Letra de Carlos de Vasconcelos
Revisão de: José Fernandes Castro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Na luz do teu doce olhar
Deixei o meu coração
Na graça do teu falar
Alojei minha paixão
Nos olhos com me olhaste
Tanto amor eu vi bailar
Senti que me enfeitiçaste
E que me obrigaste a amar
Nas noites que então passei
E nos sonhos que vivi
Confesso que desejei
Viver e morrer por ti
Fiquei tão apaixonado
Pelo teu ar sedutor
Que caminho enamorado
Nas ruas dum grande amor
Zé caloteiro
Domingos Gonçalves da Costa / Carlos Dias
Repertório de Joaquim Cordeiro
Quando eu era rapazote
Já ferrava o meu calote
E entre os meus, não era eu só
Pois o meu pai que Deus tem
Já cravava a minha mãe
E a minha mãe, minha avó
Às vezes uma pessoa
Quer ser séria honrada e boa
Mas vem à mente o rifão
Que diz que é honra dever
E então crava por não querer
Desonrar a tradição
Sou caloteiro
Mas apontem-me o primeiro
Que neste mundo embusteiro
Nunca cravasse ninguém
E vou gozando
Enquanto os credores chorando
Iludidos vão esperando
Pela massa que nunca vem
Fiz um dia um disparate
Cravei o meu alfaiate
E o tipo que era matolas
Com maldade vil e crua
Despiu-me o fato na rua
E fui p’r’a esquadra em ceroulas
Sou sério creiam, não minto
E o ser crava por instinto
Acho um feitio ordinário
E se não pago a quem devo
É que eu sou como descrevo
Caloteiro hereditário
Quando eu era rapazote
Já ferrava o meu calote
E entre os meus, não era eu só
Pois o meu pai que Deus tem
Já cravava a minha mãe
E a minha mãe, minha avó
Às vezes uma pessoa
Quer ser séria honrada e boa
Mas vem à mente o rifão
Que diz que é honra dever
E então crava por não querer
Desonrar a tradição
Sou caloteiro
Mas apontem-me o primeiro
Que neste mundo embusteiro
Nunca cravasse ninguém
E vou gozando
Enquanto os credores chorando
Iludidos vão esperando
Pela massa que nunca vem
Fiz um dia um disparate
Cravei o meu alfaiate
E o tipo que era matolas
Com maldade vil e crua
Despiu-me o fato na rua
E fui p’r’a esquadra em ceroulas
Sou sério creiam, não minto
E o ser crava por instinto
Acho um feitio ordinário
E se não pago a quem devo
É que eu sou como descrevo
Caloteiro hereditário
Inconfidências
Tiago Correia / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertório de Tiago Correia
Os beijos que me dás já não são beijos
São mais de mil sementes a brotar
No tronco mais suave dos desejos
Furtivos como a luz do teu olhar
Por ti, oh meu amor, dispo a raiz
Aquela que vesti a vida inteira
Pergunta à sedução porque te quis
Amar-te tanto assim desta maneira
Das leis inconfidentes da atração
Formamos a matéria do impulso
E damos nossas mãos à tentação
Que dançam quando se unem pulso a pulso
Que o ninho que fizemos p’ra nós dois
Não ceda a qualquer vento do oeste
Senão eu voltarei aqui depois
P’ra te entregar o beijo que me deste
Repertório de Tiago Correia
Os beijos que me dás já não são beijos
São mais de mil sementes a brotar
No tronco mais suave dos desejos
Furtivos como a luz do teu olhar
Por ti, oh meu amor, dispo a raiz
Aquela que vesti a vida inteira
Pergunta à sedução porque te quis
Amar-te tanto assim desta maneira
Das leis inconfidentes da atração
Formamos a matéria do impulso
E damos nossas mãos à tentação
Que dançam quando se unem pulso a pulso
Que o ninho que fizemos p’ra nós dois
Não ceda a qualquer vento do oeste
Senão eu voltarei aqui depois
P’ra te entregar o beijo que me deste
Job
Luís Macedo
Repertório da Amália
Sinto na minha alma o frio
Das pedras que me atiraram
Tenho o coração vazio
E as próprias veias secaram
Sinto em meus dentes o travo
De fruta verde colhida
Tenho o coração amargo
De tanta esperança perdida
Repertório da Amália
Sinto na minha alma o frio
Das pedras que me atiraram
Tenho o coração vazio
E as próprias veias secaram
Sinto em meus dentes o travo
De fruta verde colhida
Tenho o coração amargo
De tanta esperança perdida
Garota da beira mar
José Magalhães / Joaquim Pimentel
Repertório de Adélia Pedrosa
Nasci à beira do mar
Criei-me junto da praia
As ondas vinham beijar
A barra da minha saia
Em noites de lua cheia
Ouvindo as ondas bater
O mar rolando na areia
Até parecia dizer
Ai, canta, canta
Garota da beira mar
O teu destino, o teu fado
É viver sempre a cantar
Foi o mar, sim, foi o mar
Com sua voz fatalista
Que me ensinou a cantar
Fez de mim uma fadista
Agora que sou mulher
Vou cumprindo aquela sina
Que o mar parecia dizer
Quando eu era menina
Cresci, amei e sofri
Fiz do fado o meu rosário
Agora canto p’ra ti
Que és a cruz do meu calvário
Repertório de Adélia Pedrosa
Nasci à beira do mar
Criei-me junto da praia
As ondas vinham beijar
A barra da minha saia
Em noites de lua cheia
Ouvindo as ondas bater
O mar rolando na areia
Até parecia dizer
Ai, canta, canta
Garota da beira mar
O teu destino, o teu fado
É viver sempre a cantar
Foi o mar, sim, foi o mar
Com sua voz fatalista
Que me ensinou a cantar
Fez de mim uma fadista
Agora que sou mulher
Vou cumprindo aquela sina
Que o mar parecia dizer
Quando eu era menina
Cresci, amei e sofri
Fiz do fado o meu rosário
Agora canto p’ra ti
Que és a cruz do meu calvário
Em vez da solidão prefiro o vento
José Alcaria / Arménio de Melo
Repertório de Pedro Lisboa
Em vez da solidão prefiro o vento
Em vez do teu amor quero a saudade
Prefiro o teu sorriso ao teu lamento
Que voa sobre um céu de fim de tarde
Em vez da solidão prefiro a morte
Constância de um amor sempre presente
Se a sorte não me der a outra sorte
Para quê viver, amor, e não ser gente
No gume dos sentidos há uma estrela
Que indica a rota certa aos namorados
E no teu peito, amor, há uma janela
Onde o teu olhar se debruça apaixonado
Meu amor, há um tempo discutido
Que se perde no tempo de nós dois
Porque é que o nosso amor anda perdido
Num tempo que teima em vir sempre depois
Repertório de Pedro Lisboa
Em vez da solidão prefiro o vento
Em vez do teu amor quero a saudade
Prefiro o teu sorriso ao teu lamento
Que voa sobre um céu de fim de tarde
Em vez da solidão prefiro a morte
Constância de um amor sempre presente
Se a sorte não me der a outra sorte
Para quê viver, amor, e não ser gente
No gume dos sentidos há uma estrela
Que indica a rota certa aos namorados
E no teu peito, amor, há uma janela
Onde o teu olhar se debruça apaixonado
Meu amor, há um tempo discutido
Que se perde no tempo de nós dois
Porque é que o nosso amor anda perdido
Num tempo que teima em vir sempre depois
Rosas de rubra cor
Leonel Moura / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Leonel Moura
Encontrei a roseira brava
Que eu tanto procurava
Florida e de lindas rosas
Ela me falou de ti
E as saudades que eu senti
Das nossas horas ditosas
Quando o sol clareou
O vento tudo mudou
Mas de nós deixou o amor
Na campina nesse dia
Só uma roseira havia
Com rosas de rubra cor
Ficou firme o meu intento
E os ecos desse momento
Que o vento transportava
Amanheceu novo dia
E no campo ainda havia
Uma velha roseira brava
Repertório de Leonel Moura
Encontrei a roseira brava
Que eu tanto procurava
Florida e de lindas rosas
Ela me falou de ti
E as saudades que eu senti
Das nossas horas ditosas
Quando o sol clareou
O vento tudo mudou
Mas de nós deixou o amor
Na campina nesse dia
Só uma roseira havia
Com rosas de rubra cor
Ficou firme o meu intento
E os ecos desse momento
Que o vento transportava
Amanheceu novo dia
E no campo ainda havia
Uma velha roseira brava
Bem ou mal
Letra e música de Tozé Brito
Repertório de Carlos Leitão
Tudo o que peço a esta vida
És tu, só tu… e mais ninguém
Pois se acordares sempre comigo
Mesmo que a vida corra mal, correrá bem
Mesmo que a vida meu amor, me corra bem
Tu serás tudo o que quero
Pois terei sempre tudo aquilo que sonhei
Se chegares quando te espero
És o que nunca tem preço, só valor
És o meu terço da paz, o meu amor
Que abrirei todas as noites
Para tu poderes entrar na minha cama
Até o dia raiar
Mesmo que a vida. meu amor, me corra mal
Tu serás tudo o que tenho
Dos muitos sonhos que sonhei e que perdi
És aquele que mantenho
Tu serás a razão desta alegria
És a meu terço de abrigo, a minha prece
Que pedirei todas as noites
Mesmo sem saber rezar
Para que fiques até a vida acabar
Repertório de Carlos Leitão
Tudo o que peço a esta vida
És tu, só tu… e mais ninguém
Pois se acordares sempre comigo
Mesmo que a vida corra mal, correrá bem
Mesmo que a vida meu amor, me corra bem
Tu serás tudo o que quero
Pois terei sempre tudo aquilo que sonhei
Se chegares quando te espero
És o que nunca tem preço, só valor
És o meu terço da paz, o meu amor
Que abrirei todas as noites
Para tu poderes entrar na minha cama
Até o dia raiar
Mesmo que a vida. meu amor, me corra mal
Tu serás tudo o que tenho
Dos muitos sonhos que sonhei e que perdi
És aquele que mantenho
Tu serás a razão desta alegria
És a meu terço de abrigo, a minha prece
Que pedirei todas as noites
Mesmo sem saber rezar
Para que fiques até a vida acabar
Ela há-de ter o castigo
Carlos Conde / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Lucília do Carmo
Sem ter motivo ofendeu-me
Após dar-me sorte crua
E me pôr a alma em brasa
Injuriou-me e bateu-me
Abriu a porta da rua
E pôs-me fora de casa
Presa fácil duma intriga
Julguei-me só na viela
Sem ar, sem luz, sem saída
Não, eu tinha uma amiga
P’ra desabafar com ela
As penas da minha vida
Corri logo a procurá-la
P’ra lhe contar sem demora
Toda a mágoa do meu fado
Não consegui encontrá-la
Havia mais duma hora
Que ela se tinha mudado
Mas como há sempre quem diga
O que a gente quer saber
Mais um golpe em mim desceu
É que a minha grande amiga
Mudou-se p’ra ser mulher
Daquele que me bateu
Repertório de Lucília do Carmo
Sem ter motivo ofendeu-me
Após dar-me sorte crua
E me pôr a alma em brasa
Injuriou-me e bateu-me
Abriu a porta da rua
E pôs-me fora de casa
Presa fácil duma intriga
Julguei-me só na viela
Sem ar, sem luz, sem saída
Não, eu tinha uma amiga
P’ra desabafar com ela
As penas da minha vida
Corri logo a procurá-la
P’ra lhe contar sem demora
Toda a mágoa do meu fado
Não consegui encontrá-la
Havia mais duma hora
Que ela se tinha mudado
Mas como há sempre quem diga
O que a gente quer saber
Mais um golpe em mim desceu
É que a minha grande amiga
Mudou-se p’ra ser mulher
Daquele que me bateu
Casinha portuguesa
Letra de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Tenho cravos à janela
Violetas no quintal
Quem tem flores tem amores
Nas terras de Portugal
Vem comigo Joaninha
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Tenho cravos à janela
Violetas no quintal
Quem tem flores tem amores
Nas terras de Portugal
Vem comigo Joaninha
Joaninha d’olhos verdes
Pois não sabes quanto perdes
Pois não sabes quanto perdes
Em não ver essa casinha;
Toda a beleza se aninha
Toda a beleza se aninha
Em redor e dentro dela
E para enfeitar-te, donzela
E para enfeitar-te, donzela
Teu colo de espuma e rosas;
De pétalas cetinosas
Tenho cravos à janela
Fica perto duma fonte
De pétalas cetinosas
Tenho cravos à janela
Fica perto duma fonte
De água límpida, cantante
E que canta a todo o instante
E que canta a todo o instante
As odes de Anacreonte;
Não há ninguém que te aponte
Não há ninguém que te aponte
Neste meu torrão natal
Casinha mais divinal
Casinha mais divinal
E que tenha com mais graça;
Entre o trevo que se enlaça
Violetas no quintal
Quatro casinhas pequenas
Entre o trevo que se enlaça
Violetas no quintal
Quatro casinhas pequenas
A minha casinha tem
Mas há poemas, também
Mas há poemas, também
Com quatro versos, apenas;
Goivos, dálias, açucenas
Goivos, dálias, açucenas
Num labirinto de cores
Engrinaldam, dão frescores
Engrinaldam, dão frescores
À minha alegre vivenda;
Que tem por simples legenda
Quem tem flores tem amores
Já no teu olhar diviso
Que tem por simples legenda
Quem tem flores tem amores
Já no teu olhar diviso
Que deves vê-la, decerto
Como um paraíso aberto
Como um paraíso aberto
No terrestre paraíso;
Até mesmo profetizo
Até mesmo profetizo
Que o nosso amor, sem igual
Nessa casinha ideal
Nessa casinha ideal
De imaculada brancura;
Há-de vibrar de ventura
Nas terras de Portugal
Há-de vibrar de ventura
Nas terras de Portugal
Vendaval de sonhos
Ricardo Maria Louro / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Celeste Rodrigues *ao vivo*
Há um vendaval de sonhos dentro em mim
Que me grita, que me fala ao coração
Lembro a rua do silêncio onde vivi
Que me aperta quando sinto a solidão
Há um grito pelas ruas da cidade
Que rasga o coração da noite escura
Alguém que se revolta de saudade
Alguém que está faminto de ternura
Há um vendaval de sonhos dentro em mim
Há em mim uma saudade que guardei
Há os fados que cantei e não vivi
Há os sonhos que vivi e não cantei
Sou aquela que viveu e se cumpriu
Sou aquela que viveu e muito amou
Sou aquela que cantou e que sentiu
O vendaval de sonhos que passou
Repertório de Celeste Rodrigues *ao vivo*
Há um vendaval de sonhos dentro em mim
Que me grita, que me fala ao coração
Lembro a rua do silêncio onde vivi
Que me aperta quando sinto a solidão
Há um grito pelas ruas da cidade
Que rasga o coração da noite escura
Alguém que se revolta de saudade
Alguém que está faminto de ternura
Há um vendaval de sonhos dentro em mim
Há em mim uma saudade que guardei
Há os fados que cantei e não vivi
Há os sonhos que vivi e não cantei
Sou aquela que viveu e se cumpriu
Sou aquela que viveu e muito amou
Sou aquela que cantou e que sentiu
O vendaval de sonhos que passou
Amo-te muito, criança
Patxi Andion / Versão de António Pinto Basto
Repertório de António Pinto Basto
Amo-te muito criança
E o meu amor vive oculto
Pairando sobre o teu vulto
Como um fantasma a chorar
Já que nasceu no meu peito
Já que viveu iludido
Hei-de guardá-lo escondido
Sem ninguém o suspeitar
Fiz-lhe uma campa de flores
Macia, muito macia
Porque o pobre não dormia
Desde o dia em que nasceu
Coitado, sob essa campa
Onde viveu encoberto
Desperto, sempre desperto
Nem sequer adormeceu
Andei buscando outros olhos
Outros lábios perfumados
Cheio de mimo e cuidados
Para esquecer meus amores
Mas este amor desditoso
Como criança inocente
Velava constantemente
Na sua campa de flores
Andei em noites de lua
Fitando várias estrelas
Para ver se alguma delas
Me dava novos amores
Mas ai, amor insensato
Que então à hora vieste
Nem sequer estremeceste
Na tua campa de flores
Descansa meu filho, dorme
Que é noite na minha vida
E aquela esperança perdida
Já entre nuvens morreu
Adoro junto a meu peito
Que tantas mágoas encerra
Para a descrença da terra
Só tens a crença do céu
Repertório de António Pinto Basto
Amo-te muito criança
E o meu amor vive oculto
Pairando sobre o teu vulto
Como um fantasma a chorar
Já que nasceu no meu peito
Já que viveu iludido
Hei-de guardá-lo escondido
Sem ninguém o suspeitar
Fiz-lhe uma campa de flores
Macia, muito macia
Porque o pobre não dormia
Desde o dia em que nasceu
Coitado, sob essa campa
Onde viveu encoberto
Desperto, sempre desperto
Nem sequer adormeceu
Andei buscando outros olhos
Outros lábios perfumados
Cheio de mimo e cuidados
Para esquecer meus amores
Mas este amor desditoso
Como criança inocente
Velava constantemente
Na sua campa de flores
Andei em noites de lua
Fitando várias estrelas
Para ver se alguma delas
Me dava novos amores
Mas ai, amor insensato
Que então à hora vieste
Nem sequer estremeceste
Na tua campa de flores
Descansa meu filho, dorme
Que é noite na minha vida
E aquela esperança perdida
Já entre nuvens morreu
Adoro junto a meu peito
Que tantas mágoas encerra
Para a descrença da terra
Só tens a crença do céu
Contos da avózinha
Leonel Moura / Acácio Gomes *fado acácio*
Repertório de Leonel Moura
Daquela casa velhinha
Tão alegre e tão branquinha
Onde eu vivi minha infância
Recordo com emoção
Os anos que já la vão
Nos meus tempos de criança
Ainda tenho saudades
Dos anos da mocidade
Quando eu era pequenino
Dos brinquedos que brinquei
E dos jogos que joguei
Nos meus tempos de menino
Joguei os jogos de então
Com o Zé e o João
Amigos da minha infância
E nos serões à noitinha
Os contos da avozinha
Meu enlevo de criança
Os anos já se passaram
Mas as saudades ficaram
Da minha alegre casinha
Relembro os tempos de outrora
De saudades vivo agora
Daquela casa velhinha
Repertório de Leonel Moura
Daquela casa velhinha
Tão alegre e tão branquinha
Onde eu vivi minha infância
Recordo com emoção
Os anos que já la vão
Nos meus tempos de criança
Ainda tenho saudades
Dos anos da mocidade
Quando eu era pequenino
Dos brinquedos que brinquei
E dos jogos que joguei
Nos meus tempos de menino
Joguei os jogos de então
Com o Zé e o João
Amigos da minha infância
E nos serões à noitinha
Os contos da avozinha
Meu enlevo de criança
Os anos já se passaram
Mas as saudades ficaram
Da minha alegre casinha
Relembro os tempos de outrora
De saudades vivo agora
Daquela casa velhinha
Hoje fiz um poema
Jorge Fernando / Joaquim Campos *alexandrino*
Repertório de Marina Mota
Hoje fiz um poema nas pétalas da flor
Que tu num gesto simples colheste para mim
Escolhi do arco-íris dos teus olhos, a cor
E quedei-me na distância dos teus braços sem fim
Hoje fiz um poema das tuas mãos vencendo
As formas do meu corpo sem gestos estudados
E os meus olhos poetas, nos teus olhos morrendo
Para nascer sem fronteiras nos versos inventados
Hoje fiz um poema tecido no momento
Em que por ti morri, sem antes nem depois
Mas só quando te vejo, se esvai o meu tormento
No mar deste poema, poema sempre a dois
Repertório de Marina Mota
Hoje fiz um poema nas pétalas da flor
Que tu num gesto simples colheste para mim
Escolhi do arco-íris dos teus olhos, a cor
E quedei-me na distância dos teus braços sem fim
Hoje fiz um poema das tuas mãos vencendo
As formas do meu corpo sem gestos estudados
E os meus olhos poetas, nos teus olhos morrendo
Para nascer sem fronteiras nos versos inventados
Hoje fiz um poema tecido no momento
Em que por ti morri, sem antes nem depois
Mas só quando te vejo, se esvai o meu tormento
No mar deste poema, poema sempre a dois
Bailinho da Madeira
Letra e música de Maximiano de Sousa
Repertório de Max
Eu venho de lá tão longe
Venho sempre à beira-mar
Trago aqui estas couvinhas
Pr’amanhar o seu jantar
Deixai passar esta linda brincadeira
Que a gente vamos bailar
P’rá gentinha da Madeira
Deixa passar esta linda brincadeira
Que a gente vamos bailar
Para a gentinha da Madeira
A madeira é um jardim
No mundo não há igual
Seu encanto não tem fim
É filha de Portugal
Repertório de Max
Eu venho de lá tão longe
Venho sempre à beira-mar
Trago aqui estas couvinhas
Pr’amanhar o seu jantar
Deixai passar esta linda brincadeira
Que a gente vamos bailar
P’rá gentinha da Madeira
Deixa passar esta linda brincadeira
Que a gente vamos bailar
Para a gentinha da Madeira
A madeira é um jardim
No mundo não há igual
Seu encanto não tem fim
É filha de Portugal
Vem ver a lua
Tiago Correia / Miguel Ramos *fado helena*
Repertório de Joana Almeida
Vem amor, vem ver a lua
Vem prá noite passear
Dá-me a tua mão tão nua
Tão despida em cada rua
Em cada esquina a tocar
Vem amor, dá-me o compasso
Num balanço ao coração
Dá-me, em forma dum abraço
Para cantar sem embaraço
Uma rima d’ilusão
Vem amor e traz segredos
Que eu não possa desvendar
E no silêncio dos medos
Possas enlear teus dedos
Ao meu jeito de cantar
Vem amor, trina a saudade
Pela madrugada fora
Traz contigo a tal verdade
Que semeias na cidade
Ao bailar de cada hora
Vem amor, amor criança
Doce loucura dum fado
Traz a guitarra d’esperança
Que a cada nota se alcança
Sempre que canto a teu lado
Repertório de Joana Almeida
Vem amor, vem ver a lua
Vem prá noite passear
Dá-me a tua mão tão nua
Tão despida em cada rua
Em cada esquina a tocar
Vem amor, dá-me o compasso
Num balanço ao coração
Dá-me, em forma dum abraço
Para cantar sem embaraço
Uma rima d’ilusão
Vem amor e traz segredos
Que eu não possa desvendar
E no silêncio dos medos
Possas enlear teus dedos
Ao meu jeito de cantar
Vem amor, trina a saudade
Pela madrugada fora
Traz contigo a tal verdade
Que semeias na cidade
Ao bailar de cada hora
Vem amor, amor criança
Doce loucura dum fado
Traz a guitarra d’esperança
Que a cada nota se alcança
Sempre que canto a teu lado
Meus beijos
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Na noturna solidão
Meus beijos de longe vão
Cair mortos a teus pés
Vão no luar irmanados
Correndo loucos, coitados
A noite de lés a lés
Na noite, sonho liberto
E sinto talvez mais perto
O calor do teu olhar
A minha canção vadia
Com a noite magra e fria
Sem te poder encontrar
Quando pela madrugada
Vem a verdade orvalhada
E a fria realidade
Tudo então desaparece
E do que a luz esvanece
Fica somente a saudade
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Na noturna solidão
Meus beijos de longe vão
Cair mortos a teus pés
Vão no luar irmanados
Correndo loucos, coitados
A noite de lés a lés
Na noite, sonho liberto
E sinto talvez mais perto
O calor do teu olhar
A minha canção vadia
Com a noite magra e fria
Sem te poder encontrar
Quando pela madrugada
Vem a verdade orvalhada
E a fria realidade
Tudo então desaparece
E do que a luz esvanece
Fica somente a saudade
Em frente ao muro
Amélia Muge / André Miguel Santos
Repertório de Carla Pires
Quando o olhar não vê, não se detém
É tarde, faz-se escuro
No que há, no que sou, no que sei
O meu desejo se quedou em frente ao muro
Tudo é igual
Só ele dá sinal de que aqui cheguei
Se o imenso céu
Deixasse ver o que há lá por cima
O que quer o céu de mim
Que daqui só o vejo assim?
Assim tão vasto, sem sentido, sem direção
Será que ele vê algum rumo
Num coração perdido?
Talvez se a vida só fossem as mãos
No descansar nas casas do amor
Da razão, do andar
Mas há um grito que nos pára, que nos dói
Que prende os gestos
E aperta os laços da nossa aflição
Repertório de Carla Pires
Quando o olhar não vê, não se detém
É tarde, faz-se escuro
No que há, no que sou, no que sei
O meu desejo se quedou em frente ao muro
Tudo é igual
Só ele dá sinal de que aqui cheguei
Se o imenso céu
Deixasse ver o que há lá por cima
O que quer o céu de mim
Que daqui só o vejo assim?
Assim tão vasto, sem sentido, sem direção
Será que ele vê algum rumo
Num coração perdido?
Talvez se a vida só fossem as mãos
No descansar nas casas do amor
Da razão, do andar
Mas há um grito que nos pára, que nos dói
Que prende os gestos
E aperta os laços da nossa aflição
Ai, ai, Portugal
Humberto Teixeira / Luís Gonzaga
Repertório de Ester de Abreu
A guitarra lá na terra
A sanfona no Brasil
O meu coração balança
Balança entre os dois
Como nunca se viu
Sei que o fado traz saudade
Que no peito rói, rói, rói
Mas um baião sacudido
É gostoso, é tão bom
Que rói, dói, dói, dói
Ai Portugal, ai, ai
Eu peço perdão
Mas, aqui no Brasil, Portugal
Eu só choro, só danço, só danço baião
Repertório de Ester de Abreu
A guitarra lá na terra
A sanfona no Brasil
O meu coração balança
Balança entre os dois
Como nunca se viu
Sei que o fado traz saudade
Que no peito rói, rói, rói
Mas um baião sacudido
É gostoso, é tão bom
Que rói, dói, dói, dói
Ai Portugal, ai, ai
Eu peço perdão
Mas, aqui no Brasil, Portugal
Eu só choro, só danço, só danço baião
Mãos-verdade
Letra de Fernando Lito
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Apertadas, entre as minhas
Olho as tuas “mãos-verdade
Há dor, amor e saudade
Nessas mãos cheirando a terra
Há força bruta do malho
A forjar nova campanha
Há silêncios de montanha
A espreitar a força nova
Nessas tuas “mãos” verdade
Há cheiro de maresia
Há fogo, sonho e poesia
Sombras que passam na rua
Nessas tuas “mãos-verdade”
Eu sinto em mim, renascer
O jeito de me entender
A forma de me encontrar
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Apertadas, entre as minhas
Olho as tuas “mãos-verdade
Há dor, amor e saudade
Nessas mãos cheirando a terra
Há força bruta do malho
A forjar nova campanha
Há silêncios de montanha
A espreitar a força nova
Nessas tuas “mãos” verdade
Há cheiro de maresia
Há fogo, sonho e poesia
Sombras que passam na rua
Nessas tuas “mãos-verdade”
Eu sinto em mim, renascer
O jeito de me entender
A forma de me encontrar
As lágrimas que tu vês
Letra de João Fezas Vital
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
As lágrimas que tu vês
No meu olhar magoado
São amor que se desfez
Palavras em que não crês
Recordações do passado
Quando me olhavas de frente
Ardiam fados sem fim
Agora tudo é diferente
És igual a tanta gente
Que és quase igual a mim
Não queiras limpar-me o rosto
Porque eu não choro por ti
São lágrimas de desgosto
São saudades do sol posto
E dos dias que perdi
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
As lágrimas que tu vês
No meu olhar magoado
São amor que se desfez
Palavras em que não crês
Recordações do passado
Quando me olhavas de frente
Ardiam fados sem fim
Agora tudo é diferente
És igual a tanta gente
Que és quase igual a mim
Não queiras limpar-me o rosto
Porque eu não choro por ti
São lágrimas de desgosto
São saudades do sol posto
E dos dias que perdi
Vem
Letra e música de Matilde Cid
Repertório da autora
Aqui me tens p’ra ti com minha voz
E tu, aceitas dar-me a vida
Vamos só nós dois
Desenfreados, loucos
Na pressa da partida
A vida inteira é pouco
Guardei um segredo p’ra te contar
O amor não mede o tempo
Nem espaço, nem lugar
Que nada te perturbe
No verde do caminho
Que importa andar no mundo
P’ra caminhar sozinho
Vem, vem comigo
Não tenhas medo
Fecha os olhos
Segue o instinto do coração
Meu amor confia
Estou louca de paixão
Triste é viver à procura de razão
Triste é vivermos com razão
Repertório da autora
Aqui me tens p’ra ti com minha voz
E tu, aceitas dar-me a vida
Vamos só nós dois
Desenfreados, loucos
Na pressa da partida
A vida inteira é pouco
Guardei um segredo p’ra te contar
O amor não mede o tempo
Nem espaço, nem lugar
Que nada te perturbe
No verde do caminho
Que importa andar no mundo
P’ra caminhar sozinho
Vem, vem comigo
Não tenhas medo
Fecha os olhos
Segue o instinto do coração
Meu amor confia
Estou louca de paixão
Triste é viver à procura de razão
Triste é vivermos com razão
Olhos tão belos
Leonel Moura / Joaquim Campos *fado amora
Repertório de Leonel Moura
Olhos castanhos tão belos
Que vivem perto dos meus
E os meus olhos ao vê-los
Se enamoraram dos teus
Olhos negros são queixume
Brilhantes como as estrelas
Olhos azuis são ciúme
Rosário de coisas belas
Olhos verdes são traições
São cruéis como punhais
Que ferem os corações
Com versos de amor desleais
Todos os olhos do mundo
Têm encanto e beleza
Oásis de amor profundo
Criados p’la natureza
Repertório de Leonel Moura
Olhos castanhos tão belos
Que vivem perto dos meus
E os meus olhos ao vê-los
Se enamoraram dos teus
Olhos negros são queixume
Brilhantes como as estrelas
Olhos azuis são ciúme
Rosário de coisas belas
Olhos verdes são traições
São cruéis como punhais
Que ferem os corações
Com versos de amor desleais
Todos os olhos do mundo
Têm encanto e beleza
Oásis de amor profundo
Criados p’la natureza
Adoro a noite
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando a noite se faz dia
A minha vida sombria
Fica vazia de sonho
Na minha mente se entranha
Uma escuridão estranha
Que só à noite transponho
Quando vai a madrugada
E o sol reduz a nada
As mais caras ilusões
É quando contra a vontade
Eu me perco na cidade
Ao sabor das multidões
Só quando a noite aparece
É que de novo acontece
Ter razão para viver
É quando sonho acordado
E me vejo em cada fado
Quem gostaria de ser
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando a noite se faz dia
A minha vida sombria
Fica vazia de sonho
Na minha mente se entranha
Uma escuridão estranha
Que só à noite transponho
Quando vai a madrugada
E o sol reduz a nada
As mais caras ilusões
É quando contra a vontade
Eu me perco na cidade
Ao sabor das multidões
Só quando a noite aparece
É que de novo acontece
Ter razão para viver
É quando sonho acordado
E me vejo em cada fado
Quem gostaria de ser
De noite céu e luar
Mário Rainho / Carlos Macedo
Repertório de Carlos Macedo
Desfiz da noite o novelo
E com seus fios teci
O xaile negro mais belo
Com que o teu fado vesti
Fui depois roubar a cor
Prata brilhante de lua
P’ra te cobrir meu amor
À noite quando estás nua
Assim vestida
De noite, céu e luar
O teu olhar
Torna-se um perigo
Assim vestida
Despertas-me tal loucura
E eu parto nessa aventura
De fazer amor contigo
Das estrelas do firmamento
Eu tirei uma mão cheia
Para enfeitar o momento
Em que o teu corpo me enleia
E do vento um pedacinho
Cortei com gestos singelos
P’ra depois devagarinho
Pousar sobre os teus cabelos
Repertório de Carlos Macedo
Desfiz da noite o novelo
E com seus fios teci
O xaile negro mais belo
Com que o teu fado vesti
Fui depois roubar a cor
Prata brilhante de lua
P’ra te cobrir meu amor
À noite quando estás nua
Assim vestida
De noite, céu e luar
O teu olhar
Torna-se um perigo
Assim vestida
Despertas-me tal loucura
E eu parto nessa aventura
De fazer amor contigo
Das estrelas do firmamento
Eu tirei uma mão cheia
Para enfeitar o momento
Em que o teu corpo me enleia
E do vento um pedacinho
Cortei com gestos singelos
P’ra depois devagarinho
Pousar sobre os teus cabelos
Amar não custa
Sebastião Cerqueira / Jaime Santos *fado da bica*
Repertório de Camané
Quem diz que o amar que custa
Numa voz triste e pesada
Saiba que não me assusta
O amar não custa nada
Não custa vê-la passar
Sem saber que eu existo
Não custa ter de afetar
Que não custa passar por isto
Não custa começar cartas
Sempre com a frase errada
Ter tanta carta rasgada
Que o chão não se pode ver;
Posso não saber escrever
Mas amar não custa nada
Não custam os olhos a luzir
Não custa a boca carmim
Quando a vejo sorrir
Para alguém atrás de mim
Não custa não pregar olho
Na minha cama gelada
Nem os beijos na almofada
Que nunca hei-de confessar;
Não custa nada o amar
E o amar não custa nada
Repertório de Camané
Quem diz que o amar que custa
Numa voz triste e pesada
Saiba que não me assusta
O amar não custa nada
Não custa vê-la passar
Sem saber que eu existo
Não custa ter de afetar
Que não custa passar por isto
Não custa começar cartas
Sempre com a frase errada
Ter tanta carta rasgada
Que o chão não se pode ver;
Posso não saber escrever
Mas amar não custa nada
Não custam os olhos a luzir
Não custa a boca carmim
Quando a vejo sorrir
Para alguém atrás de mim
Não custa não pregar olho
Na minha cama gelada
Nem os beijos na almofada
Que nunca hei-de confessar;
Não custa nada o amar
E o amar não custa nada
Culinária à portuguesa
Leonel Moura / Alcídia Rodrigues *fado tradição*
Repertório de Leonel Moura
Culinária à portuguesa
É uma coisa divinal
Quando alguém se senta à mesa
Aprecia com certeza
Os sabores de Portugal
Uma boa caldeirada
Repertório de Leonel Moura
Culinária à portuguesa
É uma coisa divinal
Quando alguém se senta à mesa
Aprecia com certeza
Os sabores de Portugal
Uma boa caldeirada
Pão e vinho sobre a mesa
Que coisa tão engraçada
Uma boa sardinhada
Que coisa tão engraçada
Uma boa sardinhada
Um cozido à portuguesa
Um prato de bacalhau
Um prato de bacalhau
E as belas iscas com elas
Assadinho um carapau
Com molho de colorau
Assadinho um carapau
Com molho de colorau
Jaquinzinhos e moelas
Feijoada à transmontana
Feijoada à transmontana
Bifinhos de cebolada
Mas a malta não se engana
Uma açorda alentejana
Mas a malta não se engana
Uma açorda alentejana
Um pratinho de dobrada
Um caldo verde quentinho
Um caldo verde quentinho
A fumegar na tijela
Com o belo chouricinho
E um bom copo de vinho
Com o belo chouricinho
E um bom copo de vinho
E um arroz de cabidela
Pataniscas e feijão
Pataniscas e feijão
E papas de sarrabulho
Da Bairrada um leitão
Açorda de camarão
Da Bairrada um leitão
Açorda de camarão
Até encher o bandulho
E não podia esquecer
E não podia esquecer
Um belo franguinho assado
Com o garfo ou a colher
Coma tudo o que puder
Com o garfo ou a colher
Coma tudo o que puder
E depois cante este fado
Barqueiro
Letra e música de Jorge Fernando
Repertório de Alexandra
Tenho um mar de sonhos p’ra te dar
Onde serás barqueiro, se quiseres
Iremos proa feita a não voltar
Olha-me nos olhos e diz: queres?
Se me disseres sim
Serás meu barqueiro amor
E o rio será maior
Que as margens que o prendem
Eu invento assim
O rio que te espera em mim
Que nasce e que corre, enfim
Se tu me escolheres
Eu invento assim
A flor que te espera em mim
Que nasce e floresce assim
Diz-me se queres
Meu céu encoberto e tristonho
Espera os remos firmes que trouxeres
Para me levares ao mar de sonho
Olha-me nos olhos e diz: queres?
Repertório de Alexandra
Tenho um mar de sonhos p’ra te dar
Onde serás barqueiro, se quiseres
Iremos proa feita a não voltar
Olha-me nos olhos e diz: queres?
Se me disseres sim
Serás meu barqueiro amor
E o rio será maior
Que as margens que o prendem
Eu invento assim
O rio que te espera em mim
Que nasce e que corre, enfim
Se tu me escolheres
Eu invento assim
A flor que te espera em mim
Que nasce e floresce assim
Diz-me se queres
Meu céu encoberto e tristonho
Espera os remos firmes que trouxeres
Para me levares ao mar de sonho
Olha-me nos olhos e diz: queres?
Há festa na minha rua
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Está em festa a minha rua
Minha rua está em festa
Esta noite, até a lua
Está cheia, mais luz lhe empresta
Foguetes, arcos, balões
Alcachofras, manjericos
Desgarradas e canções
Fogueiras e namoricos
Vai ser uma noite em cheio
Cheia de carinho e amor
Pois Junho dá-lhe um recheio
De estrelas e de calor
Anda ver a minha rua
Meu pedacinho de céu
Onde a alegria flutua
Serei tua, serás meu
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Está em festa a minha rua
Minha rua está em festa
Esta noite, até a lua
Está cheia, mais luz lhe empresta
Foguetes, arcos, balões
Alcachofras, manjericos
Desgarradas e canções
Fogueiras e namoricos
Vai ser uma noite em cheio
Cheia de carinho e amor
Pois Junho dá-lhe um recheio
De estrelas e de calor
Anda ver a minha rua
Meu pedacinho de céu
Onde a alegria flutua
Serei tua, serás meu
Valsa dos corações errantes
Cátia de Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Inês Duarte
Foi p’ra desdizer a sina que vim
Tu és tanto mais do que cabe em mim
Repertório de Inês Duarte
Foi p’ra desdizer a sina que vim
Tu és tanto mais do que cabe em mim
Tens dentro de ti o mar mais profundo
E todos os ventos que há neste mundo
E eu por mais que me supere
Só sei que dói e fere este amor
De uma valsa triste nunca nasce
Uma história linda p’ra contar
Fica só o primeiro retrato, de nós
E a saudade de ser o teu par
Toda a gente soube tão bem prever
Mas nem eu nem tu quisemos saber
Que, a valsa quando é triste é deixar
Ir até que chegue a hora de entrar
E eu, por mais que resistisse
Em cada não que disse, lá fui
Nessa valsa triste que dançamos
Sós, perante o baile inteiro a ver
Quero mais um dia dessa dança, amor
Que uma vida sem te conhecer
E todos os ventos que há neste mundo
E eu por mais que me supere
Só sei que dói e fere este amor
De uma valsa triste nunca nasce
Uma história linda p’ra contar
Fica só o primeiro retrato, de nós
E a saudade de ser o teu par
Toda a gente soube tão bem prever
Mas nem eu nem tu quisemos saber
Que, a valsa quando é triste é deixar
Ir até que chegue a hora de entrar
E eu, por mais que resistisse
Em cada não que disse, lá fui
Nessa valsa triste que dançamos
Sós, perante o baile inteiro a ver
Quero mais um dia dessa dança, amor
Que uma vida sem te conhecer
Balada do rei vadio
Leonel Neves / Luiz Goes
Repertório de Luís Goes
À noite sou um rei vadio
A lua até doira farrapos
E eu lavo os meus olhos no rio
Mas doí-me a lembrança dos sapos
Os sapos não babam estrelas
Mas sujam, às vezes o homem
Se tocam as coisas mais belas
Que a fome e o frio não comem
À noite a cidade é o mundo
O rio prateia-lhe os trapos
Eu passo e sou rei vagabundo
Mas doí-me a lembrança dos sapos
Os sapos não babam gaivotas
Mas sujam-me a mim, afinal
Gaivota sou eu, de asas rotas
Que o dia amanhã há-de ser igual
Repertório de Luís Goes
À noite sou um rei vadio
A lua até doira farrapos
E eu lavo os meus olhos no rio
Mas doí-me a lembrança dos sapos
Os sapos não babam estrelas
Mas sujam, às vezes o homem
Se tocam as coisas mais belas
Que a fome e o frio não comem
À noite a cidade é o mundo
O rio prateia-lhe os trapos
Eu passo e sou rei vagabundo
Mas doí-me a lembrança dos sapos
Os sapos não babam gaivotas
Mas sujam-me a mim, afinal
Gaivota sou eu, de asas rotas
Que o dia amanhã há-de ser igual
Verão, Alentejo e os homens
Tradicional
Repertório de António Zambujo
Meu Alentejo
Enquanto isto se processa
O sol ferindo sem pressa
Queima mais a tez bronzeada
O suor rasga a camisa
Homem queimado mais fica
E a vida é feita de brasa
No Verão
A brasa dourada e celeste
Esvaindo o sol agreste
Dourando mais as espigas
Ceifeiros, corpos curvados
Ceifando e atando em molhos
A benção loira da vida
O calor caustica os corpos
Os ceifeiros vão ceifando
Sem parar o seu labor
O seu cantar é dolente
É certo que é boa gente
Tem verdade e tem mais cor
Repertório de António Zambujo
Meu Alentejo
Enquanto isto se processa
O sol ferindo sem pressa
Queima mais a tez bronzeada
O suor rasga a camisa
Homem queimado mais fica
E a vida é feita de brasa
No Verão
A brasa dourada e celeste
Esvaindo o sol agreste
Dourando mais as espigas
Ceifeiros, corpos curvados
Ceifando e atando em molhos
A benção loira da vida
O calor caustica os corpos
Os ceifeiros vão ceifando
Sem parar o seu labor
O seu cantar é dolente
É certo que é boa gente
Tem verdade e tem mais cor
Património de humanidade
Leonel Moura / Pedro Rodrigues
Repertório de Pedro Rodrigues
O fado filho do povo
Percorreu um mundo novo
E sempre foi maltratado
E até andou pelas hortas
Cantado fora de portas
Por fadistas do passado
Amigo da vida boa
Nos bairros desta Lisboa
Ninguém sabe onde nasceu
Era pobre passou fome
Deu à cidade seu nome
Foi um vadio e plebeu
Foi cavaleiro e campino
Marcado pelo destino
Cresceu saiu da cidade
No seu viver vagabundo
Foi coroado pelo mundo
Património da humanidade
P'la sina da sua grei
Não é cumpridor da lei
E por nobres foi cantado
Mas se dizem que ele triste
O fado a tudo resiste
Por isso se chama fado
Repertório de Pedro Rodrigues
O fado filho do povo
Percorreu um mundo novo
E sempre foi maltratado
E até andou pelas hortas
Cantado fora de portas
Por fadistas do passado
Amigo da vida boa
Nos bairros desta Lisboa
Ninguém sabe onde nasceu
Era pobre passou fome
Deu à cidade seu nome
Foi um vadio e plebeu
Foi cavaleiro e campino
Marcado pelo destino
Cresceu saiu da cidade
No seu viver vagabundo
Foi coroado pelo mundo
Património da humanidade
P'la sina da sua grei
Não é cumpridor da lei
E por nobres foi cantado
Mas se dizem que ele triste
O fado a tudo resiste
Por isso se chama fado
O primado das palavras
Letra de Joaquim Pessoa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Amor, não sei de coisa mais violenta
Que ficar de noite à tua espera
É triste como uma manhã cinzenta
Destruindo o coração da Primavera
E aqui como um pássaro deitado
Julgando ouvir na chuva a tua voz
A madrugada deita-se a meu lado
Fingindo que na terra estamos nós
Mas eu sinto chegar esta amargura
Que vem fechar-me os olhos e depois
Já nem sei se é um sono ou se é loucura
No quarto onde estou só, ficamos dois
E nada mais me importa, já não espero
Aquela que enche a noite de alegria
Então para dizer quanto te quero
Eu faço amor contigo até ser dia
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Amor, não sei de coisa mais violenta
Que ficar de noite à tua espera
É triste como uma manhã cinzenta
Destruindo o coração da Primavera
E aqui como um pássaro deitado
Julgando ouvir na chuva a tua voz
A madrugada deita-se a meu lado
Fingindo que na terra estamos nós
Mas eu sinto chegar esta amargura
Que vem fechar-me os olhos e depois
Já nem sei se é um sono ou se é loucura
No quarto onde estou só, ficamos dois
E nada mais me importa, já não espero
Aquela que enche a noite de alegria
Então para dizer quanto te quero
Eu faço amor contigo até ser dia
Não digam mal do fado
Jorge Rosa / Acácio Gomes
Repertório de Fernando Manuel
Muita gente diz p’raí e afirma mesmo
Que o fado foi do passado
Mas quem fala assim já vi que fala a esmo
E nada entende de fado
Falam de cor por falar e não duvido
Que quem fala, fala à toa
Fala no ar e de ouvido
Porque o fado ’inda é sentido
P’los fadistas de Lisboa
Mas quem quiser
Saber se o fado ’inda existe
Se resiste ou não resiste
À má língua que o perdeu
Que venham ver
Esse que dizem de outrora
Como é o mesmo ’inda agora
Nesta voz que Deus me deu
Sou fadista porque o sou, não compreendo
Quem diz que o fado que é
Uma canção que passou e não entendo
Essa gente de má fé
Dizem mal dele, deixá-lo, porque eu
Desdigo quem diga mal
Difamá-lo brada ao céu
Porque o fado não morreu
E nem more em Portugal
Repertório de Fernando Manuel
Muita gente diz p’raí e afirma mesmo
Que o fado foi do passado
Mas quem fala assim já vi que fala a esmo
E nada entende de fado
Falam de cor por falar e não duvido
Que quem fala, fala à toa
Fala no ar e de ouvido
Porque o fado ’inda é sentido
P’los fadistas de Lisboa
Mas quem quiser
Saber se o fado ’inda existe
Se resiste ou não resiste
À má língua que o perdeu
Que venham ver
Esse que dizem de outrora
Como é o mesmo ’inda agora
Nesta voz que Deus me deu
Sou fadista porque o sou, não compreendo
Quem diz que o fado que é
Uma canção que passou e não entendo
Essa gente de má fé
Dizem mal dele, deixá-lo, porque eu
Desdigo quem diga mal
Difamá-lo brada ao céu
Porque o fado não morreu
E nem more em Portugal
Dois irmãos
Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Conheci dois irmãos que, em pequeninos
Nunca um com o outro se zangou
Cresceram e seguiram os destinos
Que a sorte caprichosa lhes traçou
Um deles estudou, fez-se engenheiro
Com nome conhecido em toda a parte
O outro não passou de serralheiro
Trabalhando com amor na sua arte
Embora com diferente posição
Ao engenheiro isso pouco importa
Tratava lealmente com o irmão
Não desprezando bater à sua porta
Porém alguns colegas com riqueza
Dizem ao engenheiro, em desagrado:
Andares com esse operário é uma baixeza
E até poderás ser prejudicado
Responde o engenheiro, em voz sentida
A quem lhe censurou tal união
Ele é um homem que luta pela vida
E, acima de tudo, é meu irmão
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Conheci dois irmãos que, em pequeninos
Nunca um com o outro se zangou
Cresceram e seguiram os destinos
Que a sorte caprichosa lhes traçou
Um deles estudou, fez-se engenheiro
Com nome conhecido em toda a parte
O outro não passou de serralheiro
Trabalhando com amor na sua arte
Embora com diferente posição
Ao engenheiro isso pouco importa
Tratava lealmente com o irmão
Não desprezando bater à sua porta
Porém alguns colegas com riqueza
Dizem ao engenheiro, em desagrado:
Andares com esse operário é uma baixeza
E até poderás ser prejudicado
Responde o engenheiro, em voz sentida
A quem lhe censurou tal união
Ele é um homem que luta pela vida
E, acima de tudo, é meu irmão
E às vezes dou por mim
André Henriques / Filho da mãe (Rui de Carvalho)
Repertório de Cristina Branco
Espero-te como quem espera o futuro
Sem ciência, só por adivinhação
Não sei se és tu quem procuro
Mas é tarde p’ra tudo
Tarda-me o coração
Tenho-te nesta ideia que fiz de dois
Um qualquer a mim já não me dobra
E entre um sim e um pois
Tu não matas nem móis
E o meu corpo já sobra
E às vezes dou por mim
Quando ninguém está a ver
Será que é por tanto querer
Que ninguém me quer
Sózinha na moldura
Na casa dos meus pais
Dizem que estou madura
E eu não quero esperar mais
Deixa que esta noite nos leve
Ai de mim, se não for agora
Que a razão só me pede
Que mate esta sede
E encerre a demora
Não sou eu, é o tempo que atraso
Que me arrasta aos tombos pelo chão
Eu só quero inquilino
Que pague no prazo
Esta solidão
E às vezes dou por mim
A queimar as janelas
Se ninguém me quer assim
Amo os maridos delas
Que me acusem de pecados
Que me chamem nomes feios
De solteiros encalhados
Tenho eu os bolsos cheios
E às vezes dou por mim
Repertório de Cristina Branco
Espero-te como quem espera o futuro
Sem ciência, só por adivinhação
Não sei se és tu quem procuro
Mas é tarde p’ra tudo
Tarda-me o coração
Tenho-te nesta ideia que fiz de dois
Um qualquer a mim já não me dobra
E entre um sim e um pois
Tu não matas nem móis
E o meu corpo já sobra
E às vezes dou por mim
Quando ninguém está a ver
Será que é por tanto querer
Que ninguém me quer
Sózinha na moldura
Na casa dos meus pais
Dizem que estou madura
E eu não quero esperar mais
Deixa que esta noite nos leve
Ai de mim, se não for agora
Que a razão só me pede
Que mate esta sede
E encerre a demora
Não sou eu, é o tempo que atraso
Que me arrasta aos tombos pelo chão
Eu só quero inquilino
Que pague no prazo
Esta solidão
E às vezes dou por mim
A queimar as janelas
Se ninguém me quer assim
Amo os maridos delas
Que me acusem de pecados
Que me chamem nomes feios
De solteiros encalhados
Tenho eu os bolsos cheios
E às vezes dou por mim
Canção de embalar o amor
Tiago Salazari / Vitorino
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
És minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois;
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
És minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois;
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
Rimas ao acaso
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Estas rimas ao acaso
Às vezes até dão azo
A falar com nostalgia
Da nossa paixão falhada
Fingindo que foi criada
Só na minha fantasia
Estas rimas que procuro
Para lá do vão escuro
Da minha pobre memória
Lá vão a fingir de fado
A contar de lado em lado
O final da nossa história
Estas rimas sem sentido
Que forjei desiludido
E das quais ninguém faz caso
São pedradas que eu atiro
São lanças onde me firo
Estas rimas ao acaso
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Estas rimas ao acaso
Às vezes até dão azo
A falar com nostalgia
Da nossa paixão falhada
Fingindo que foi criada
Só na minha fantasia
Estas rimas que procuro
Para lá do vão escuro
Da minha pobre memória
Lá vão a fingir de fado
A contar de lado em lado
O final da nossa história
Estas rimas sem sentido
Que forjei desiludido
E das quais ninguém faz caso
São pedradas que eu atiro
São lanças onde me firo
Estas rimas ao acaso
A vida é só um fado
Valter Hugo Mãe / Acácio Gomes *fado acácio*
Repertório de Eliana Castro
Um amor de ilusão
Deixou-me em pleno inverno
Minha voz assim tremida
Neste canto vos trago
Se o inferno é a vida
A vida é só um fado
Escutem pois meu coração
E este vazio no peito
P’ra que vos não aconteça
Um amor assim desfeito
Por muito que nos entristeça
Tudo na vida é passado
Neste canto vos trago
Se o inferno é a vida
A vida é só um fado
Sem nunca ter errado
Sei que o inferno é a vida
Mas a vida é só um fado
Repertório de Eliana Castro
Um amor de ilusão
Deixou-me em pleno inverno
Minha voz assim tremida
Neste canto vos trago
Se o inferno é a vida
A vida é só um fado
Escutem pois meu coração
E este vazio no peito
P’ra que vos não aconteça
Um amor assim desfeito
Por muito que nos entristeça
Tudo na vida é passado
Neste canto vos trago
Se o inferno é a vida
A vida é só um fado
Sem nunca ter errado
Sei que o inferno é a vida
Mas a vida é só um fado
Dança Lisboa
Letra e música de Mário Moniz Pereira
Repertório de António Pinto Basto
Os rapazes elegantes
Com jaquetas amarelas
Vestidas, de cores berrantes
As raparigas vão belas
Rapazes vão prá direita
As moças pró outro lado
A roda fica bem feita
Vão sair de braço dado
Lisboa dança na avenida
Com as marchas populares
Lisboa dança cheia de vida
A mostrar os seus cantares
Há emoção e confusão
Vai na rua um pandemónio
Há namorados já abraçados
Está contente o Santo António
Os namorados esperam
Que a alcachofra vá florir
Tanto esperam, desesperam
Que não pensam em dormir
À noite tudo se anima
Foguetes estalam no ar
Mesmo o Marquês lá em cima
Parece estar a gostar
Repertório de António Pinto Basto
Os rapazes elegantes
Com jaquetas amarelas
Vestidas, de cores berrantes
As raparigas vão belas
Rapazes vão prá direita
As moças pró outro lado
A roda fica bem feita
Vão sair de braço dado
Lisboa dança na avenida
Com as marchas populares
Lisboa dança cheia de vida
A mostrar os seus cantares
Há emoção e confusão
Vai na rua um pandemónio
Há namorados já abraçados
Está contente o Santo António
Os namorados esperam
Que a alcachofra vá florir
Tanto esperam, desesperam
Que não pensam em dormir
À noite tudo se anima
Foguetes estalam no ar
Mesmo o Marquês lá em cima
Parece estar a gostar
Quadras
De Jorge Rosa
Desconheço se algumas destas quadras foram gravadas.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se alguém pudesse juntar
Pelo céu, estrelas aos molhos
Não arranjava brilhar
Que ofuscasse o dos teus olhos
P’ra jogares com o coração
Tens fortuna e tens beleza
Com esses trunfos na mão
Ganhas com toda a certeza
Com o Ás de Copas, cuidado
Se o jogares, toma atenção
Dá sempre mau resultado
Pôr em jogo um coração
Por causa duns negros olhos
Por causa dum negro olhar
Andam meus dias mais negros
Que uma noite sem luar
Gosto da noite sem lua
Gosto da noite sem nada
Triste, negra, fria e nua
Como a minh’alma penada
Nunca entendi na verdade
O que vale essa afeição
Não sei se amor, se amizade
Piedade ou gratidão
Repara, não há diferença
No peso do nosso amar
Pesa-te tanto a indiferença
Como pesa o meu gostar
Quis mandar-te novidades
Escrever-te notícias minhas
Mas na carta, só saudades
Encheram todas as linhas
Estrelas de longe, luzentes
Se ao meu bem o pranto ouvistes
Secai os seus olhos tristes
Que eu não sei fazer contentes
Se a tristeza que há no mundo
Se juntasse, com certeza
Não era maior tristeza
Que a do meu penar profundo
Pois a dor em que me afundo
Na saudade foi acesa
Que não há, tenho a certeza!
Remédio p’ra mal tão fundo
Santo António de Lisboa
Dá despacho ao meu pedido
E arranja-me uma pessoa
A quem eu chame marido
Santo António e São João
Mais São Pedro, quem diria
Os três de arquinho e balão
Transformam a noite em dia
Mês de Junho é mês de festa
Que em Lisboa não tem par
Não há festa como esta
P’ra Santo António louvar
Meu Santo, Santo Antoninho
Dá-me um milagre, por esmola
Faz com que cheguem cedinho
As férias grandes da escola
Desconheço se algumas destas quadras foram gravadas.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se alguém pudesse juntar
Pelo céu, estrelas aos molhos
Não arranjava brilhar
Que ofuscasse o dos teus olhos
P’ra jogares com o coração
Tens fortuna e tens beleza
Com esses trunfos na mão
Ganhas com toda a certeza
Com o Ás de Copas, cuidado
Se o jogares, toma atenção
Dá sempre mau resultado
Pôr em jogo um coração
Por causa duns negros olhos
Por causa dum negro olhar
Andam meus dias mais negros
Que uma noite sem luar
Gosto da noite sem lua
Gosto da noite sem nada
Triste, negra, fria e nua
Como a minh’alma penada
Nunca entendi na verdade
O que vale essa afeição
Não sei se amor, se amizade
Piedade ou gratidão
Repara, não há diferença
No peso do nosso amar
Pesa-te tanto a indiferença
Como pesa o meu gostar
Quis mandar-te novidades
Escrever-te notícias minhas
Mas na carta, só saudades
Encheram todas as linhas
Estrelas de longe, luzentes
Se ao meu bem o pranto ouvistes
Secai os seus olhos tristes
Que eu não sei fazer contentes
Se a tristeza que há no mundo
Se juntasse, com certeza
Não era maior tristeza
Que a do meu penar profundo
Pois a dor em que me afundo
Na saudade foi acesa
Que não há, tenho a certeza!
Remédio p’ra mal tão fundo
Santo António de Lisboa
Dá despacho ao meu pedido
E arranja-me uma pessoa
A quem eu chame marido
Santo António e São João
Mais São Pedro, quem diria
Os três de arquinho e balão
Transformam a noite em dia
Mês de Junho é mês de festa
Que em Lisboa não tem par
Não há festa como esta
P’ra Santo António louvar
Meu Santo, Santo Antoninho
Dá-me um milagre, por esmola
Faz com que cheguem cedinho
As férias grandes da escola
A origem
Tiago Correia / José Mário Branco *fado penélope*
Repertório de Tiago Correia
A história que vos conto aconteceu
No tempo em que o amor nos fala ausente
Diante do meu povo em mim nasceu
A vida que eu sentia em mim presente
Entrou, assim ficou, não maís saiu
Chorou, riu e rezou com a verdade
Segredou-me nessa noite e me pediu
Que andasse sempre ao lado da saudade
Estranhei o seu pedido e perguntei
Porquê escolher-me a mim se era menino
E foi na minha voz que decifrei
Que estava assim marcado o meu destino
Caminho nessa estrada sem ter fim
Andando c’oa verdade lado a lado
Transporto o tempo a vida que há em mim
Na história do meu povo, no meu fado
Repertório de Tiago Correia
A história que vos conto aconteceu
No tempo em que o amor nos fala ausente
Diante do meu povo em mim nasceu
A vida que eu sentia em mim presente
Entrou, assim ficou, não maís saiu
Chorou, riu e rezou com a verdade
Segredou-me nessa noite e me pediu
Que andasse sempre ao lado da saudade
Estranhei o seu pedido e perguntei
Porquê escolher-me a mim se era menino
E foi na minha voz que decifrei
Que estava assim marcado o meu destino
Caminho nessa estrada sem ter fim
Andando c’oa verdade lado a lado
Transporto o tempo a vida que há em mim
Na história do meu povo, no meu fado
Amor de infância
Valentim Matias / Eduardo Lemos
Repertório de Valentim Matias
Ainda era miúdo
E se brincava a seu lado
Já dava ares de graúdo
De graúdo apaixonado;
Ela p’ra ele era tudo
Ele era o seu namorado
É ilusão, todos diziam
Sempre que os viam
De mão na mão
Era paixão, o que ele sentia
E lhe dizia, o coração
Já no liceu, o amor cresceu
E os seus desejos eram iguais
Trocavam beijos e algo mais
E muito mais
Hoje casados, felizes
Ainda de mão na mão
Rodeados de petizes
Fruto da sua união;
Criaram novas raízes
Que alimentam, sua paixão
Repertório de Valentim Matias
Ainda era miúdo
E se brincava a seu lado
Já dava ares de graúdo
De graúdo apaixonado;
Ela p’ra ele era tudo
Ele era o seu namorado
É ilusão, todos diziam
Sempre que os viam
De mão na mão
Era paixão, o que ele sentia
E lhe dizia, o coração
Já no liceu, o amor cresceu
E os seus desejos eram iguais
Trocavam beijos e algo mais
E muito mais
Hoje casados, felizes
Ainda de mão na mão
Rodeados de petizes
Fruto da sua união;
Criaram novas raízes
Que alimentam, sua paixão
Foi graças a Deus
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Deus pôs com graça divina
Nesta voz tons magoados
E eu canto d’ olhos cerrados
Como quem preces entoa
E vou cumprindo esta sina
De cantar e ser fadista
Naquele estilo fatalista
Que há no fado de Lisboa
O fado prendeu-se a mim
Como se fosse uma amarra
E ao ouvir uma guitarra
Cerro meus olhos e canto
Entrego-me toda assim
De coração feito voz
E se o fado fala em nós
Enche meus olhos de pranto
Ninguém se pode alhear
Daquilo que Deus destina
E o que se traz de menina
Rege a nossa vida inteira
Eu nasci para cantar
E trouxe o fado comigo
Mesmo que cumpra um castigo
Eu canto à minha maneira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Deus pôs com graça divina
Nesta voz tons magoados
E eu canto d’ olhos cerrados
Como quem preces entoa
E vou cumprindo esta sina
De cantar e ser fadista
Naquele estilo fatalista
Que há no fado de Lisboa
O fado prendeu-se a mim
Como se fosse uma amarra
E ao ouvir uma guitarra
Cerro meus olhos e canto
Entrego-me toda assim
De coração feito voz
E se o fado fala em nós
Enche meus olhos de pranto
Ninguém se pode alhear
Daquilo que Deus destina
E o que se traz de menina
Rege a nossa vida inteira
Eu nasci para cantar
E trouxe o fado comigo
Mesmo que cumpra um castigo
Eu canto à minha maneira
Abril
Manuel Alegre / Alain Oulman
Repertório de Amália
Habito o sol dentro de ti
Descubro a terra, aprendo o mar
Por tuas mãos, naus antigas, chego ao longe
Que era sempre tão longe, aqui tão perto
Tu és meu vinho, tu és meu pão
Guitarra e fruto, meu navio
Este navio onde embarquei
Para encontrar, dentro de ti
O país de Abril
E eu procurava-te nas pontes da tristeza
Cantava, adivinhando-te cantava
Quando o País de Abril se vestia de ti
E eu perguntava quem eras
Meu amor, por ti cantei
E tu me deste um chão tão puro
Algarves de ternura
Por ti cantei à beira-povo, à beira-terra
E achei achando-te o País de Abril
Repertório de Amália
Habito o sol dentro de ti
Descubro a terra, aprendo o mar
Por tuas mãos, naus antigas, chego ao longe
Que era sempre tão longe, aqui tão perto
Tu és meu vinho, tu és meu pão
Guitarra e fruto, meu navio
Este navio onde embarquei
Para encontrar, dentro de ti
O país de Abril
E eu procurava-te nas pontes da tristeza
Cantava, adivinhando-te cantava
Quando o País de Abril se vestia de ti
E eu perguntava quem eras
Meu amor, por ti cantei
E tu me deste um chão tão puro
Algarves de ternura
Por ti cantei à beira-povo, à beira-terra
E achei achando-te o País de Abril
O meu fado é outro fado
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
O meu fado é outro fado
Decidi-me a pôr de lado
A aventura de te amar
Talvez haja mais tortura;
Mais mágoa, mais desventura
Mas há outro procurar
O meu fado é noutro estilo
Desisti de tudo aquilo
Que julgava conseguido
Mais dorido, mais plangente;
Mais cansado, mais doente
Mais doido, mas mais vivido
O meu fado é outro fado
Mais sozinho, mais chorado
Mais sem nada, mais sofrido
Mas diferente do castigo;
De andar a sofrer contigo
Um erro não cometido
O meu fado, este d’agora
Feito raiva que devora
O que julguei conquistado
Foi moldado em desamor;
Não tem gosto, nem sabor
Mas p’ra mim é outro fado
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
O meu fado é outro fado
Decidi-me a pôr de lado
A aventura de te amar
Talvez haja mais tortura;
Mais mágoa, mais desventura
Mas há outro procurar
O meu fado é noutro estilo
Desisti de tudo aquilo
Que julgava conseguido
Mais dorido, mais plangente;
Mais cansado, mais doente
Mais doido, mas mais vivido
O meu fado é outro fado
Mais sozinho, mais chorado
Mais sem nada, mais sofrido
Mas diferente do castigo;
De andar a sofrer contigo
Um erro não cometido
O meu fado, este d’agora
Feito raiva que devora
O que julguei conquistado
Foi moldado em desamor;
Não tem gosto, nem sabor
Mas p’ra mim é outro fado
Caír da tarde
José Luís Gordo / Paulo de Carvalho
Repertório de Alexandra
Acenaste-me um adeus
E vi teus dedos no céu
Como aves de ansiedade
Levei teus olhos comigo;
Deixei meus olhos contigo
P’ra não sentirmos saudade
E foi no cair da tarde
Quando o sol no céu não arde
E a lua já nos namora
Veio a noite de mansinho;
E tu lá foste sozinho
Ao regresso que demora
Fiquei sozinha à janela
A olhar aquela estrela
Que me fez de companhia
A saudade foi punhal
Que se cravou devagar
E teima em matar o dia
Repertório de Alexandra
Acenaste-me um adeus
E vi teus dedos no céu
Como aves de ansiedade
Levei teus olhos comigo;
Deixei meus olhos contigo
P’ra não sentirmos saudade
E foi no cair da tarde
Quando o sol no céu não arde
E a lua já nos namora
Veio a noite de mansinho;
E tu lá foste sozinho
Ao regresso que demora
Fiquei sozinha à janela
A olhar aquela estrela
Que me fez de companhia
A saudade foi punhal
Que se cravou devagar
E teima em matar o dia
Jardim dos meus afetos
Leonel Moura / Carlos da Maia
Repertório de Leonel Moura
Nasceram no meu jardim
De uma beleza sem fim
Três cravos e duas rosas
Tão belos e tão formosas
Meus netinhos meus amores
Suas maldades adoro
Se choram eu também choro
É grande a minha afeição
Os seus beijos de ternura
Enchem até à loucura
O meu pobre coração
São tão grandes os afetos
Que dedico aos meus netos
Neste mundo que Deus fez
E digo de viva voz
É tão bom sermos avós
Ou meninos outra vez
Que bom é vê-los crescer
Neste meu entardecer
E sentir os seus carinhos
São lindos botões em flor
E frutos do meu amor
Meus adorados netinhos
Repertório de Leonel Moura
Nasceram no meu jardim
De uma beleza sem fim
Três cravos e duas rosas
Tão belos e tão formosas
Meus netinhos meus amores
Suas maldades adoro
Se choram eu também choro
É grande a minha afeição
Os seus beijos de ternura
Enchem até à loucura
O meu pobre coração
São tão grandes os afetos
Que dedico aos meus netos
Neste mundo que Deus fez
E digo de viva voz
É tão bom sermos avós
Ou meninos outra vez
Que bom é vê-los crescer
Neste meu entardecer
E sentir os seus carinhos
São lindos botões em flor
E frutos do meu amor
Meus adorados netinhos
A sorte do cavaleiro
Maria Manuel Cid / Georgino de Sousa
Repertório de António de Noronha
Toureiro que entras na arena
Tua figura serena
Vai ao encontro da morte
O teu coração padece
Rezando a Deus uma prece
Que dê sorte à tua sorte
E dessa prece sentida
Vai depender tua vida
Da divina proteção
Enquanto dura a faena
A praça fica pequena
E grande o teu coração
Toureiro, quanta virtude
Há nessa calma que ilude
A nobreza do teu porte
Em cada ferro dos teus
Pedes baixinho a Deus
Que dê sorte à tua sorte
E quando a sorte não falha
Quando a alegria se espalha
É já longa a tua prece
Por ter poupado a vida
Ao terminar a corrida
Rezando a Deus, agradece
Repertório de António de Noronha
Toureiro que entras na arena
Tua figura serena
Vai ao encontro da morte
O teu coração padece
Rezando a Deus uma prece
Que dê sorte à tua sorte
E dessa prece sentida
Vai depender tua vida
Da divina proteção
Enquanto dura a faena
A praça fica pequena
E grande o teu coração
Toureiro, quanta virtude
Há nessa calma que ilude
A nobreza do teu porte
Em cada ferro dos teus
Pedes baixinho a Deus
Que dê sorte à tua sorte
E quando a sorte não falha
Quando a alegria se espalha
É já longa a tua prece
Por ter poupado a vida
Ao terminar a corrida
Rezando a Deus, agradece
Faz do passado presente
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
De cada vez que o passado
Ao pensamento me vem
Vejo-te sempre a meu lado
Sempre tu e mais ninguém
Sinto o calor dos teus braços
A carícia dos teus beijos
O fulgor dos teus abraços
O anseio dos teus desejos
O vigor da tua imagem
Na minha mente perdura
Passam sombras em romagem
Todas co’a tua figura
Por mais que tente não posso
Tirar-te do meu passado
Um passado que foi nosso
E que puseste de lado
Por favor dá aos teus passos
O rumo de antigamente
Volta amor, volta aos meus braços
Faz do passado, presente
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
De cada vez que o passado
Ao pensamento me vem
Vejo-te sempre a meu lado
Sempre tu e mais ninguém
Sinto o calor dos teus braços
A carícia dos teus beijos
O fulgor dos teus abraços
O anseio dos teus desejos
O vigor da tua imagem
Na minha mente perdura
Passam sombras em romagem
Todas co’a tua figura
Por mais que tente não posso
Tirar-te do meu passado
Um passado que foi nosso
E que puseste de lado
Por favor dá aos teus passos
O rumo de antigamente
Volta amor, volta aos meus braços
Faz do passado, presente
Bom dia, bom dia
Rogério Bracinha / Ferrer Trindade
Repertório de Fernanda Batista
Nasce o sol em cada dia
Numa alegria que é sempre nova
Sobe no céu a alvorada
E a passarada solta uma trova
Passa o rico igual ao pobre
Pois somos povo do mesmo manto
Foi o sol quem fez a vida
Mais a cor garrida
O seu maior encanto
Surge o sol numa alegria
Dizendo p’rá gente: bom dia, bom dia
Logo o passarinho pia
Alegre e contente: bom dia, bom dia;
Toda a rua é uma orgia
De luz que anuncia ser dia de festa
Que o sol se conserve com luz como esta
É bem certo ser milagre
Torna verdes as campinas
Lindas meninas, noivas do Tejo
Põe nas faces das moçoilas
Belas papoilas, cor de desejo
Enche as praias com crianças
Risos e esperanças, traz mocidade
Mais para a tarde é sol-poente
Logo toda a gente pensa na saudade
Repertório de Fernanda Batista
Nasce o sol em cada dia
Numa alegria que é sempre nova
Sobe no céu a alvorada
E a passarada solta uma trova
Passa o rico igual ao pobre
Pois somos povo do mesmo manto
Foi o sol quem fez a vida
Mais a cor garrida
O seu maior encanto
Surge o sol numa alegria
Dizendo p’rá gente: bom dia, bom dia
Logo o passarinho pia
Alegre e contente: bom dia, bom dia;
Toda a rua é uma orgia
De luz que anuncia ser dia de festa
Que o sol se conserve com luz como esta
É bem certo ser milagre
Torna verdes as campinas
Lindas meninas, noivas do Tejo
Põe nas faces das moçoilas
Belas papoilas, cor de desejo
Enche as praias com crianças
Risos e esperanças, traz mocidade
Mais para a tarde é sol-poente
Logo toda a gente pensa na saudade
O meu sonho de criança
Letra de João Ferreira Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ouvi meus pais em criança
Nas canções do meu encanto
Nesta mais querida lembrança
A razão deste meu canto
No norte de Portugal
Eu nasci e fui criado
Ouvi fado e por tal
Trago o destino marcado
Canto o fado que mais sinto
A verdade que vos dou
Por ser fadista não minto
A cantar sei quem eu sou
Ser fadista foi p’ra mim
Ter asas para voar
De sonhos ter um jardim
Dia a dia a despertar
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ouvi meus pais em criança
Nas canções do meu encanto
Nesta mais querida lembrança
A razão deste meu canto
No norte de Portugal
Eu nasci e fui criado
Ouvi fado e por tal
Trago o destino marcado
Canto o fado que mais sinto
A verdade que vos dou
Por ser fadista não minto
A cantar sei quem eu sou
Ser fadista foi p’ra mim
Ter asas para voar
De sonhos ter um jardim
Dia a dia a despertar
Brincadeira
Inês de Vasconcellos / Fernando Pinto do Amaral / Ricardo Cruz
Repertório de Inês de Vasconcellos
Brinca comigo à procura
De uma estrela noutro céu
Brinca e lava a noite escura
Com os sonhos que Deus te deu
Começa devagarinho
Por favor, não tenhas medo
Que o meu coração fez ninho
Dentro do teu em segredo
Acorda os anjos que dormem
Com a luz do teu sorriso
Faz com que não se conformem
E saiam do paraíso
Deixa-os entrar de repente
No teu quarto, a esta hora
Em que a verdade mais quente
É o sono que te devora
Brinca comigo às escuras
Ensina-me o que não sei
Onde estás? Porque procuras
O coração que te dei?
Repertório de Inês de Vasconcellos
Brinca comigo à procura
De uma estrela noutro céu
Brinca e lava a noite escura
Com os sonhos que Deus te deu
Começa devagarinho
Por favor, não tenhas medo
Que o meu coração fez ninho
Dentro do teu em segredo
Acorda os anjos que dormem
Com a luz do teu sorriso
Faz com que não se conformem
E saiam do paraíso
Deixa-os entrar de repente
No teu quarto, a esta hora
Em que a verdade mais quente
É o sono que te devora
Brinca comigo às escuras
Ensina-me o que não sei
Onde estás? Porque procuras
O coração que te dei?
Afã de Lisboa
Valentim Matias / Eduardo Lemos
Repertório de Valentim Matias
Se queres sentir o afã de Lisboa
Levanta bem cedinho e vem comigo
Mas não vagueies por aí à toa
Vem até aos lugares que te digo
Verás gente a correr, sair dum cacilheiro
E cada um quer ser primeiro
Vai ao Cais do Sodré, ao Rossio também
Calçada de carriche e Sacavém;
Passa em Santa Apolónia, espreita marginal
E até na ponte o apego é sempre igual
À tarde vem de novo a confusão
É o regresso a casa à desfilada
E então há outros que entram em função
São os que vão fazer sua noitada
Começam p’la sardinha num bairro popular
Ou em qualquer tasquinha a petiscar
Depois vem o cinema, o teatro de revista
E há quem vá para as docas p’rá conquista;
Discotecas e bares, amor em qualquer lado
Mas a noitada no acaba sem ter fado
Repertório de Valentim Matias
Se queres sentir o afã de Lisboa
Levanta bem cedinho e vem comigo
Mas não vagueies por aí à toa
Vem até aos lugares que te digo
Verás gente a correr, sair dum cacilheiro
E cada um quer ser primeiro
Vai ao Cais do Sodré, ao Rossio também
Calçada de carriche e Sacavém;
Passa em Santa Apolónia, espreita marginal
E até na ponte o apego é sempre igual
À tarde vem de novo a confusão
É o regresso a casa à desfilada
E então há outros que entram em função
São os que vão fazer sua noitada
Começam p’la sardinha num bairro popular
Ou em qualquer tasquinha a petiscar
Depois vem o cinema, o teatro de revista
E há quem vá para as docas p’rá conquista;
Discotecas e bares, amor em qualquer lado
Mas a noitada no acaba sem ter fado
Fado de salto alto
Leonel Moura / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Leonel Moura
Sonhei com a Mouraria
Aonde o fado vivia
Na rua do Capelão
Onde um fadista com garra
Cantava um fado à guitarra
P'ra manter a tradição
Depois fui pela Moirama
E às vielas de Alfama
Aos retiros do passado
Fui ouvir uma guitarra
E uma voz que desgarra
A nostalgia de um fado
Depois subi ao Castelo
Imponente e sempre belo
Essa figura que invejo
Vi o Cristo-Rei abraçar
Os barcos a navegar
E as gaivotas do Tejo
E para a noite acabar
E o sonho terminar
Fui saber da realeza
Fui parar ao Bairro Alto
Onde o fado de salto alto
Tem mais encanto e beleza
Repertório de Leonel Moura
Sonhei com a Mouraria
Aonde o fado vivia
Na rua do Capelão
Onde um fadista com garra
Cantava um fado à guitarra
P'ra manter a tradição
Depois fui pela Moirama
E às vielas de Alfama
Aos retiros do passado
Fui ouvir uma guitarra
E uma voz que desgarra
A nostalgia de um fado
Depois subi ao Castelo
Imponente e sempre belo
Essa figura que invejo
Vi o Cristo-Rei abraçar
Os barcos a navegar
E as gaivotas do Tejo
E para a noite acabar
E o sonho terminar
Fui saber da realeza
Fui parar ao Bairro Alto
Onde o fado de salto alto
Tem mais encanto e beleza
Meus olhos cheios de ti
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meus olhos cheios de ti
Que perdi quando te vi
Pois não vêem nada mais
Devem ser desconfiados
Pois por mal dos meus pecados
Só vão aonde tu vais
Tem cuidado meu amor
Não tentes seja o que for
Que nos possa separar
Recalca tais devaneios
Que os meus olhos de ti cheios
Nem por mim podem chorar
Meus olhos cheios de ti
A quem nunca conheci
Outra razão de viver
Até mesmo no altar
Quando por nós vou rezar
Nunca deixam de te ver
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meus olhos cheios de ti
Que perdi quando te vi
Pois não vêem nada mais
Devem ser desconfiados
Pois por mal dos meus pecados
Só vão aonde tu vais
Tem cuidado meu amor
Não tentes seja o que for
Que nos possa separar
Recalca tais devaneios
Que os meus olhos de ti cheios
Nem por mim podem chorar
Meus olhos cheios de ti
A quem nunca conheci
Outra razão de viver
Até mesmo no altar
Quando por nós vou rezar
Nunca deixam de te ver
Bergantim
Eduardo Olímpio / Paco Bandeira
Repertório de Maria Dilar
Fui à cidade p’ra ver o mar
Trago um recado p’ra lhe contar
Que a minha terra é de gente boa
Sonha Lisboa
Repertório de Maria Dilar
Fui à cidade p’ra ver o mar
Trago um recado p’ra lhe contar
Que a minha terra é de gente boa
Sonha Lisboa
Chora Lisboa;
Que a minha terra é toda o mundo
Eu trago um rumo alto e profundo
Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Voa gaivota, gaivota voa
Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Mulher na proa, numa canoa
Nasci dum povo de trovadores
Canto cidades, encanto amores
Desci o Tejo e não sabia
Que no teu leito me descobria;
Desci o Tejo num bergantim
Lancei as redes que havia em mim
A tua história, quem me contou
Disse que Ulisses aqui chegou
Aqui chegaram as caravelas
Quem vinha nelas?
Que a minha terra é toda o mundo
Eu trago um rumo alto e profundo
Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Voa gaivota, gaivota voa
Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Mulher na proa, numa canoa
Nasci dum povo de trovadores
Canto cidades, encanto amores
Desci o Tejo e não sabia
Que no teu leito me descobria;
Desci o Tejo num bergantim
Lancei as redes que havia em mim
A tua história, quem me contou
Disse que Ulisses aqui chegou
Aqui chegaram as caravelas
Quem vinha nelas?
Quem vinha nelas?
Daqui partiram as caravelas
Que é feito delas?
Daqui partiram as caravelas
Que é feito delas?
Que é feito delas?
Tive saudades tuas
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Eu tive saudades tuas
Tive saudades sem fim
E fui chamar pelas ruas
A ver se tu continuas
A ter saudades de mim
Eu tive saudades minhas
Quando a teu lado morei
Falei às tuas vizinhas
Revi as coisas que tinhas
Mas contigo não falei
Quando olho o teu retrato
E não oiço a tua voz
Fico farto do meu quarto
E não sei como não parto
P’ró quarto que era de nós
Se queres voltar ao passado
Vê se deixas os porquês
Vê se voltas ao meu lado
Vê se voltas ao meu fado
Vê se voltas duma vez
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Eu tive saudades tuas
Tive saudades sem fim
E fui chamar pelas ruas
A ver se tu continuas
A ter saudades de mim
Eu tive saudades minhas
Quando a teu lado morei
Falei às tuas vizinhas
Revi as coisas que tinhas
Mas contigo não falei
Quando olho o teu retrato
E não oiço a tua voz
Fico farto do meu quarto
E não sei como não parto
P’ró quarto que era de nós
Se queres voltar ao passado
Vê se deixas os porquês
Vê se voltas ao meu lado
Vê se voltas ao meu fado
Vê se voltas duma vez
Balelas
Cuca, Pedro Silva Martins / Pedro Silva Martins
Repertório de Cuca Roseta
Ando feita ao bife com este xerife
Armado em patife com seu ar naïf
Conversa para cá e conversa para lá
Vai passando graxa, conversa de chacha
Agora é que são
É que vão ser elas
Balelas, balelas, balelas
Balelas, balelas, balelas
Ora vira o disco ora toca o mesmo
Já não corro risco, já não corro a esmo
Já são muitos anos, virei muitos frangos
Chega-me a mostarda e não baixo a guarda
Tira o cavalinho da chuva e olha
Quem com fogo brinca um dia ‘inda se molha
Acabou-se a trela se queres ter abébia
Toma lá cautela junta água e bebe-a
Isto tudo são
Balelas, balelas, balelas
Isto tudo são
Balelas, balelas, balelas
Palavras em vão
Balelas, balelas, balelas
Mas comigo não
Repertório de Cuca Roseta
Ando feita ao bife com este xerife
Armado em patife com seu ar naïf
Conversa para cá e conversa para lá
Vai passando graxa, conversa de chacha
Agora é que são
É que vão ser elas
Balelas, balelas, balelas
Balelas, balelas, balelas
Ora vira o disco ora toca o mesmo
Já não corro risco, já não corro a esmo
Já são muitos anos, virei muitos frangos
Chega-me a mostarda e não baixo a guarda
Tira o cavalinho da chuva e olha
Quem com fogo brinca um dia ‘inda se molha
Acabou-se a trela se queres ter abébia
Toma lá cautela junta água e bebe-a
Isto tudo são
Balelas, balelas, balelas
Isto tudo são
Balelas, balelas, balelas
Palavras em vão
Balelas, balelas, balelas
Mas comigo não
Hoje canto p’ra vocês
Leonel Moura / Pedro Rodrigues
Repertório de Leonel Moura
A gente do meu país
Repertório de Leonel Moura
A gente do meu país
Tem mais beleza e encanto
Gente de casta raiz
É o povo que assim diz
Gente de casta raiz
É o povo que assim diz
Desta terra que hoje canto;
Gente de casta raiz
A gente do meu país
Gente de casta raiz
A gente do meu país
Tem mais beleza e encanto
Esta terra portuguesa
Esta terra portuguesa
Onde o sol veio morar
É bela pois concerteza
Cheia de rara beleza
É bela pois concerteza
Cheia de rara beleza
De um jardim à beira-mar;
É bela pois com certeza
Esta terra portuguesa
É bela pois com certeza
Esta terra portuguesa
Onde o sol veio morar
Há fado toiros e vinho
Há fado toiros e vinho
Neste cantinho do céu
Tem paz amor e carinho
Tem um cheiro a rosmaninho
Tem paz amor e carinho
Tem um cheiro a rosmaninho
E a graça que Deus lhe deu;
Tem paz amor e carinho
Há fado toiros e vinho
Tem paz amor e carinho
Há fado toiros e vinho
Neste cantinho do céu
E a luz do sol a brilhar
E a luz do sol a brilhar
No doirado do seu pão
E os rouxinóis a cantar
Em tudo fazem lembrar
E os rouxinóis a cantar
Em tudo fazem lembrar
O cante do coração;
E os rouxinóis a cantar
E a luz do sol a brilhar
E os rouxinóis a cantar
E a luz do sol a brilhar
No doirado do seu pão
Hoje canto p’ra vocês
Hoje canto p’ra vocês
Este fado e sou feliz
Porque sou bom português
Tenho orgulho e altivez
Porque sou bom português
Tenho orgulho e altivez
No fado do meu país;
Porque sou bom português
Hoje canto p’ra vocês
Porque sou bom português
Hoje canto p’ra vocês
O fado do me país
Balada de novembro
Tiago Correia / Florêncio de Carvalho
Repertório de Tiago Correia
Entre sombras fugidias vejo a lua
Minha amante de segredos nesta vida
É novembro, noite fria, nua a rua
Quando a folha do outono cai perdida
Há um esvoaçar de sonhos p’lo caminho
Ao ouvir em cada casa uma criança
Dando cor à madrugada, que, sozinho
Me desperta no olhar, a doce esperança
Navego pelas ruas da cidade
Na noite em que o silêncio me procura
E o fado tão vestido de saudade
Entrega-se em meus braços com loucura
E em cada pensamento, fantasia
E em cada rima escrita, ilusão
Em novembro, a própria dor é alegria
E a tristeza é mais feliz no coração
Repertório de Tiago Correia
Entre sombras fugidias vejo a lua
Minha amante de segredos nesta vida
É novembro, noite fria, nua a rua
Quando a folha do outono cai perdida
Há um esvoaçar de sonhos p’lo caminho
Ao ouvir em cada casa uma criança
Dando cor à madrugada, que, sozinho
Me desperta no olhar, a doce esperança
Navego pelas ruas da cidade
Na noite em que o silêncio me procura
E o fado tão vestido de saudade
Entrega-se em meus braços com loucura
E em cada pensamento, fantasia
E em cada rima escrita, ilusão
Em novembro, a própria dor é alegria
E a tristeza é mais feliz no coração
Não chores mais, cantador
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravadaTranscrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Não chores mais cantador
Adormece o teu tormento
Porque a morte dum amor
Não merece tal lamento
Vejo o teu vulto sozinho
A sombra vaga e sem cor
Ébrio, afogado em vinho
Não chores mais cantador
Não te mates de paixão
Só porque um amor morreu
Faz morrer no coração
Essa paixão que ele viveu
A um canto da taberna
Atascado em carrascão
À fosca luz da lanterna
Afogaste essa paixão
Faz sentir a voz bizarra
Que enrouqueceste na dor
Faz carpir essa guitarra
Não chores mais cantador
Bate a chuva na janela
Letra e música de Carlos Faria de Jesus
Repertório de Pedro Lisboa
Bate a chuva na janela
Nas grades da minha cela
Feitas de amor e saudade
Bate a chuva na vidraça
E a noite que não passa
Atiça a minha ansiedade
Bate em mim esta paixão
No silêncio da solidão
Bate a chuva na janela
E neste compasso triste
Meu coração não resiste
E bate louco por ela
Bate a chuva num lamento
Despertando sentimentos
Que eu quero tanto esquecer
Bate, bate, gota a gota
Numa toada tão louca
Não me deixa adormecer
O vento passa e sussurra
Que vá levar esta chuva
Vá cair onde ela mora
Que lhe bata na janela
E lhe diga que é por ela
Que o meu coração chora
Repertório de Pedro Lisboa
Bate a chuva na janela
Nas grades da minha cela
Feitas de amor e saudade
Bate a chuva na vidraça
E a noite que não passa
Atiça a minha ansiedade
Bate em mim esta paixão
No silêncio da solidão
Bate a chuva na janela
E neste compasso triste
Meu coração não resiste
E bate louco por ela
Bate a chuva num lamento
Despertando sentimentos
Que eu quero tanto esquecer
Bate, bate, gota a gota
Numa toada tão louca
Não me deixa adormecer
O vento passa e sussurra
Que vá levar esta chuva
Vá cair onde ela mora
Que lhe bata na janela
E lhe diga que é por ela
Que o meu coração chora
Fadista antigo
Jorge Rosa / Jaime Santos
Repertório de Natércia Maria
Por acaso ouvi falar
Duma canção portuguesa
Toda feita de chorar
Toda feita de tristeza
Encontrei no meu caminho
Um cantador do passado
E pedi-lhe com carinho
Que me falasse do fado
Aconchegou junto ao peito, com jeito
A guitarra, docemente
E dedilhou guitarradas, baladas
Toadas de antigamente
Cantou-me lindas cantigas, antigas
Canções tristes do passado
Fez-me sentir a magia que havia
Na melodia do fado
Vi bailarem os seus dedos
P’la guitarra com ternura
Ouvi contar seus segredos
De amorosa desventura
Senti toda a nostalgia
Duma sentida saudade
E sentindo o que sentia
De cantar senti vontade
Aconcheguei junto ao peito, com jeito
A guitarra, docemente
E dedilhei guitarradas, baladas
Toadas de antigamente
Cantei também as cantigas, antigas
Dum cantador do passado
Fez-me sentir a magia que havia
E agora no coração, desde então
Trago a magia do fado
Repertório de Natércia Maria
Por acaso ouvi falar
Duma canção portuguesa
Toda feita de chorar
Toda feita de tristeza
Encontrei no meu caminho
Um cantador do passado
E pedi-lhe com carinho
Que me falasse do fado
Aconchegou junto ao peito, com jeito
A guitarra, docemente
E dedilhou guitarradas, baladas
Toadas de antigamente
Cantou-me lindas cantigas, antigas
Canções tristes do passado
Fez-me sentir a magia que havia
Na melodia do fado
Vi bailarem os seus dedos
P’la guitarra com ternura
Ouvi contar seus segredos
De amorosa desventura
Senti toda a nostalgia
Duma sentida saudade
E sentindo o que sentia
De cantar senti vontade
Aconcheguei junto ao peito, com jeito
A guitarra, docemente
E dedilhei guitarradas, baladas
Toadas de antigamente
Cantei também as cantigas, antigas
Dum cantador do passado
Fez-me sentir a magia que havia
E agora no coração, desde então
Trago a magia do fado
Lisboa é uma guitarra
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Lisboa
É uma guitarra feliz
Que no seu trinado diz
Coisas da sua alegria
Lisboa
É uma guitarra que embala
Nas suas cordas a fala
Que aprendeu na Mouraria
Lisboa
É uma guitarra que sonha
Mas sua vida risonha
Quanta vez não é verdade
Lisboa
Também sofre, também chora
Quando o amor se demora
É guitarra de saudade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Lisboa
É uma guitarra feliz
Que no seu trinado diz
Coisas da sua alegria
Lisboa
É uma guitarra que embala
Nas suas cordas a fala
Que aprendeu na Mouraria
Lisboa
É uma guitarra que sonha
Mas sua vida risonha
Quanta vez não é verdade
Lisboa
Também sofre, também chora
Quando o amor se demora
É guitarra de saudade
Quando acontece
Rogério Ferreira / Frederico de Brito *fado dos sonhos*
Repertório de Eliana Castro
Estou sempre a ver a maneira
De chegar à tua beira
Ai de mim se não consigo
Desde que te conheci
Fiquei carente de ti
Só sonho sonhar contigo
Quando o amor acontece
A nossa alma estremece
E há perfumes no ar
De nada temos receio
0 nosso rio vai cheio
Que importa se transbordar
Nos abraços somos laços
Danças, desenhos e traços
Somos um só, Santo Deus
Todos os beijos são poucos
Todos são doces e loucos
Desde que sejam os teus
Repertório de Eliana Castro
Estou sempre a ver a maneira
De chegar à tua beira
Ai de mim se não consigo
Desde que te conheci
Fiquei carente de ti
Só sonho sonhar contigo
Quando o amor acontece
A nossa alma estremece
E há perfumes no ar
De nada temos receio
0 nosso rio vai cheio
Que importa se transbordar
Nos abraços somos laços
Danças, desenhos e traços
Somos um só, Santo Deus
Todos os beijos são poucos
Todos são doces e loucos
Desde que sejam os teus
Morrer de saudades
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando partires voltarei
A cantar o nosso fado
Longe de ti ficarei
No nosso mundo encantado
Viverá no nosso fado
As horas que nos uniram
Caminhos que, lado a lado
Os nossos passos seguiram
Lado a lado, longe e triste
Sempre comigo vivi
E o amor que em nós existe
Podes crer, bem o mereci
E sinto tantas saudades
Das saudades que vou ter
Que quero ter mais saudades
P’ra de saudades morrer
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando partires voltarei
A cantar o nosso fado
Longe de ti ficarei
No nosso mundo encantado
Viverá no nosso fado
As horas que nos uniram
Caminhos que, lado a lado
Os nossos passos seguiram
Lado a lado, longe e triste
Sempre comigo vivi
E o amor que em nós existe
Podes crer, bem o mereci
E sinto tantas saudades
Das saudades que vou ter
Que quero ter mais saudades
P’ra de saudades morrer
A verdade dos sonhos
Leonel Moura / Carlos da Maia
Repertório de Leonel Moura
Os sonhos que nós sonhamos
E depois quando acordamos
Voltamos à realidade
Às vezes nos nossos sonhos
Vivem-se mundos risonhos
Coisas que não são verdade
Nesta vida de quimeras
Não sei quantas Primaveras
Nascem no peito da gente
Os desejos e paixões
Tristezas, desilusões
Tudo se vai de repente
Verdadeiros ou ditosos
Risonhos ou mentirosos
Sonham-se da mesma maneira
Se os sonhos são ilusões
As suas recordações
Perduram pela vida inteira
Nesta vida de encantar
Os sonhos fazem lembrar
Tudo o que se vive em vão
A gente vive a sonhar
Que um dia pode alcançar
Os sonhos do coração
Repertório de Leonel Moura
Os sonhos que nós sonhamos
E depois quando acordamos
Voltamos à realidade
Às vezes nos nossos sonhos
Vivem-se mundos risonhos
Coisas que não são verdade
Nesta vida de quimeras
Não sei quantas Primaveras
Nascem no peito da gente
Os desejos e paixões
Tristezas, desilusões
Tudo se vai de repente
Verdadeiros ou ditosos
Risonhos ou mentirosos
Sonham-se da mesma maneira
Se os sonhos são ilusões
As suas recordações
Perduram pela vida inteira
Nesta vida de encantar
Os sonhos fazem lembrar
Tudo o que se vive em vão
A gente vive a sonhar
Que um dia pode alcançar
Os sonhos do coração
Algemas de vidro
António José / Ferrer Trindade
Repertório de Fernanda Maria
Já não importa que tu me jures mentiras
Que batas a outra porta
Já sei que não me pertences
Não sou cobarde, eu aceito o que quiseres
Mas não escondas a verdade
A mentir não me convences
Disseste um dia, numa data já esquecida
Que nos prendia este amor por toda a vida
Porquê? velhas palavras, quem as disse não sentiu
Eram algemas de vidro que a vida agora partiu
Ganhaste um jeito de ficar sempre à distância
E no teu peito, amar tem pouca importância
Não é segredo, tens-me ensinado
Fazes de mim um brinquedo
De que não gostas e pões de lado;
A todas essas que tu preferes
Prendes algemas de vidro
Que vais quebrando quando quiseres
Repertório de Fernanda Maria
Já não importa que tu me jures mentiras
Que batas a outra porta
Já sei que não me pertences
Não sou cobarde, eu aceito o que quiseres
Mas não escondas a verdade
A mentir não me convences
Disseste um dia, numa data já esquecida
Que nos prendia este amor por toda a vida
Porquê? velhas palavras, quem as disse não sentiu
Eram algemas de vidro que a vida agora partiu
Ganhaste um jeito de ficar sempre à distância
E no teu peito, amar tem pouca importância
Não é segredo, tens-me ensinado
Fazes de mim um brinquedo
De que não gostas e pões de lado;
A todas essas que tu preferes
Prendes algemas de vidro
Que vais quebrando quando quiseres
Bendita a hora
Rosa Lobato Faria / Mário Pacheco
Repertório de Paulo Bragança
Tu… a quem eu minto tantas vezes
E tenho modos descorteses
Se me descuido de te amar;
Tu… que por mais tarde que eu chegue
Que por mais sustos que eu te pregue
Não tens censuras no olhar;
Tu… entendes tudo e nada dizes
E dás-me dias tão felizes
E enches as noites de luar
Bendita a hora em que te vi
E o filho meu, florindo em ti
Bendito seja o fruto do teu ventre
Eu sou ateu, não sei rezar
Mas dou comigo a suplicar
Que Deus me dê o teu amor para sempre
Eu… que desarrumo a casa inteira
Deixo a toalha na banheira
E a roupa suja pelo chão;
Eu… que às vezes sou autoritário
E esqueço o teu aniversário
E até me zango sem razão;
Eu… que sou mordaz e cabeçudo
Encontro sempre um beijo mudo
No teu sorriso brincalhão
Eu… que sou egoísta e desatento
Que às vezes mudo como o vento
E ainda teimo em ser assim;
Eu… quando chego em desespero
Nem sequer gabo o teu tempero
Nem o teu corpo de cetim;
Tu… sem reparar no que eu não faço
Prendes-me todo num abraço
Dizes que é bom gostar de mim
Repertório de Paulo Bragança
Tu… a quem eu minto tantas vezes
E tenho modos descorteses
Se me descuido de te amar;
Tu… que por mais tarde que eu chegue
Que por mais sustos que eu te pregue
Não tens censuras no olhar;
Tu… entendes tudo e nada dizes
E dás-me dias tão felizes
E enches as noites de luar
Bendita a hora em que te vi
E o filho meu, florindo em ti
Bendito seja o fruto do teu ventre
Eu sou ateu, não sei rezar
Mas dou comigo a suplicar
Que Deus me dê o teu amor para sempre
Eu… que desarrumo a casa inteira
Deixo a toalha na banheira
E a roupa suja pelo chão;
Eu… que às vezes sou autoritário
E esqueço o teu aniversário
E até me zango sem razão;
Eu… que sou mordaz e cabeçudo
Encontro sempre um beijo mudo
No teu sorriso brincalhão
Eu… que sou egoísta e desatento
Que às vezes mudo como o vento
E ainda teimo em ser assim;
Eu… quando chego em desespero
Nem sequer gabo o teu tempero
Nem o teu corpo de cetim;
Tu… sem reparar no que eu não faço
Prendes-me todo num abraço
Dizes que é bom gostar de mim
Cantigas de atirar
Desgarrada de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
(Ele)
Minha linda cantadeira
Boquinha de amor perfeito
No meu peito que é lareira
Vem aquecer o teu peito
(Ela)
Falinhas de bem dizer
Meu coração não suporta
Deixa-me em paz, vai bater
Ao ferrolho doutra porta
(Ele)
Nunca bati ao ferrolho
Duma porta, minha amiga
Sem trazer “debaixo de olho”
A mulher que lá se abriga
(Ela)
Com cantigas não me embalas
Nem te dou essa ventura
Para mim as tuas falas
São cheques sem cobertura
(Ele)
Tens a língua bem comprida
Mas a pimenta, meu bem
Não se põe só na comida
Põe-se na língua também
(Ela)
Cantador da minha estima
Tu és como o caracol
Quando o sol lhe bate em cima
Põe os “pauzinhos” ao sol
(Ele)
Minha papoila vermelha
As respostas que me dás
São ferroadas de abelha
P’ra quem é tão bom rapaz
(Ela)
Nossa Senhora te valha
Senhor Deus te dê juízo
Só te falta uma mortalha
Para entrares no paraíso
(Ele)
Hei-de tirar-te os espinhos
Meu figuinho de piteira
Com abraços e beijinhos
Dados de certa maneira
(Ela)
Beijinhos, só de meus pais
Acredita e ouve bem
’Inda sou nova de mais
P’ra ter sogra em vez de mãe
(Ele)
Ser-se novo nada prova
Meu coração lindo e moço
Quando uma azeitona é nova
Até lhe trinco o caroço
(Ela)
Vou fazer contigo as pazes
Porque o ditado nos diz
Quem se mete com rapazes
Deve apertar o nariz
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
(Ele)
Minha linda cantadeira
Boquinha de amor perfeito
No meu peito que é lareira
Vem aquecer o teu peito
(Ela)
Falinhas de bem dizer
Meu coração não suporta
Deixa-me em paz, vai bater
Ao ferrolho doutra porta
(Ele)
Nunca bati ao ferrolho
Duma porta, minha amiga
Sem trazer “debaixo de olho”
A mulher que lá se abriga
(Ela)
Com cantigas não me embalas
Nem te dou essa ventura
Para mim as tuas falas
São cheques sem cobertura
(Ele)
Tens a língua bem comprida
Mas a pimenta, meu bem
Não se põe só na comida
Põe-se na língua também
(Ela)
Cantador da minha estima
Tu és como o caracol
Quando o sol lhe bate em cima
Põe os “pauzinhos” ao sol
(Ele)
Minha papoila vermelha
As respostas que me dás
São ferroadas de abelha
P’ra quem é tão bom rapaz
(Ela)
Nossa Senhora te valha
Senhor Deus te dê juízo
Só te falta uma mortalha
Para entrares no paraíso
(Ele)
Hei-de tirar-te os espinhos
Meu figuinho de piteira
Com abraços e beijinhos
Dados de certa maneira
(Ela)
Beijinhos, só de meus pais
Acredita e ouve bem
’Inda sou nova de mais
P’ra ter sogra em vez de mãe
(Ele)
Ser-se novo nada prova
Meu coração lindo e moço
Quando uma azeitona é nova
Até lhe trinco o caroço
(Ela)
Vou fazer contigo as pazes
Porque o ditado nos diz
Quem se mete com rapazes
Deve apertar o nariz
A vida que não te dei
Fernando Peres / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Madalena Ferraz
É quase sombra perdida
A promessa arrependida
Que a tua boca não deu
O meu coração resiste
Na certeza de ser triste
Mais triste porque sofreu
Saudades duma saudade
Saudades doutra verdade
Feita da mesma ilusão
Do fogo que não aquece
Duma verdade que esquece
E morre no coração
Os beijos que não se deram
Braços que não se estenderam
Lágrimas que eu não chorei
Nas horas da tua ausência
Ando a pedir clemência
À vida que te não dei
Repertório de Madalena Ferraz
É quase sombra perdida
A promessa arrependida
Que a tua boca não deu
O meu coração resiste
Na certeza de ser triste
Mais triste porque sofreu
Saudades duma saudade
Saudades doutra verdade
Feita da mesma ilusão
Do fogo que não aquece
Duma verdade que esquece
E morre no coração
Os beijos que não se deram
Braços que não se estenderam
Lágrimas que eu não chorei
Nas horas da tua ausência
Ando a pedir clemência
À vida que te não dei
Boca encarnada
*Joaquina*
Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Amarelo é ouro e branca é a prata
Encarnada a boca de quem me mata
Amarelo é ouro e branca é a prata
Encarnada a boca de quem me mata
Ai Joaqulna
Dás um lindo amor perfeito
Cintura fina, e a blusadinha no peito
Ai Joaquina
Levas os olhos no chão
Vê se me encontras
No chão o meu coração
Quem fora negro
Quem fora negro gatinho
E na janela
Na tua janela entrasse
E a ti te desse, e a ti te desse um beijinho
E a tua mãe
E a tua mãe arranhasse
Quando te vejo
Quando te vejo Joaquina
Meu coração, meu coração a saltar
Diz-me que linda
Diz-me que linda pedrinha
Para eu poder
Para eu poder tropeçar
Amarelo é ouro, branca é a platina
Encarnada a boca da minha Joaquina
Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Amarelo é ouro e branca é a prata
Encarnada a boca de quem me mata
Amarelo é ouro e branca é a prata
Encarnada a boca de quem me mata
Ai Joaqulna
Dás um lindo amor perfeito
Cintura fina, e a blusadinha no peito
Ai Joaquina
Levas os olhos no chão
Vê se me encontras
No chão o meu coração
Quem fora negro
Quem fora negro gatinho
E na janela
Na tua janela entrasse
E a ti te desse, e a ti te desse um beijinho
E a tua mãe
E a tua mãe arranhasse
Quando te vejo
Quando te vejo Joaquina
Meu coração, meu coração a saltar
Diz-me que linda
Diz-me que linda pedrinha
Para eu poder
Para eu poder tropeçar
Amarelo é ouro, branca é a platina
Encarnada a boca da minha Joaquina
Vagabundo
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Nessas ruelas bizarras
Onde trinavam guitarras
Conheci há muitos anos
Um boémio, um vagabundo
Que na vida, a correr mundo
Espalhava seus desenganos
Tinha um ar afidalgado
Que naquele rosto enrugado
Se expressava debilmente
Olhar vago de saudade
Contido pela infelicidade
Sempre a sorrir tristemente
Tinha a história bem comprida
Dessa experiência vivida
De quem vive a correr mundo
Passeava a horas mortas
Pelas toscas ruas tortas
Era assim o vagabundo
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Nessas ruelas bizarras
Onde trinavam guitarras
Conheci há muitos anos
Um boémio, um vagabundo
Que na vida, a correr mundo
Espalhava seus desenganos
Tinha um ar afidalgado
Que naquele rosto enrugado
Se expressava debilmente
Olhar vago de saudade
Contido pela infelicidade
Sempre a sorrir tristemente
Tinha a história bem comprida
Dessa experiência vivida
De quem vive a correr mundo
Passeava a horas mortas
Pelas toscas ruas tortas
Era assim o vagabundo
A boneca
Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Pelo Natal fui pedir
A Jesus para me dar
Uma boneca a sorrir
Dessas que sabem falar
Em seguida me deitei
Na cama, entusiasmada
E toda a noite sonhei
Com a boneca engraçada
Toda vestida, a preceito
A seda azul, vinha já
Eu dava-lhe um certo jeito
la dizia «Papá»
Quando com ela a brincar
Minha mãe sorria mais
Eu cheguei a desejar
Um ano com mais Natais
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Pelo Natal fui pedir
A Jesus para me dar
Uma boneca a sorrir
Dessas que sabem falar
Em seguida me deitei
Na cama, entusiasmada
E toda a noite sonhei
Com a boneca engraçada
Toda vestida, a preceito
A seda azul, vinha já
Eu dava-lhe um certo jeito
la dizia «Papá»
Quando com ela a brincar
Minha mãe sorria mais
Eu cheguei a desejar
Um ano com mais Natais
Baila Lisboa
Letra e música de Verónica
Repertório de Ada de Castro
Estou a ver nosso Senhor
Por esta janela aberta
Mais além um rouxinol
Canta a Lisboa liberta
Canto um hino ao amor
E canto um hino à paz
Canto ao meu dia de sol
De chorar não sou capaz
Baila Lisboa
Com o povo que te ama
Teu nome com ele voa
Desde a Sé até Alfama
Deixa Lisboa
Que te adorem dia a dia
Já conheceste a vitória
Dá-nos a tua alegria
Com o Tejo a rebrilhar
Sob um céu de mil estrelas
Segue Lisboa cantando
Melodias das mais belas
Com o pé a saltitar
Vês moçoilas a sorrir
Só a ti estão louvando
Agora não vão partir
Repertório de Ada de Castro
Estou a ver nosso Senhor
Por esta janela aberta
Mais além um rouxinol
Canta a Lisboa liberta
Canto um hino ao amor
E canto um hino à paz
Canto ao meu dia de sol
De chorar não sou capaz
Baila Lisboa
Com o povo que te ama
Teu nome com ele voa
Desde a Sé até Alfama
Deixa Lisboa
Que te adorem dia a dia
Já conheceste a vitória
Dá-nos a tua alegria
Com o Tejo a rebrilhar
Sob um céu de mil estrelas
Segue Lisboa cantando
Melodias das mais belas
Com o pé a saltitar
Vês moçoilas a sorrir
Só a ti estão louvando
Agora não vão partir
Depois da tua ausência
Letra de Artur Ribeiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Só depois da tua ausência
É que fiquei a saber
Que sem ti o meu viver
É feito de negros dias
Sem ti a minha existência
Não tem a menor razão
E as minhas noites são
Acordadas e sombrias
Só quando saíste a porta
É que notei a diferença
E vi que a tua presença
Não pode ser afastada
Vi que nada mais importa
Neste mundo além de ti
E até tu voltares aqui
A vida ficou parada
Tentei ver-me noutro sonho
Tendo alguém no teu lugar
Alguém que me venha dar
Outra razão de viver
Meu olhar ficou tristonho
A olhar a casa nossa
E vi que não há quem possa
O teu lugar preencher
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Só depois da tua ausência
É que fiquei a saber
Que sem ti o meu viver
É feito de negros dias
Sem ti a minha existência
Não tem a menor razão
E as minhas noites são
Acordadas e sombrias
Só quando saíste a porta
É que notei a diferença
E vi que a tua presença
Não pode ser afastada
Vi que nada mais importa
Neste mundo além de ti
E até tu voltares aqui
A vida ficou parada
Tentei ver-me noutro sonho
Tendo alguém no teu lugar
Alguém que me venha dar
Outra razão de viver
Meu olhar ficou tristonho
A olhar a casa nossa
E vi que não há quem possa
O teu lugar preencher
Fado das ruas sem sol
José Régio / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Eliana Castro
Naquela rua, à tardinha
Já quase nada se via
Parece que o sol fugia
Daquela rua mesquinha
Mas tinha prédios imensos
Entrechocando telhados
Tão altos, como suspensos
De lá dos céus afastados
Por isso, logo à tardinha
Parece que o sol fugia
Daquela rua sombria
Onde a vida que se tinha
Nem vivia, e todavia
Mãe vida, que força a tua
Pululava e refervia
Das próprias pedras da rua
E até na meia cantiga
Que por sobre esses telhados
Numa voz de oiro sem liga
Lançava aos céus afastados;
Lançava aos céus afastados
Um sonho de rapariga
Repertório de Eliana Castro
Naquela rua, à tardinha
Já quase nada se via
Parece que o sol fugia
Daquela rua mesquinha
Mas tinha prédios imensos
Entrechocando telhados
Tão altos, como suspensos
De lá dos céus afastados
Por isso, logo à tardinha
Parece que o sol fugia
Daquela rua sombria
Onde a vida que se tinha
Nem vivia, e todavia
Mãe vida, que força a tua
Pululava e refervia
Das próprias pedras da rua
E até na meia cantiga
Que por sobre esses telhados
Numa voz de oiro sem liga
Lançava aos céus afastados;
Lançava aos céus afastados
Um sonho de rapariga
Guitarra fiel amiga
Leonel Moura / Alberto Correia *fado solene*
Repertório de Leonel Moura
Num retiro à moda antiga
Onde o fado vem dar brado
Guitarra fiel amiga
Vamos cantar mais um fado
Nas horas de pranto e dor
Quando a voz é mais dolente
Cantamos versos de amor
Que vem do peito da gente
Se aos fadistas dás abrigo
Nas horas de solidão
Passa esta noite comigo
Amiga do coração
E um dia quando eu deixar
As nossas noites de farra
A trinar hás-de chorar
Oh minha velha guitarra
Repertório de Leonel Moura
Num retiro à moda antiga
Onde o fado vem dar brado
Guitarra fiel amiga
Vamos cantar mais um fado
Nas horas de pranto e dor
Quando a voz é mais dolente
Cantamos versos de amor
Que vem do peito da gente
Se aos fadistas dás abrigo
Nas horas de solidão
Passa esta noite comigo
Amiga do coração
E um dia quando eu deixar
As nossas noites de farra
A trinar hás-de chorar
Oh minha velha guitarra
Ah não
Vasco Graça Moura / Carlos Paredes
Repertório de Mísia
Meu amor, meu amor
Foste-me sonho e pão
Foste febre e fervor
Razão e sem razão
E sede e sabor das manhãs de verão
Mas minha prisão, ah não
E em tanto calor nada foi em vão
Mas minha prisão, ah não
Meu amor, meu amor
Não te peço perdão
Não te peço favor
Não te peço aversão
Não te peço dor, nem a contrição
Nem o coração, ah não
Agora ao sol-pôr meus olhos se vão
E não voltarão, ah não
Repertório de Mísia
Meu amor, meu amor
Foste-me sonho e pão
Foste febre e fervor
Razão e sem razão
E sede e sabor das manhãs de verão
Mas minha prisão, ah não
E em tanto calor nada foi em vão
Mas minha prisão, ah não
Meu amor, meu amor
Não te peço perdão
Não te peço favor
Não te peço aversão
Não te peço dor, nem a contrição
Nem o coração, ah não
Agora ao sol-pôr meus olhos se vão
E não voltarão, ah não
Beijo procura-se
Alberto Aguabrava / Manuel da Graça Pereira
Repertório de Catarina Rocha
Passo o meu dia à procura
De ti, criatura
Do teu beijo
Ao dobrar de cada esquina
Na rua de cima
Não te vejo
Becos, pracetas
Jardins nos quais adormeço
Noite na qual prometemos
Amar-nos até do avesso
Vou andar por onde calhe
Mesmo que me espalhe
No pó do caminho
Eu não quero o meu amor
Só porque eu demore
A ficar sozinho
Já com a cristã quebrada
A língua cansada
E com sono
Vejo surgir duma sombra
Tua boca redonda
Não sei como
Grito bem alto:
Meu bem, por onde é que andaste?
Calma! talvez não te lembres
Fiquei onde tu me beijaste
Repertório de Catarina Rocha
Passo o meu dia à procura
De ti, criatura
Do teu beijo
Ao dobrar de cada esquina
Na rua de cima
Não te vejo
Becos, pracetas
Jardins nos quais adormeço
Noite na qual prometemos
Amar-nos até do avesso
Vou andar por onde calhe
Mesmo que me espalhe
No pó do caminho
Eu não quero o meu amor
Só porque eu demore
A ficar sozinho
Já com a cristã quebrada
A língua cansada
E com sono
Vejo surgir duma sombra
Tua boca redonda
Não sei como
Grito bem alto:
Meu bem, por onde é que andaste?
Calma! talvez não te lembres
Fiquei onde tu me beijaste
Mercado da Ribeira
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É na faina da Ribeira
Que esta Lisboa velhinha
Ali com o Tejo à beira
É a mais bela alfacinha
Entre canastras e chitas
Andam risos aos montões
Entre cantigas bonitas
Andam pragas e pregões
E é tal o encanto seu
Para ver quem grita mais
Gritam gaivotas no céu
Gritam varinas no cais
Entre a folia de cor
Das fragatas em quermesse
Cada riso é uma prece
E cada vela parece
Branco círio de um andor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É na faina da Ribeira
Que esta Lisboa velhinha
Ali com o Tejo à beira
É a mais bela alfacinha
Entre canastras e chitas
Andam risos aos montões
Entre cantigas bonitas
Andam pragas e pregões
E é tal o encanto seu
Para ver quem grita mais
Gritam gaivotas no céu
Gritam varinas no cais
Entre a folia de cor
Das fragatas em quermesse
Cada riso é uma prece
E cada vela parece
Branco círio de um andor
Abre a tua janela
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Hermínia Silva
Abre a tua janela e vê Lisboa
Tão bela e tão boa, tão bela e tão boa
E vê o Tejo a passar
Levando um adeus ao mar;
Abre a tua janela e vê Lisboa
Mas não à toa, mas não à toa
Abre a tua janela
E vê por ela esta Lisboa
Vê a graça da Graça
E como há raça na Madragoa
Vê as velhas trapeiras
Com sardinheiras na Mouraria
Vê como tudo canta
Canta e encanta da Sé à Guia
Quando vem a noite e o céu estrelado
Ouve-se o fado, ouve-se o fado
E a lua sempre a brilhar
Faz poeta o próprio ar;
E quando está triste esta cidade
É a saudade, é a saudade
Repertório de Hermínia Silva
Abre a tua janela e vê Lisboa
Tão bela e tão boa, tão bela e tão boa
E vê o Tejo a passar
Levando um adeus ao mar;
Abre a tua janela e vê Lisboa
Mas não à toa, mas não à toa
Abre a tua janela
E vê por ela esta Lisboa
Vê a graça da Graça
E como há raça na Madragoa
Vê as velhas trapeiras
Com sardinheiras na Mouraria
Vê como tudo canta
Canta e encanta da Sé à Guia
Quando vem a noite e o céu estrelado
Ouve-se o fado, ouve-se o fado
E a lua sempre a brilhar
Faz poeta o próprio ar;
E quando está triste esta cidade
É a saudade, é a saudade
Rua sombria
Manuel de Andrade / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Carlos Zel
Tenho saudades da rua
Sombria, tristonha e nua
Onde o nosso amor morou
Pobre dessa rua esguia
Pobre rua, não sabia
Que afinal tudo acabou
Ali juntos ao luar
Corriam sem se notar
Horas e horas seguidas
E só a rua escutava
O rumor que mal escapava
Das nossas frases mentidas
Pobre dessa rua esguia
Não sabia que mentia
Ao falar pelas nossas bocas
Essa rua nos juntou
Triste rua, apadrinhou
As nossas promessas loucas
Repertório de Carlos Zel
Tenho saudades da rua
Sombria, tristonha e nua
Onde o nosso amor morou
Pobre dessa rua esguia
Pobre rua, não sabia
Que afinal tudo acabou
Ali juntos ao luar
Corriam sem se notar
Horas e horas seguidas
E só a rua escutava
O rumor que mal escapava
Das nossas frases mentidas
Pobre dessa rua esguia
Não sabia que mentia
Ao falar pelas nossas bocas
Essa rua nos juntou
Triste rua, apadrinhou
As nossas promessas loucas
Cana verde do mar
Popular
Repertório de Amália
Caninha verde, ó minha verde caninha
Ó minha caninha verde, ó minha verde caninha
Anda, não anda, ai minha verde caninha
Salpicadinha d’amores, de amores salpicadinha
Ó cana verde, de amores salpicadinha
Verde no mar, anda à volta do vapor
A cana verde no mar anda à volta do vapor
Anda, não anda, anda à volta do vapor
Ainda está para nascer quem há-de ser meu amor
Ai cana verde, quem há-de ser meu amor
Caninha verde à porta do escondidinho
Ó minha caninha verde, à porta do escondidinho
Anda, não anda, à porta do escondidinho
Uma rola que a viu e não a quis fazer-lhe o ninho
Ó cana verde, não a quis fazer-lhe o ninho
Colher cerejas para andar de cano em cano
Ó cana, ó verde cana, para andar de cano em cano
Anda, não anda, para andar de cano em cano
Eu hei-de ir à tua porta fazer sombra todo ano
Ai cana verde, fazer sombra todo ano
Repertório de Amália
Caninha verde, ó minha verde caninha
Ó minha caninha verde, ó minha verde caninha
Anda, não anda, ai minha verde caninha
Salpicadinha d’amores, de amores salpicadinha
Ó cana verde, de amores salpicadinha
Verde no mar, anda à volta do vapor
A cana verde no mar anda à volta do vapor
Anda, não anda, anda à volta do vapor
Ainda está para nascer quem há-de ser meu amor
Ai cana verde, quem há-de ser meu amor
Caninha verde à porta do escondidinho
Ó minha caninha verde, à porta do escondidinho
Anda, não anda, à porta do escondidinho
Uma rola que a viu e não a quis fazer-lhe o ninho
Ó cana verde, não a quis fazer-lhe o ninho
Colher cerejas para andar de cano em cano
Ó cana, ó verde cana, para andar de cano em cano
Anda, não anda, para andar de cano em cano
Eu hei-de ir à tua porta fazer sombra todo ano
Ai cana verde, fazer sombra todo ano
Nem um adeus me disseste
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ao longe o teu vulto agreste
Para sempre se perdia
Nem um adeus me disseste
Nunca vi mais triste dia
Não foram saudades tuas
Que me fizeram cantar
Foi o silêncio das ruas
Que não posso suportar
Que sina desventurada
Me criou só para a dor
Cada ventura sonhada
É desventura maior
Acerquei-me duma cruz
Meu olhar foi oração
Não reza quem sabe orar
Reza quem tem coração
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ao longe o teu vulto agreste
Para sempre se perdia
Nem um adeus me disseste
Nunca vi mais triste dia
Não foram saudades tuas
Que me fizeram cantar
Foi o silêncio das ruas
Que não posso suportar
Que sina desventurada
Me criou só para a dor
Cada ventura sonhada
É desventura maior
Acerquei-me duma cruz
Meu olhar foi oração
Não reza quem sabe orar
Reza quem tem coração
Ali em Alfama
Carlos Conde / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Raúl Pereira
O Chico Estivador, homem de fama
Por render culto ao fado e à profissão
Mora no bairro típico de Alfama
E trabalha no Cais da Fundição
Namora com a Rosa * a cotovia*
Cachopa de olhar vivo, encantador
Com lugar de hortaliça e peixaria
Mesmo em frente do Chico Estivador
Como a Rosa por vezes também canta
Aos domingos de tarde vão ao fado
E fazem desfiar pela garganta
As rimas dum poeta consagrado
Casam já no domingo, ali na Sé
E p’ra casa do Chico vão morar
Ele tem o trabalho mesmo ao pé
E a Rosa fica em frente do lugar
Repertório de Raúl Pereira
O Chico Estivador, homem de fama
Por render culto ao fado e à profissão
Mora no bairro típico de Alfama
E trabalha no Cais da Fundição
Namora com a Rosa * a cotovia*
Cachopa de olhar vivo, encantador
Com lugar de hortaliça e peixaria
Mesmo em frente do Chico Estivador
Como a Rosa por vezes também canta
Aos domingos de tarde vão ao fado
E fazem desfiar pela garganta
As rimas dum poeta consagrado
Casam já no domingo, ali na Sé
E p’ra casa do Chico vão morar
Ele tem o trabalho mesmo ao pé
E a Rosa fica em frente do lugar
Boatos
Letra e música de Jorge Cruz
Repertóri0o de Cristina Branco
Dizem por aí desde o dia em que apareci
Que não há um lar seguro na cidade
Muito patuá se ouve no salão de chá
Sobre o que esta sabe e a outra ouviu dizer
É o senhor doutor, é o juiz, é o prior
O que não falta é suspeitos das andanças
Tudo o que é marido pelos vistos, eu persigo
Até me chamam menina das alianças
Mas são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou
O que eu faço, de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam
Repertóri0o de Cristina Branco
Dizem por aí desde o dia em que apareci
Que não há um lar seguro na cidade
Muito patuá se ouve no salão de chá
Sobre o que esta sabe e a outra ouviu dizer
É o senhor doutor, é o juiz, é o prior
O que não falta é suspeitos das andanças
Tudo o que é marido pelos vistos, eu persigo
Até me chamam menina das alianças
Mas são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou
O que eu faço, de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam
Mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos
Dizem que conheço
Não passam de boatos
Dizem que conheço
Camas grandes de mansões
Apesar de ter um pobre apartamento
Na Rua de São Brás, 27 - 5º- trás
Onde o escândalo vem a acontecer
Homens bem casados
Apesar de ter um pobre apartamento
Na Rua de São Brás, 27 - 5º- trás
Onde o escândalo vem a acontecer
Homens bem casados
Diz que esbanjam ordenados
Em floristas, joias, prendas e jantares
Agem sem alarde, mesmo
Em floristas, joias, prendas e jantares
Agem sem alarde, mesmo
Quando chegam tarde
Têm sempre um álibi para escapar
Qual a verdade? o que é que importa
Se fico só quando chega o amanhecer
Resta-me o pouco que me bate à porta
E se alguém me perguntar
Ainda tenho de dizer
Teorias, fantasias, aparatos
Devaneios, mexericos, desacatos
Todos falam
Têm sempre um álibi para escapar
Qual a verdade? o que é que importa
Se fico só quando chega o amanhecer
Resta-me o pouco que me bate à porta
E se alguém me perguntar
Ainda tenho de dizer
Teorias, fantasias, aparatos
Devaneios, mexericos, desacatos
Todos falam
Mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos
Não passam de boatos
Carnaval
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Pelas horas matutinas
O céu vermelho raiou
E do carnaval ficou
Um montão de serpentinas
Pelos salões, o folguedo
Pouco a pouco se esvaiu
E a noite guardou segredo
Daquilo que consentiu;
Amanhã serão lembrados
Romances de namorados
De rostos que ninguém viu
Naquela alegre tipóia
Corremos de lado a lado
E essa noite de rambóia
Terminou ao som do fado
E corridas as cortinas
Essa tipóia abalou
E do carnaval ficou
Um montão de serpentinas
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Pelas horas matutinas
O céu vermelho raiou
E do carnaval ficou
Um montão de serpentinas
Pelos salões, o folguedo
Pouco a pouco se esvaiu
E a noite guardou segredo
Daquilo que consentiu;
Amanhã serão lembrados
Romances de namorados
De rostos que ninguém viu
Naquela alegre tipóia
Corremos de lado a lado
E essa noite de rambóia
Terminou ao som do fado
E corridas as cortinas
Essa tipóia abalou
E do carnaval ficou
Um montão de serpentinas
A voz da poesia
Kátia Guerreiro / Rui Veloso
Repertório de Kátia Guerreiro
Eu dei a minha voz à poesia
E ao fado asas para eu voar
Encontrei no teu amor a alegria
Que me dá esta coragem para cantar
Tens sonho, tens cor e liberdade
Tens tudo o que eu queria p’ra viver
És ternura e conforto, és verdade
Sou mais forte e segura, mais mulher
Veio a vida ensinar-me que o destino
É traçado em cada passo que eu der
E que o fado não é mais do que um caminho
Que os poetas traçam ao escrever
No meu fado sinto todo o nosso amor
P’ra ti canto e solto a minha voz
Sou gaivota, mas contigo sou maior
No poema, somos mais, nós somos nós
Repertório de Kátia Guerreiro
Eu dei a minha voz à poesia
E ao fado asas para eu voar
Encontrei no teu amor a alegria
Que me dá esta coragem para cantar
Tens sonho, tens cor e liberdade
Tens tudo o que eu queria p’ra viver
És ternura e conforto, és verdade
Sou mais forte e segura, mais mulher
Veio a vida ensinar-me que o destino
É traçado em cada passo que eu der
E que o fado não é mais do que um caminho
Que os poetas traçam ao escrever
No meu fado sinto todo o nosso amor
P’ra ti canto e solto a minha voz
Sou gaivota, mas contigo sou maior
No poema, somos mais, nós somos nós
Beija-me e foge
Maria de Lourdes Carvalho / Franklim Godinho
Repertório de Dina do Carmo
É vontade de te ver
Fogo da minha ternura
Luz dos meus olhos cansados
É medo de te perder
O pranto desta loucura
Meus sorrisos desmaiados
Sei que já não me pertences
Que vives com outro alguém
Que teu amor me roubou
Teu sorriso não me ofereces
Tua boca, eu sei bem
Meu sabor nela secou
Se sentes algum carinho
Peço-te, por caridade
Traz-me esse tempo já longe
E junto a mim, de mansinho
Num minuto de saudade
Vem amor, beija-me e foge
Repertório de Dina do Carmo
É vontade de te ver
Fogo da minha ternura
Luz dos meus olhos cansados
É medo de te perder
O pranto desta loucura
Meus sorrisos desmaiados
Sei que já não me pertences
Que vives com outro alguém
Que teu amor me roubou
Teu sorriso não me ofereces
Tua boca, eu sei bem
Meu sabor nela secou
Se sentes algum carinho
Peço-te, por caridade
Traz-me esse tempo já longe
E junto a mim, de mansinho
Num minuto de saudade
Vem amor, beija-me e foge
Santo oleiro
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Não deixes que o teu amor
A brincar te quebre a bilha
Qu’isso do Santo a compor
É conversa, minha filha
Tanta vez o pucarinho
Vai à fonte, minha filha
Deixa lá! Santo Antoninho
Dá um jeito e arranja a bilha
Santo António vê se deixas
As cantarinhas em paz
E atende também às queixas
Do pobre oleiro que as faz
Não critiques o acerto
Dos gatos que eu pus na bilha
Viu Santo António o concerto
E disse: que maravilha
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Não deixes que o teu amor
A brincar te quebre a bilha
Qu’isso do Santo a compor
É conversa, minha filha
Tanta vez o pucarinho
Vai à fonte, minha filha
Deixa lá! Santo Antoninho
Dá um jeito e arranja a bilha
Santo António vê se deixas
As cantarinhas em paz
E atende também às queixas
Do pobre oleiro que as faz
Não critiques o acerto
Dos gatos que eu pus na bilha
Viu Santo António o concerto
E disse: que maravilha
Canção de embalar o amor
Tiago Salazari / Vitorino
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
És minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois;
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
És minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois;
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
A minha terra é Viana
Pedro Homem de Mello / Alain Oulman
Repertório de Amália Rodrigues
A minha terra é Viana
Sou do monte e sou do mar
Só dou o nome de terra
Onde o da minha chegar;
Ó minha terra vestida
Da cor da folha da rosa
Ó brancos saios de Perre
Vermelhinhos de Areosa
Virei costas à Galiza
Repertório de Amália Rodrigues
A minha terra é Viana
Sou do monte e sou do mar
Só dou o nome de terra
Onde o da minha chegar;
Ó minha terra vestida
Da cor da folha da rosa
Ó brancos saios de Perre
Vermelhinhos de Areosa
Virei costas à Galiza
Voltei-me antes para o mar
Santa Marta, saias negras
Santa Marta, saias negras
Tem vidrilhos de luar
Dancei a Gota em Carreço
O Verde Gaio em Afife
Dancei-o devagarinho
Como a lei manda bailar;
Como a lei manda bailar
Dancei em Vila a Tirana
E dancei em todo o Minho
E quem diz Minho diz Viana
Virei costas à Galiza
Dancei a Gota em Carreço
O Verde Gaio em Afife
Dancei-o devagarinho
Como a lei manda bailar;
Como a lei manda bailar
Dancei em Vila a Tirana
E dancei em todo o Minho
E quem diz Minho diz Viana
Virei costas à Galiza
Voltei-me então para o sul
Santa Marta, saias verdes
Santa Marta, saias verdes
Deram-lhe o nome de azul
A minha terra é Viana
São estas ruas estreitas
São os navios que partem
São as pedras que ficam;
É este sol que me abrasa
Este amor que não engana
Estas sombras que me assustam
A minha terra é Viana
Virei costas à Galiza
A minha terra é Viana
São estas ruas estreitas
São os navios que partem
São as pedras que ficam;
É este sol que me abrasa
Este amor que não engana
Estas sombras que me assustam
A minha terra é Viana
Virei costas à Galiza
Pus-me a remar contra o vento
Santa Marta, saias rubras
Santa Marta, saias rubras
Da cor do meu pensamento
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