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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Vai-vém do cacilheiro

Rui Manuel / Vital d' Assunção
Repertório de Artur Batalha 

Anda alegre o cacilheiro 
Com uma gaivota na proa 
Num vai-vem o dia inteiro 
De Cacilhas pra Lisboa

Casca de noz amarela 
Desbravando o mar da Palha 
A pressa não atrapalha 
A quem anda com cautela
O Cristo-Rei tagarela 
Espreita cada passageiro 
Tem rosto de marinheiro 
Nascido à beira do rio 
Co’a proa num desafio 
Anda alegre o cacilheiro

Transporta o sol de boleia 
Manda piropos à lua 
E diz não ser culpa sua 
Quando ela aparece cheia
A ponte nem faz ideia 
Da gente que se amontoa 
No seu bojo, maré boa 
Maré povo de coragem 
Dia a dia na viagem 
De Cacilhas pra Lisboa

De Cacilhas pra Lisboa 
Num vai-vem um dia inteiro
Com uma gaivota na proa 
Anda alegre o cacilheiro

Balada da distãncia

Horácio Carvalho / Popular *fado das horas*
Repertório de Artur Batalha 

Quero um caminho, um lugar
Onde possa estar mais só
Não quero que pises o pó
Que eu pisei ao caminhar

Quero deixar esta saudade 
Onde tu não me procures
Eu quero um lugar, algures 
Onde encontre a felicidade

Quero um sulco sobre o pó 
Que não se possa apagar
Quero um caminho, um lugar 
Onde possa estar mais só

Quero olvidar a fragrância 
Sopro de perfumes finos
Quero ouvir mil violinos 
Na balada da distância

Cravo poeta

Fernando Jô / Carlos da Maia
Repertório de Artur Batalha

A NECESSITAR DE CONIRMAÇÃO
Embora na ficha técnica da gravação apareça mencionado o nome de Fernando Jô 
como tendo sido o autor da letra, chegou-me a informação que a autoria pertence a 
Jorge Fernando.

Nesta hora, a poesia
É a máxima distância
Que me separa do mundo
E da noite negra e fria
Sobe a haste da infãncia
Nasce um cravo vagabundo

Cresce de tudo um poema
Pelos muros da cidade 
Sem medos de amanhecer
Nas raízes morre a algema
Que lhe prendia a idade 
Com decretos de viver

Sorri ao mundo, sorri
Em cada folha um poema 
Cravo de verso na mão
As pétalas que te vesti
Sem usar de estratagema 
Dão ao meu fado, razão

Boneca atrevida

Valente Rocha / João Alberto
Repertório de Artur Batalha

Boneca atrevida 
Que finges não ver na tua corrida
Que prendes a vida 
De alguém que te quer
Não páras, não ligas
Mas olha, meu bem
Que há mais raparigas 
Bonitas também

Ouve boneca
Não queiras parecer o gato
Brincando com o rato
Não troces do amor
Não rias do meu sentir
Que o último a rir
É quem ri melhor

Boneca vaidosa, cheia d’esprança
És muito orgulhosa
Mas olha que a rosa 
Também perde a cor
Não deves fazer do amor, farrapo
P’ra não vires a ser boneca de trapo

Diz o que queres

Paco Gonzalez / Eduardo César
Repertório de Artur Batalha

Diz o que queres
Mas duma vez para sempre
Eu sei que não ‘stás contente
Desta saudade sem fim
Diz o que queres
Não te importes magoar
Se já deixaste de amar
És mais um fado p’ra mim

Talvez um dia 
Reconheças quanto eu amo
Talvez um dia 
Tu me dês justo valor
A vida, é certo
Dá-nos tanto desengano
Mas que seria da vida 
Se não existisse amor

Diz o que queres
Mas foge dos olhos meus
Que eu não quero ver nos teus
O ciúme envergonhado
Diz o que queres
Diz tudo numa só hora
Que eu irei p’la vida fora 
Dizendo coisas ao fado

A cruz que te dei

Alexandre Fontes / Jorge Fontes
Repertório de Artur Batalha

Há quanto tempo não sei 
Uma cruz te ofereci
Não é de oiro de lei 
Mas amor eu nela vi

Ainda eras menina 
Loiras tranças, pouca idade
Mas essa cruz pequenina 
Foi para ti felicidade

Essa cruz
No teu peito pendurada
É a imagem de Jesus
Que tu trazes bem guardada
Essa cruz
De madeira, pobrezinha
Só a dor nela traduz
Porque é minha, muito minha

Hoje és mulher, bem o sei 
Tens na vida a ilusão
E aquela cruz que eu te dei 
Está junto ao teu coração

Deus queira que tu a guardes 
P’la vida fora, querida
Pois sou eu, tu bem o sabes 
O amor da tua vida

Amor sincero

 *a lei da vida*
Letra e musica de João Alberto
Repertório de Artur Batalha

Gastei contigo parte da vida que já vivi
Jamais consigo ser o que era se te perdi
Ontem gostaste, hoje cansaste de me querer bem
É a lei da vida, tudo o que nasce morre também

Amor sincero, fico a pensar
Que no teu peito não pode entrar
Amor sincero nunca peças p’ra te dar
Amor sincero só pode haver
Quando são dois a querer viver
O amor toda a vida, até morrer

Não vejo jeito para entender tua vontade
Que no teu peito, em vez de amor, haja amizade
Qual de nós dois verá depois que está errado
Nem tu nem eu pode esquecer o amor passado

Estás a pensar em mim

*Promete, jura* e/ou *Luta por mim, amor*
Maria João Dâmaso / Sérgio Dâmaso
Repertório de Artur Batalha 

Estás a pensar em mim, promete, jura
Sentes como eu o vento a soluçar
As verdades mais certas mais impuras
Que as nossas bocas têm p’ra contar

Sentes lá fora a chuva estremecida
Como o desenlaçar duma aventura
Que pode ou não ficar por toda a vida
Diz que sentes como eu, promete, jura

Se sentires esse fogo que te queima
Se sentires o meu corpo em tempestade
Luta por mim amor, arrisca, teima
Abraça este desejo que me invade

Se sentes meu amor, o que eu não disse
Além de tudo o mais do que disseste
É que não houve verso que eu sentisse
Aquilo que eu te dei e tu me deste

Promte, jura

*Luta por mim, amor* e/ou *Estás a pensar em mim*
Maria João Dâmaso / Sérgio Dâmaso *fado sérgio*
Repertório de Mariza a Artur Batalha

Estás a pensar em mim, promete, jura
Se sentes como eu, o vento a soluçar
As verdades mais certas mais impuras
Que as nossas bocas têm p’ra contar

Se sentes lá fora a chuva estremecida
Como o desenlaçar duma aventura
Que pode ou não ficar por toda a vida
Diz que sentes como eu, promete, jura

Se sentires esse fogo que te queima
Se sentires o meu corpo em tempestade
Luta por mim amor, arrisca, teima
Abraça este desejo que me invade

Se sentes meu amor, o que eu não disse
Além de tudo o mais do que disseste
É que não houve verso que eu sentisse
Aquilo que eu te dei e tu me deste

Fado dum mundo louco

Zeca Maneca / João Maria dos Anjos
Repertório de Artur Batalha


Noite negra nua e fria
Uma garganta escondida
Estranho silêncio no ar
A cantar a nostalgia
Que nela vinha perdida
Numa noite sem luar

Era a voz do louco fado
Dum pesadelo a fugir 
Ao fascínio da maldade
No seu mundo inconformado
Onde teve que cair 
No abismo da verdade

Uivou a noite dos lobos
Chorou a noite sem calma 
Neste mundo sem razão
Nas gargalhadas dos bobos
Nos tristes corpos sem alma 
A viver na escuridão

Não conheço o meu destino

Alexandre Fontes / Fontes Rocha
Repertório de Artur Batalha

Não conheço a felicidade
Que anda perdida no vento
Conheço bem a saudade
Que não me deixa um momento

Não conheço madrugadas 
Mais medonhas do que as minhas
Conheço vidas erradas 
Voando como andorinhas

Não conheço o desespero 
Da paixão que é herdada
Conheço gente que é zero 
Vivendo sempre do nada

Não conheço meu destino 
Eu não sei pra onde vou
Neste mundo em desatino 
Eu nem sequer sei quem sou

Noites sem fim

Artur Ribeiro / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Artur Batalha 

Ai quantas noites perdidas
Contigo compartilhadas
A semear vendavais;
Horas falsas mal vividas
À minha vida roubada
Que não quero viver mais

Ai quem me dera esquecer
Aquelas noites sombrias 
Vividas sem qualquer fim
Horas e horas sem ver
Sem ver que tu não valias 
Nem um minuto de mim

O que sofri ninguém sonha
Das tuas noites já fartas 
De mudarem de paixão
E hoje tenho vergonha
Por não conseguir que partas 
De vez, do meu coração

Coração embriagado

Valente Rocha / João Alberto
Repertório de Artur Batalha

Entrei num bar 
Com desejos de beber
Somente para esquecer
O que não quero lembrar
Bebo por perder a esperança

Da sorte que o mundo me nega
Com a sede da vingança
Só a bebida me sossega

Um homem embriagado
É aos olhos de quem passa
Um corpo abandonado
Vivendo a sua desgraça;
Mas essa alma vencida
Entregue ao vicio à loucura
Encontra num bebida
Tudo aquilo que procura

Eu procurei ser feliz, não consegui
Tudo o que tinha perdi
Do que foi meu já não sei;
Ao lembrar o que já tive

Desde que me fui esquecendo
A gente pensa que vive
E afinal vai morrendo

Filho noite

José Luís Gordo / Franklim Godinho *fado franklim*
Repertório de Artur Batalha

Sou da noite um filho noite
E traga a noite na alma
Na pele, o sangue das mãos;
As estrelas são mais fortes
Parecem dar outros nortes
Ás ruas do coração

É a noite que me serve
De refúgio aos sofrimentos 
Que a memória quer esquecer
A razão nada de deve
Sou filho dos pensamentos 
Sem vozes de eu entender

É a noite que me cobre
Com seu manto de negrura 
Os sentidos dos meus passos
Que loucos, como dois pobres
Querem esquecer a ternura 
Que tive nos teus abraços

As chinelinhas

Manuel Pardal / Popular *fado mouraria*
Repertório de Artur Batalha


De quem são as chinelinhas
Que andavam no bailarico
Eu vi-as bailar sozinhas
Não devem ter namorico


Gosto delas, podem crer 
Como se elas fossem minhas
Mas não consigo saber 
De quem são as chinelinhas

Dia e noite em busca delas 
Mas sem sabê-lo não fico
De quem são essas chinelas 
Que andavam no bailarico

Como é possível, tão belas 
Como duas avezinhas
Ninguém bailava com elas 
Eu vi-as bailar sozinhas

Se elas bailavam assim 
Sozinhas no bailarico
Talvez esperem por mim 
Não devem ter namorico

Sinas trocadas

Clemente Pereira / João Alberto
Repertório de Artur Batalha

Cigana dos sonhos meus 
Cautela co'a falsidade
Juraste p'los olhos teus 
Que me disseste a verdade

Andas p'raí dizer 
As paixões que há por aí
Melhor as deve saber 
Quem as tem dentro de si

Cigana leste a minha sina
Dela disseste o mal e o bem
Duma mulher a quem eu quero 
Como a ninguém
Nesta ansiedade vivo a sofrer
Mas a verdade vou pôr a nú
Sabes quem é essa mulher?
Cigana és tu

Andas na tua rotina 
Sempre a falar em paixão
Noto por minha má sina 
Que tu, não tens coração

Se o tivesses, concerteza 
Sentias, o que eu senti
Minh'alma triste andar presa 
Não à sina, mas a ti

Foi ontem

Raúl Dias / José Inácio
Repertório de Artur Batalha

Não me fales mais de amor 
Se eu p'ra ti já nada sou
E nem me guardes rancor  
Lá porque tudo acabou

Já tinha de acontecer 
O destino assim o quis
Quem nasceu para sofrer
 Nunca pode ser feliz

Foi ontem... 
Que o nosso amor terminou
E o que entre nós se passou 
Foi um braseiro apagado
E hoje...
 
Eu preferia morrer
Do que algum dia te ver 
Com outro homem ao lado

Eu que te amei loucamente 
Desde o dia em que te vi
Pressinto que estou diferente 
E que vivo bem sem ti

Ontem zanguei-me contigo 
Foi cruel o meu tormento
E p'ra meu maior castigo 
Não me sais do pensamento

À porta do fado

Letra e música de Paco Gonzalez
Repertório de Artur Batalha 


Não quero perder mais tempo contigo
Impus-te o duro castigo 
De nunca mais te querer
Não quero reviver o que foi nosso
Pois francamente não posso

Mesmo que viva a sofrer 

Isto disseste tu
Eu concordei por fim
Não mendiguei amor
Nem quis saber de mim
Fiquei ao Deus dará
Só dei razão a quem
Na vida, nunca amou 
Assim como eu amei 

O tempo marcou horas de tristeza
Sem haver na tua mesa 

O pão do carinho meu
O tempo deixou-te à porta do fado
Mas como estou tão cansado

Não quero nada que é teu

Nasci em lençois de palha

José Régio e Fernanda do Carmo / Popular *fado menor*
Repertório de Artur Batalha

Nasci em lençóis de palha
Que outros lençóis não havia
Hora a hora, dia a dia
Vou vivendo como calha

Nasci sem razão de ser
Qual raiz apodrecida
Que não pediu p'ra nascer
E não tem direito á vida

Tenho ou não categoria
Se tenho ou não quem me valha
Mas morrerei qualquer dia
Nos mesmos lençóis de palha

Irmão fora da lei

Letra e música de Paco Gonzalez
Repertório de Artur Batalha

Foi posto ao Deus dará desde menino
A rua foi a escola e o professor
Foi a fome, o desprezo e o castigo
Na vida em primavera sem amor

Vagueou noites sem fim ao abandono
A escada foi a cama p'ra dormir
Em vez dum bom ó ó para seu sono
Levava pontapés para sair

Eu já cantei 
Aos olhos do desdém e à minha alma
Com essa dor brutal que não se acalma
Por ver a vida assim tão desigual
Mas não cantei o amor
Ao meu irmão fora da lei
Aquilo que ele passou e que eu passei
Até chegar a ser fora da lei

Se as portas do amor se vão fechando
Á criança que a vida vai colher
Não peçam que vá dignificando
O homem na revolta de seu ser

Seria bom que houvesse mais ternura
Neste mundo egoísta que falei
P'ra nunca mais sentir tanta amargura
Ao cantar meu irmão fora da lei