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Fria claridade

Pedro Homem de Mello / Pedro Rodrigues
Repertório de João Braga 


No meio da claridade
Daquele tão triste dia
Grande, grande era a cidade
E ninguém me conhecia

Rostos, carros, movimentos 
Traziam noite e segredo
Só eu me sentia lento 
E avançava quase a medo

Só a saudade da pátria 
Longínqua, me acompanhava
Quisera voltar à serra 
E ouvir o vento e a água brava

Quisera voltar ao bosque 
Onde sei que sou lembrado
Voltar às l
eiras de Afife
E ouvir a canção tão mansa 
Do pastor que guarda o gado

Mas nas ruas sinuosas 
Ainda o rumor crescera
E eu contemplava assombrado

Minhas mãos ontem com rosas
Minhas mãos hoje de cera

Então passaram por mim 
Uns olhos lindos, depois
Julguei sonhar, vendo enfim 
Dois olhos, como há só dois

Em todos os meus sentidos 
Tive presságios de adeus
E os olhos logo perdidos 
Afastaram-se dos meus

Acordei, a claridade 
Fez-se maior e mais fria
Grande, grande era a cidade 
E ninguém me conhecia

A lenda do velho Porto

Carlos Bessa / Pedro Rodrigues
Repertório de José Barbosa

Cai um forte nevoeiro
Sobre esta linda cidade
Que deu nome a Portugal
Parece que o céu inteiro
Quer esconder a verdade
Da história medieval

Diz a lenda, que um dia
El-rei D, Pedro, à toa 
Anunciou o noivado
Sem saber o que dizia
Quis que o Porto e Lisboa
 Casassem no seu reinado

Grande cortejo imponente
O Rio Douro subiu 
Barcos do país inteiro
É então que de repente
As portas do céu se abriu 
Caiu forte nevoeiro

O Porto desapareceu
E El-rei viu-se obrigado 
A anular o casamento
Lisboa se entristeceu
Por romperem seu noivado 
Deu entrada num convento

O Porto ficou solteiro
Amante da liberdade 
Deixá-lo ser, não faz mal
Deus lhe deu o nevoeiro
A essa linda cidade 
Que deu nome a Portugal

Outono ou primavera

António Campos / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Pedro Vilar

Nada tive na chegada
Nem um pouco ou quase nada
Nada tinham p’ra me dar
Não sei o que faço aqui
Pois nada, nada pedi
Nem conheço este lugar

Se uma brisa aqui passasse
Que de leve me tocasse 
E me dissesse o que eu sou
Quem sabe eu não fôra alguém
Que não sabe de onde vem 
Mas que um dia alguém amou

Se eu fosse vinho ou fermento
Ou mesmo um golpe de vento 
Pelo menos tinha um nome
Mas não sei nada de mim
Se sou princípio ou sou fim 
Nem o não ser que consome

Olho em volta e nada faço
Não sinto dor nem cansaço
 Não sou razão nem quimera
Tudo tudo é abandono
Não sei se nasci no outono 
Se morri na primavera

Fado fado

Nito / Pedro Rodrigues
Repertório de Deolinda Rodrigues

Ser fadista é ter no peito
Um coração contrafeito 
E um poema de afeição
É cantar constantemente
O amor de toda a gente 
Nos versos de uma canção

Em cada espaço de dor
É já saudade maior 
O pranto que se adivinha
É porta-voz de ansiedade
Daquele que chegou tarde 
E ficou de alma sozinha

Ó fado fado
Este povo que te canta
Ó fado fado
Vives na nossa garganta
Ó fado fado
Das horas boas e más
Quanta alegria tu nos dás
Ó fado fado

Se alguém anda amargurado
Busca o consolo no fado 
Conta-lhe s penas da alma
O fado que ao fado narra
Vai dedilhar na guitarra 
E o peito logo se acalma

Este fado que não passa
Canção-pátria, sol da raça 
Onde houver um português
Todos sabemos cantá-lo
P'ra tanto basta escutá-lo 
E repeti-lo outra vez

Rapsódia do fado que ninguém quer

Tiago Torres da Silva / Rapsódia de músicas
Repertório de Marco Rodrigues

Fado Alvito > Jaime Santos
Quem entrega a alma ao fado
Precisa de ter cuidado 
Com cada coisa que sente
Porque se o fado a aceita
A alma pouco aproveita 
Da vida que tem à frente

Fado Georgino > Georgino de Sousa
Quem entrega ao fado a alma
Precisa de andar com calma 
Sem fazer muito alarido
Pois sempre que o fado a quer
Toma a alma por mulher 
Mas não se faz seu marido

Fado Pedro Rodrigues
Quem ao fado a alma entrega
À noite nunca sossega 
Dos p’rigos que o fado traz
Abre as portas à desgraça
Porque essa noite não passa 
Quando o fado se desfaz

Fado sem pernas > Estevão José Machado
Mas quando um fadista canta 
A noite que estava fria
Vai aquecer-se à garganta 
De uma nova melodia

Fado sem pernas > Estevão José Machado
Mas quando um fadista sente 
O Sol vai perdendo o medo
E planta dentro da gente 
Um dia que vem mais cedo

Fado corrido > Popular
Mas quando um fadista chora 
As suas dores mais secretas
Pára o tempo e nessa hora 
Choram todos os poetas

Fado corrido > Popular
Mas quando um fadista prende 
A alma de uma mulher
É a guitarra que entende 
O fado que ninguém quer

Omnipotência

Linhares Barbosa / Pedro Rodrigues
Repertório de Manuel de Almeida
Este tema (com ligeiras alterações na letra) também foi gravado por 
Fernando Farinha na música do Fado Vitória de Joaquim Campos 
com o título *Sonho de amor* .

Fosse a lua toda minha
Só minha propriedade
Buscá-la iria às alturas
Para ta dar inteirinha
Embora que a humanidade
Ficasse toda às escuras

Se num rápido segundo
O sol também fosse meu 
Eu dava-te o sol também
Arrefeceria o mundo
Mas o sol seria teu 
Só teu e de mais ninguém

Se as estrelas, todas elas
Aquelas que vês brilhar 
Se fosse Deus, quero e posso
Eu ía arrancar estrelas
Delas fazia um colar 
Para te pôr ao pescoço

Depois disto, francamente
De te dar tanta grandeza 
Não me quisesses por fim
Transformava-te em serpente
Porque assim tinha a certeza 
Que te enleavas em mim

Aquele par

João de Freitas / Pedro Rodrigues
Repertório de José Moreira


Ela, vestida de chita
Ele, de zuarte azulado
Desse azul que nos encanta
Mas era o par mais catita
Que passava lado a lado
Na rua da Fonte Santa

Foi simples o seu amor
Nascido sob o condão 
De ser jurado ante a cruz
Ele, por ser fundidor
Fundiu o seu coração 
Ao da Maria da Luz

Mas ele um dia partiu
Buscando em terra distante 
A fortuna tentadora
E esse par não mais se viu
Passar alegre e galante 
Como ali passara outrora

E hoje, p’ra seu consolo
Se a Maria da Luz sai 
P’ra saber novas d’além
Traz uma filhinha ao colo
Vivo retrato do pai 
Mais linda que a própria mãe

A cruz

Manuel Andrade / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Maria João Quadros


Aquela cruz de pau-santo
Onde um Cristo de marfim
Se contorce em agonia
Faz-me lembrar tanto, tanto
Essa cruz que trago em mim
Essa cruz pesada e fria

De mil rosas coloridas
Era o caminho trilhado 
Que o teu olhar me mostrou
Fizeram-se as rosas feridas
E o caminho desolado 
Num calvário se tornou

O vento levou-me tudo
E a sua suave brisa 
Tornou-se em dorido pranto
Consola-me, quedo e mudo
Esse Cristo que agoniza 
Em sua cruz de pau-santo

Desenlace

Marco Oliveira / Pedro Rodrigues
Repertório de Marco Oliveira

Já passei de rua em rua
E saí de bar em bar
Sem saber se me perdi
Julguei ver a sombra nua
Doutro tempo a caminhar
Só ao encontro de ti

Não quer dizer que te esqueça
Se por ter que te esquecer 
A memória persuade
Por mais feliz que pareça
Na tua ausência, mulher 
Vou morrendo de saudade

Já me vieram dizer
Que por mais tempo que passe 
Mais sozinha vais ficando
E ficamos sem saber
Qual será o desenlace 
Deste amor que vai passando

Se a saudade não recua
Como vamos enganar 
Uma esperança que não temos
Voltamos de rua em rua
Saímos de bar em bar 
Só pra ver o que perdemos

Adeus adeus Mouraria

Artur Soares Pereira / Pedro Rodrigues
Repertório de Daniel Gouveia

A meia-noite soou
Está-me a apetecer cantar
Sinto em mim estranha alegria
Como peregrino vou
Com saudades, visitar
A velhinha Mouraria

Levo comigo um fadista
Desses que têm, no peito 
Lugar reservado ao fado
Um fadista muito antigo
Mas que ainda canta a preceito 
Quando recorda o passado

Por umas horas vou ter
Como companheiro e guia 
Esse velho trovador
Com ele vou conhecer
Os locais onde batia 
O fado a fina-flor

Quando chegámos, porém
A Moirama está deserta 
Lembra Bela Adormecida
Nas ruas não há ninguém
Não há uma porta aberta 
Um simples sinal de vida

Perante a realidade
Que ante o nosso olhar surgia 
O pobre velho carpiu
Disse, a chorar, com saudade
Adeus, adeus, Mouraria 
Quem te vê e quem te viu

Recordando amores esquecidos

Domingos Gonçalves da Costa / Pedro Rodrigues
Repertório de Fernanda Maria

Pensei escrever um poema
Onde cantasse a revolta
Que anda a par da minha dor
Porém, na hora suprema
Minha inspiração à solta
Fez um poema d'amor

Recordou amores esquecidos
Momentos belos vividos 
Sol da minha mocidade
E obrigou-me, por fadário
A desfiar o rosário 
De amor, ternura e saudade

E então, ante o meu olhar
Vi o triste desfilar 
Dos sonhos que já vivi
E nessa doce miragem
Eu vi passar a imagem 
De alguém que há muito perdi

Entre os poemas dispersos
Que canto com ansiedade 
Nas horas do meu sofrer
Eu fiz destes pobres versos
Uma oração de saudade 
Que rezo p'ra não esquecer

A epopeia do espumante

João Gigante Ferreira / Pedro Rodrigues
Repertório de Helena Sarmento

Veio do fundo da terra
Trouxe a lua nos seus braços
O sabor que por ti erra
A cadência dos teus passos

A epopeia do espumante
É cadeia incessante
De feitiços e de laços
Canta o canto do amante
No segredo transbordante 
Dos amores e seus abraços

Este vinho a que nos sabe 
Este mosto a que nos cheira
Cheira a tempo, sabe a chão
Sonho livre na prisão 
Do compasso da videira
Cheira a rio quando é verão
Cheira a vento, se nos dão 
O tempo da noite inteira

Libertado pela rolha 
Como tu, da tua roupa
Cada taça uma promessa
Da epopeia que começa 
No calor da tua boca
Cada taça uma promessa
A epopeia só começa 
No calor da tua boca

O hábito não faz o monge

Carlos Conde / Pedro Rodrigues
Repertório de António Jorge

Quem não gostar de me ver
Na modéstia do trajar
Não me tente deprimir
Nunca deixei de comer
P’ra ter vaidade
em mostrar
Certo
luxo no vestir

Sei que a riqueza é um bem
Mas eu prefiro a alegria 
Que por vezes me rodeia
Não tenho inveja de quem
Traz a barriga vazia 
P’ra ter a carteira cheia

Os que mostram grande aumento
Sem ter norma definida 
Vivem de artes, de segredos
Não sacrifico o sustento
Nem deixo o prazer da vida 
P’ra ter brilhantes nos dedos

Dispenso, não quero ter
As prosápias de grandeza 
Nem as fortunas sem fim
Um dia, quando eu morrer
Basta que deixe a riqueza 
Que me deixaram a mim

Trajo sem mera vaidade
Que o vestir modestamente 
Não inspira mal profundo
Eu ando à minha vontade
Ao passo que certa gente 
Anda à vontade do mundo

Fiquei gelada e vivi

Hélio da Costa Ferreira / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Florênca 

Tinhas dentro do teu peito
Andorinhas a passar
Por entre sonhos d’amor
Ganhei forças, ganhei jeito
E os sonhos da minha dor
Voltaram a lá morar

Caminhos de pedras mortas
Gemidos, mentiras tais
Tudo vivi e calei
Eram entradas sem portas
Eram gritos, eram ais
Era sangue que te dei

Na noite da minha vida
Rastejei na tua porta
Procurando entrar em ti
Calei a boca perdida
Quando julguei estar morta
Fiquei gelada e vivi

Já sem voz

António Cálem / Pedro Rodrigues
Repertório de Carlos Barra


Já sem voz p’ra te cantar
Lágrimas p’ra te chorar
Como é triste a realidade
E lembrar-me a primavera
O sonho da tua espera
E a negrura da saudade

Hoje és minha e eu sou teu
Mas quanto em nós se perdeu 
Quando então éramos dois
Quanto mais longe mais perto
E o nosso amor encoberto 
Deixou-nos assim depois

Não me peças mais canções
É que os nossos corações 
Deixaram já de bater
Todo o amor é amizade
E o sonho apenas saudade 
Saudade doutro viver

Este meu amor secreto

Manuel Carvalho / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Amélia Maria


Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços

Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo 
Vão aumentando em meu peito
Eu vivo nesta ansiedade
E esta cumplicidade 
Traz minha vida sem jeito

Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana 
O meu peito é um deserto
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho 
Que está comigo tão perto

Seu beijo é bebida
Que sacia a minha vida 
Na sede do meu afeto
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime 
Este meu amor secreto

Hoje canto p’ra vocês

Leonel Moura / Pedro Rodrigues
Repertório de Leonel Moura


A gente do meu país 
Tem mais beleza e encanto
Gente de casta raiz
É o povo que assim diz
Desta terra que hoje canto;
Gente de casta raiz
A gente do meu país
Tem mais beleza e encanto

Esta terra portuguesa 
Onde o sol veio morar
É bela pois concerteza
Cheia de rara beleza 
De um jardim à beira-mar;
É bela pois com certeza
Esta terra portuguesa
Onde o sol veio morar

Há fado toiros e vinho 
Neste cantinho do céu
Tem paz amor e carinho
Tem um cheiro a rosmaninho
E a graça que Deus lhe deu;
Tem paz amor e carinho
Há fado toiros e vinho 
Neste cantinho do céu

E a luz do sol a brilhar 
No doirado do seu pão
E os rouxinóis a cantar
Em tudo fazem lembrar 
O cante do coração;
E os rouxinóis a cantar
E a luz do sol a brilhar 
No doirado do seu pão

Hoje canto p’ra vocês 
Este fado e sou feliz
Porque sou bom português
Tenho orgulho e altivez 
No fado do meu país;
Porque sou bom português
Hoje canto p’ra vocês 
O fado do me país

Jóia sagrada

Gabriel de Oliveira / Pedro Rodrigues 
Repertório de Fernando Batista


Eu sou aquela mulher
Por quem tu sofreste um dia
Por ciúme te deixou
Tudo o mais que te disser
Não passa de fantasia
Pois já sabes quem eu sou

Não te venho conquistar
De ti não pretendo nada 
Já sofri, já te vingaste
Venho aqui para falar 
Sobre essa jóia sagrada 
Que há dez anos me roubaste

Quero de novo afagá-la
Cingi-la bem a meu peito 
Numa pressão de ternura 
Quero vê-la e acarinhá-la
Saber o que lhe tens feito 
Contar-lhe a minha tortura 

Faz de mim uma rodilha
Tens razão para o fazer 
Mas és pai e pensa bem
Que essa jóia é nossa filha
E Deus sabe defender 
O sagrado amor de mãe

Tu serás

Artur Ribeiro / Pedro Rodrigues “quintilhas*
Repertório de Maria Valejo


Tu serás na minha vida
O passar dos dias meus
Nos teus braços escondida
Bem pequenina e atida
Ao mexer dos lábios teus

Tu serás meu dia a dia 
Sem um dia repetido 
Meu fugir da ventaina
Neste sentir alegria 
Por haver-te conhecido

Tu serás teimosamente 
O meu corpo sem marés
Este meu sentir-me gente
O meu amar loucamente 
Tudo aquilo que tu és

Tu serás, se Deus quiser 
Meu renascer hora a hora
A minha razão de ser
Meu ficar até morrer 
A teu lado, vida fora

Migalha de gente

Linhares Barbosa / Pedro Rodrigues
Repertório de Carlos Ramos


Lá vai com o seu jerico
O pequenino João
Ganhar a vida, coitado
Cada estrela é um salpico
De prata no almofadão
Do céu azul estrelado

Cinco horas da madrugada
A mãe fê-lo levantar 
Ele ergueu-se sonolento
Tão pequeno, um quase nada
E já tem de trabalhar 
Para ganhar o sustento

Jumentinho e pequenito
Lá vão pela rua fora 
O que este quadro traduz
Lembra a fuga para o Egipto
Não vai a Nossa Senhora 
Vai só o Menino Jesus

Lá vão os dois a caminho
Joãozinho, um quase nada
Vai dormindo descuidado
Que vale é que o jumentinho
É um grande camarada 
E sabe onde é o mercado

Ei-lo que volta contente
Abarrotam as cangalhas 
Ouve-se no ar um pregão
João, migalha de gente
Benditas estas migalhas 
Que juntinhas fazem pão