Mário Raínho / Casal Ribeiro
Repertório de Alice Pires
Lisboa, que tão apaixonada anda
Sacudiu os ombros logo ao despertar
Depois, abriu a varanda
Bordada de pombos e começou a sonhar
Vestiu o vestido mais belo
E como é costume, suspirou mais alto
Catrapiscou o Castelo
Pra fazer ciúme ao seu Bairro Alto
Se os outros bairros magoa
Pouco se importa Lisboa
Ela
Foi sempre assim, a vida inteira
Namoradeira, namoradeira
E quando anda de amores nem sequer nota
Que é uma gaivota, que é uma gaivota
À noite vai ao fado e à Revista
Porque é fadista, porque é fadista
Dança nas discotecas de improviso
Esta Lisboa, não tem juízo
Lisboa, que à noite ninguém segura
Quando acelerada, mete-se ao barulho
Navega, na onda loucura
Toda ritmada da 24 de Julho
Depois, quando é quase manhã
Ao romper do dia, ainda acordada
Promete voltar amanhã
A essa magia que há na madrugada
Ela diz: doa a quem doa
Eu sou assim sou Lisboa