Letra e música de Vitorino
Repertório de Nathalie Pires
Foste embora, fecha a porta
Deixaste o quarto vazio
Da tua voz, dos teus passos
Eu agora tão perdida
Fujo da rua onde mora
A má sorte de uma vida
Mas não tenhas a ilusão
Que o quarto vai ficar escuro
De ausência de solidão
Continados e janelas
Abrem-se de para em par
Podes voar, coração
Abrem asas os encontros
Que a vida sempre nos guarda
Ao virar da outra esquina
E não esqueças sobre a colcha
O chapéu escuro que fez sombra
À minha alma de menina
Fado da sereia
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
Ela era cantadeira e um caso sério
Rainha sem rival no seu ofício
E já tinha levado só por vício
Três faias e um banqueiro ao cemitério
A voz, despia-a toda se cantava
No arfar do xaile preto e do decote
Tinha a força noturna de um archote
E a raiva e a revolta de uma escrava
Na boca o seu vermelho era sangrento
Nas mãos curvava as unhas como garras
Nas ancas tinha a curva das guitarras
As fúrias no cabelo eram do vento
Os olhos eram de aço se os abria
Cravando-os em incautos corações
E ao serem mais funestas as paixões
Todo o seu corpo branco estremecia
Cantava como o fogo que devasta
As almas e as cidades de repente
Chamavam-lhe “a sereia” toda a gente
E era como a maré quando ela arrasta
Morreu de um desespero de facadas
No peito, nas carótidas, na cara
Deu-lhas alguém que um dia atraiçoara
E preferiu as mãos ensanguentadas
Não vi mulher mais bela em toda a vida
E em forma de mulher, mais tempestade
Nem voz ouvi que fosse mais verdade
Nem verdade a cantar mais incontida
Baixou por sua vez ao cemitério
Rainha sem rival no seu ofício
O que era de contar agora disse-o
Fica por desvendar o seu mistério
Repertório de António Pinto Basto
Ela era cantadeira e um caso sério
Rainha sem rival no seu ofício
E já tinha levado só por vício
Três faias e um banqueiro ao cemitério
A voz, despia-a toda se cantava
No arfar do xaile preto e do decote
Tinha a força noturna de um archote
E a raiva e a revolta de uma escrava
Na boca o seu vermelho era sangrento
Nas mãos curvava as unhas como garras
Nas ancas tinha a curva das guitarras
As fúrias no cabelo eram do vento
Os olhos eram de aço se os abria
Cravando-os em incautos corações
E ao serem mais funestas as paixões
Todo o seu corpo branco estremecia
Cantava como o fogo que devasta
As almas e as cidades de repente
Chamavam-lhe “a sereia” toda a gente
E era como a maré quando ela arrasta
Morreu de um desespero de facadas
No peito, nas carótidas, na cara
Deu-lhas alguém que um dia atraiçoara
E preferiu as mãos ensanguentadas
Não vi mulher mais bela em toda a vida
E em forma de mulher, mais tempestade
Nem voz ouvi que fosse mais verdade
Nem verdade a cantar mais incontida
Baixou por sua vez ao cemitério
Rainha sem rival no seu ofício
O que era de contar agora disse-o
Fica por desvendar o seu mistério
Senhora dona piela
César de Oliveira / João de Vasconcelos
Repertório de António Mourão
Senhora dona piela
Só eu e mais ela
Repertório de António Mourão
Senhora dona piela
Só eu e mais ela
É que é português
Gostamos da noite
Gostamos da noite
E dum pastelinho
Regado com vinho
Regado com vinho
Em baldes de três
Senhora dona piela
Aos tombos mais ela
Senhora dona piela
Aos tombos mais ela
Batemos o fado
Amiga leal que ensina o caminho
Vai mais um copinho
Amiga leal que ensina o caminho
Vai mais um copinho
Com ela a meu lado
Companheira das antigas
Companheira das antigas
Senhora dona piela
Que também entra nas brigas
Que também entra nas brigas
Senhora dona piela
A boca sabe-te a mosto
Tu bebes o que eu bebi
Sinto o teu fogo no rosto
Ai como eu gosto
A boca sabe-te a mosto
Tu bebes o que eu bebi
Sinto o teu fogo no rosto
Ai como eu gosto
De passar a noite agarrado a ti
Senhora dona piela
De passar a noite agarrado a ti
Senhora dona piela
Não és sentinela
De passar a noite agarrado a ti
Senhora dona piela
Não és sentinela
Do último copo
Conforto dum homem
Conforto dum homem
Que quer esquecimento
Viver no momento
Viver no momento
É isso que eu topo
Mal a manhã se levanta
Também se levanta
Mal a manhã se levanta
Também se levanta
A dona piela
E salta em silêncio
E salta em silêncio
Da cama p’ra fora
Depois vai-se embora
Depois vai-se embora
Sem eu dar por ela
Jardins de Portugal
Lima Brummon / Luís Alexandre
Repertório de Teresa Tarouca
Nos jardins de Portugal
Repertório de Teresa Tarouca
Nos jardins de Portugal
Vão morrendo lentamente
Alegrias dos mais velhos
Alegrias dos mais velhos
Momentos de bem e mal
Faces que o tempo marcou
No que fizeram e foram
Meditam, perdem seus sonhos
Meditam, perdem seus sonhos
Faces que o tempo marcou
Nos jardins de Portugal
Vejo passar junto a mim
Vejo passar junto a mim
E no que a vida os tornou
Homens sombrios de olhar triste
Pressinto um dia o meu fim
Tenho remorso de vê-los
Homens sombrios de olhar triste
Pressinto um dia o meu fim
Tenho remorso de vê-los
Nessa enorme solidão
P’los jardins de Portugal
P’los jardins de Portugal
De nada fazer por eles
E ter ainda alegria
Para os poder alegrar
Para os poder alegrar
Em cada rosto enrugado
Sinto lembranças de amor
Sofrimento e frustração
Portugal tão mal amado
Nos bancos dos seus jardina
Sofre em cada coração
Nos bancos dos seus jardina
Sofre em cada coração
A estrela da minha vida
José da Câmara / Raúl Ferrão *fado carriche*
Repertório de José da Câmara com Teresa da Câmara
A estrela da minha vida
Brilhando me viu nascer
E a sua luz foi seguida
Porque era luz a valer
Com ternura e com amor
Seguiu meus passos pequenos
Deu sua paz interior
Aos meus sonhos tão serenos
A sua voz de encantar
Segurando na guitarra
Com a luz do seu olhar
Iluminou a minha estrada
Partilhamos emoções
Era a estrela que sorria
Mesmo nas desilusões
Sua voz era poesia
Sinto-me na escuridão
Não vejo a estrela mais querida
Chora triste o coração
P’la estrela da minha vida
Repertório de José da Câmara com Teresa da Câmara
A estrela da minha vida
Brilhando me viu nascer
E a sua luz foi seguida
Porque era luz a valer
Com ternura e com amor
Seguiu meus passos pequenos
Deu sua paz interior
Aos meus sonhos tão serenos
A sua voz de encantar
Segurando na guitarra
Com a luz do seu olhar
Iluminou a minha estrada
Partilhamos emoções
Era a estrela que sorria
Mesmo nas desilusões
Sua voz era poesia
Sinto-me na escuridão
Não vejo a estrela mais querida
Chora triste o coração
P’la estrela da minha vida
Trovas do meu povo
Lima Brummon / Luís Alexandre
Repertório de Teresa Tarouca
Lá vem num corcel o príncipe real
Vem saber dos favos, vem medir o mel
Vem ver os pastores pastarem o gado
São seus os pastores e é seu todo o prado
Lá vem num cavalo o senhor regedor
Vem ver como cumprem as ordens do rei
Pela terra alheia vem ver lavradores
Vê o que semeiam, vem contar as flores
Lá vem num burrico o senhor abade
Vem pedir prás almas, prás almas salvar
São suas as almas que o povo lhes deu
Partilha por todos a fé que perdeu
Lá vem todo o povo a pé no povoado
De Cristo nos ombros à cruz arrancado
Pois Cristo resiste, não morre entre o povo
Porque em cada um há sempre um Cristo novo
Repertório de Teresa Tarouca
Lá vem num corcel o príncipe real
Vem saber dos favos, vem medir o mel
Vem ver os pastores pastarem o gado
São seus os pastores e é seu todo o prado
Lá vem num cavalo o senhor regedor
Vem ver como cumprem as ordens do rei
Pela terra alheia vem ver lavradores
Vê o que semeiam, vem contar as flores
Lá vem num burrico o senhor abade
Vem pedir prás almas, prás almas salvar
São suas as almas que o povo lhes deu
Partilha por todos a fé que perdeu
Lá vem todo o povo a pé no povoado
De Cristo nos ombros à cruz arrancado
Pois Cristo resiste, não morre entre o povo
Porque em cada um há sempre um Cristo novo
O meu cavalo passeia
Maria Manuel Cid / Custódio Castelo
Repertório de João Pedro
O meu cavalo passeia
Comigo, à beira do mar
Vai ele beijando a areia
E eu vendo o tempo passar
O meu cavalo não gosta
De rédeas, para correr
Só ele me dá resposta
Só eu o posso entender
O trote do meu cavalo
Pode levá-lo, ao caminhar
A descobrir, vagabundo
Um novo mundo para me dar
É livre como andorinha
Que vai sózinha onde lhe apraz
Eu posso, sempre que queira
Desta maneira viver em paz
As crinas bailam à solta
O vento a bailar com elas
São andorinhas à volta
Das grades dumas janelas
Aberta na estrada viva
Do mundo do sentimento
Canoa vogando à deriva
No mar do meu pensamento
Repertório de João Pedro
O meu cavalo passeia
Comigo, à beira do mar
Vai ele beijando a areia
E eu vendo o tempo passar
O meu cavalo não gosta
De rédeas, para correr
Só ele me dá resposta
Só eu o posso entender
O trote do meu cavalo
Pode levá-lo, ao caminhar
A descobrir, vagabundo
Um novo mundo para me dar
É livre como andorinha
Que vai sózinha onde lhe apraz
Eu posso, sempre que queira
Desta maneira viver em paz
As crinas bailam à solta
O vento a bailar com elas
São andorinhas à volta
Das grades dumas janelas
Aberta na estrada viva
Do mundo do sentimento
Canoa vogando à deriva
No mar do meu pensamento
Amigo
Letra e música de José da Câmara
Repertório do autor
À noite eu sentei-me
Olhei p’ra dentro de mim
Pensei e perguntei-me
Que tal a vida assim?
Porque é que estou tão triste
Repertório do autor
À noite eu sentei-me
Olhei p’ra dentro de mim
Pensei e perguntei-me
Que tal a vida assim?
Porque é que estou tão triste
Se nada vai mal p’ra mim
Mas o mal-estar insiste
Mas o mal-estar insiste
Que tenho eu de ruim?
Será que é por inveja
Será que é por inveja
De não ter essa coragem
Do teu humor que rega
Do teu humor que rega
A mais bela paisagem
És o primeiro a ver
És o primeiro a ver
Que o sério é banal
Aconteça o que acontecer
Aconteça o que acontecer
És prova do fundamental
Então eu entendi
Então eu entendi
Que tenho uma imensa sorte
Podendo estar ao pé de ti
Podendo estar ao pé de ti
Aprendo a ser alguém mais forte
Amigo, eu cá estou
Amigo, eu cá estou
P’ra tudo o que der e vier
Esta tristeza já passou
Esta tristeza já passou
Contigo aprendi a viver
Pobre pátria trigueira
Letra e música de Lima Brummon
Repertório de Teresa Tarouca
Ó pobre pátria trigueira
Dás filhos como dás flores
Nossa Senhora das Dores
A chorar a vida inteira
Dás filhos a todo o mundo
Como um tronco sem raíz
Mãe das mães que perdem tudo
E morrem no seu país
Ó pobre pátria trigueira
Repertório de Teresa Tarouca
Ó pobre pátria trigueira
Dás filhos como dás flores
Nossa Senhora das Dores
A chorar a vida inteira
Dás filhos a todo o mundo
Como um tronco sem raíz
Mãe das mães que perdem tudo
E morrem no seu país
Ó pobre pátria trigueira
Mãe da dor e da tristeza
Separada pela fronteira
Separada pela fronteira
Da nossa grande pobreza
Com boca que ninguém beija
Com boca que ninguém beija
E a tua mesa vazia
Longe de quem te deseja
Longe de quem te deseja
Envelheces dia a dia
Ó pobre pátria trigueira
Quando abraçarás teus filhos
Que andam p’lo mundo perdidos
A chorar a vida inteira
Lá vão ao sabor das águas
Em barquinhos de papel
Com o mar à pele das mágoas
E ao sol que lhes cresta a pele
Ó pobre pátria trigueira
Quando abraçarás teus filhos
Que andam p’lo mundo perdidos
A chorar a vida inteira
Lá vão ao sabor das águas
Em barquinhos de papel
Com o mar à pele das mágoas
E ao sol que lhes cresta a pele
Como nasceu o fado
Francisco Rodrigues / Alberto Lopes *fado dois tons*
Repertório de Vicente da Câmara
Se há quem lhe interesse saber
Como é que nasceu o fado
Cantando vou responder
Porque estou bem informado
Ele nasceu, era fatal
Repertório de Vicente da Câmara
Se há quem lhe interesse saber
Como é que nasceu o fado
Cantando vou responder
Porque estou bem informado
Ele nasceu, era fatal
Num certo e tristonho dia
Duma união natural
Duma união natural
Prós lados da Mouraria
Aos nascer logo é fadado
Aos nascer logo é fadado
Co’a tradição por virtude
E batizam-no de fado
E batizam-no de fado
Na Senhora da Saúde
Fez-se adulto, quis sair
Fez-se adulto, quis sair
Coisa a que ele não resiste
E foi a Alcácer Quibir
E foi a Alcácer Quibir
Mas voltou ‘inda mais triste
Foi nobre e foi plebeu
Foi nobre e foi plebeu
É tudo onde a raça impera
P’los dotes que Deus lhe deu
P’los dotes que Deus lhe deu
Foi amado p’la Severa
Mas eu não disse, afinal
Mas eu não disse, afinal
Quem foi a mãe, a meu ver
Ele é filho natural
Ele é filho natural
Duma guitarra qualquer
Fado da noite do fado
João S. Martins / José Luís Iglésias
Repertório de Fátima Santos
Triste a noite, triste vem
Nos fados que a noite abraçam
Na rua que tanto tem
Na rua que tanto tem
Tristezas que por lá passam
Nas vozes que a noite esconde
Repertório de Fátima Santos
Triste a noite, triste vem
Nos fados que a noite abraçam
Na rua que tanto tem
Na rua que tanto tem
Tristezas que por lá passam
Nas vozes que a noite esconde
Por muito escuro que faça
Uma luzinha presença
Uma luzinha presença
Uma luzinha presença
Brilha por trás da vidraça
Vendem-se imagens e luz
Vendem-se imagens e luz
Nas janelas da ilusão
Capa que encobre a tristeza
Capa que encobre a tristeza
Capa que encobre a tristeza
Das noites de solidão
Nas estrelas que viajam
Nas estrelas que viajam
Há uma esperança e uma prece
Sonhos das horas que passam
Sonhos das horas que passam
Sonhos das horas que passam
Sonhos das horas que passam
Enquanto a noite adormece
Estamos aqui
Daniel Gouveia / Armando Machado *fado maria rita*
Repertório de José da Câmara
Amigos, aqui estou eu
Vejam o que aconteceu
Uma história de pasmar
Ainda há pouco era menino
E tive por meu destino
Passar a vida a cantar
Não julguem tudo ser rosas
Pois as rosas são espinhosas
Amigos, aqui estou eu
Vejam o que aconteceu
Uma história de pasmar
Ainda há pouco era menino
E tive por meu destino
Passar a vida a cantar
Não julguem tudo ser rosas
Pois as rosas são espinhosas
E ferem de quando em vez
Mas no fim, deu tudo certo
Nascem rosas num deserto
Mas no fim, deu tudo certo
Nascem rosas num deserto
Quando canto p’ra vocês
Pisar o palco é tremer
Medo de tudo esquecer
Pisar o palco é tremer
Medo de tudo esquecer
Ansiedade, confusão
Mas tenho Deus p’lo meu lado
Eu rezo a cantar o fado
Mas tenho Deus p’lo meu lado
Eu rezo a cantar o fado
Porque fado é oração
Trinta anos a cantar
Quantos mais irão passar
Trinta anos a cantar
Quantos mais irão passar
Só o futuro o dirá
Mas sinto-me acompanhado
Amigos, muito obrigado
Mas sinto-me acompanhado
Amigos, muito obrigado
Por terem vindo até cá
Pinto auroreal
Letra e música de Edgar Nogueira
Repertório de Catarina Rosa
Eu pinto a noite e o dia
Com as tintas da alvorada
Pinto a dor e a alegria
Com tons de brisa dourada
Meus olhos são duas estrelas
Repertório de Catarina Rosa
Eu pinto a noite e o dia
Com as tintas da alvorada
Pinto a dor e a alegria
Com tons de brisa dourada
Meus olhos são duas estrelas
Que dão mais luz ao meu quadro
Até meu amor ao vê-las
Até meu amor ao vê-las
Ficou logo enamorado
Eu pinto o teu olhar
Eu pinto o teu olhar
Com tintas do arco-íris
Mas só te posso amar
Mas só te posso amar
Meu amor, se não mentires
Eu pinto o sol e a lua
Eu pinto o sol e a lua
Eu pinto os peixes e o mar
Ai amor… eu serei tua
Ai amor… eu serei tua
Se tu me quiseres amar
Eu pinto a escuridão
Eu pinto a escuridão
Com a ponta dum cigarro
Em forma de coração
Em forma de coração
Loucamente apaixonado
Eu pinto o tempo que passa
Eu pinto o tempo que passa
Com verde meio azulado
Cor de esperança e de graça
Cor de esperança e de graça
P’ra cantar sempre o meu fado
Eu vi o que tu vias
Aldina Duarte / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Francisco Salvação Barreto
Eu vi naquela noite o que tu vias
No brilho dos teus olhos, quando olhaste
Bem sei que tudo aquilo que dizias
Não era tudo aquilo que mostraste
Promessa revelada, indiscreta
Perdida noutra vida a começar
Fechaste para sempre a porta aberta
Perdemos para sempre aquele olhar
Apenas sede e frio que não se esquece
Deixaste num sorriso quase triste
P’ra mim, tu foste mais do que parece
P’ra ti, eu fui alguém que não existe
Serás da minha noite a madrugada
E o tempo que não esteve ao nosso lado
Promessa duma história mal contada
Paixão que não se apaga neste fado
Repertório de Francisco Salvação Barreto
Eu vi naquela noite o que tu vias
No brilho dos teus olhos, quando olhaste
Bem sei que tudo aquilo que dizias
Não era tudo aquilo que mostraste
Promessa revelada, indiscreta
Perdida noutra vida a começar
Fechaste para sempre a porta aberta
Perdemos para sempre aquele olhar
Apenas sede e frio que não se esquece
Deixaste num sorriso quase triste
P’ra mim, tu foste mais do que parece
P’ra ti, eu fui alguém que não existe
Serás da minha noite a madrugada
E o tempo que não esteve ao nosso lado
Promessa duma história mal contada
Paixão que não se apaga neste fado
Vindimeiro
Lima Brummon / Vitor Manuel Rodrigues
Repertório de Teresa Tarouca
Amaduram-se os cachos
Repertório de Teresa Tarouca
Amaduram-se os cachos
Torna o tempo da vindima
Bagos novos, bagos novos
Bagos novos, bagos novos
Arde-lhes o oiro em cima
Vergam-se as vides pesadas
Vergam-se as vides pesadas
Bagos ciosos se animam
Vindimeiro, vindimeiro
Vindimeiro, vindimeiro
Velho moço em velha vinha
Vindimeiro vindimado
Quem te vindima a ansiedade
Cachos verdes, quem tos dera
Para vindimares a saudade
Tens mais sede de vindima
Do que tem a farta uva
A sede de ser colhida
Se cai a primeira chuva
Como cachos pró lagar
Vindimeiro vindimado
Quem te vindima a ansiedade
Cachos verdes, quem tos dera
Para vindimares a saudade
Tens mais sede de vindima
Do que tem a farta uva
A sede de ser colhida
Se cai a primeira chuva
Como cachos pró lagar
Saltam os seios às vindimeiras
Bagos cheios, bagos cheios
Bagos cheios, bagos cheios
De desejo e bebedeiras
Anda a serpente da terra
Anda a serpente da terra
Na dança das parras soltas
Vindimeiras vindimadas
Vindimeiras vindimadas
Rebentam bagos na boca
Regresso
Sophia de Mello Breyner / Lima Brummon
Repertório de Teresa Tarouca
Quem cantará vosso regresso morto
Que lágrimas, que grito hão-de dizer
A desilusão e o peso em vosso corpo
Portugal tão cansado morrer
Portugal tão cansado morrer
Ininterruptamente e devagar
Enquanto o vento vivo vem do mar
Enquanto o vento vivo vem do mar
Quem são os vencedores desta agonia?
Quem os senhores sombrios desta noite
Onde se perde, morre e se desvia
A antiga linha clara e criadora;
A antiga linha clara e criadora
Do nosso rosto voltado para o dia
Repertório de Teresa Tarouca
Quem cantará vosso regresso morto
Que lágrimas, que grito hão-de dizer
A desilusão e o peso em vosso corpo
Portugal tão cansado morrer
Portugal tão cansado morrer
Ininterruptamente e devagar
Enquanto o vento vivo vem do mar
Enquanto o vento vivo vem do mar
Quem são os vencedores desta agonia?
Quem os senhores sombrios desta noite
Onde se perde, morre e se desvia
A antiga linha clara e criadora;
A antiga linha clara e criadora
Do nosso rosto voltado para o dia
Amigos, amigos
Ana Vidal / José da Câmara
Repertório de José da Câmara
Amigos amigos que a vida nos deu
São portos de abrigo, a luz do postigo
Em noites de breu
Amigos amigos, os do coração
Se a gente precisa
Despem a camisa sem hesitação
Fizeram a nossa história
Desde os tempos do liceu
Um ou outro se perdeu
Numa esquina da memória
De outros recantos da vida
Outros vieram depois
Sejam vinte, ou sejam dois
São a nossa guarida
Paixões são chamas, não dura
Morrer mais cedo ou mais tarde
Mas uma luz sempre arde
No amigo que perdura
Repertório de José da Câmara
Amigos amigos que a vida nos deu
São portos de abrigo, a luz do postigo
Em noites de breu
Amigos amigos, os do coração
Se a gente precisa
Despem a camisa sem hesitação
Fizeram a nossa história
Desde os tempos do liceu
Um ou outro se perdeu
Numa esquina da memória
De outros recantos da vida
Outros vieram depois
Sejam vinte, ou sejam dois
São a nossa guarida
Paixões são chamas, não dura
Morrer mais cedo ou mais tarde
Mas uma luz sempre arde
No amigo que perdura
Mulher-amor
Lima Brummon / António Chaínho
Repertório de Teresa Tarouca
Mulher chegada ao sonho adolescente
Botão de esperança num sorriso alegre
Mulher inteira, coração contente
Que guarda com ternura
A última boneca
P’ra quem o amor é coisa pura
Mulher capaz de ter nas mãos serenas
Toda a força do amor que habita em si
E sabe pôr nas coisas mais pequenas
Um gesto de ternura
Mulher igual a mim
Mulher que és mãe, és a mulher mais pura
Mulher que chega à esquina da idade
Carregada dos seus anos doirados
Cada ruga lhe traz uma saudade
E afaga com ternura
Seus cabelos grisalhos
Bebebdo o amor da sua fonte pura
Repertório de Teresa Tarouca
Mulher chegada ao sonho adolescente
Botão de esperança num sorriso alegre
Mulher inteira, coração contente
Que guarda com ternura
A última boneca
P’ra quem o amor é coisa pura
Mulher capaz de ter nas mãos serenas
Toda a força do amor que habita em si
E sabe pôr nas coisas mais pequenas
Um gesto de ternura
Mulher igual a mim
Mulher que és mãe, és a mulher mais pura
Mulher que chega à esquina da idade
Carregada dos seus anos doirados
Cada ruga lhe traz uma saudade
E afaga com ternura
Seus cabelos grisalhos
Bebebdo o amor da sua fonte pura
Não digas sorte, diz Deus
João Dias / Joaquim Campos *fado rosita*
Repertório de Vicente da Câmara
Não digas sorte, diz Deus
Não digas fado, diz lida
Junta teus sonhos aos meus
E vamos viver a vida
Diz luto em vez de destino
Diz só hoje e não saudade
Diz humano ao que é divino
Diz justiça à caridade
Em vez de negro, diz luz
À noite exige luar
E nos teus gestos mais nus
Põe a graça de te dar
Repertório de Vicente da Câmara
Não digas sorte, diz Deus
Não digas fado, diz lida
Junta teus sonhos aos meus
E vamos viver a vida
Diz luto em vez de destino
Diz só hoje e não saudade
Diz humano ao que é divino
Diz justiça à caridade
Em vez de negro, diz luz
À noite exige luar
E nos teus gestos mais nus
Põe a graça de te dar
Foi assim
Diogo Clemente / Valter Rolo e Diogo Clemente
Repertório de Matilde Cid
Primeiro dei-te as mãos, depois o olhar
Morria de vergonha por te ver
O amor tem destas coisas, faz corar
E eu que sou tão menina, fui mulher
Por tudo o que me dás aqui me tens
Por tudo o que t’espero e sei de ti
Eu vim do mundo longe de onde vens
E vi a vida porque em mim te vi
Como é que foi acontecer assim
Tão certa a minha vida e tão inteira
Que jeitos teve Deus p’ra ver em mim
Alguém que é feito à minha maneira
Chegaste calmamente ao meu lugar
Das coisas que ainda guardo para mim
Como se a vida fosse p’ra te esperar
Chegaste p’ra fazeres morada em mim
Se fomos rendilhados pela sina
De que outros dizer ser um grande amor
Que saibam que é só ele que domina
E que nos leva a vida p’ra onde for
Primeiro dei-te as mãos, depois o olhar
Morria de vergonha por te ver
O amor tem destas coisas, faz corar
E eu que sou tão menina, fui mulher
Por tudo o que me dás aqui me tens
Por tudo o que t’espero e sei de ti
Eu vim do mundo longe de onde vens
E vi a vida porque em mim te vi
Como é que foi acontecer assim
Tão certa a minha vida e tão inteira
Que jeitos teve Deus p’ra ver em mim
Alguém que é feito à minha maneira
Chegaste calmamente ao meu lugar
Das coisas que ainda guardo para mim
Como se a vida fosse p’ra te esperar
Chegaste p’ra fazeres morada em mim
Se fomos rendilhados pela sina
De que outros dizer ser um grande amor
Que saibam que é só ele que domina
E que nos leva a vida p’ra onde for
Nosso fado
Maria Teresa de Noronha / Popular
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Queria deixar de pensar
Em quem não posso esquecer
É tão grande a minha luta
Sempre a pensar sem o querer
Não queiras prender de novo
Os laços que o tempo solta
Amor que foi, já não é
Amor que foi, já não volta
Há muito que ando a pensar
Sem nunca compreender
Porque foi que te encontrei
Se tinha de te perder
Não julgues p’las gargalhadas
Alegrias de ninguém
Que às vezes elas encobrem
Tristezas que a gente tem
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Queria deixar de pensar
Em quem não posso esquecer
É tão grande a minha luta
Sempre a pensar sem o querer
Não queiras prender de novo
Os laços que o tempo solta
Amor que foi, já não é
Amor que foi, já não volta
Há muito que ando a pensar
Sem nunca compreender
Porque foi que te encontrei
Se tinha de te perder
Não julgues p’las gargalhadas
Alegrias de ninguém
Que às vezes elas encobrem
Tristezas que a gente tem
Lenços de Portugal
Teresa Nunes / Hermano da Camara
Repertório de José Luís
O lenço tem a magia
O lenço tem a magia
De tornar a mulher bela
Até a Virgem Maria
Até a Virgem Maria
O trazia ao peito dela
Eu sinto um prazer imenso
Em trazer a vida presa
Aos quatro pontas do lenço
Duma mulher portuguesa
Tendo um coração bordado
Eu sinto um prazer imenso
Em trazer a vida presa
Aos quatro pontas do lenço
Duma mulher portuguesa
Tendo um coração bordado
O lenço lembra o carinho
Que há no dia de noivado
Que há no dia de noivado
Duma cachopa do Minho
Dá um ar afadistado
Dá um ar afadistado
O lenço posto com graça
Dum colorido engraçado
Dum colorido engraçado
Que há no lenço de Alcobaça
O lenço que marca a vida
O lenço que marca a vida
Duma alma torturada
Acena na despedida
Acena na despedida
Enxuga o pranto à chegada
Quem sabe um dia
Paulo Abreu Lima / Eduardo Espinho
Repertório de Buba Espinho
Minha saudade deita-se tarde se tu não vens
E acorda cedo com esse medo de não voltares
Contigo assim perto de mim o mundo existe
Mas se não vens eu vou ao fundo e fico triste
O tempo tarda e tudo é nada longe de ti
E ao ver-te o beijo, morde o desejo de estares aqui
Quem sabe um dia, a fantasia da minha dor
Seja a alegria da eterna noite e muito amor
A lua sempre foi um sol de encanto
Que aquece as madrugadas do meu pranto
E faz da luz o dia com que canto
As mágoas com que caio e me levanto
Repertório de Buba Espinho
Minha saudade deita-se tarde se tu não vens
E acorda cedo com esse medo de não voltares
Contigo assim perto de mim o mundo existe
Mas se não vens eu vou ao fundo e fico triste
O tempo tarda e tudo é nada longe de ti
E ao ver-te o beijo, morde o desejo de estares aqui
Quem sabe um dia, a fantasia da minha dor
Seja a alegria da eterna noite e muito amor
A lua sempre foi um sol de encanto
Que aquece as madrugadas do meu pranto
E faz da luz o dia com que canto
As mágoas com que caio e me levanto
Deixa-o lá
Natália dos Anjos / Joaquim Campos *fado amora*
Repertório de Maria Valejo
Quando ontem a porta abriste
E ao saíres de repelão
Nem sabes como feriste
O meu pobre coração
Meu coração que se ofende
Repertório de Maria Valejo
Quando ontem a porta abriste
E ao saíres de repelão
Nem sabes como feriste
O meu pobre coração
Meu coração que se ofende
Com esse alguém que o tortura
Ou é parvo ou não entende
Ou é parvo ou não entende
Que adoece não tem cura
Já te pedi que tivesses
Já te pedi que tivesses
Mais calma no teu bater
Coração, não me obedeces
Coração, não me obedeces
Acabas por me perder
Coração, tu és um louco
Coração, tu és um louco
Deixa-o fazer o que quer
Bates muito, vivo pouco
Bates muito, vivo pouco
E eu preciso de viver
Os beijos que ela me deu
Armando Costa / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Gil Costa
Deu-me tudo o que a vida tem de belo
Amor, dinheiro a rodos, alegria
Vivemos longo tempo num castelo
De sonho, de prazer e de magia
Pôs o mundo a meus pés, e a chorar
Pediu que eu aceitasse o corpo dela
Cheguei a ser o rei desse lugar
Dono dessa mulher formosa e bela
Deu-me os lábios de fogo em noites calmas
Entre beijos selvagens, delirantes
Eram como uma só as nossas almas
Unidas, sequiosas e amantes
Um dia ela abalou, e a saudade
Aos poucos foi morrendo, notem bem
Mas nunca me chegou a dar metade
Dos beijos que me deu a minha mãe
Repertório de Gil Costa
Deu-me tudo o que a vida tem de belo
Amor, dinheiro a rodos, alegria
Vivemos longo tempo num castelo
De sonho, de prazer e de magia
Pôs o mundo a meus pés, e a chorar
Pediu que eu aceitasse o corpo dela
Cheguei a ser o rei desse lugar
Dono dessa mulher formosa e bela
Deu-me os lábios de fogo em noites calmas
Entre beijos selvagens, delirantes
Eram como uma só as nossas almas
Unidas, sequiosas e amantes
Um dia ela abalou, e a saudade
Aos poucos foi morrendo, notem bem
Mas nunca me chegou a dar metade
Dos beijos que me deu a minha mãe
Sou Maria de Lisboa
Letra e música de Pedro Vilar
Repertório de Ciça Marinho
Dizem que sou atrevida
Mas é da vida que por mim passa
Trago na boca um pregão
Dum coração cheio de raça
Vaguendo p’las vielas
Em todas elas deixo o meu canto
Faço da noite meu dia
Espalho alegria por onde ando
Sou Maria de Lisboa
Cantando na proa
Repertório de Ciça Marinho
Dizem que sou atrevida
Mas é da vida que por mim passa
Trago na boca um pregão
Dum coração cheio de raça
Vaguendo p’las vielas
Em todas elas deixo o meu canto
Faço da noite meu dia
Espalho alegria por onde ando
Sou Maria de Lisboa
Cantando na proa
Num barco que passa
Sou Maria na avenida
Vou cantando a vida
Sou Maria na avenida
Vou cantando a vida
O amor e a desgraça
Canto a Lisboa da noite
Onde as almas se perdem
Canto o fado das vielas
E em todas elas
Canto a Lisboa da noite
Onde as almas se perdem
Canto o fado das vielas
E em todas elas
Me vejo e revejo
Testamento
Júlio Vieitas / Raúl Pinto
Repertório de Fernando João
Fadistas, quando eu morrer
Vou deixar em testamento
Uma guitarra a vocês
P’ra com ela se fazer
Repertório de Fernando João
Fadistas, quando eu morrer
Vou deixar em testamento
Uma guitarra a vocês
P’ra com ela se fazer
O mais belo monumento
Ao coração português
Quero à minha cebeceira
A guitarra, a companheira
Ao coração português
Quero à minha cebeceira
A guitarra, a companheira
Que tanto tenho amado
E vós, fadistas de fama
Sentados na minha cama
E vós, fadistas de fama
Sentados na minha cama
Cantai-me baixinho um fado
Eu quero ao morrer, senti-lo
Sou fadista e sendo assim
Eu quero ao morrer, senti-lo
Sou fadista e sendo assim
Hei-de morrer com o fado
Pode ser que a morte ao ouvi-lo
Tenha até pena de mim
Pode ser que a morte ao ouvi-lo
Tenha até pena de mim
E espere mais um bocado
É cantando
Letra e música de Maria Durão
Repertório de Matilde Cid
É cantando
Repertório de Matilde Cid
É cantando
Que te abraço, que me tens
É cantando
É cantando
Que te falo bem de dentro
E é cantando
E é cantando
Que me fazes querer entrar
Foi cantando
Foi cantando
Que me quiseste acordar
Mas é chorando
Mas é chorando
Que o coração te vê
E é caindo
E é caindo
Que te estendo a mão
E é sofrendo
E é sofrendo
Que a gente aprende a ser
Todo teu, todo teu
Todo teu, todo teu
Passarinho da Ribeira
Armando Costa / Popular *fado mouraria*
Repertório de Gil Costa
Passarinho da Ribeira
Emudece o teu cantar
Porque morreu a moleira
Mais bonita do lugar
Deixou de cantar a fonte
Repertório de Gil Costa
Passarinho da Ribeira
Emudece o teu cantar
Porque morreu a moleira
Mais bonita do lugar
Deixou de cantar a fonte
Quedou-se o labor, não vês?
O velhinho camponês
O velhinho camponês
Há muito desceu o monte;
Ao longe, no horizonte
Ao longe, no horizonte
Andam lábios a rezar
Só tu, louco sem pensar
Só tu, louco sem pensar
Gorjeias dessa maneira
Passarinho da Ribeira
Emudece o teu cantar
O rouxinol no choupal
Passarinho da Ribeira
Emudece o teu cantar
O rouxinol no choupal
Não faz ouvir sua voz
Preso também como nós
Preso também como nós
A esta dor sem igual;
A toutinegra real
A toutinegra real
Anda de luto a chorar
Pára também de cantar
Pára também de cantar
Nesta hora derradeira
Porque morreu a moleira
Mais bonita do lugar
Porque morreu a moleira
Mais bonita do lugar
Doméstica solidão
Duarte / José António Sabrosa
Repertório de Duarte
Doméstica solidão
Condição dos mal-amados
As crianças onde estão?
Não as vejo em nenhum lado
Mar de voz que anda perdida
Rio de tormenta calada
Eu sou dum amor sem vida
Sou porta quase fechada
Descrença frágil e fria
Por ventura bem fadada
Sou qualquer coisa vazia
Qualquer coisa sem mais nada
Doméstica solidão
Condição dos mal-amados
Atiraste ao coração
Quando ao meu; passou-lhe ao lado
Repertório de Duarte
Doméstica solidão
Condição dos mal-amados
As crianças onde estão?
Não as vejo em nenhum lado
Mar de voz que anda perdida
Rio de tormenta calada
Eu sou dum amor sem vida
Sou porta quase fechada
Descrença frágil e fria
Por ventura bem fadada
Sou qualquer coisa vazia
Qualquer coisa sem mais nada
Doméstica solidão
Condição dos mal-amados
Atiraste ao coração
Quando ao meu; passou-lhe ao lado
Olhar puro
Matilde Cid / Raúl Pinto
Repertório de Matilde Cid
Olho p’ra ti não me vês
Meu amor, não sei quem és
Foste p’ra mim a verdade
Não sabes que um olhar
Por mais que nos queira amar
Não tem essa liberdade
Chegou o frio do inverno
Repertório de Matilde Cid
Olho p’ra ti não me vês
Meu amor, não sei quem és
Foste p’ra mim a verdade
Não sabes que um olhar
Por mais que nos queira amar
Não tem essa liberdade
Chegou o frio do inverno
Foi-se embora o calor terno
Vejo o nosso amor cansado
E a chuva que caía
Vejo o nosso amor cansado
E a chuva que caía
Era o amor que fugia
Mesmo tendo-te a meu lado
Na pureza de um olhar
Mesmo tendo-te a meu lado
Na pureza de um olhar
É impossível negar
O que sente um coração
Meu amor, olha p’ra mim
Meu amor, olha p’ra mim
Porque eu quero, mesmo assim
Ver teus olhos dizer não
Ver teus olhos dizer não
Pescador do mar gigante
Armando Costa / Joaquim Campos *alexandrino*
Repertório de Gil Costa
Desembarcou na foz do mar das tempestades
E trazia no corpo o cheiro o maresia
Sentou-se ao pé de mim, e p’ra matar saudades
Ficou ouvindo o fado até romper o dia
Partira novo ainda, em busca de riqueza
Correu terras sem fim e nada amealhou
Voltou à sua aldeia, e p’ra maior tristeza
Não encontrou a mãe que outrora cá deixou
Depois de tudo ouvir, tornei-me seu amigo
E já sobre a manhã, à luz tosca da vela
Cantei com sentimento aquele fado antigo
O doce amor de mãe que foi a nossa estrela
E o velho pescador que tinha a voz do mar
E sabia de cor o jeito das nortadas
Chorou a sua sorte, e o pranto a deslizar
Tinha o brilho e a cor das ondas rendilhadas
Repertório de Gil Costa
Desembarcou na foz do mar das tempestades
E trazia no corpo o cheiro o maresia
Sentou-se ao pé de mim, e p’ra matar saudades
Ficou ouvindo o fado até romper o dia
Partira novo ainda, em busca de riqueza
Correu terras sem fim e nada amealhou
Voltou à sua aldeia, e p’ra maior tristeza
Não encontrou a mãe que outrora cá deixou
Depois de tudo ouvir, tornei-me seu amigo
E já sobre a manhã, à luz tosca da vela
Cantei com sentimento aquele fado antigo
O doce amor de mãe que foi a nossa estrela
E o velho pescador que tinha a voz do mar
E sabia de cor o jeito das nortadas
Chorou a sua sorte, e o pranto a deslizar
Tinha o brilho e a cor das ondas rendilhadas
Que amor não me engana
Letra e música de José Afonso
Repertório de Vânia Duarte
Que amor não me engana com a sua brandura
Se da antiga chama mal vive a amargura
Numa mancha negra, numa pedra fria
Que amor não se entrega na noite vazia
As vozes embargam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito
Muito à flor das águas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira
Em novas coutadas, junto de uma hera
Nascem flores vermelhas pela primavera
Assim tu souberas, irmã cotovia
Dizer-me se esperas o nascer do dia
Que amor não me engana com a sua brandura
Se da antiga chama mal vive a amargura
Numa mancha negra, numa pedra fria
Que amor não se entrega na noite vazia
As vozes embargam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito
Muito à flor das águas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira
Em novas coutadas, junto de uma hera
Nascem flores vermelhas pela primavera
Assim tu souberas, irmã cotovia
Dizer-me se esperas o nascer do dia
Mordi a tua mão
Duarte / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertório de Duarte
Mordi a tua mão, depois morri
Caí sobre o teu corpo inanimado
Que importa se estou preso ou se prendi
Quem morre assim, não tem que ser julgado
Mordi a tua mão, depois morri
Passei por um lugar que não tem nome
Que fica muito além do que sofri
Maior que a dor, que o mar, maior que a fome
Mordi a tua mão, depois morri
Deixei-me ali ficar de olhos fechados
Ainda perguntei: tu estás aqui?
Depois dormi nos braços arranhados
Repertório de Duarte
Mordi a tua mão, depois morri
Caí sobre o teu corpo inanimado
Que importa se estou preso ou se prendi
Quem morre assim, não tem que ser julgado
Mordi a tua mão, depois morri
Passei por um lugar que não tem nome
Que fica muito além do que sofri
Maior que a dor, que o mar, maior que a fome
Mordi a tua mão, depois morri
Deixei-me ali ficar de olhos fechados
Ainda perguntei: tu estás aqui?
Depois dormi nos braços arranhados
A Hermínia canta yé yé
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Hermínia Silva
Juro que não estou à rasca
Pois mesmo assim é que é
Cá a Hermínia é moderna
Também canta yé yé
Com versos que estão na moda
Que ninguém entende nada
E que eu não quero entender
Para não ficar chalada
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Repertório de Hermínia Silva
Juro que não estou à rasca
Pois mesmo assim é que é
Cá a Hermínia é moderna
Também canta yé yé
Com versos que estão na moda
Que ninguém entende nada
E que eu não quero entender
Para não ficar chalada
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Assim sem versos
Assim sem versos
Aos gritos é que é
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
É rapaziada, assim é que é
O que é preciso
É fazer banzé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Yé yé yé yé Yé yé yé yé
Sou moderna e bem moderna
Té dei sopa na ginjinha
Só bebo o Body Mary
E depois fico à rasquinha
Eu já uso mini-saia
De pequenino tamanho
P’ra ser ‘inda mais moderna
Vou deixar de tomar banho
Sou moderna e bem moderna
Té dei sopa na ginjinha
Só bebo o Body Mary
E depois fico à rasquinha
Eu já uso mini-saia
De pequenino tamanho
P’ra ser ‘inda mais moderna
Vou deixar de tomar banho
A ceia de Alcochete
Maria Manuel Cid / Alberto Costa *fado dois tons*
Repertório de António de Noronha
Encostado na boleia
Da minha velha charrete
Fui a trote para a ceia
Do Morgado de Alcochete
O branco luar brilhava
Repertório de António de Noronha
Encostado na boleia
Da minha velha charrete
Fui a trote para a ceia
Do Morgado de Alcochete
O branco luar brilhava
Nas folhas dos olivais
E o meu cavalo saltava
E o meu cavalo saltava
Da negrura dos varais
Apertei os alamares
Apertei os alamares
Aconcheguei a samarra
E fui lembrando os cantares
E fui lembrando os cantares
Que me ensinou a guitarra
Chegado que fui à porta
Chegado que fui à porta
Corri a cantar o fado
E voltei já noite morta
E voltei já noite morta
Farto de vinho e cansado
Foi a custo que saltei
Foi a custo que saltei
P'rá minha velha charrete
E a passo que voltei
E a passo que voltei
Do palácio de Alcochete
O beijo
Alexandre O’Neill / Paulo Ribeiro
Repertório de Inês Duarte
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo
Querela de aves, pios, escarcéu
Ainda palpitante voa um beijo
Donde teria vindo! não é meu
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha, colorida
Vai batendo como a própria vida
Um coração vermelho pelo ar
E é a força sem fim de duas boca
De duas bocas que se juntam, loucas
De inveja as gaivotas a gritar
Repertório de Inês Duarte
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo
Querela de aves, pios, escarcéu
Ainda palpitante voa um beijo
Donde teria vindo! não é meu
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha, colorida
Vai batendo como a própria vida
Um coração vermelho pelo ar
E é a força sem fim de duas boca
De duas bocas que se juntam, loucas
De inveja as gaivotas a gritar
Dizem
Duarte / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertório de Duarte
Dizem que nunca te amei
Que fui sempre um *bon vivant*
E que vou ser sempre assim
Também dizem que sou gay
Que durmo em qualquer divã
Quando a noite chega ao fim
Dizem que não te mereço
Que p’ra mim tudo tem preço
Sou ooferta e oferecido
Dizem que eu ando à mercê
Que não sou o que se vê
Bandido e caso perdido
Dizem que fui e não vou
Dizem que estive e não estou
Mas que devia ter ido
Também dizem, quando estou
Que o dia bom já passou
Não sou tido nem ouvido
Dizem uns, que outros não dizem
Porque não querem saber
Do tanto que há por dizer
Dos tantos que tanto dizem
Nada sabem do que dizem
E mais nada vão saber
Repertório de Duarte
Dizem que nunca te amei
Que fui sempre um *bon vivant*
E que vou ser sempre assim
Também dizem que sou gay
Que durmo em qualquer divã
Quando a noite chega ao fim
Dizem que não te mereço
Que p’ra mim tudo tem preço
Sou ooferta e oferecido
Dizem que eu ando à mercê
Que não sou o que se vê
Bandido e caso perdido
Dizem que fui e não vou
Dizem que estive e não estou
Mas que devia ter ido
Também dizem, quando estou
Que o dia bom já passou
Não sou tido nem ouvido
Dizem uns, que outros não dizem
Porque não querem saber
Do tanto que há por dizer
Dos tantos que tanto dizem
Nada sabem do que dizem
E mais nada vão saber
Um pedido ao Pai Natal
Armando Costa / António Moreira (ou?) Paco Gonzalez
Repertório de Armando Costa
Ó Pai Natal de barbas cor do linho
Meu pai Natal dos tempos de criança
Eu vou pôr esta noite o sapatinho
Na minha chaminé de luz e esperança
E como outrora fiz, vou-te pedir
Mas desta vez não é um carrocel
Um palhaço de seda ou de papel
O meu desejo é outro, vais ouvir
Aonde houver tisteza, fome e guerra
Acode aquela gente, a dor é tanta
E leva a cada pobre que há na terra
A paz que vem do céu, humilde e santa
Mas antes de seguires o teu caminho
E te perderes lá longe na distãncia
Deixa ficar no velho sapatinho
Um beijo a recordar a minha infãncia
Repertório de Armando Costa
Ó Pai Natal de barbas cor do linho
Meu pai Natal dos tempos de criança
Eu vou pôr esta noite o sapatinho
Na minha chaminé de luz e esperança
E como outrora fiz, vou-te pedir
Mas desta vez não é um carrocel
Um palhaço de seda ou de papel
O meu desejo é outro, vais ouvir
Aonde houver tisteza, fome e guerra
Acode aquela gente, a dor é tanta
E leva a cada pobre que há na terra
A paz que vem do céu, humilde e santa
Mas antes de seguires o teu caminho
E te perderes lá longe na distãncia
Deixa ficar no velho sapatinho
Um beijo a recordar a minha infãncia
Pétalas soltas
Elsa Laboreiro / António Neto
Repertório de Elsa Laboreiro
São como pétalas soltas
Os fados que canto
Repertório de Elsa Laboreiro
São como pétalas soltas
Os fados que canto
Os versos que digo
Mais do que amor, são revoltas
São risos de pranto
Mais do que amor, são revoltas
São risos de pranto
Que trago comigo
São como velas ao vento
Tantas noites luas
São como velas ao vento
Tantas noites luas
Tantos sóis manhãs
Mais do que um simples lamento
São saudades tuas
São saudades tuas
Eu dou-te a minha mão, o meu sorriso
E beijo o teu olhar e oiço a tua voz
Para estar junto de ti só é preciso
Imaginar que nunca estamos sós
São como pétalas soltas
Os fados que canto
Mais do que um simples lamento
São saudades tuas
São saudades tuas
Eu dou-te a minha mão, o meu sorriso
E beijo o teu olhar e oiço a tua voz
Para estar junto de ti só é preciso
Imaginar que nunca estamos sós
São como pétalas soltas
Os fados que canto
Os versos que digo
Porque será que não voltas
Se por ti eu chamo
Porque será que não voltas
Se por ti eu chamo
Meu amor amigo
São como velas ao vento
Que vão pelo mar fora
Dentro do meu ser
Vives no meu pensamento
Não te foste embora
Não te foste embora
São como velas ao vento
Que vão pelo mar fora
Dentro do meu ser
Vives no meu pensamento
Não te foste embora
Não te foste embora
Às tantas
Letra e música de Duarte
Repertório de Duarte com Mara
Porque às tantas dei por mim
A gostar de canções tristes
Quando um amor chega ao fim
É que sabemos que existe
Porque às tantas dei por mim
Com alguns vícios do mar
Paixões perdidas nos portos
Partidas sem querer chegar
Já não choro amores perdidos
Já não me prendem amarras
Porque às tantas a beleza do naufrágio
Está na paz que vem das águas
Porque às tantas dei por mim
Como quem não quer saber
Quem ama nunca tem fim
Quem ama, deixa de ser
Porque às tantas dei por mim
Qualquer coisa que sonhei
E mesmo quando não fui
Muitas vezes lá fiquei
Repertório de Duarte com Mara
Porque às tantas dei por mim
A gostar de canções tristes
Quando um amor chega ao fim
É que sabemos que existe
Porque às tantas dei por mim
Com alguns vícios do mar
Paixões perdidas nos portos
Partidas sem querer chegar
Já não choro amores perdidos
Já não me prendem amarras
Porque às tantas a beleza do naufrágio
Está na paz que vem das águas
Porque às tantas dei por mim
Como quem não quer saber
Quem ama nunca tem fim
Quem ama, deixa de ser
Porque às tantas dei por mim
Qualquer coisa que sonhei
E mesmo quando não fui
Muitas vezes lá fiquei
Inspiração
Lina Morgado / João Blak *fado menor do porto*
Repertório de Elsa Laboreiro
Nesta fronteira do medo
Onde vegeto meus dias
A madrugada vem cedo
Vestir-me de fantasias
E sonho mares inventados
Repertório de Elsa Laboreiro
Nesta fronteira do medo
Onde vegeto meus dias
A madrugada vem cedo
Vestir-me de fantasias
E sonho mares inventados
Com fundos de transparência
Onde morrem afogados
Onde morrem afogados
Pedaços de consciência
Minh’alma parte cansada
Minh’alma parte cansada
Quando o sol vem poisar
No pedaço de almofada
No pedaço de almofada
Que guardo p’ra te deitar
E tão distante já vai
E tão distante já vai
Minha vontade de ser
Que meu sonho de mim sai
Que meu sonho de mim sai
Com desejos de morrer
Digo-te adeus a sorrir
Digo-te adeus a sorrir
Chorando raiva vencida
De tão bem saber mentir
De tão bem saber mentir
Fujo à verdade da vida
Velho faroleiro
João de Freitas / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Júlio Peres
Naquela rocha escarpada
Sempre batida p’lo mar
Onde um farol existia
Quase sempre uma balada
Quando era lindo o luar
A altas horas se ouvia
Era um velho faroleiro
Repertório de Júlio Peres
Naquela rocha escarpada
Sempre batida p’lo mar
Onde um farol existia
Quase sempre uma balada
Quando era lindo o luar
A altas horas se ouvia
Era um velho faroleiro
Fadista antigo, de garra
Que tivera uma voz d’oiro
E que cantava altaneiro
E que cantava altaneiro
Tocando a sua guitarra
P’ra ele o maior tesoiro
E nos murmúrios do vento
P’ra ele o maior tesoiro
E nos murmúrios do vento
Levada como um lamento
Sua voz entristecida
Era uma eterna saudade
Era uma eterna saudade
Relembrando a mocidade
Da sua cansada vida
Mas aconteceu um dia
Mas aconteceu um dia
O farol ser demolido
E ele à dor não resistiu
E nunca mais a magia
E nunca mais a magia
Do velho fado corrido
Naquela rocha se ouviu
Naquela rocha se ouviu
Farra sem fim
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Espelho das estrelas a marcha a passar
Brilham as mais belas moças a dançar
Repertório de Mónica Pinto
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Espelho das estrelas a marcha a passar
Brilham as mais belas moças a dançar
E os bairros cobrem-se de cor e de folia
Que do mais singelo ao mais castiço contagia
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Que do mais singelo ao mais castiço contagia
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Cai a madrugada, ninguém se recolhe
Vive-se a noitada que o alvor acolhe
E o povo segue o seu destino alegremente
Quando a noite cai, vive-se a festa novamente
A cantar e bailar na rua
Para a noite passar na rua
Quando a noite cai, vive-se a festa novamente
A cantar e bailar na rua
Para a noite passar na rua
A vida é bela
Cátia Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Inês Duarte
Iludem as aparências
Faço as malas mas não quero ir
Doem as reticências
Do que não me dizes ao partir
A vida é bela
Repertório de Inês Duarte
Iludem as aparências
Faço as malas mas não quero ir
Doem as reticências
Do que não me dizes ao partir
A vida é bela
Dizes tu meu amor
Mas amargo o sabor
Das noites em que o teu abraço
Mas amargo o sabor
Das noites em que o teu abraço
Não vem
Humanas intermitências
Não te quero mas por ti anseio
Tristes inconsistências
Boas intenções, inferno cheio
A vida é bela
Humanas intermitências
Não te quero mas por ti anseio
Tristes inconsistências
Boas intenções, inferno cheio
A vida é bela
Digo eu sem rancor
É cerejeira em flor
Vai alta a noite e a manhã
É cerejeira em flor
Vai alta a noite e a manhã
Que aí vem
Se me desvia a estrela guia
Se me desvia a estrela guia
E outra vez, só por um triz
Te encontro à beira do metro
Te encontro à beira do metro
E desta vez, tu me sorris
Se não há coincidências
Caprichoso firmamento
Somos claras evidências
Astros baralhados pelo vento
A vida é bela
Se não há coincidências
Caprichoso firmamento
Somos claras evidências
Astros baralhados pelo vento
A vida é bela
Já sabemos os dois
E antes que depois
Estou de viagem ao futuro
E antes que depois
Estou de viagem ao futuro
Meu bem
Quem me dera o luar
Elsa Laboreiro / António Neto
Repertório de Elsa Laboreiro
Ai quem me dera o luar
Refletido sobre as águas
Do meu ser a despertar
Lavado de quaisquer mágoas
Ai quem me dera o azul
Repertório de Elsa Laboreiro
Ai quem me dera o luar
Refletido sobre as águas
Do meu ser a despertar
Lavado de quaisquer mágoas
Ai quem me dera o azul
Mais puro que o céu contém
Bordado a nuvens de tule
Bordado a nuvens de tule
Pelas mãos de minha mãe
E o verde da primavera
E o verde da primavera
Salpicado de mil flores
Deus sabe quanto quisera
Deus sabe quanto quisera
Ofertá-lo aos meus amores
E em cada onda do mar
E em cada onda do mar
Que meu pai soube de cor
Quem me dera flutuar
Quem me dera flutuar
Num barco feito de amor
Resta-me então este canto
Resta-me então este canto
Que é fado da minha vida
Coberta de negro manto
Coberta de negro manto
Porém de sonhos vestida
O Fado e nós
António Rocha / Arménio de Melo
Repertório de Mónica Pinto
Tu dizes que me enganei mas eu sei
Que és tu que estás enganado
Porque quando te encontrei e te amei
Já tinha outro a meu lado
É o fado que amo tanto e que canto
Sem dele poder esquecer-me
Não me digas p’ra deixar de o cantar
Não consegues convencer-me
Podes ficar descansado
Embora saibas que ao fado
Dou o meu amor também
Só a fadista é que o quer
Porque afinal, a mulher
É tua, de mais ninguém
Há no fado tal magia que eu queria
Só p’ra mim o seu carinho
Mas tem mais duas amantes vibrantes
A quem se dá inteirinho
A viola e a guitarra bizarra
Sua grande paixão
Tal como eu as tolero, não quero
Teus ciúmes sem razão
Repertório de Mónica Pinto
Tu dizes que me enganei mas eu sei
Que és tu que estás enganado
Porque quando te encontrei e te amei
Já tinha outro a meu lado
É o fado que amo tanto e que canto
Sem dele poder esquecer-me
Não me digas p’ra deixar de o cantar
Não consegues convencer-me
Podes ficar descansado
Embora saibas que ao fado
Dou o meu amor também
Só a fadista é que o quer
Porque afinal, a mulher
É tua, de mais ninguém
Há no fado tal magia que eu queria
Só p’ra mim o seu carinho
Mas tem mais duas amantes vibrantes
A quem se dá inteirinho
A viola e a guitarra bizarra
Sua grande paixão
Tal como eu as tolero, não quero
Teus ciúmes sem razão
Não cantes p’ra mais ninguém
Maria Manuel Cid / Armandinho *fado da adiça*
Repertório de Elsa Laboreiro
Quando menina cantava
Ao escutar minha mãe
Quase a medo murmurava
Não cantes p’ra mais ninguém
Pelo sentido profundo
Repertório de Elsa Laboreiro
Quando menina cantava
Ao escutar minha mãe
Quase a medo murmurava
Não cantes p’ra mais ninguém
Pelo sentido profundo
Na forma de me expressar
Sabia que neste mundo
Sabia que neste mundo
Tinha muito que chorar
E do seu olhar cansado
E do seu olhar cansado
Uma lágrima caída
Vinha tornar mais pesado
Vinha tornar mais pesado
O fardo da minha vida
Minha mãe compreendera
Minha mãe compreendera
E com ela estremeci
Que esta tristeza nascera
Que esta tristeza nascera
Comigo quando nasci
E porque o fado é sofrer
E porque o fado é sofrer
Eu sinto que minha mãe
Tinha razão ao dizer
Tinha razão ao dizer
Não cantes p’ra mais ninguém
Na tua mão
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
Nasceu esta canção do coração
Repertório de Mónica Pinto
Nasceu esta canção do coração
Pensando em ti... no que vivi
Naquela noite e
Naquela noite e
Em que eu na tua mão
Escrevi... pertenço a ti
Na palma da tua mão
Na palma da tua mão
Depositei o meu mundo
Naquela hora arrisquei
Perder o teu amor
Naquela hora arrisquei
Perder o teu amor
Que desejei mais profundo
Minh’alma a ti entreguei
A partir desse momento
Minh’alma a ti entreguei
A partir desse momento
A minha vida é mais vida
O meu ser é mais ser
Partilhamos lado a lado
O meu ser é mais ser
Partilhamos lado a lado
A felicidade escondida
Na aventura de viver
Na aventura de viver
Sexta-feira
Carlos Leitão / Carlos Menezes
Repertório de Carlos Leitão
Não é costume o atraso
Demorei-me no caminho
Fui comprar o melhor vinho
E umas flores ao acaso
O carro não quis pegar
Não me habituo à cidade
E quando teimo em chegar
Mais se demora a saudade
Depois foi o jantar que se queimou
O disco que escolhi estava riscado
Maldito seja o gás que se acabou
E o tempo cada vez mais despachado
O beijo mais certo desse sexta-feira
Deixou-me tão perto de uma vida inteira
Se amanhã vieres traz tu o jantar
Tentamos de novo na sala de estar
Desliguei a televisão
Corri a acender as velas
Abri portas e janelas
À espera de inspiração
A mesa está requintada
Já me vesti a rigor
Só faltas tu à entrada
Para a coisa se compor
Repertório de Carlos Leitão
Não é costume o atraso
Demorei-me no caminho
Fui comprar o melhor vinho
E umas flores ao acaso
O carro não quis pegar
Não me habituo à cidade
E quando teimo em chegar
Mais se demora a saudade
Depois foi o jantar que se queimou
O disco que escolhi estava riscado
Maldito seja o gás que se acabou
E o tempo cada vez mais despachado
O beijo mais certo desse sexta-feira
Deixou-me tão perto de uma vida inteira
Se amanhã vieres traz tu o jantar
Tentamos de novo na sala de estar
Desliguei a televisão
Corri a acender as velas
Abri portas e janelas
À espera de inspiração
A mesa está requintada
Já me vesti a rigor
Só faltas tu à entrada
Para a coisa se compor
Dezembro em flor
Odete Mendes / Carlos Gonçalves *fado lágrima*
Repertório de Elsa Laboreiro
Foi em Dezembro, era inverno estava frio
E hoje relembro teu rosto por desvendar
Dentro de mim havia um grande vazio
E havia um rio de um amor por despertar
Andei no tempo a ver o tempo a passar
Mas nunca é tarde, nunca é tarde para amar
Ai meu amor, porque tardaste a chegar
Andei perdida, perdida por te encontrar
Cheia de sonhos, cheia de sonhos no peito
Quando me deito no calor dos teus abraços
Olho prá vida, lho prá vida com calma
Espreguiço a alma e adormeço nos teus braços
Repertório de Elsa Laboreiro
Foi em Dezembro, era inverno estava frio
E hoje relembro teu rosto por desvendar
Dentro de mim havia um grande vazio
E havia um rio de um amor por despertar
Andei no tempo a ver o tempo a passar
Mas nunca é tarde, nunca é tarde para amar
Ai meu amor, porque tardaste a chegar
Andei perdida, perdida por te encontrar
Cheia de sonhos, cheia de sonhos no peito
Quando me deito no calor dos teus abraços
Olho prá vida, lho prá vida com calma
Espreguiço a alma e adormeço nos teus braços
Sorrir à luz do sol
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
Sorrir à luz do sol em cada renascer
De um novo dia… é viver
De cada vez que o sol prazenteiro
Brilha em cada viveiro
Dum amor primeiro
Amor verdadeiro
Amor de ternura
Amor de loucura
É amor, amor
É louvar cada dia a alegria
De uma nova poesia
De uma nova cantiga
De luz e de vida
Cantiga de fado
De orgulho e pecado
Cantiga de amor
Repertório de Mónica Pinto
Sorrir à luz do sol em cada renascer
De um novo dia… é viver
De cada vez que o sol prazenteiro
Brilha em cada viveiro
Dum amor primeiro
Amor verdadeiro
Amor de ternura
Amor de loucura
É amor, amor
É louvar cada dia a alegria
De uma nova poesia
De uma nova cantiga
De luz e de vida
Cantiga de fado
De orgulho e pecado
Cantiga de amor
Até amanhã
Cátia Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Inês Duarte
Não te via há tanto tempo já
Que amor lascado te trará por cá?
E eu que sofro de memória má
Respiro fundo e deixo p’ra lá
Espero sempre que este entra e sai
Termine e amanhã talvez
Se de novo o coração te cai
Quem sabe fiques de uma vez
Nós temos tudo p’ra dar certo
Pão e água e meio teto
Com vista aberta p’ró céu
Dizes que sou louca e não está certo
Que preferes o deserto
Do que chamar-te de meu
Mas fosse o que dizes verdade
Não te daria a saudade
Do meu cheirinho a maçã
Sei que um dia ainda é verdade
Hás-de voltar com vontade
Ao dizer até amanhã
Repertório de Inês Duarte
Não te via há tanto tempo já
Que amor lascado te trará por cá?
E eu que sofro de memória má
Respiro fundo e deixo p’ra lá
Espero sempre que este entra e sai
Termine e amanhã talvez
Se de novo o coração te cai
Quem sabe fiques de uma vez
Nós temos tudo p’ra dar certo
Pão e água e meio teto
Com vista aberta p’ró céu
Dizes que sou louca e não está certo
Que preferes o deserto
Do que chamar-te de meu
Mas fosse o que dizes verdade
Não te daria a saudade
Do meu cheirinho a maçã
Sei que um dia ainda é verdade
Hás-de voltar com vontade
Ao dizer até amanhã
São Martinho
João Ferreira Rosa / Alfredo dos Santos *fado correeiro*
Repertório de António de Noronha
Um fadista já velhinho
Muito triste, coitadinho
Contou-me quase a chorar
As saudades do passado
Quando ele cantava o fado
Que todos qu’riam escutar
Contou-me então como eram
As noitadas que fizeram
Repertório de António de Noronha
Um fadista já velhinho
Muito triste, coitadinho
Contou-me quase a chorar
As saudades do passado
Quando ele cantava o fado
Que todos qu’riam escutar
Contou-me então como eram
As noitadas que fizeram
Fadistas e cavaleiros
O alegre São Martinho
Nos retiros com bom vinho
O alegre São Martinho
Nos retiros com bom vinho
E o calor dos fogareiros
De olhos semi-cerrados
Baixinho cantou-me uns fados
De olhos semi-cerrados
Baixinho cantou-me uns fados
Sua tristeza aumentou
Mas mudando de repente
Olhando-me bem de frente
Mas mudando de repente
Olhando-me bem de frente
Com voz mais firme afirmou
A minha grande tristeza
Não me é dada p’la pobreza
A minha grande tristeza
Não me é dada p’la pobreza
Nem lembranças que contei
É o medo de morrer
Sem de novo poder ver
É o medo de morrer
Sem de novo poder ver
Portugal ter o seu rei
Esta dor adormecida
Ana Goês / José António Sabrosa
Repertório de Elsa Laboreiro
Esta dor adormecida
Que ao meu próprio colo embalo
É a dor da minha vida
Que acorda quando eu lhe falo
Esta dor adormecida
Repertório de Elsa Laboreiro
Esta dor adormecida
Que ao meu próprio colo embalo
É a dor da minha vida
Que acorda quando eu lhe falo
Esta dor adormecida
Que calo em meus próprios braços
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Que acorda ao som dos meus passos
Esta dor adormecida
Esta dor adormecida
Não dorme profundamente
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Que acorda quando me sente
Esta dor adormecida
Esta dor adormecida
Já não posso mais com ela
Vou falar-lhe, vou ouvi-la
Vou falar-lhe, vou ouvi-la
Vou acordá-la e sofrê-la
Sofrê-la de novo ferida
Sofrê-la de novo ferida
De novo aberta a doer
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Não a posso adormecer
Gaivotas
António Calém / José Lopes *fado lopes*
Repertório de António de Noronha
Disse-te em ondas verdades
Que foram morrer na areia
Falei de amor e saudades
Duma noite em maré cheia
Só as gaivotas voltaram
O resto ficou no mar
Os olhos que te sonharam
Não mais te podem sonhar
Por isso esta praia nua
Que eu vim encontrar depois
Não sei se um dia foi tua
Ou se foi de nós os dois
Repertório de António de Noronha
Disse-te em ondas verdades
Que foram morrer na areia
Falei de amor e saudades
Duma noite em maré cheia
Só as gaivotas voltaram
O resto ficou no mar
Os olhos que te sonharam
Não mais te podem sonhar
Por isso esta praia nua
Que eu vim encontrar depois
Não sei se um dia foi tua
Ou se foi de nós os dois
Varinas longe do cais
Hélder Moutinho / António Neto
Repertório de Elsa Laboreiro
Vem daí ver as colinas
Onde dormem as varinas
Desta formosa Lisboa
Na madrugada suprema
Guardo versos de um poema
Que o fado do povo entoa
Vem daí ver os poetas
Esses famosos profetas
A rimar trovas ao vento
Nas vozes das cantadeiras
Andam saudades brejeiras
Trovas de amor e lamento
Foram-se embora
Repertório de Elsa Laboreiro
Vem daí ver as colinas
Onde dormem as varinas
Desta formosa Lisboa
Na madrugada suprema
Guardo versos de um poema
Que o fado do povo entoa
Vem daí ver os poetas
Esses famosos profetas
A rimar trovas ao vento
Nas vozes das cantadeiras
Andam saudades brejeiras
Trovas de amor e lamento
Foram-se embora
Os pregões da Madragoa
Já cá não mora a varina de Lisboa
Já cá não mora a varina de Lisboa
E agora o Tejo
Que anda sempre apaixonado
Até já canta outro fado
Vem daí p’ra ver se encontras
À venda por essas montras
Chinelinhas para os pés
Na lota já não há nada
Demoliram a bancada
Até já canta outro fado
Vem daí p’ra ver se encontras
À venda por essas montras
Chinelinhas para os pés
Na lota já não há nada
Demoliram a bancada
Foram todas para Algés
Quando um dia tiver tempo
Valentim Matias / Franklim Godinho
Repertório de Valentim Matias
Quando um dia tiver tempo
Vou escrever-te um poema
Quer este rime ou não rime
O amor será o tema
Será de versos ligeiros
Repertório de Valentim Matias
Quando um dia tiver tempo
Vou escrever-te um poema
Quer este rime ou não rime
O amor será o tema
Será de versos ligeiros
Ligeiros como andorinhas
Que em manhãs de nevoeiros
Que em manhãs de nevoeiros
Te levam mensagens minhas
Vai falar do nosso amor
Vai falar do nosso amor
Do amor que te dedico
Do perfume duma flor
Do perfume duma flor
Que ao teu corpo identifico
E essas quadras singelas
E essas quadras singelas
Falam de mim e de ti
Daquelas coisas tão belas
Daquelas coisas tão belas
Que contigo já vivi;
Afinal, já tive tempo
E o teu poema escrevi
Afinal, já tive tempo
E o teu poema escrevi
A rapariga das violetas
Fernanda de Castro / Lima Brummon
Repertório de Teresa Tarouca
Éramos três
Quando passou por nós
Quando passou por nós
Com o cesto das violetas
Disse a primeira:
Como vai cansada
E descalça
Coitada, coitada
Disse a outra:
Tão suja e desgrenhada
Olham os pés sem cor
As unhas pretas
Eu, a terceira
Eu não disse nada
Não disse nada
Que lindas as violetas
Repertório de Teresa Tarouca
Éramos três
Quando passou por nós
Quando passou por nós
Com o cesto das violetas
Disse a primeira:
Como vai cansada
E descalça
Coitada, coitada
Disse a outra:
Tão suja e desgrenhada
Olham os pés sem cor
As unhas pretas
Eu, a terceira
Eu não disse nada
Não disse nada
Que lindas as violetas
Verbo amar
Carlos Leitão / Júlio Resende
Repertório de Carlos Leitão
Guarda-me todos os medos
Limpa-me as feridas de outrora
Deixa-me o colo mais terno
Das horas más do inverno;
Manda as tristezas embora
E fica só com os segredos
Agarra o meu coração
Os meus enleios da alma
Deixa que seja o desejo
A falar por entre o beijo;
E enquanto o peito se acalma
Deixa-me apenas o chão
Perdoa-me o verbo amar
As mil vezes que o gastei
Se sobra algum Deus para mim
Sabe que amar-te é assim;
Guarda tudo o que não sei
E deixa o mundo acabar
Repertório de Carlos Leitão
Guarda-me todos os medos
Limpa-me as feridas de outrora
Deixa-me o colo mais terno
Das horas más do inverno;
Manda as tristezas embora
E fica só com os segredos
Agarra o meu coração
Os meus enleios da alma
Deixa que seja o desejo
A falar por entre o beijo;
E enquanto o peito se acalma
Deixa-me apenas o chão
Perdoa-me o verbo amar
As mil vezes que o gastei
Se sobra algum Deus para mim
Sabe que amar-te é assim;
Guarda tudo o que não sei
E deixa o mundo acabar
Aquela alvorada
Valentim Matias / Armando Machado *fado marana*
Repertório de Valentim Matias
O sol nos teus cabelos veio brilhar
Teus olhos acenderam-se pra mim
Eu tive a tua boca p’ra beijar
Nessa alvorada que nasceu sem fim
Havia lavaredas no teu corpo
Como fogueira acesa a crepitar
Colamos nosso peito um contra o outro
Na madrugada que nasceu sem par
Nesse dia, p’ra nós maravilhoso
Em que a luz do amor em nós se entranha
Foi um nascer de sol tão radioso
Que nos levou ao cimo da montanha
Bendita a luz que nos iluminou
Nesse belo raiar de um novo dia
Feliz e bela imagem nos deixou
A recordar momentos de magia
Repertório de Valentim Matias
O sol nos teus cabelos veio brilhar
Teus olhos acenderam-se pra mim
Eu tive a tua boca p’ra beijar
Nessa alvorada que nasceu sem fim
Havia lavaredas no teu corpo
Como fogueira acesa a crepitar
Colamos nosso peito um contra o outro
Na madrugada que nasceu sem par
Nesse dia, p’ra nós maravilhoso
Em que a luz do amor em nós se entranha
Foi um nascer de sol tão radioso
Que nos levou ao cimo da montanha
Bendita a luz que nos iluminou
Nesse belo raiar de um novo dia
Feliz e bela imagem nos deixou
A recordar momentos de magia
Formiga bossa nossa
Alexandre O’Neill / Alain Oulman
Repertório de Amália Rodrigues
Minuciosa formiga
Não tem que se lhe diga
Repertório de Amália Rodrigues
Minuciosa formiga
Não tem que se lhe diga
Leva a sua palhinha
Não tem que se lhe diga
Não tem que se lhe diga
Leva a sua palhinha
Asinha, asinha
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
E não esta cigarra
Asinha, asinha
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
E não esta cigarra
Que se põe a cantar
E não esta cigarra
E não esta cigarra
Que se põe a cantar
E me deita a perder
Assim devera eu ser
De patinhas no chão
E me deita a perder
Assim devera eu ser
De patinhas no chão
Formiguinha ao trabalho
De patinhas no chão
Formiguinha ao trabalho
E ao tostão
E ao tostão
No fim de contas
Tiago Torres da Silva / Fernando Freitas *fado pena*
Repertório de Pedro Galveias
Já não tenho pensado ultimamente
Nos dias que passavas a meu lado
Até um grande amor dentro da gente
Acaba por se transformar em fado
Já ando mais alegre nestes dias
Se até a solidão me tem gritado
Tristezas são iguais a alegrias
Se no final das contas já são fado
Talvez tenha sentido o coração
Bater daquela vez descompassado
Agora quando bate, bate em vão
E é por bater em vão que eu canto o fado
As coisas que me custam a lembrar
Já vão fazendo parte do passado
E só não as consigo perdoar
Porque preciso delas para o fado
Repertório de Pedro Galveias
Já não tenho pensado ultimamente
Nos dias que passavas a meu lado
Até um grande amor dentro da gente
Acaba por se transformar em fado
Já ando mais alegre nestes dias
Se até a solidão me tem gritado
Tristezas são iguais a alegrias
Se no final das contas já são fado
Talvez tenha sentido o coração
Bater daquela vez descompassado
Agora quando bate, bate em vão
E é por bater em vão que eu canto o fado
As coisas que me custam a lembrar
Já vão fazendo parte do passado
E só não as consigo perdoar
Porque preciso delas para o fado
A magia da Pimenta
Letra e música de Alice Pimenta
Repertório de Alice Pimenta
A magia deste fado que é o nosso
O dstino deste povo português
A ternura dum abraço fecha o fosso
De onde emanam as negativas marés
Heróis do mar, tanta bravura
Heroicidade, feliz loucura
Que nos ergueu
Por todo o mar, por toda a terra
Dizendo ao mundo
Sim à paz, e não à guerra
Por alto mar, em jangadas feitas luz
Em barcaças de ilusão e de magia
Sob a benção desse mestre que é Jesus
Somam feitos grandiosos noite e dia
Repertório de Alice Pimenta
A magia deste fado que é o nosso
O dstino deste povo português
A ternura dum abraço fecha o fosso
De onde emanam as negativas marés
Heróis do mar, tanta bravura
Heroicidade, feliz loucura
Que nos ergueu
Por todo o mar, por toda a terra
Dizendo ao mundo
Sim à paz, e não à guerra
Por alto mar, em jangadas feitas luz
Em barcaças de ilusão e de magia
Sob a benção desse mestre que é Jesus
Somam feitos grandiosos noite e dia
Nasci em lençol bordado
José Raposo / Popular *fado mouraria*
Repertório de Nuno Rocha
Nasci em lençol bordado
Meu berço foi a guitarra
Cresci nos braços do fado
Que hoje canto com garra
Meu padrinho, o Bairro Alto
Repertório de Nuno Rocha
Nasci em lençol bordado
Meu berço foi a guitarra
Cresci nos braços do fado
Que hoje canto com garra
Meu padrinho, o Bairro Alto
A madrinha, a Madragoa
As pedrinhas de basalto
As pedrinhas de basalto
Calçada da minha rua
Rua onde o fado passeia
Rua onde o fado passeia
Por entre casas velhinhas
Nas noites de lua cheia
Nas noites de lua cheia
Cantando saudades minhas
Saudades que são sinais
Saudades que são sinais
Gravados no pensamento
Que ferem como punhais
Que ferem como punhais
Cravados no sentimento
Sentimento é o que sinto
Sentimento é o que sinto
Sempre que canto o fado
Ao coração nunca minto
Ao coração nunca minto
Nasci em lençol bordado
É como o amor
António Rocha / João Alberto
Repertório de Miguel Ramos
Já te escolhi numa outra vida
Como nesta, a tua vida
Eu vivo em mim e só por ti
Rompi os laços com a descrença
Pedi a Deus tua presença
Em longas preces, pedi por ti
Tu que és assim
Vê como sou assim também por ti
É como o amor que vive em dor
Só vive bem assim
Que a tua alma se fundisse
Com a minha e redimisse
Os sobressaltos que já passei
E a verdade que te encontro
Em que acredito e não confronto
Que estás aqui, que te encontrei
Repertório de Miguel Ramos
Já te escolhi numa outra vida
Como nesta, a tua vida
Eu vivo em mim e só por ti
Rompi os laços com a descrença
Pedi a Deus tua presença
Em longas preces, pedi por ti
Tu que és assim
Vê como sou assim também por ti
É como o amor que vive em dor
Só vive bem assim
Que a tua alma se fundisse
Com a minha e redimisse
Os sobressaltos que já passei
E a verdade que te encontro
Em que acredito e não confronto
Que estás aqui, que te encontrei
O mosquito mordeu-me o olho
Amália / Amélia Muge
Repertório de Amélia Muge
Passou um mosquito, mordeu-me no olho
Não vi a lagarta, comi o repolho
Repertório de Amélia Muge
Passou um mosquito, mordeu-me no olho
Não vi a lagarta, comi o repolho
Comi a lagarta que o repolho tinha
E disse à lagarta que a couve era minha
E a lagartinha deu-me uma resposta
E eu não repito, que você não gosta
O raio da lagarta tão mal se portou
Um raio que a parta, tanto me enojou
Comi a lagarta, fiquei enjoada
Mordeu-me o mosquito e não vejo nada
Vejo agora ali aquilo que eu queria
Vi o que já vi, que é da minha tia
É o seu burrico que passa na estrada
Aqui já não fico, vou nele montada
Burro sem ser burro, burro sem burrice
Burro inteligente, que grande chatice
Sem andar prá frente, nem andar p’ra trás
Apanhou-me rente, deu um coice… zás
E disse à lagarta que a couve era minha
E a lagartinha deu-me uma resposta
E eu não repito, que você não gosta
O raio da lagarta tão mal se portou
Um raio que a parta, tanto me enojou
Comi a lagarta, fiquei enjoada
Mordeu-me o mosquito e não vejo nada
Vejo agora ali aquilo que eu queria
Vi o que já vi, que é da minha tia
É o seu burrico que passa na estrada
Aqui já não fico, vou nele montada
Burro sem ser burro, burro sem burrice
Burro inteligente, que grande chatice
Sem andar prá frente, nem andar p’ra trás
Apanhou-me rente, deu um coice… zás
O abrigo que me déste
Valentim Matias / Adriano Ruiz Batista *fado macau*
Repertório de Valentim Matias
Quando as ondas batem forte
E o vento é muito agreste
A chuva cai e a sorte
É o abrigo que me deste
Abrigo do teu regaço
Repertório de Valentim Matias
Quando as ondas batem forte
E o vento é muito agreste
A chuva cai e a sorte
É o abrigo que me deste
Abrigo do teu regaço
Sob a vista dos teus olhos
Teu coração marca o passo
Teu coração marca o passo
E afasta os escolhos
Mão com mão entrelaçadas
Mão com mão entrelaçadas
Um sentimento de posse
As bocas ficam coladas
As bocas ficam coladas
Assim a vida é mais doce
Neste nosso encantamento
Neste nosso encantamento
Que tanto nos satisfaz
Vivemos cada momento
Vivemos cada momento
Sem nunca olharmos pra trás
Já as ondas se acalmaram
Já as ondas se acalmaram
E a brisa está serena
Nossas bocas se encontraram
Nossas bocas se encontraram
Meu amor, valeu a pena
Janela virada p’ró sol
Letra e música de Alice Pimenta
Repertório de Alice Pimenta
Janela escancarada p’la manhã
Paira no ar um cheiro de harmonia
Aromas de cidreira e hortelã
Abençoado seja o novo dia
Janela rasgada pela esperança
Onde a felicidade não é mito
Onde não há fantasmas de criança
Nem o amargo som do cruel grito
Janela aberta que o vento descobre
De onde não há tragédia que se aviste
Nem mulher que com medo o rosto cobre
Nem sequer se desenha um olhar triste
Janela de vida que a vida seduz
Tem raios de sol que à vida dão luz
Janela alegria, janela esplendor
Janela riqueza, pois só mostra amor
Repertório de Alice Pimenta
Janela escancarada p’la manhã
Paira no ar um cheiro de harmonia
Aromas de cidreira e hortelã
Abençoado seja o novo dia
Janela rasgada pela esperança
Onde a felicidade não é mito
Onde não há fantasmas de criança
Nem o amargo som do cruel grito
Janela aberta que o vento descobre
De onde não há tragédia que se aviste
Nem mulher que com medo o rosto cobre
Nem sequer se desenha um olhar triste
Janela de vida que a vida seduz
Tem raios de sol que à vida dão luz
Janela alegria, janela esplendor
Janela riqueza, pois só mostra amor
Eu fui aos fados
Valentim Matias / Popular
Repertório de Valentim Matias
Eu fui aos fados
Repertório de Valentim Matias
Eu fui aos fados
Certa noite, há muito tempo
E o que então vi não me saiu da memória
E o que então vi não me saiu da memória
Uma mulher cantava de xaile preto
Versos de amor, no velho fado Vitória
O fado é lindo
Versos de amor, no velho fado Vitória
O fado é lindo
O fado é verdade
Não tem idade
Não tem idade
Mas tem paixão
Canta ao amor
Canta ao amor
Tal qual uma flor
Que lança perfume
Que lança perfume
Bem dentro do coração
Ouvi guitarras
Ouvi guitarras
A trinar doces arpejos
Ouvi silêncio que o silêncio é pra se ouvir
Senti na alma um baque de mil desejos
Senti o fado que o fado é pra se sentir
Como vai longe
Ouvi silêncio que o silêncio é pra se ouvir
Senti na alma um baque de mil desejos
Senti o fado que o fado é pra se sentir
Como vai longe
A noite que então vivi
P’ra todo o sempre a mesma vou recordar
Não sei exprimir tudo aquilo que senti
Nessa mulher de xaile preto a cantar
P’ra todo o sempre a mesma vou recordar
Não sei exprimir tudo aquilo que senti
Nessa mulher de xaile preto a cantar
Tenho uma cabra cabrita
Amália / Amélia Muge
Repertório de Amélia Muge
A rola põe-se na rua
Repertório de Amélia Muge
A rola põe-se na rua
O botão põe-se na casa
Vem o sol e vai a lua
Vem o sol e vai a lua
E a formiga perde a asa
Perco eu a inspiração
Perco eu a inspiração
Tudo o que faço não rima
Já perdi o que foi p’ra baixo
Já perdi o que foi p’ra baixo
E vou perder o que vem p’ra cima
Tenho uma cabra cabrita
Tenho uma cabra cabrita
Que lindos saltos me dá
É uma cabra tão bonita
É uma cabra tão bonita
Que é cabra mas não é má
Tenho um grilo na gaiola
Tenho um grilo na gaiola
Um galo na capoeira
Tenho na porta uma argola
Tenho na porta uma argola
E vivo desta maneira
Vinho leva o garrafão
Vinho leva o garrafão
Cheia de água vai a bilha
Já tenho a fava na mão
Já tenho a fava na mão
Já só me falta a ervilha
Um dia contigo
Tiago Simões / Pedro Galveias e Tiago Simões
Repertório de Pedro Galveias
Assim que amanhece
O teu sorriso aparece
Repertório de Pedro Galveias
Assim que amanhece
O teu sorriso aparece
A lua dorme por fim
Bate o sol na janela
Que tua sombra revela
Bate o sol na janela
Que tua sombra revela
Luzente só para mim
Com um bom dia sonolento
O teu sorriso inquieto
Com um bom dia sonolento
O teu sorriso inquieto
Se dirige a mim num beijo
Num repente, esse bom dia
Faz acontecer magia
Num repente, esse bom dia
Faz acontecer magia
De um comum desejo
Contigo amor, se vê o sol nascer
Bom dia amor, eu te quero dizer
Apressada, a manhã sumiu
Entre conversas que em nós surgiu
Contigo amor, se vê o sol nascer
Bom dia amor, eu te quero dizer
Apressada, a manhã sumiu
Entre conversas que em nós surgiu
E chega a hora de cear
Em nós emana a paixão
Que faz voar o tempo e então
Em nós emana a paixão
Que faz voar o tempo e então
Acaba a noite por chegar
Contigo amor, o dia passa a correr
Assim amor, se vê a noite a nascer
A noite cai e num instante
O dia já vai distante
Contigo amor, o dia passa a correr
Assim amor, se vê a noite a nascer
A noite cai e num instante
O dia já vai distante
Olhamos as estrelas em seu esplendor
Os dois nos vamos deitar
A noite irá passar
Os dois nos vamos deitar
A noite irá passar
E novamente te direi *bom dia amor*
Pranto nos teus olhos
Maria Manuel Cid / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de António Melo Correia
Choravam teus olhos tristes
Quando poisaram nos meus
Ficaram tristes meus olhos
E mais alegres os teus
E quando teus olhos viram
Nos meus o pranto bailar
Embora alegres, não riram
Por ver meus olhos chorar
Se teus males infinitos
Tornam meus olhos vidrados
Os teus olhos tão bonitos
Ficam logo embaciados
O pranto dos olhos teus
Cá para mim, não sei bem
É como dizer adeus
A tudo o que a gente tem
Repertório de António Melo Correia
Choravam teus olhos tristes
Quando poisaram nos meus
Ficaram tristes meus olhos
E mais alegres os teus
E quando teus olhos viram
Nos meus o pranto bailar
Embora alegres, não riram
Por ver meus olhos chorar
Se teus males infinitos
Tornam meus olhos vidrados
Os teus olhos tão bonitos
Ficam logo embaciados
O pranto dos olhos teus
Cá para mim, não sei bem
É como dizer adeus
A tudo o que a gente tem
Fado é doença ou paixão
Valentim Matias / Alfredo Marceneiro
Repertório de Valentim Matias
Jamais poderei dizer
Que o fado não faz sofrer
Que o fado não é paixão
Mais que paixão, é doença
Que marca sua presença
Bem fundo no coração
É loucura, é sofrimento
Repertório de Valentim Matias
Jamais poderei dizer
Que o fado não faz sofrer
Que o fado não é paixão
Mais que paixão, é doença
Que marca sua presença
Bem fundo no coração
É loucura, é sofrimento
Por vezes, só um lamento
Tantas outras. desatino
Porta aberta à nostalgia
Mas também é alegria
Porta aberta à nostalgia
Mas também é alegria
O fado é o destino
Canta o amor, a saudade
Nem sequer sabe a idade
Canta o amor, a saudade
Nem sequer sabe a idade
É sentimento de um povo
E se recorre ao humor
É p`ra disfarçar a dor
E se recorre ao humor
É p`ra disfarçar a dor
Fado também é renovo
Fado é vida, é solidão
Amargura, ilusão
Fado é vida, é solidão
Amargura, ilusão
É amor principalmente
Se é doença, se é paixão
Sei que sai do coração
Se é doença, se é paixão
Sei que sai do coração
E é tudo o que a gente sente
De quem eu gosto
Estevão José Machado / Casimiro Ramos *fado três bairros*
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Gostei uma vez na vida
Gostei bastante iludida
De quem tanto me enganava
Agora sem fé, sem esperança
Talvez por minha vingança
Não gosto de quem gostava
Gostei sim, por não saber
Poder em amor haver
Um mal oculto no bem
Hoje firme no meu posto
Recordando esse desgosto
Já não gosto de ninguém
E como sei ser mulher
Mentir-vos-ei se disser
Que dei ao gostar um fim
Gosto sim, posso jurar
Por saber não me enganar
Unicamente de mim
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Gostei uma vez na vida
Gostei bastante iludida
De quem tanto me enganava
Agora sem fé, sem esperança
Talvez por minha vingança
Não gosto de quem gostava
Gostei sim, por não saber
Poder em amor haver
Um mal oculto no bem
Hoje firme no meu posto
Recordando esse desgosto
Já não gosto de ninguém
E como sei ser mulher
Mentir-vos-ei se disser
Que dei ao gostar um fim
Gosto sim, posso jurar
Por saber não me enganar
Unicamente de mim
Angústias
Valentim Matias / Alfredo Duarte *fado bailado*
Repertório de Valentim Matias
Versos que nascem de dentro
Versos que são emoções
Traduzem um sentimento
Quantas vezes um lamento
Refletem desilusões
Por vezes não sei que sinto
Repertório de Valentim Matias
Versos que nascem de dentro
Versos que são emoções
Traduzem um sentimento
Quantas vezes um lamento
Refletem desilusões
Por vezes não sei que sinto
Se é dor ou muita emoção
Um sentimento distinto
Um sentimento distinto
Que vou fingindo que finto
E me aperta o coração
Saudades de muito longe
E me aperta o coração
Saudades de muito longe
Mas será que as devo ter
O passado já não foge
O passado já não foge
O que importa é o hoje
E o muito que há pra fazer
O futuro está à porta
E o muito que há pra fazer
O futuro está à porta
O presente vai passando
A minha alma conforta
A minha alma conforta
E acima de tudo importa
Seguir vivendo, sonhando (cantando)
Seguir vivendo, sonhando (cantando)
Águias perdidas
Lima Brummon / Lino Teixeira *fado ginguinha*
Repertório de Teresa Tarouca
A sono sollto dormia há muito a cidade
E eu procurava como louca rua em rua
A tua sombra, entre essas ruas da saudade
Onde uma noite sobre nós raiara a lua
Na minha grande amargura de águia perdida
Que começou co’a tua ausência, eu queria ser
Ao encontrar-te, a perfumada flor da vida
Ou ser de novo uma alegria por viver
Mas fui tão pouco ao teu olhar desencantado
E o nosso abraço uma tristeza tão profunda
Que entre o silêncio o amor com lágrimas quebrado
Abandonou-se nas estranhas mãos da lua
Ergueu-se ao longe a sinfonia das guitarras
Perdida a voz, quebrado o amor, nada entendemos
Beijei-te a fronte e assim sem mágoa nem palavras
Serenamente unidos, meu amor, morremos
Repertório de Teresa Tarouca
A sono sollto dormia há muito a cidade
E eu procurava como louca rua em rua
A tua sombra, entre essas ruas da saudade
Onde uma noite sobre nós raiara a lua
Na minha grande amargura de águia perdida
Que começou co’a tua ausência, eu queria ser
Ao encontrar-te, a perfumada flor da vida
Ou ser de novo uma alegria por viver
Mas fui tão pouco ao teu olhar desencantado
E o nosso abraço uma tristeza tão profunda
Que entre o silêncio o amor com lágrimas quebrado
Abandonou-se nas estranhas mãos da lua
Ergueu-se ao longe a sinfonia das guitarras
Perdida a voz, quebrado o amor, nada entendemos
Beijei-te a fronte e assim sem mágoa nem palavras
Serenamente unidos, meu amor, morremos
Conjugar o verbo amar
Valentim Matias / Armando Machado *fado licas*
Repertório de Valentim Matias
Gostava de saber dizer em verso
O que é sentir amar e ser amado
Algo de tão diferente e tão diverso
Que não cabe nos versos de algum fado
Sentir que num olhar nos entendemos
E que um pequeno gesto tudo diz
Saber que o outro sofre quando sofremos
Amar e ser amado é ser feliz
Amar é ver o mundo com mil cores
É ter a luz do sol sempre a brilhar
Um doce caminhar por entre flores
E mesmo em noite escura ver luar
Porém amarguras e tristezas
Podem esse amor dificultar
Mas quando este é feito de certezas
Que bom é conjugar o verbo amar
Repertório de Valentim Matias
Gostava de saber dizer em verso
O que é sentir amar e ser amado
Algo de tão diferente e tão diverso
Que não cabe nos versos de algum fado
Sentir que num olhar nos entendemos
E que um pequeno gesto tudo diz
Saber que o outro sofre quando sofremos
Amar e ser amado é ser feliz
Amar é ver o mundo com mil cores
É ter a luz do sol sempre a brilhar
Um doce caminhar por entre flores
E mesmo em noite escura ver luar
Porém amarguras e tristezas
Podem esse amor dificultar
Mas quando este é feito de certezas
Que bom é conjugar o verbo amar
Mandei embora a saudade
Domingos Silva / Jorge Fontes
Repertório de Maria Valejo
Eu queria, meu amor
Repertório de Maria Valejo
Eu queria, meu amor
Ver-te um segundo somente
Para matar esta dor
Para matar esta dor
Que me mata lentamente
Há muito tempo eu procuro
Há muito tempo eu procuro
O teu olhar, Santo Deus
Mas não vejo, tudo é escuro
Mas não vejo, tudo é escuro
Sem a luz dos olhos teus
Não queiras não aumentar este sofrer
Que vou vivendo a morrer
Sem que te ver, sem te beijar
Não queiras não que este dolorido
Sofra mais que tem sofrido
Pela luz do teu olhar
Este meu coração fecha
Não queiras não aumentar este sofrer
Que vou vivendo a morrer
Sem que te ver, sem te beijar
Não queiras não que este dolorido
Sofra mais que tem sofrido
Pela luz do teu olhar
Este meu coração fecha
Uma saudade sem fim
A saudade não me deixa
A saudade não me deixa
Sem te ver junto de mim
Meu amor, por caridade
Meu amor, por caridade
Dá fim ao meu sofrimento
Manda embora a saudade
Manda embora a saudade
Que não me deixa um momento
Janela da alma
Mário Rainho / José Marques do Amaral
Repertório de Manuela Cavaco
Tem a alma uma janela
Onde às vezes debruçado
Espreita o coração, por ela
Só pra rever o passado
Em noite que a solidão
Repertório de Manuela Cavaco
Tem a alma uma janela
Onde às vezes debruçado
Espreita o coração, por ela
Só pra rever o passado
Em noite que a solidão
Magoa e não me dá calma
Lá está o meu coração
Lá está o meu coração
Posto à janela da alma
Passam dolentes segundos
Passam dolentes segundos
Que horas muito mais parecem
E há sonhos tão tão profundos
E há sonhos tão tão profundos
Que acordados me enlouquecem
Quase à entrada do dia
Quase à entrada do dia
Sem sono, por caridade
Vem fazer-me companhia
Vem fazer-me companhia
Uma infinita saudade
Tem alma uma janela
Tem alma uma janela
E é por ela que espreita
O meu olhar, dentro dela
O meu olhar, dentro dela
A chorar quando se deita
O teu lugar é aqui
Valentim Matias / Raúl Pinto
Repertório de Valentim Matias
Teus olhos dizem-me tanto
Que enchem os meus de pranto
Quando estou longe de ti
Teus beijos são alimento
Têm sido o meu sustento
Desde o dia em que te vi
Passo dias e mais dias
Esperando o sol qu`irradias
Repertório de Valentim Matias
Teus olhos dizem-me tanto
Que enchem os meus de pranto
Quando estou longe de ti
Teus beijos são alimento
Têm sido o meu sustento
Desde o dia em que te vi
Passo dias e mais dias
Esperando o sol qu`irradias
Nesse teu lindo sorriso
E em toda esta espera
Meu coração desespera
E em toda esta espera
Meu coração desespera
P’lo abraço que preciso
Nem sei se é noite, se é dia
Só sei que sinto magia
Nem sei se é noite, se é dia
Só sei que sinto magia
Quando estou juntinho a ti
Não estranhes que eu te peça
Por favor volta depressa
Não estranhes que eu te peça
Por favor volta depressa
Que o teu lugar é aqui
Trapeiras de Lisboa
Lourenço Rodrigues, Fernando Santos, Almeida Amaral / Raúl
Ferrão
Repertório de Fernanda Batista
Ai Lisboa
Como tu és divertida
Se te vejo cá de cima das trapeiras
Quanto mais olho p’ra ti
Lisboa tão querida
tanto mais fico encantada
Com essas tuas maneiras
Ou ao sol ou à luz do luar
És p’ra mim uma irmã de brincar
E se aqui vou ganhar o meu pão
Não é demais ser para ti meu coração
Oh Lisboa
Que para mim não tens reversos
Manhã cedo corro a ver-te com saudade
E eu só queria
Meu amor, saber fazer versos
P’ra tos oferecer Lisboa
Minha formosa cidade
Como é bom ser avô
Valentim Matias / Pedro Rodrigues
Repertório de Valentim Matias
À mesa de um velho bar
Eu dei por mim a pensar
Como é bom ser avô
É algo de tão diferente
Que entra na alma da gente
E que a mim me fascinou
Somos de novo crianças
E regressam as lembranças
De um tempo já bem distante
Perdoamos travessuras
Vão-se embora as amarguras
Vemos futuro diante
Nova vida a começar
Dá vontade de lutar
E de escolher novos trilhos
Brilho novo no olhar
E o desejo de ajudar
Os filhos dos nossos filhos
Quem diz o contrário mente
Ser avô é tão diferente
Em carinhos e afetos
E não há coisa melhor
Do que juntar com amor
Os avós, filhos e netos
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