Hélder Moutinho / Alfredo Duarte *fado versículo*
Repertório de Marco Oliveira
Porque não oiço no ar a tua voz
Entre brumas e segredos escondidos
E descubro que o silêncio entre nós
São mil versos de cantos esquecidos
Porque não vejo no azul escuro da noite
Nas estrelas, esse brilho que é o teu
E procuro a madrugada que me acoite
Num poema que não escrevo, mas é meu
Olha o vento que se estende p’lo caminho
E ensaia a tua dança de voar
És gaivota que só chega a fazer ninho
Quando o tempo te dá tempo para amar
Mas também se perde o tempo que se tem
P’ra gastar só quando chega a primavera
Veste um fado de saudade amor, e vem
Que é inverno mas eu estou à tua espera
Há sempre um tempo na vida
Vasco de Lima Couto / Fontes Rocha
Repertório de Vasco Rafael
Existe, já editada neste blogue, outra versão deste temaRepertório de Vasco Rafael
com música de Jorge Barradas e interpretação de Fernando João
Cansado de partir e ficar só
Ao tempo da viagem do meu dia
Olhei aquela esquina onde os teus olhos
Mediram a distância da alegria
Andava o luar a resguardar as horas
No regaço em que Deus motiva as plantas
E foi assim, que a nossa vida inteira
Criou o mar do amor onde tu cantas
Há sempre um tempo na vida
Cada palavra chegada
Ao tempo da viagem do meu dia
Olhei aquela esquina onde os teus olhos
Mediram a distância da alegria
Andava o luar a resguardar as horas
No regaço em que Deus motiva as plantas
E foi assim, que a nossa vida inteira
Criou o mar do amor onde tu cantas
Há sempre um tempo na vida
Onde a vontade perdida
Volta a ser vontade nova
Porque a dor parou a sina
Volta a ser vontade nova
Porque a dor parou a sina
E fez de toda essa esquina
Um horizonte, uma trova
Um horizonte, uma trova
Cada palavra chegada
Era em nós a madrugada
Toda no ventre vestida
Pois p’ra ser amor e fado
Toda no ventre vestida
Pois p’ra ser amor e fado
Corpo a corpo lado a lado
Há sempre um tempo na vida
Agora, cada noite é uma procura
Do que fomos perdendo pela estrada
E cada gesto preso pela ausência
É um sonho a abrir a madrugada
Se me dizes amor, o amor começa
Nesse instante de luz que me vens dar
Encontrei-me sem nome nessa rua
E hoje os teus olhos são o meu lugar
Há sempre um tempo na vida
Agora, cada noite é uma procura
Do que fomos perdendo pela estrada
E cada gesto preso pela ausência
É um sonho a abrir a madrugada
Se me dizes amor, o amor começa
Nesse instante de luz que me vens dar
Encontrei-me sem nome nessa rua
E hoje os teus olhos são o meu lugar
O nome que tu me davas
João Monge / Armando Machado *fado sta luzia*
Repertório de Joana Amendoeira
O nome que tu me davas
Quando á noite me chamavas
Tinha o dom de uma oração
Não tinha som nem palavras
Mas quando tu me chamavas
Nunca te disse que não
Já o vi escrito na lua
Nas pedras da minha rua
Repertório de Joana Amendoeira
O nome que tu me davas
Quando á noite me chamavas
Tinha o dom de uma oração
Não tinha som nem palavras
Mas quando tu me chamavas
Nunca te disse que não
Já o vi escrito na lua
Nas pedras da minha rua
E nas candeias do céu
O nome que tu me davas
Quando em silêncio cantavas
O nome que tu me davas
Quando em silêncio cantavas
Era mais teu do que meu
Não era dor nem bondade
Amor fado ou saudade
Não era dor nem bondade
Amor fado ou saudade
Nem a lágrima perdida
O nome que tu me davas
Quando á noite me chamavas
O nome que tu me davas
Quando á noite me chamavas
Era toda a minha vida
Meu filho
José Galhardo / Raúl Ferrão
Repertório de Maria Albertina
Meu filho
Repertório de Maria Albertina
Meu filho
Que coisas tem o destino
Ganhei-te a ti, meu menino
Na hora em que eu me perdi
Meu filho
Ganhei-te a ti, meu menino
Na hora em que eu me perdi
Meu filho
Foi Deus que quis consolar-me
E que achou justo pagar-me
Meu filho
E que achou justo pagar-me
A dor cruel que eu sofri
Meu filho
Meu grande amor minha alegria
Sem ti meu bem eu morria
É minha alma quem te diz
É minha alma quem te diz
Meu filho
Que ao pé de ti tudo me passa
E até bem digo a desgraça
E até bem digo a desgraça
Que me tornou tão feliz
Meu filho
Meu filho
Só há um amor não te iludo
O amor de mãe que dá tudo
O amor de mãe que dá tudo
Sem reclamar nada em troca
Meu filho
Meu filho
Se me pedisses um dia
A própria vida eu daria
A própria vida eu daria
P’ra ver sorrir essa boca
Meu filho
Meu filho
Só hoje sei quanto é de terno
O suave peito materno
O suave peito materno
Quanto afeto em si contém
Meu filho
Meu filho
Vai ser a ti meu doce enlevo
Que eu vou pagar o que devo
Que eu vou pagar o que devo
À santa que é minha mãe
Parolagem da vida
Carlos Drummond de Andrade / Filipe Raposo
Repertório de Ana Laíns
Como a vida muda, como a vida é muda
Como a vida é muda, como a vida é nada
Como a vida é nada, como a vida é tudo
Como a vida muda como a vida
Como a vida é outra, sempre outra, outra
Não a que é vivida, como a vida é vida
Ainda quando morte esculpida em vida
Como a vida vale mais que a própria vida
Sempre renascida em flor e formiga
Em seixo rolado, peito desolado
Coração de amante
Como a vida é forte em suas algemas
Como dói a vida quando tira a veste
Quando tira a veste de prata celeste
Como dói a vida como a vida
Como a vida ri a cada manhã
Do seu próprio absurdo
Repertório de Ana Laíns
Como a vida muda, como a vida é muda
Como a vida é muda, como a vida é nada
Como a vida é nada, como a vida é tudo
Como a vida muda como a vida
Como a vida é outra, sempre outra, outra
Não a que é vivida, como a vida é vida
Ainda quando morte esculpida em vida
Como a vida vale mais que a própria vida
Sempre renascida em flor e formiga
Em seixo rolado, peito desolado
Coração de amante
Como a vida é forte em suas algemas
Como dói a vida quando tira a veste
Quando tira a veste de prata celeste
Como dói a vida como a vida
Como a vida ri a cada manhã
Do seu próprio absurdo
E a cada momento dá de novo a todos
Uma prenda estranha
Coisas do nosso amor
Mário Raínho / Francisco J. Marques *fado zé negro*
Repertório de Maria Armanda
Dei à noite a minha voz
Contei-lhe coisas de nós
Fiz da noite, companheira
Mas a noite inconsciente
Foi contar a toda a gente
Do nosso amor, a maneira
Até ao vento contou
Que o nosso amor começou
Repertório de Maria Armanda
Dei à noite a minha voz
Contei-lhe coisas de nós
Fiz da noite, companheira
Mas a noite inconsciente
Foi contar a toda a gente
Do nosso amor, a maneira
Até ao vento contou
Que o nosso amor começou
Na ternura de um olhar
Como se fosse um recado
Correu o vento, apressado
Como se fosse um recado
Correu o vento, apressado
Foi falar de nós, ao mar
O mar contou esta trova
Ao luar, à lua nova
O mar contou esta trova
Ao luar, à lua nova
Às estrelas e a Deus
E o nosso amor, agora
É cantado a toda a hora
E o nosso amor, agora
É cantado a toda a hora
Até no reino dos céus
Cuidei que tinha morrido
Pedro Homem de Mello / Alain Oulman
Repertório de Amália Rodrigues
Ao passar pelo ribeiro
Onde às vezes me debruço
Fitou-me alguém corpo inteiro
Dobrado como um soluço
Pupilas negras tão lassas
Repertório de Amália Rodrigues
Ao passar pelo ribeiro
Onde às vezes me debruço
Fitou-me alguém corpo inteiro
Dobrado como um soluço
Pupilas negras tão lassas
Raízes iguais às minhas
Meu amor quando me enlaças
Meu amor quando me enlaças
Por ventura as adivinhas
Que palidez nesse rosto
Que palidez nesse rosto
Sob o lençol de luar
Tal e qual quem ao sol posto
Tal e qual quem ao sol posto
Estivera a agonizar
Deram-me então por conselho
Deram-me então por conselho
Tirar de mim o sentido
Mas depois vendo-me ao espelho
Mas depois vendo-me ao espelho
Cuidei que tinha morrido
Quando por fim amanhece
Pedro Assis Coimbra / David Zacaria
Repertório de Joana Amendoeira
Quando por fim amanhece
E Lisboa se desperta
É que os teus olhos perfeitos
Batem às janelas dos meus
Os dedos finos ainda não voltaram
E como o fado está à minha espera
Uso as metáforas do povo
E deixo a ternura rimar
Permaneço por isso distante
Longe de ti, longe dos maus
Bem perto do coração do vento
De toda a alegria da minha canção
Sim, porque no Tejo de todos
E nos lábios dos amantes
Navega um barco do pensamento
Feito em fogo, desfeito em luz
Repertório de Joana Amendoeira
Quando por fim amanhece
E Lisboa se desperta
É que os teus olhos perfeitos
Batem às janelas dos meus
Os dedos finos ainda não voltaram
E como o fado está à minha espera
Uso as metáforas do povo
E deixo a ternura rimar
Permaneço por isso distante
Longe de ti, longe dos maus
Bem perto do coração do vento
De toda a alegria da minha canção
Sim, porque no Tejo de todos
E nos lábios dos amantes
Navega um barco do pensamento
Feito em fogo, desfeito em luz
Porquê a verdade à noite
Silva Ferreira / Jaime Santos Jnr
Repertório de Ricardo Ribeiro
Porquê dizer agora o que não quero
Porquê falar agora do passado
Porquê tentar agora ser sincero
Porquê falar falar de amor em mais um fado
Rasgar a tua noite com verdades
Porquê se as estrelas são mentira
E as penas com que escrevem a saudade
São setas que o ciúme ainda me atira
Porquê esperar agora como espero
Que voltes a deitar-te a meu lado
Porquê dizer agora o que não quero
Porquê falar agora do passado
Repertório de Ricardo Ribeiro
Porquê dizer agora o que não quero
Porquê falar agora do passado
Porquê tentar agora ser sincero
Porquê falar falar de amor em mais um fado
Rasgar a tua noite com verdades
Porquê se as estrelas são mentira
E as penas com que escrevem a saudade
São setas que o ciúme ainda me atira
Porquê esperar agora como espero
Que voltes a deitar-te a meu lado
Porquê dizer agora o que não quero
Porquê falar agora do passado
Lisboa no coração
João Monge / Bernardo Sassetti
Repertóriio de Joana Amendoeira
Gosto da tua ternura
Da maneira de abraçar
Do teu jogo de cintuta
Nem vale a pena falar
Gosto de ti como és
Feita para regressar
A fingir que não vês
Despida até aos pés
Deitada á beira mar
Garota do Bairro da Bica
Repertóriio de Joana Amendoeira
Gosto da tua ternura
Da maneira de abraçar
Do teu jogo de cintuta
Nem vale a pena falar
Gosto de ti como és
Feita para regressar
A fingir que não vês
Despida até aos pés
Deitada á beira mar
Garota do Bairro da Bica
Morena da madragoa
De perna ao léu em Benfica
De perna ao léu em Benfica
Mulata de Lisboa
Menina das avenidas
Menina das avenidas
Garina do Conde Barão
Mulher de muitas vidas
Mulher de muitas vidas
Lisboa no meu coração
Este meu amor secreto
Manuel Carvalho / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Amélia Maria
Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços
Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo
Repertório de Amélia Maria
Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços
Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo
Vão aumentando em meu peito
Eu vivo nesta ansiedade
E esta cumplicidade
Eu vivo nesta ansiedade
E esta cumplicidade
Traz minha vida sem jeito
Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana
Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana
O meu peito é um deserto
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho
Que está comigo tão perto
Seu beijo é bebida
Que sacia a minha vida
Seu beijo é bebida
Que sacia a minha vida
Na sede do meu afeto
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime
Este meu amor secreto
Profissão mulher
Rui Manuel / Carlos Macedo
Repertório de Carlos Macedo
Só tu sabes fiar dias sem hora
Numa roca de cansaços
Erguer quatro paredes no teu mundo
Com o linho dos teus braços
O mundo é a tua casa e deve ter
Alicerces tão profundos
Que não te sobra tempo p’ra saber
D’outros mundos que há lá fora
Dona de casa
Dona de casa
Dona de casa
Repertório de Carlos Macedo
Só tu sabes fiar dias sem hora
Numa roca de cansaços
Erguer quatro paredes no teu mundo
Com o linho dos teus braços
O mundo é a tua casa e deve ter
Alicerces tão profundos
Que não te sobra tempo p’ra saber
D’outros mundos que há lá fora
Dona de casa
Quantas rugas tem o ano
A noite insiste em dizer
A noite insiste em dizer
Que só dormes por engano
Dona de casa
E dona da solidão
Que te vê envelhecer
Que te vê envelhecer
Entre a cama e o fogão
Dona de casa
A quantos queiram saber
Qual a tua profissão
Qual a tua profissão
Responde; apenas mulher
Os teus silêncios são gritos do amor
Que não fazes mas consentes
E as lágrimas que escondes são o berço
Duma espera permanente
Ninguém te diz que é teu o coração
Que sustenta o universo
E a terra se desloca em rotação
Porque gira em teu redor
Os teus silêncios são gritos do amor
Que não fazes mas consentes
E as lágrimas que escondes são o berço
Duma espera permanente
Ninguém te diz que é teu o coração
Que sustenta o universo
E a terra se desloca em rotação
Porque gira em teu redor
O pão das palavras
Pedro Assis Coimbra / Pedro Pinhal
Repertório de Joana Amendoeira
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me manhãs claras no pão das palavras
E os afluentes da musica nas açucenas dos lábios
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me tardes de sol nas janelas dos dedos
E as cinzas mornas do fogo no forno das carícias
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me noites secretas no teu sorriso de cetim
Lareira da minha alegria, da nossa canção sem fim
Vem meu amor
Vem comigo... vem por mim
Repertório de Joana Amendoeira
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me manhãs claras no pão das palavras
E os afluentes da musica nas açucenas dos lábios
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me tardes de sol nas janelas dos dedos
E as cinzas mornas do fogo no forno das carícias
Vem meu amor, vem até mim
Traz-me noites secretas no teu sorriso de cetim
Lareira da minha alegria, da nossa canção sem fim
Vem meu amor
Vem comigo... vem por mim
Condição
Diogo Clemente / Paulo Loureiro
Repertório de Ana Laíns
Parti com as horas e a razão
Cheguei, mais um adeus, mais uma vez
Porque há-de ser maior
Repertório de Ana Laíns
Parti com as horas e a razão
Cheguei, mais um adeus, mais uma vez
Porque há-de ser maior
Que a angústia o meu perdão
Parti, já sem longe, sem olhar
Cheguei com olhos d’água á tua mão
Porque hei-de estar sempre
Na soma que Deus fez
Parti, já sem longe, sem olhar
Cheguei com olhos d’água á tua mão
No fundo, nada tem a casa por esperar
E deixo o frio a dor e as roupas pelo chão
Depois, pouco mais que um Outono
Vem p’ra ficar sobre mim
Sei de cor esta entregue à noite vã
Meu amor, somos barcos de outro mar
Nós morremos devagar
E nascemos p’la manhã
Parti do teu mundo e como vês
Aqui me tens inteira por te amar
Sou como a beira-mar
E deixo o frio a dor e as roupas pelo chão
Depois, pouco mais que um Outono
Vem p’ra ficar sobre mim
Sei de cor esta entregue à noite vã
Meu amor, somos barcos de outro mar
Nós morremos devagar
E nascemos p’la manhã
Parti do teu mundo e como vês
Aqui me tens inteira por te amar
Sou como a beira-mar
Do Inverno e as marés
Que vão e voltam sempre
Que vão e voltam sempre
À areia, sempre ao mar
Esta saudade não quer partir
Letra e musica de Samuel Lopes
Repertório de Ana Laíns
Se ao acordar chamasse por ti
E o eco do quarto não soasse assim
Os muros da saudade que não parti
São hora de silêncio que vivem sem mim
Esta inocência tarda em abalar
A fragilidade não se quer quebrar
E a incerteza que me faz procurar
O rasto deixado pelo teu olhar
Esta saudade não quer partir
Os meus sentidos não a deixam ir
Esta saudade que me quer seduzir
Invade o meu corpo qe espera por ti
És a poesia que me dá prazer
E a medalha que canto sem querer
A cumplicidade ao amanhecer
És a loucura que me faz viver
Repertório de Ana Laíns
Se ao acordar chamasse por ti
E o eco do quarto não soasse assim
Os muros da saudade que não parti
São hora de silêncio que vivem sem mim
Esta inocência tarda em abalar
A fragilidade não se quer quebrar
E a incerteza que me faz procurar
O rasto deixado pelo teu olhar
Esta saudade não quer partir
Os meus sentidos não a deixam ir
Esta saudade que me quer seduzir
Invade o meu corpo qe espera por ti
És a poesia que me dá prazer
E a medalha que canto sem querer
A cumplicidade ao amanhecer
És a loucura que me faz viver
Fado de um amor que ficou
João Monge / Paulo Paz
Repertório de Joana Amendoeira
Bem sei que tinhas os olhos no mar
Quando te via chegar
Com a camisa engomada
Bem sei que procuravas o jeito
Que eu tenho, de abrir o peito
Quando não querias mais nada
Trazias uma flor na lapela
E eu espreitava à janela
Quando te ouvia chamar
Trazias a lua no teu sorriso
Trazias aquilo que era preciso
Para te deixar entrar
Quem sabe as juras que nós fizemos
A estrela que prometemos
Um ao outro, noite fora
Quem sabe porque cegou essa estrela
Se não voltarmos a vê-la
Quem sabe de nós agora
Eu guardo no fundo do coração
Que o amor é só perdão
E um sonho em duas metades
Eu guardo tudo o que deixaste em mim
Desde sempre, até ao fim
E às vezes guardo saudades
Repertório de Joana Amendoeira
Bem sei que tinhas os olhos no mar
Quando te via chegar
Com a camisa engomada
Bem sei que procuravas o jeito
Que eu tenho, de abrir o peito
Quando não querias mais nada
Trazias uma flor na lapela
E eu espreitava à janela
Quando te ouvia chamar
Trazias a lua no teu sorriso
Trazias aquilo que era preciso
Para te deixar entrar
Quem sabe as juras que nós fizemos
A estrela que prometemos
Um ao outro, noite fora
Quem sabe porque cegou essa estrela
Se não voltarmos a vê-la
Quem sabe de nós agora
Eu guardo no fundo do coração
Que o amor é só perdão
E um sonho em duas metades
Eu guardo tudo o que deixaste em mim
Desde sempre, até ao fim
E às vezes guardo saudades
Porta do coração
José Pereira (ou) Carlos Conde? / Pedro Rodrigues
Repertório de Manuel Dias
No registo discográfico de Manuel Dias esta letra aparece atribuída a
José Pereira
No registo discográfico de Ricardo Ribeiro esta letra aparece atribuída a
Carlos Conde
Feia ou bonita, que importa
Se nos assalta a paixão
A quem nos sabe vencer
O coração tem uma porta
E a porta do coração
Abre-se às vezes sem querer
Cruzei um dia na vida
Um olhar tanto a preceito
Que me toldou a presença
Ela não pediu guarida
Mas bateu com tanto jeito
Que entrou sem eu dar licença
O amor é um imprevisto
Faz-nos rir, faz-nos chorar
Faz-nos viver e sentir
O meu coração tem disto
Às vezes tento fechar
Mas ele teima em abrir
Que importa o riso, a traição
Quem ama, tudo suporta
E o resto não tem valor
Só quem não tem coração
É que não uma porta
P’ra dar entrada ao amor
Trago o teu fado guardado
Pedro Rapoula, Ricardo Parreira / Pedro Pinhal, J.Amendoeira
Repertório de Joana Amendoeira
Trago o teu fado guardado
Dentro do meu coração
Hei-de cantá-lo de noite
E na hora mais sombria
Trago o teu fado guardado
Repertório de Joana Amendoeira
Trago o teu fado guardado
Dentro do meu coração
Hei-de cantá-lo de noite
E na hora mais sombria
Trago o teu fado guardado
Dentro do meu coração
Hei-de cantá-lo ao vento
Como se este meu lamento
Hei-de cantá-lo ao vento
Como se este meu lamento
Fosse a voz da solidão
Trago o teu fado marcado
Trago o teu fado marcado
Nas profundezas da alma
Hei-de chorá-lo sózinho
Cantando pelo caminho
Hei-de chorá-lo sózinho
Cantando pelo caminho
A toda a gente que passa
Trago o teu fado escrito
Trago o teu fado escrito
No brilho do meu olhar
Hei-de cantá-lo p’ra sempre
Mesmo sabendo-te ausente
Hei-de cantá-lo p’ra sempre
Mesmo sabendo-te ausente
Porque nasci p’ra te amar
Fria claridade
Pedro Homem de Mello / Pedro Rodrigues
Repertório de João Braga
No meio da claridade
Daquele tão triste dia
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Rostos, carros, movimentos
Repertório de João Braga
No meio da claridade
Daquele tão triste dia
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Rostos, carros, movimentos
Traziam noite e segredo
Só eu me sentia lento
Só eu me sentia lento
E avançava quase a medo
Só a saudade da pátria
Só a saudade da pátria
Longínqua, me acompanhava
Quisera voltar à serra
Quisera voltar à serra
E ouvir o vento e a água brava
Quisera voltar ao bosque
Quisera voltar ao bosque
Onde sei que sou lembrado
Voltar às leiras de Afife
E ouvir a canção tão mansa
Voltar às leiras de Afife
E ouvir a canção tão mansa
Do pastor que guarda o gado
Mas nas ruas sinuosas
Mas nas ruas sinuosas
Ainda o rumor crescera
E eu contemplava assombrado
Minhas mãos ontem com rosas
E eu contemplava assombrado
Minhas mãos ontem com rosas
Minhas mãos hoje de cera
Então passaram por mim
Então passaram por mim
Uns olhos lindos, depois
Julguei sonhar, vendo enfim
Julguei sonhar, vendo enfim
Dois olhos, como há só dois
Em todos os meus sentidos
Em todos os meus sentidos
Tive presságios de adeus
E os olhos logo perdidos
E os olhos logo perdidos
Afastaram-se dos meus
Acordei, a claridade
Acordei, a claridade
Fez-se maior e mais fria
Grande, grande era a cidade
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia
Da morte não espero nada
Letra e musica de Amélia Muge
Repertório de Ana Laíns
Não sei se parta se fique
Repertório de Ana Laíns
Não sei se parta se fique
Da morte não espero nada
Vou mas é fazer-me à estrada
Andar co'a vida ao despique;
Vou mas é fazer-me à estrada
Andar co'a vida ao despique;
E sobretudo no Entrudo
Manter a cara lavada
A cantar à desgarrada
A cavalo numa espiga
A cavalo numa espiga
Se assim quiser a cantiga;
E bailar e fazer pose
E bailar e fazer pose
No prato do arroz doce
P’ra alegrar a madrugada
Vou mas é fazer-me à estrada
P’ra alegrar a madrugada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada
Não sei se entenderam bem
Não sei se entenderam bem
Não é uma brincadeira
A história, se é verdadeira
A história, se é verdadeira
Dá sempre aquilo que tem;
A fantasia escondida
A fantasia escondida
De qualquer coisa perdida
Não sei se fico, se vou
Não sei se fico, se vou
Eu já nem sei onde estou;
Com tanta hora de estrada
Com tanta hora de estrada
Eu já nem sei estar parada
E se oiço um assobio
E se oiço um assobio
Continuo, mas sorrio
Vou mas é fazer-me à estrada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada
Não sei quem veio acudir
Não sei quem veio acudir
Ouço contar uma história
Com voz de pai ou de mãe
Com voz de pai ou de mãe
Ao pé de mim está alguém
E nunca é a fingir
E nunca é a fingir
Quando estou quase a dormir;
Chegado o tempo das mágoas
Chegado o tempo das mágoas
Com as luzes apagadas
Eu olho o mundo daqui
Eu olho o mundo daqui
E que lindo que ele é
E ao vê-lo eu sinto até
E ao vê-lo eu sinto até
Que já morria por ti
Vou mas é fazer-me à estrada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada
Disfarçando
Letra e musica de Zé Manuel de Castro
Repertório do autor
P’ra mascarar
Repertório do autor
P’ra mascarar
A afeição que por ti sinto
Sacrifico-me a chamar
Sacrifico-me a chamar
Ao nosso amor, amizade
Mas no olhar
Mas no olhar
Nada escondo, nunca minto
Porque a força de gostar
Porque a força de gostar
Me obriga a falar verdade
Quando o amor
Quando o amor
Por ser verdade acontece
Mascará-lo mais parece
Vontade de o revelar
Seja lá qual for
Mascará-lo mais parece
Vontade de o revelar
Seja lá qual for
O disfarce que o encubra
Há sempre alguém que descubra
E o vá contar
P’ra que fingimos
Há sempre alguém que descubra
E o vá contar
P’ra que fingimos
Uma amizade banal
Se a fingir não conseguimos
Se a fingir não conseguimos
Desmentir nosso sentir
P’ra quê fingir
P’ra quê fingir
Se realmente, afinal
A fingir não conseguimos
A fingir não conseguimos
Desmentir nosso sentir
Meu amor é primavera
Rosa de Lobato Faria / Mário Moniz Pereira
Repertório de Joana Amendoeira
Bem sei que o nosso amor
Repertório de Joana Amendoeira
Bem sei que o nosso amor
É como uma andorinha
Que vai e volta e era e já não era
Que vai e volta e era e já não era
Setembro trouxe a chuva miúdinha
Partiste e eu fiquei á tua espera;
Mas já há rosas de Abril no meu jardim
Regressa meu amor, é Primavera
Agora espero por ti
Por fim, mais uma vez
Partiste e eu fiquei á tua espera;
Mas já há rosas de Abril no meu jardim
Regressa meu amor, é Primavera
Agora espero por ti
Por fim, mais uma vez
Seremos dois
A casa até parece que sorri
O céu guardou a chuva
A casa até parece que sorri
O céu guardou a chuva
P’ra depois
Agora espero por ti
Até o verde mar
Agora espero por ti
Até o verde mar
Tem outra cor
O teu lugar, bem sabes, é aqui
Se não vieres eu morro
O teu lugar, bem sabes, é aqui
Se não vieres eu morro
Meu amor
Bem sei que o nosso amor
Bem sei que o nosso amor
É como a tempestade
Que o vento é trovoada e furacão
Ás vezes somos feitos de saudade
Ás vezes somos feitos de paixão;
Mas já há sementes de oiro abrindo ao sol
Regressa meu amor, é quase Verão
Que o vento é trovoada e furacão
Ás vezes somos feitos de saudade
Ás vezes somos feitos de paixão;
Mas já há sementes de oiro abrindo ao sol
Regressa meu amor, é quase Verão
Minha nau de amargura
Gonçalo Salgueiro / Alfredo Marceneiro
Repertório de Gonçalo Salgueiro
És fado que não cantei
És o amor que não fiz
És o verso inacabado
Deste meu poema triste
Tudo por ti deixei
Mas o destino não quis
Que fosse meu o teu fado
E meu coração não viste
És fado que não cantei
Repertório de Gonçalo Salgueiro
És fado que não cantei
És o amor que não fiz
És o verso inacabado
Deste meu poema triste
Tudo por ti deixei
Mas o destino não quis
Que fosse meu o teu fado
E meu coração não viste
És fado que não cantei
Minha nau de amargura
Partida deste meu corpo
Partida deste meu corpo
Na fé que eu perdi
Tanto por ti esperei
Tanto por ti esperei
Qu’alcancei a desventura
De ver em outro porto
De ver em outro porto
A flor que não colhi
És fado que não cantei
És fado que não cantei
Minha canção d’ansiedade
Que de mim anda perdida
Que de mim anda perdida
Deste que te olhei
Nada mais desejei
Nada mais desejei
Que matar esta saudade
Tu és meu fado na vida
Tu és meu fado na vida
Um fado que não cantei
Fado para a minha mãe
José Luís Peixoto / Pedro Pinhal
Repertório de Joana Amendoeira
Escondida no meu rosto
Menina de claridade
O tempo levou-te para longe
No teu lugar, apenas saudade
Aqui, onde canta esta voz
Aqui, onde o tempo não manda
És hoje aquilo que foste
Menina, coração de brilho, menina
Coração a trnsbordar de liberdade
Este ar que respiro por ti
Esta vida que levo só emprestada
É tua de novo, menina
Aqui serás sempre cantada
Aqui, onde canta esta voz
Aqui, neste tempo secreto
Serás sempre aquilo que foste
Mãe, meu segredo de luz, minha menina
Instante incandescente de eternidade
Repertório de Joana Amendoeira
Escondida no meu rosto
Menina de claridade
O tempo levou-te para longe
No teu lugar, apenas saudade
Aqui, onde canta esta voz
Aqui, onde o tempo não manda
És hoje aquilo que foste
Menina, coração de brilho, menina
Coração a trnsbordar de liberdade
Este ar que respiro por ti
Esta vida que levo só emprestada
É tua de novo, menina
Aqui serás sempre cantada
Aqui, onde canta esta voz
Aqui, neste tempo secreto
Serás sempre aquilo que foste
Mãe, meu segredo de luz, minha menina
Instante incandescente de eternidade
Os bravos
Letra e musica de José Afonso
Repertório do autor
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem...
Repertório do autor
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem...
Para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem...
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem...
Para tua companhia
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem...
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem...
Com meu vestido vermelho
O que eu vi lá de mais bravo
Bravo meu bem...
O que eu vi lá de mais bravo
Bravo meu bem...
Foi um mansinho coelho
As ondas do mar são brancas
Bravo meu bem...
As ondas do mar são brancas
Bravo meu bem...
No meio são amarelas
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem...
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem...
P’ra morrer no meio delas
As quatros operações
Vasco Graça Moura / Pedro Pinhal, Joana Amendoeira
Repertório de Joana Amendoeira
Fui deitar contas à vida
Fiz as quatro operações
Num instante e de seguida
Tirei certas conclusões
Comecei pela adição
Repertório de Joana Amendoeira
Fui deitar contas à vida
Fiz as quatro operações
Num instante e de seguida
Tirei certas conclusões
Comecei pela adição
Porque te amei mais e mais
Se fiz essa soma à mão
Se fiz essa soma à mão
Fiz também contas mentais
Aprendi a tabuada
Aprendi a tabuada
E vi que multiplicar
Era a forma acelerada
Era a forma acelerada
De o meu amor aumentar
Depois vi que subtraia
Depois vi que subtraia
A tua deslealdade
E o total se reduzia
E o total se reduzia
Para menos de metade
Essa foi a consequência
Essa foi a consequência
Da mentira repetida
E assim a minha existência
E assim a minha existência
Acabava dividida
E agora não me comove
E agora não me comove
Dar-te uma prova provada
Fiz sempre a prova dos nove
Fiz sempre a prova dos nove
E deu noves fora nada
Enfim... não leves a mal
Enfim... não leves a mal
Que eu te diga em voz serena
Não tiro a prova real
Não tiro a prova real
Porque já não vale a pena
Lisboa pequenina
Tiago Torres da Silva / Casal Ribeiro
Repertório de Linda Leonardo
Oh Lisboa pequenina
És um pregão de varina
Repertório de Linda Leonardo
Oh Lisboa pequenina
És um pregão de varina
A menina dos meus olhos
Põe-me o braço na cintura
Dá-me um beijo com ternura
Põe-me o braço na cintura
Dá-me um beijo com ternura
Veste uma saia de folhos
Pus no dedo uma aliança
Mandei vir uma criança
Pus no dedo uma aliança
Mandei vir uma criança
Que é filha da Madragoa
Outra linda assim, não vejo
Fui batizá-la no Tejo
Outra linda assim, não vejo
Fui batizá-la no Tejo
Dei-lhe o nome de Lisboa
Lisboa, Lisboa
Lisboa, Lisboa
Menina que canta
És um coração
Que a minha canção
És um coração
Que a minha canção
Leva na garganta
Lisboa, Lisboa
Lisboa, Lisboa
Velhinha que ri
És uma canção
Que o meu coração
És uma canção
Que o meu coração
Só canta p’ra ti
Oh Lisboa tão velhinha
Quando tu quiseres ser minha
Oh Lisboa tão velhinha
Quando tu quiseres ser minha
Vou queimar uma alcachofra
E tu, rezas amiúde
Na senhora da saúde
E tu, rezas amiúde
Na senhora da saúde
P’ra que o meu peito não sofra
Corri ao ver-te num grito
Tão alegre, tão bonito
Corri ao ver-te num grito
Tão alegre, tão bonito
Que parecia a própria vida
Era a Amália a cantar
Uma marcha popular
Era a Amália a cantar
Uma marcha popular
Que descia a avenida
Marcha do pião das nicas
Letra e música de Carlos Paião
Gravado por Dulce Guimarães
Anda p'la vida à futrica
Galfarro afiambrado
Se ele anda com nerveco
És tu pião das nicas
Gravado por Dulce Guimarães
Anda p'la vida à futrica
O estica larica, o mangas portuga
Fecha-se em copos e copas
Cafés e cachopas, trabuca e madruga
Galfarro afiambrado
Pachola arremelgado
De grimpa levantada e garrafal
Amigo do amigo
De grimpa levantada e garrafal
Amigo do amigo
Farelo e muito umbigo
Vestiu-se e veio a pé p'ró arraial
Viva o Santo António, viva o São João
Viva o 10 de Junho e a restauração
Viva até São Bento se nos arranjar
Muitos feriados para festejar
Gosta de armar ao efeito
Vestiu-se e veio a pé p'ró arraial
Viva o Santo António, viva o São João
Viva o 10 de Junho e a restauração
Viva até São Bento se nos arranjar
Muitos feriados para festejar
Gosta de armar ao efeito
Baboso e com jeito p’ra ser bagalhudo
Mas na mulher do carteiro
Já manca o dinheiro, alfaces e é tudo
Se ele anda com nerveco
Grazina dum caneco
Lá vai o lascarino pró granel
E faz as partes gagas
Lá vai o lascarino pró granel
E faz as partes gagas
Fosquinhas de aldeagas
Palrando até fazer
Palrando até fazer
Grande aranzel
Chorou por causa da seca
Chorou por causa da seca
Que a terra ficou viúva
Até correu seca e Meca
Até correu seca e Meca
Fartou-se de pedir chuva
A chuva quis-lhe agradar
A chuva quis-lhe agradar
Banhou a terra as culturas
A água deu-lhe p'la barba
A água deu-lhe p'la barba
A fome em farturas
Ás vezes já nem petisca
Ás vezes já nem petisca
A doença na isca é má pró vistaço
Os vinhos e os jaquinzinhos
São só descaminhos, vai dar ao esquinaço
És tu pião das nicas
Das bocas e das dicas
Que pegas nos calcantes e te vais
Adeus leão dos trouxas
Que pegas nos calcantes e te vais
Adeus leão dos trouxas
Chupado das carochas
Que foste no embrulho uma vez mais
Que foste no embrulho uma vez mais
Tristes horas
Gonçalo Salgueiro / Armando Machado *fado licas*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Encontro-me na noite em horas vás
Quando essa tua imagem me acontece
Recolho-me ao vazio p’las manhãs
Negando a luz do sol que me anoitece
Entrego-me à loucura sem ter o dia
De não ver este amor dentro de mim
Reduzo-me à tortura e à poesia
Onde te esqueço e posso dar-lhe fim
E nestas tristes horas em que me iludo
Cantando sentimentos de outro alguém
Lançando em minha voz o grito mudo
Do mal que é não querer amar ninguém
Sonhando volto ao leito por ti deixado
Torno a beijar a boca que me mente
À luz do dia cumpro um triste fado
De noite serei teu eternamente
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Encontro-me na noite em horas vás
Quando essa tua imagem me acontece
Recolho-me ao vazio p’las manhãs
Negando a luz do sol que me anoitece
Entrego-me à loucura sem ter o dia
De não ver este amor dentro de mim
Reduzo-me à tortura e à poesia
Onde te esqueço e posso dar-lhe fim
E nestas tristes horas em que me iludo
Cantando sentimentos de outro alguém
Lançando em minha voz o grito mudo
Do mal que é não querer amar ninguém
Sonhando volto ao leito por ti deixado
Torno a beijar a boca que me mente
À luz do dia cumpro um triste fado
De noite serei teu eternamente
Não passas sem mim
Frederico de Brito / José António Sabrosa
Repertório de Cândida Ramos
Vamos fazer uma escolha
És o tronco, eu sou a rama
És o vento, eu sou a folha
És o proveito, eu a fama
És o sol, eu sou a sombra
Repertório de Cândida Ramos
Vamos fazer uma escolha
És o tronco, eu sou a rama
És o vento, eu sou a folha
És o proveito, eu a fama
És o sol, eu sou a sombra
És o braço, eu sou a lança
És o mato, eu sou alfombra
És o mato, eu sou alfombra
És o desejo, eu a esperança
És o mar, eu sou a areia
És o mar, eu sou a areia
És o pincel, e eu a cor
És o sangue, eu sou a veia
És o sangue, eu sou a veia
És o riso, eu sou a dor
És o mundo, eu sou o espaço
És o mundo, eu sou o espaço
És o princípio, eu o fim
Mas eu sem ti já não passo
Mas eu sem ti já não passo
E tu não passas sem mim
Resposta fácil
Domingos Gonçalves da Costa / Popular *fado das horas*
Repertório de António Rocha
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer
Saudade é tudo o que fica
Depois de tudo morrer
Tu que jamais conheceste
Repertório de António Rocha
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer
Saudade é tudo o que fica
Depois de tudo morrer
Tu que jamais conheceste
A dor que as almas tortura
Que só conheces ventura
Que só conheces ventura
E por amor não sofreste;
Tu, que uma saudade agreste
Tu, que uma saudade agreste
Nunca te fez padecer
Nem cravou no teu viver
Nem cravou no teu viver
Um espinho que mortifica
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer
Saudade é um bem ruim
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer
Saudade é um bem ruim
Que tortura o coração
É o princípio do fim
É o princípio do fim
De um sonho sonhado em vão;
Saudade é doce ilusão
Saudade é doce ilusão
De um amor que não nos quer
Que a gente teima em esquecer
Que a gente teima em esquecer
E a própria dor glorifica
Saudade é tudo o que fica
Depois de tudo morrer
Saudade é tudo o que fica
Depois de tudo morrer
Um fado só para ti
Maria de Lourdes Carvalho / Martinho d'Assunção
Repertório Pedro Lisboa
Fiz-te um poema tristonho
Onde o teu amor risonho
Era promessa e desejo
Moldei teu corpo dormindo
E nos teus lábios, sorrindo
A paz serena dum beijo
Podes ler neste poema
Todo o meu amor por tema
Repertório Pedro Lisboa
Fiz-te um poema tristonho
Onde o teu amor risonho
Era promessa e desejo
Moldei teu corpo dormindo
E nos teus lábios, sorrindo
A paz serena dum beijo
Podes ler neste poema
Todo o meu amor por tema
Minha alma em cada verso
Faz dele um hino de vida
Na grandeza desmedida
Faz dele um hino de vida
Na grandeza desmedida
Do descrente universo
És o mote dum poema
Misto de amor e ternura
És o mote dum poema
Misto de amor e ternura
De alegria e de verdade
És o retrato feliz
Daquilo que em ti mais quis
És o retrato feliz
Daquilo que em ti mais quis
E em mim deixou saudade
Adolescência ferida
António Rocha / Raúl Ferrão *fado carriche*
Repertório de António Rocha
Poema da minha vida
Repertório de António Rocha
Poema da minha vida
Sem velhice nem infância
Adolescência ferida
No mar da minha inconstância
Poema da minha vida
Fogo que perdeu a chama
Caminhada resumida
A sulcos feitos na lama
Sem velhice nem infância
Vão as verdades morrer
No limite da distância
Que há entre mim e o meu ser
Adolescência perdida
Em busca de mundo novo
E da paixão construída
Com gritos vindos do povo
No mar da minha inconstância
Naufraga a causa perdida
A que tu dás importância
Poema da minha vida
Levas nas mãos amarradas
Vontades amordaçadas
Desdobro a madrugada
Rui Manuel / Manuel Mendes
Repertório de Vasco Rafael
Desdobro a madrugada nos meus olhos
As mãos da minha voz despem guitarras
E o fado é flor sem tempo que desfolho
Silêncio que de mim se desamarra
Passeio devagar entre as palavras
Respiro-lhes a dor, a solidão
E sinto que um sorriso lhes bastava
P’ra darem ao silêncio um coração
Pendentes do cansaço como frutos
Há sonhos perfumados, transparentes
Enquanto trocam horas por minutos
O fado é que lhes serve de semente
É fado esta saudade onde recolho
A vida que de mim se desamarra
Desdobro a madrugada nos meus olhos
As mãos da minha voz despem guitarras
Repertório de Vasco Rafael
Desdobro a madrugada nos meus olhos
As mãos da minha voz despem guitarras
E o fado é flor sem tempo que desfolho
Silêncio que de mim se desamarra
Passeio devagar entre as palavras
Respiro-lhes a dor, a solidão
E sinto que um sorriso lhes bastava
P’ra darem ao silêncio um coração
Pendentes do cansaço como frutos
Há sonhos perfumados, transparentes
Enquanto trocam horas por minutos
O fado é que lhes serve de semente
É fado esta saudade onde recolho
A vida que de mim se desamarra
Desdobro a madrugada nos meus olhos
As mãos da minha voz despem guitarras
Aqui na verde varanda
José Luís Gordo / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Ricardo Ribeiro
Aqui na verde varanda
Do meu peito á tua espera
Não amarei quem me manda
Outra nova primavera
Dos verdes ramos dos campos
Repertório de Ricardo Ribeiro
Aqui na verde varanda
Do meu peito á tua espera
Não amarei quem me manda
Outra nova primavera
Dos verdes ramos dos campos
Ganhei esperanças de tempo
E sequei todos os prantos
E sequei todos os prantos
E parei todos os ventos
Quantas vezes te esperava
Quantas vezes te esperava
Debulhado em lençóis de água
Só por ti amor cantava
Só por ti amor cantava
Chorando estrelas de mágoa
E assim de verde me visto
E assim de verde me visto
E assim de verde te amo
Assim de verde resisto
Assim de verde resisto
Assim de verde te chamo
Água louca da ribeira
Armando Varejão / José António da Silva *fado bacalhau*
Repertório de Ricardo Ribeiro
Água louca da ribeira
Que corres em cavalgada
Porque não vais devagar?
Essa corrida é cegueira
Não vês nem olhas p’ra nada
Na pressa de ver o mar
Já corri dessa maneira
Nas asas duma ilusão
Repertório de Ricardo Ribeiro
Água louca da ribeira
Que corres em cavalgada
Porque não vais devagar?
Essa corrida é cegueira
Não vês nem olhas p’ra nada
Na pressa de ver o mar
Já corri dessa maneira
Nas asas duma ilusão
Na loucura de chegar
Fui deixando p’la ladeira
Pedaços do coração
Fui deixando p’la ladeira
Pedaços do coração
Beijos loucos sem amar
Vida que foste vivida
A correr tão velozmente
Vida que foste vivida
A correr tão velozmente
Paraste à beira do mar
Agora vives perdida
São saudades o que sentes
Agora vives perdida
São saudades o que sentes
Por não poderes regressar
Amor sem tréguas
António Gedeão / Mário Pacheco
Repertório de Rodrigo da Costa Félix
É necessário amar
Repertório de Rodrigo da Costa Félix
É necessário amar
Qualquer coisa ou alguém
O que interessa é gostar
O que interessa é gostar
Não importa de quem
Não importa de quem
Não importa de quem
Não importa de quê
O que interessa é amar
O que interessa é amar
Mesmo o que não se vê
Pode ser uma mulher
Pode ser uma mulher
Uma pedra, uma flor
Uma coisa qualquer
Uma coisa qualquer
Seja lá o que for
Pode até nem ser nada
Pode até nem ser nada
Que em ser se concretize
Coisa apenas pensada
Coisa apenas pensada
Que a sonhar se precise
Amar por claridade
Amar por claridade
Sem dever a cumprir
Uma oportunidade
Uma oportunidade
Para olhar e sorrir
Amar como um homem forte
Amar como um homem forte
Só ele o sabe e pode-o
Amar até à morte
Amar até ao ódio
Que o ódio, infelizmente
Quando o clima é de horror
É forma inteligente
De se morrer de amor
Que o ódio, infelizmente
Quando o clima é de horror
É forma inteligente
De se morrer de amor
Só espero que as folhas caiam
Letra e música de Diogo Clemente
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Só espero que as folhas caiam neste Outono
P’ra dar cor às palavras que não digo
P’las ruas que passei
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Só espero que as folhas caiam neste Outono
P’ra dar cor às palavras que não digo
P’las ruas que passei
E as bocas que guardei comigo
Só espero que as folhas caiam neste Outono
Que os tons sejam d’amor, quentes de calma
Com aromas de ternura e de desejos
Que o mel dos lábios teus
Só espero que as folhas caiam neste Outono
Que os tons sejam d’amor, quentes de calma
Com aromas de ternura e de desejos
Que o mel dos lábios teus
Desenhe sobre os meus mil beijos
Que os tons sejam de amor quentes desejos
Porque esta noite trago do mar
Memórias de um navio
Que é noite e o meu olhar treme de frio
No céu d’amor a que me dou
Há uma gaivota que me diz
Que ter-te em mim, amor, é ser feliz
Só espero que o meu bastante não te chegue
Nem cheguem as canções pra te cantar
Por cada melodia
Que os tons sejam de amor quentes desejos
Porque esta noite trago do mar
Memórias de um navio
Que é noite e o meu olhar treme de frio
No céu d’amor a que me dou
Há uma gaivota que me diz
Que ter-te em mim, amor, é ser feliz
Só espero que o meu bastante não te chegue
Nem cheguem as canções pra te cantar
Por cada melodia
Acorde um novo dia no olhar
E acorde o teu sorriso ao acordar
Se não souberes ainda o que te quero
Por entre alguns segredos e quimeras
Serei numa ansiedade
E acorde o teu sorriso ao acordar
Se não souberes ainda o que te quero
Por entre alguns segredos e quimeras
Serei numa ansiedade
Um misto de saudades e esperas
Que o inverno sempre traz as primaveras
Que o inverno sempre traz as primaveras
Banco de jardim
António Vilar da Costa / Arlindo Carvalho
Repertório de Emílio dos Santos
De bibes e laços brincamos os dois
Ao sair da escola, tu esperavas por mim
E o primeiro beijo, trocamos depois
No banco velhinho daquele jardim
Tuas loiras tranças, meus negros cabelos
Já se vão tornando pálido marfim
Num sorriso triste, lembro sempre ao vê-lo
O banco velhinho daquele jardim
Meu saudoso banco de outras mocidades
Alquebrado e velho como os meus avós
Companheiro franco das minhas saudades
És fiel espelho do que somos nós
Já o tempo ingrato lhe mudou a cor
Só não muda o rumo da paixão em mim
'inda nos sentamos a falar de amor
No banco velhinho daquele jardim
Mais tarde, chorando nossas mocidades
Quando a nossa história for chegando ao fim
Vamos concerteza desfolhar saudades
No banco velhinho daquele jardim
Repertório de Emílio dos Santos
De bibes e laços brincamos os dois
Ao sair da escola, tu esperavas por mim
E o primeiro beijo, trocamos depois
No banco velhinho daquele jardim
Tuas loiras tranças, meus negros cabelos
Já se vão tornando pálido marfim
Num sorriso triste, lembro sempre ao vê-lo
O banco velhinho daquele jardim
Meu saudoso banco de outras mocidades
Alquebrado e velho como os meus avós
Companheiro franco das minhas saudades
És fiel espelho do que somos nós
Já o tempo ingrato lhe mudou a cor
Só não muda o rumo da paixão em mim
'inda nos sentamos a falar de amor
No banco velhinho daquele jardim
Mais tarde, chorando nossas mocidades
Quando a nossa história for chegando ao fim
Vamos concerteza desfolhar saudades
No banco velhinho daquele jardim
Glosa da saudade
Mote: Fernando Machado Soares / Glosa: Saudade dos Santos
Jaime Santos *corrido do mestre zé*
Repertório de Ricardo Ribeiro
Mandei a saudade embora
Atirei-a p’la janela
Mas fui buscá-la lá fora
Já tinha saudades dela
Essa atrevida dizia / Relegada do meu peito
Que era minha por direito / E dali não sairia
Eu que bem a conhecia / Por andar sempre com ela
Já não me revia nela / E então sem mais demora
Mandei a saudade embora
Atirei-a p’la janela
Com o ego aliviado / Desse peso, desse fogo
Decidi entrar no jogo / Doutro ego consolado
E não ouvi de bom grado / A voz da saudade, aquela
Que nos chama e interpela / Como alguém que nos namora
Mas fui buscá-la lá fora
Já tinha saudades dela
Jaime Santos *corrido do mestre zé*
Repertório de Ricardo Ribeiro
Mandei a saudade embora
Atirei-a p’la janela
Mas fui buscá-la lá fora
Já tinha saudades dela
Essa atrevida dizia / Relegada do meu peito
Que era minha por direito / E dali não sairia
Eu que bem a conhecia / Por andar sempre com ela
Já não me revia nela / E então sem mais demora
Mandei a saudade embora
Atirei-a p’la janela
Com o ego aliviado / Desse peso, desse fogo
Decidi entrar no jogo / Doutro ego consolado
E não ouvi de bom grado / A voz da saudade, aquela
Que nos chama e interpela / Como alguém que nos namora
Mas fui buscá-la lá fora
Já tinha saudades dela
Estranha forma de ser
Gonçalo Salgueiro / José António Sabrosa
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Eu pertenço ao forte vento
A um triste pensamento
De um Deus que me criou
De uma centelha perdida
Apagada p’la vida
Neste ser me transformou
Voltei aqui p’ra sofrer
Em estranha forma de ser
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Eu pertenço ao forte vento
A um triste pensamento
De um Deus que me criou
De uma centelha perdida
Apagada p’la vida
Neste ser me transformou
Voltei aqui p’ra sofrer
Em estranha forma de ser
Sem saber bem o que sou
Serei misto de loucura
A razão que te procura
Serei misto de loucura
A razão que te procura
Quando estás onde não estou
Minh’alma te entreguei
Meu corpo te abandonei
Minh’alma te entreguei
Meu corpo te abandonei
Apenas me resta a voz
Tenho a forma da saudade
Sou memória da verdade
Tenho a forma da saudade
Sou memória da verdade
Sombra apagada de nós
No meu fado rogo ao vento
Que a ti leve este lamento
No meu fado rogo ao vento
Que a ti leve este lamento
P’la solidão esmagado
Vou dar forma a outro ser
Quero à terra pertencer
Vou dar forma a outro ser
Quero à terra pertencer
P’ra viver sempre a teu lado
Menina da saia verde
Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Menina da saia verde
Menina do verde olhar
Quem por amores te perde
Muito terá que chorar
Menina da saia verde
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Menina da saia verde
Menina do verde olhar
Quem por amores te perde
Muito terá que chorar
Menina da saia verde
E do avental de folhos
Quem por amores se perde
Quem por amores se perde
Não sabe onde põe os olhos
Menina da saia verde
Menina da saia verde
Que bem que lhe fica a saia
Quem por amores se perde
Quem por amores se perde
Deixa-me a mim de atalaia
Menina da saia verde
Menina da saia verde
Eu já lha vejo encarnada
Quem por amores se perde
Quem por amores se perde
Troca as cores não vê nada
Somos do mar e do vinho
Letra e musica de Fernando Girão
Repertório de Ricardo Ribeiro
A nossa vida é tão chata
Repertório de Ricardo Ribeiro
A nossa vida é tão chata
E ficamos a pensar
Se merece mesmo a pena
Se merece mesmo a pena
Nós andarmos a penar
Eu escuto as palavras
Eu escuto as palavras
Mas não vejo as ações
Temos muitas teorias
Temos muitas teorias
Mas não temos soluções
Depois bebemos
Depois bebemos
Um copo de aguardente
E a vida parece melhor
Somos da terra e do vinho
E a vida parece melhor
Somos da terra e do vinho
Temos falta de carinho
E o futuro ainda pior
Mas se surgem os problemas
E o futuro ainda pior
Mas se surgem os problemas
Enfrentamos de uma forma audaz
Nós já perdemos o medo
Nós já perdemos o medo
Seja o que for tanto faz
Ah... a nossa vida
É um labirinto de paixões
Quem não fala com verdade
Ah... a nossa vida
É um labirinto de paixões
Quem não fala com verdade
Quem em si não acredita
Quem não joga o jogo certo
Quem não joga o jogo certo
Só semeia a confusão
E nunca mais de mim
Mário Raínho / Alfredo Duarte *alexandrino*
Repertório de Ricardo Ribeiro
E nunca mais de mim, infinita metade
Hás-de sentir saudade, do tempo de nós dois
E nunca mais de mim, terás mais do que agora
Mandei amores embora, e em ti fiquei depois
E nunca mais de mim, noites de lua meia
Se trago a lua cheia, á noite que tu és
E nunca mais de mim, o ciúme de ver
Ondas de mar por querer, beijarem os teu pés
Oh estrela do meu peito, oh fonte de água boa
Cantar que me abençoa, oh torre de marfim
Se em ti tudo é perfeito, pelo amor que me dás
Que eu saiba onde estás, e nunca mais de mim
Repertório de Ricardo Ribeiro
E nunca mais de mim, infinita metade
Hás-de sentir saudade, do tempo de nós dois
E nunca mais de mim, terás mais do que agora
Mandei amores embora, e em ti fiquei depois
E nunca mais de mim, noites de lua meia
Se trago a lua cheia, á noite que tu és
E nunca mais de mim, o ciúme de ver
Ondas de mar por querer, beijarem os teu pés
Oh estrela do meu peito, oh fonte de água boa
Cantar que me abençoa, oh torre de marfim
Se em ti tudo é perfeito, pelo amor que me dás
Que eu saiba onde estás, e nunca mais de mim
Fim da saudade
João Fezas Vital / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Joana Amendoeira
Parecendo o vento mais frio
Na margem esquerda do rio
Onde a saudade é só minha
Quem me dera, quem me dera
Que chegasse a primavera
Mas que viesse sózinha
Queimando as horas do dia
Desperdiçando a alegria
Inventei outra afeição
Uma história por contar
Que adormece o meu olhar
Numa ãnsia de perdão
Se a primavera viesse
E em segredo me dissesse
Que te perdes na cidade
Voltaria por canoa
Cantar ao céu de Lisboa
O fim da minha saudade
Como chuva em agosto
Letra e música de Tó Zé Brito
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Como chuva em Agosto
Nunca nada é para sempre
Tudo muda tudo passa
Nunca nada é permanente
Como chuva em Agosto
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Como chuva em Agosto
Nunca nada é para sempre
Tudo muda tudo passa
Nunca nada é permanente
Como chuva em Agosto
A vida nunca é igual
Tudo nela é passageiro
Tudo nela é passageiro
Nada é intemporal
Por isso te vou esquecer
Por isso te vou esquecer
Vou pensar em mim primeiro
Vou ser frio como o gelo
Vou ser frio como o gelo
Como a chuva de Janeiro
Como chuva em Agosto
Como chuva em Agosto
Não há dois dias iguais
Alguns marcam-nos o rosto
Alguns marcam-nos o rosto
Outros são dias banais
Como chuva em Agosto
Como chuva em Agosto
Nada na vida é eterno
Por vezes vamos ao céu
Por vezes vamos ao céu
Outras vezes ao inferno
Naquele tempo
Letra e música de Diogo Clemente
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Naquele tempo, amor, a esta hora
Saía para a rua devagar
Deixando-te ao silêncio, como agora
Era uma quase noite
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Naquele tempo, amor, a esta hora
Saía para a rua devagar
Deixando-te ao silêncio, como agora
Era uma quase noite
Uma noite quase aurora
E a rua amanhecia ao meu olhar
Naquele tempo, amor, a esta hora
Cansado, o meu corpo tão cansado
Deixava o teu na cama de nós dois
E a força de um adeus antecipado
Guardava uma outra noite p’ra depois
Guardava este silêncio de nós dois
E mesmo com o correr dos quatro ventos
A querer de nós o fim, de nós o adeus
Como punhais de mel e olhares atentos
Jurei ao grande mar
E a rua amanhecia ao meu olhar
Naquele tempo, amor, a esta hora
Cansado, o meu corpo tão cansado
Deixava o teu na cama de nós dois
E a força de um adeus antecipado
Guardava uma outra noite p’ra depois
Guardava este silêncio de nós dois
E mesmo com o correr dos quatro ventos
A querer de nós o fim, de nós o adeus
Como punhais de mel e olhares atentos
Jurei ao grande mar
Grande mar dos meus lamentos
Cravar-te ao corpo os beijos que são meus
No tempo de correr dos quatro ventos
Hoje passo p’las ruas como vês,
À espera de outro dia, como agora
Chegou um outro amor que o amor desfez
E deixa esta saudade noite fora
Daquele tempo, amor, a esta hora
Daquele tempo, amor, a esta hora
Cravar-te ao corpo os beijos que são meus
No tempo de correr dos quatro ventos
Hoje passo p’las ruas como vês,
À espera de outro dia, como agora
Chegou um outro amor que o amor desfez
E deixa esta saudade noite fora
Daquele tempo, amor, a esta hora
Daquele tempo, amor, a esta hora
Bons tempos
José
Galhardo / Arnaldo Martins de Brito
Repertório
de Carlos Ramos
Tempos
antigos, tempos passados
Tempos
de artistas
Tempos mornos que eu vivi
Velhos
amigos, velhos pecados
Velhas
fadistas
Que eu não vejo agora aqui
Já
lá vão todas, já lá vão todos
Já
lá não falta senão um
Que espera a vez
Foram-se
as modas, foram-se os modos
Foi
toda a malta
Do meu tempo com vocês
Chorai,
chorai
Por
mim, por mim
Rapaz
do tempo que lá vai
E eu vi no fim
Passou,
passou
Morreu,
morreu
E
deste mundo que acabou
Fiquei só eu
Vi
as esperas, vi as toiradas
Pegas
e tudo
No bom estilo português
Vi
as galeras, vi as cegadas
O
velho entrudo
Com bisnagas e chéchés
Vi
a avenida com luminárias
Toda empedrada
A preto e branco sem metrô
Coisas
da vida, extraordinárias
Ao pé de tudo o que findou
Sonho fadista
Pedro Fortes Figueira / Popular *fado corrido*
Repertório de Ricardo Ribeiro
Sonhei que o fado corrido
Fugiu num barco doirado
E no mar anda perdido
Com saudades do passado
Neste mundo transcendente
Repertório de Ricardo Ribeiro
Sonhei que o fado corrido
Fugiu num barco doirado
E no mar anda perdido
Com saudades do passado
Neste mundo transcendente
Uma eterna fantasia
Na tristeza ou na alegria
Na tristeza ou na alegria
Vai sonhando toda a gente
Assim eu sentidamente
Assim eu sentidamente
Com tristeza e desagrado
Tive um sonho apaixonado
Tive um sonho apaixonado
Muito embora dolorido
Sonhei que o fado corrido
Fugiu num barco doirado
E sonhando constrangido
Sonhei que o fado corrido
Fugiu num barco doirado
E sonhando constrangido
Como sincero fadista
A minh’alma saudosista
A minh’alma saudosista
P’la tristeza foi vencida
Só porque sonhei sentido
Só porque sonhei sentido
Por ver um sonho magoado
Que o corrido, o triste fado
Que o corrido, o triste fado
Ausentou-se condoído
E no mar anda perdido
Com saudades do passado
E no mar anda perdido
Com saudades do passado
Quis Deus que fosses Maria
Gonçalo Salgueiro / Joaquim Campos *fado tango*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Quis Deus que fosses Maria
Minha mãe, minha ternura
A que a vida por mim daria
Livra-me desta amargura
De nunca ter alegria
É todo teu o meu fado
É por ti que ainda canto
Apenas por ti amado
Só tu ouves meu pranto
Só por ti sou desejado
E mesmo não tendo mais nada
Que esse teu amor profundo
Ó minha mãe adorada
Mesmo deixando este mundo
Sempre serás minh’amada
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Quis Deus que fosses Maria
Minha mãe, minha ternura
A que a vida por mim daria
Livra-me desta amargura
De nunca ter alegria
É todo teu o meu fado
É por ti que ainda canto
Apenas por ti amado
Só tu ouves meu pranto
Só por ti sou desejado
E mesmo não tendo mais nada
Que esse teu amor profundo
Ó minha mãe adorada
Mesmo deixando este mundo
Sempre serás minh’amada
Tantos caminhos
Tiago Torres da Silva / José António Sabrosa
Repertório de Ricardo Ribeiro
Existem tantos caminhos
Onde os homens vão sózinhos
Em busca de uma ilusão
Passo a passo, quem avança
Só vai andando na esperança
De enganar a solidão
Dá-se um passo e outro passo
Mas quando chega o cansaço
Repertório de Ricardo Ribeiro
Existem tantos caminhos
Onde os homens vão sózinhos
Em busca de uma ilusão
Passo a passo, quem avança
Só vai andando na esperança
De enganar a solidão
Dá-se um passo e outro passo
Mas quando chega o cansaço
E a gente pensa em parar
Por castigo ou por má sina
Há uma força divina
Por castigo ou por má sina
Há uma força divina
Que nos obriga a andar
Existem tantas estradas
Onde se notam pégadas
Existem tantas estradas
Onde se notam pégadas
Que o vento não apagou
São pégadas que se arrastam
Mas que no tempo se gastam
São pégadas que se arrastam
Mas que no tempo se gastam
E ninguém por lá passou
Por isso sigo, seguindo
Há medida que vou indo
Por isso sigo, seguindo
Há medida que vou indo
Sei que nesta caminhada
Não se chega a um lugar
Só nos resta caminhar
Não se chega a um lugar
Só nos resta caminhar
Porque só existe a estrada
A alma celta do fado
Pedro Assis Coimbra / Pedro Amendoeira
Repertório de Joana Amendoeira
Diz que seria da nossa cidade
Sem as festas, sem a tua ternura
Como poderia viver, viver sem ti
A vida toda à tua procura
Sim, sorri assim, sorri p’ra mim
Pássaro azul saído do mar
Toutinegra do meu país a sul
Nesse voo que prende o meu olhar
Quando naquele dia sonhei
Que chegavam barcos doces e beijos
Na abundância da água, provei
O melhor medronho dos teus lábios
Sorri assim, olha assim para mim
Em viagem prolongada sobre o mar
Andorinha da nossa primavera
Lua nova que apetece cantar
Entreabre as portas do destino
A alma celta do fado antigo
No litoral, no cais do violino
Vertigem da noite passada contigo
Repertório de Joana Amendoeira
Diz que seria da nossa cidade
Sem as festas, sem a tua ternura
Como poderia viver, viver sem ti
A vida toda à tua procura
Sim, sorri assim, sorri p’ra mim
Pássaro azul saído do mar
Toutinegra do meu país a sul
Nesse voo que prende o meu olhar
Quando naquele dia sonhei
Que chegavam barcos doces e beijos
Na abundância da água, provei
O melhor medronho dos teus lábios
Sorri assim, olha assim para mim
Em viagem prolongada sobre o mar
Andorinha da nossa primavera
Lua nova que apetece cantar
Entreabre as portas do destino
A alma celta do fado antigo
No litoral, no cais do violino
Vertigem da noite passada contigo
Tive uma vida, deixei-a
Gonçalo Salgueiro / Popular *fado corrido*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Sou filho da lua cheia
Do sol um filho bastardo
Tive uma vida, deixei-a
Por nunca ter sido amado
Sou como o mar selvagem
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Sou filho da lua cheia
Do sol um filho bastardo
Tive uma vida, deixei-a
Por nunca ter sido amado
Sou como o mar selvagem
Que tudo mata e destrói
Por não encontrar coragem
Por não encontrar coragem
De aceitar o que me dói
Sou do fogo a chama
Sou do fogo a chama
Sou o vento, o tudo, o nada
Sou o abismo que brama
Sou o abismo que brama
Tua ausência prolongada
Sou alma que flameja
Sou alma que flameja
Sedenta da vingança
A boca que ninguém beija
A boca que ninguém beija
A voz que não te alcança
Sou o fumo da candeia
Sou o fumo da candeia
Que se extingue neste fado
Tive uma vida, deixei-a
Tive uma vida, deixei-a
Por nunca ter sido amado
Todas as horas são breves
Hélder Moutinho / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Joana Amendoeira
Repertório de Joana Amendoeira
Todas as horas são breves
Todos os dias são horas
Todo o amor que me deves
Aumenta quando demoras
Vejo as sombras do desejo
Todos os dias são horas
Todo o amor que me deves
Aumenta quando demoras
Vejo as sombras do desejo
Que tenho por te encontrar
Em cada noite há um beijo
Em cada noite há um beijo
Que nunca te posso dar
Na brisa da tarde calma
Na brisa da tarde calma
Onde nasce a primavera
Nasce a dor na minha alma
Nasce a dor na minha alma
P’ra viver á tua espera
Sou do monte, sou da serra
Sou do monte, sou da serra
E os teus olhos são do mar
É tão longe a minha terra
É tão longe a minha terra
Que não te posso alcançar
Quando chegares a sorrir
Quando chegares a sorrir
Não me tragas compaixão
Depois, terás de partir
Depois, terás de partir
Partir o meu coração
Sou moinho abandonado
Gonçalo Salgueiro / Georgino de Sousa
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Sou moinho abandonado
Em terreno enlameado
Em paisagem tão sozinha
Meu amor foi embora
Cansou do tempo de outrora
A solidão é toda minha
As velas rasgam saudades
Trazendo cruas verdades
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Sou moinho abandonado
Em terreno enlameado
Em paisagem tão sozinha
Meu amor foi embora
Cansou do tempo de outrora
A solidão é toda minha
As velas rasgam saudades
Trazendo cruas verdades
Que o vento canta ao passar
No coração do moinho
Ainda chora baixinho
No coração do moinho
Ainda chora baixinho
A semente deste amar
No amargo deste pão
Ao calor da minha mão
No amargo deste pão
Ao calor da minha mão
Peço ao vento p’ra trazer
Esse amor tão desejado
P’lo mundo condenado
Esse amor tão desejado
P’lo mundo condenado
A semente por nascer
Pede à saudade
António Rocha / Manuel Mendes
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Pedi tão pouco...
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Pedi tão pouco...
Tudo te dei... és o meu fado
Sei que fui louco...
Sei que fui louco...
Porque te amei... sem ser amado
Quando a verdade
Quando a verdade
Se atravessar no teu caminho
Pede à saudade
Pede à saudade
P’ra te lembrar o meu carinho
Pede à saudade
Eu sei que vais ter saudade
Quando um dia a solidão
Pede à saudade
Eu sei que vais ter saudade
Quando um dia a solidão
Te recordar o passado
E se em verdade
Precisares dum ombro amigo
Sabes que estarei contigo
E se em verdade
Precisares dum ombro amigo
Sabes que estarei contigo
Basta pedires à saudade
Podes sorrir...
Podes sorrir...
Fazer alarde... pouco me importa
Sei que hás-de vir...
Sei que hás-de vir...
Mais cedo ou mais tarde... bater-me à porta
Se é que preferes, que seja assim
Ri à vontade mas se quiseres saber de mim
Se é que preferes, que seja assim
Ri à vontade mas se quiseres saber de mim
Pede à saudade
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