Repertório de Manuel João
Ferreira
Junto à cama, pobre dela
Tapada a chita barata
Tremula sempre uma vela
Na palmatória de prata
A palmatória guardada
Em testemunho de amor
É ricamente lavrada
Com requinte e a primor
Certo conde, seu amante
Um dia lha ofereceu
E depois, partiu distante
E nessa noite morreu
Essa mulher, pobre dela
Que de saudade padece
Acende sempre uma vela
De cada vez que anoitece
Por isso, no quarto dela
Entre a mobília barata
Tremula sempre uma vela
Na palmatória de prata