Alexandre O’Neill / Paulo Ribeiro
Repertório de Inês Duarte
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo
Querela de aves, pios, escarcéu
Ainda palpitante voa um beijo
Donde teria vindo! não é meu
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha, colorida
Vai batendo como a própria vida
Um coração vermelho pelo ar
E é a força sem fim de duas boca
De duas bocas que se juntam, loucas
De inveja as gaivotas a gritar