assim, cheia de esperança
Que rasgou as bambinelas
E das tábuas das janelas
Resta apenas a lembrança
Até o Chico, apostado
E das tábuas das janelas
Resta apenas a lembrança
Até o Chico, apostado
Em mudar de profissão
Anda a montar um salão
Anda a montar um salão
P’ra lá se cantar o fado
Já morreu todo o passado
Já morreu todo o passado
Da formosa Mariquinhas
No bairro não há vizinhas
No bairro não há vizinhas
Fugiram p’rá Liberdade
Já nem lá mora a saudade
Das vistosas tabuinhas
P’ra limpar a sua história
Já nem lá mora a saudade
Das vistosas tabuinhas
P’ra limpar a sua história
Esta infinita mulher
Vai morar junto ao Vitória
Vai morar junto ao Vitória
Ali no Parque Mayer
Mas agora o que ela quer
Mas agora o que ela quer
É que a malta da finança
Vá lá gastar a herança
Vá lá gastar a herança
No vicio do seu Salão
As invejas já lá vão
Hoje acolhe a vizinhança
É de um luxo que só vendo
As invejas já lá vão
Hoje acolhe a vizinhança
É de um luxo que só vendo
Peças de ouro, sedas puras
Até houve assinaturas
Até houve assinaturas
P’ra fazer um referendo
Era apenas um diferendo
Era apenas um diferendo
Politiquices mesquinhas
É por isso que as vizinhas
É por isso que as vizinhas
A trazem de braço dado
Pois pensa cantar o fado
Num Casino, a Mariquinhas!
Pois pensa cantar o fado
Num Casino, a Mariquinhas!