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Castigo

João de Freitas / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Maria da Fé


Porque foi, por que razão
Mataste o meu coração
Hoje nem te quero ver
Porque não foste sincero
Mas eu agora não quero
Não quero ver-te sofrer

Andas com outra, bem sei
Teu proceder odiei 
Desejando o teu castigo
Que sofresses tanto, tanto
Que a amargura do teu pranto 
Eu partilhasse contigo

Se ela um dia te deixar
E se vieres procurar 
Outra vez meu coração
Eu irei rogar aos céus
Pedindo perdão a Deus 
Por te dar o meu perdão

Hora em que te vi

António Cálem / Pedro Rodrigues
Repertório de Carlos Barra


Entre um vago despertar
O teu olhar me dizia
Que na terra não havia
Nem o sol nem o luar

Então falei-te de mim 
Que ‘inda havia coração
E prendi a tua mão 
Apunhalando-me a mim

A noite ficou suspensa 
Como a aguardar o seu fim
E a noite disse que não 
Mas tu disseste que sim

Para quê fugir agora 
Se não fugia de ti?
Fugir, era fugir da hora 
Nessa noite em que te vi

Pranto de Leonor

Alberto Franco / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Raquel Maria


Ventos irados fustigam
Arrancam velas, castigam
A grande nau S. João
O mar engole indiferente
As finas joias do Oriente
Que enchiam o porão

Alguns enganam a morte
Mas para sua má-sorte 
A terra estranha vão ter
Escravos, marujos e nobres
Homens ricos, homens pobres 
São iguais no padecer

Com eles está Leonor
Que acompanha por amor 
O capitão, seu marido.
Da pobre gente vencida
Poucos verão a saída 
Daquele mundo perdido

A morte levou Leonor
No seu pranto sofredor 
Vive um fado português
E a sua triste história
É o reverso da glória 
Dum povo que ao mar se fez

Dona Genciana

Alberto Franco / Pedro Rodrigues
Repertório de Ana Pacheco


Depois que o canhão soou
E Lisboa vitoriou
A República tão bela
Numa avenida catita
Uma crioula bonita
Passava o tempo à janela

Genciana tropical
Do Brasil p’ra Portugal
Com o seu nome de flor
Da janela em que reinava
A todos enamorava
Desde o operário ao doutor

Mas a janela ansiada
Um dia apareceu fechada
Genciana não estava lá
Dizem que fugiu do frio
Que voltou para o seu Rio
Por feitiço de Orixá

Há gente que nesta hora
Sente saudades e chora
Junto àquela persiana
Um velhote que a amou
Ainda há pouco me falou
Nos encantos de Genciana

Para quê versos?

António Calém / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Zé Caravela

Para quê versos, meu amor?
Versos são aonde eu for
O teu nome e nada mais
Porquê dizer tudo ao vento
Mesmo que esse meu lamento
Seja o eco dos meus ais?

Para quê versos, meu amor?
Eu já cantei toda a dor
Já chorei e fiz chorar
Não sei mais o que te diga
Não sei trova mais antiga
Que ainda te saiba cantar

Para quê versos, meu amor?
Se tu és aquela flor
Que eu vi pela vez primeira?
Depois do tempo vivido
Foste esse lírio florido
Que eu sonhei a vida inteira

Já sem voz

António Cálem / Pedro Rodrigues
Repertório de Carlos Barra


Já sem voz p’ra te cantar
Lágrimas p’ra te chorar
Como é triste a realidade
E lembrar-me a primavera
O sonho da tua espera
E a negrura da saudade

Hoje és minha e eu sou teu
Mas quanto em nós se perdeu 
Quando então éramos dois
Quanto mais longe mais perto
E o nosso amor encoberto 
Deixou-nos assim depois

Não me peças mais canções
É que os nossos corações 
Deixaram já de bater
Todo o amor é amizade
E o sonho apenas saudade 
Saudade doutro viver

Nada me fala de ti

António Cálem / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Fernando Marques de Oliveira


Nada me fala de ti
Nem este fado que ouvi
Trouxe a tua mocidade
Nem o eco que eras dantes
Seres tu em mim por instantes
Ser eu em ti em saudade

Que doce era o anoitecer 
E o sol ao longe a morrer
Quando teus olhos se abriam
E que doce era fechá-los 
Mais doce ainda beijá-los
Quando de mim se esqueciam

Como era azul do luar 
O teu corpo junto ao mar
Que em certa noite eu vi
Como o relembro hora a hora 
Se não sei de ti agora
Se ninguém fala de ti

A força com que me dei

Alexandrina Pereira / Pedro Rodrigues
Repertório de Deolinda de Jesus


Barco à deriva no rio
Deixa na alma este frio
E um desespero profundo
Num risco de raiva e medo
Cantei amor em segredo
Na demência deste mundo

Dissimulada loucura
Que no meu olhar procura 
A força com que me dei
Aos meus dias mais tristonhos
Guardando todos os sonhos 
Nos poemas que inventei

E os meus sentidos imersos
Foram rasgando os meus versos 
Nas margens da minha vida
E em cada hora de engano
De um rio fiz oceano 
Com ondas em fim de vida

Esta dor que me inquieta
Vem da alma de um poeta 
Que dá vida a qualquer tema
Eu sou grito que desperta
Sou quem deixa a porta aberta 
Para entrar qualquer poema

Nada me fala de ti

António Cálem / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Fernando Marques de Oliveira


Nada me fala de ti
Nem este fado que ouvi
Trouxe a tua mocidade
Nem o eco que eras dantes
Seres tu em mim por instantes
Ser eu em ti em saudade

Que doce era o anoitecer 
E o sol ao longe a morrer
Quando teus olhos se abriam
E que doce era fechá-los 
Mais doce ainda beijá-los
Quando de mim se esqueciam

Como era azul do luar 
O teu corpo junto ao mar
Que em certa noite eu vi
Como o relembro hora a hora 
Se não sei de ti agora
Se ninguém fala de ti

És tu

Zeca Maneca / Pedro Rodrigues *fado primavera
Repertório de Luís de Matos


O meu despertar risonho
Teve aleluia de cores
Quando vi os olhos teus
Sentiu a magia do sonho
No arco-íris de amores
Que os teus beijos dão aos meus

És tu que neste momento
Quebra a voz da solidão
Do amor que existe em mim
Corrente de sentimento
De dois corpos que se dão
Num fogo ardente sem fim

És verão que quer ficar
No meu inverno descrente
Batido p’la neve fria
És tu quem quero amar
Sendo a raíz a semente
No raiar dum novo dia

Não voltes

Moita Girão / Pedro Rodrigues
Repertório de Fernando Maurício


Porque teimas em seguir
Cegamente a caminhar
Na poeira dos meus passos
Não vês que eu ando a fugir
A fugir de te apertar
Novamente nos meus braços

Desde o dia em que abalaste
Do jardim do nosso amor 
A saudade não se mede
As rosas murcham na haste
Os cravos perdem a cor 
E os lírios morrem à sede

Se o inverno se avizinha 
Eu já sou não como era 
Cai tanta neve em meu peito
Não podes ser andorinha
Que volta na primavera 
Ao ninho que deixou feito

Sabes que não sei mentir
Se hoje só te posso dar 
Um coração em pedaços
Deixa-me andar a fugir
A fugir de te apertar 
Novamente nos meus braços

A lenda do velho Porto

Carlos Bessa / Pedro Rodrigues
Repertório de José Barbosa

Cai um forte nevoeiro
Sobre esta linda cidade
Que deu nome a Portugal
Parece que o céu inteiro
Quer esconder a verdade
Da história medieval

Diz a lenda, que um dia
El-rei D, Pedro, à toa 
Anunciou o noivado
Sem saber o que dizia
Quis que o Porto e Lisboa
 Casassem no seu reinado

Grande cortejo imponente
O Rio Douro subiu 
Barcos do país inteiro
É então que de repente
As portas do céu se abriu 
Caiu forte nevoeiro

O Porto desapareceu
E El-rei viu-se obrigado 
A anular o casamento
Lisboa se entristeceu
Por romperem seu noivado 
Deu entrada num convento

O Porto ficou solteiro
Amante da liberdade 
Deixá-lo ser, não faz mal
Deus lhe deu o nevoeiro
A essa linda cidade 
Que deu nome a Portugal

Quando eu era pecador

Artur Ribeiro / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Trio Odemira


Eu, de joelhos roguei
A Deus, que puzesse fim
Aos pecados degradantes
Deus ouviu-me e eu mudei
Mas gostava mais de mim
Pecador como era dantes

Em cada paixão traída
No meu ir de mão em mão 
Bebendo p’la noite fora
Eu perdi anos de vida
Mas sentia o coração 
Coisa que não sinto agora

Agora não sei se vivo
No eterno *tanto faz*
 De quem vive sem amor
Lamento não ter motivo
P’ra voltar tempos atrás 
Quando era pecador

Não se demore

Diogo Clemente / Pedro Rodrigues
Repertório de Sara Correia


Bastou passares de repente
Ouvi-te a voz lá em baixo
Ri-me p’ra mim sem querer
Há um mundo inteiro entre a gente
Mas na verdade ainda acho
Que passas só p’ra me ver

Bastou cantares uma vez
Que o amor na tua boca 
Parecia inteiro p’ra mim
Posso estar louca, talvez
A loucura é coisa pouca 
E eu vou negar-te este fim

Bastou que alguém me dissesse
Que te ouviu um destes dias 
Dizer, que o adeus se demora
Que se acaso eu me perdesse
Chegavas de mãos vazias 
P’rás encheres de mim agora

Pediste só que não chore
E à falta de despedida 
Trago ciúmes e invejas
Que outro amor não se demore
Que ando perdida na vida 
À espera que tu me vejas

Jóia sagrada

Gabriel de Oliveira / Pedro Rodrigues 
Repertório de Fernando Batista


Eu sou aquela mulher
Por quem tu sofreste um dia
Por ciúme te deixou
Tudo o mais que te disser
Não passa de fantasia
Pois já sabes quem eu sou

Não te venho conquistar
De ti não pretendo nada 
Já sofri, já te vingaste
Venho aqui para falar 
Sobre essa jóia sagrada 
Que há dez anos me roubaste

Quero de novo afagá-la
Cingi-la bem a meu peito 
Numa pressão de ternura 
Quero vê-la e acarinhá-la
Saber o que lhe tens feito 
Contar-lhe a minha tortura 

Faz de mim uma rodilha
Tens razão para o fazer 
Mas és pai e pensa bem
Que essa jóia é nossa filha
E Deus sabe defender 
O sagrado amor de mãe

Os garotos da Ribeira

Ana Madalena / Pedro Rodrigues
Repertório de Fernando João


Os garotos da Ribeira
São milhafres, são gaivotas
Andorinhas e pardais
Aves que gritam e agitam
E rasgam todas as rotas
Na vida do nosso cais

Alegrias esfarrapadas 
Voando de rua em rua
Na esperança de ver o mar
Sonhando verde navio  
Nas águas do nosso rio
Com asas por alcançar

Cai a noite, eles lá vão  
Em bandos pela cidade
Deixam o cais desolado
Aquelas aves meninos 
Trazem no ar os destinos
A cumprir um triste fado

Quem os vê não os conhece
Já nem sabe decifrar
No rosto, a sua idade
E cada um faz e inventa
Nesta cidade cinzenta 
Um pouco de felicidade

O pregão duma florista

Rui Manuel / Alfredo Marceneiro-Pedro Rodrigues-Joaquim Campos
Repertório de Natalino de Jesus


Menor-versículo
O pregão duma florista, no Rossio
Bate à porta dos ouvidos, de quem passa
Depois junta-se ao perfume, que é vadio
E passeia alegremente, pela praça

Pedro Rodrigues 
Quem comprar leva ternura 
Sobre as pétalas garridas
E por dentro da verdura 
Vão sorrisos à mistura
Com palavras atrevidas

Marcha do Marceneiro
Muitas vezes, o amor 
Lança mão a uma flor
Para abrir uma coração
E por isso, a vendedeira 
Põe malícia na maneira
Como solta o seu pregão

Fado rosita
Leve orquídeas, leve rosas
Ou violetas, se prefere
E desfolhe a mais vaidosa
De entre as flores… a mulher

Tu serás

Artur Ribeiro / Pedro Rodrigues “quintilhas*
Repertório de Maria Valejo


Tu serás na minha vida
O passar dos dias meus
Nos teus braços escondida
Bem pequenina e atida
Ao mexer dos lábios teus

Tu serás meu dia a dia 
Sem um dia repetido 
Meu fugir da ventaina
Neste sentir alegria 
Por haver-te conhecido

Tu serás teimosamente 
O meu corpo sem marés
Este meu sentir-me gente
O meu amar loucamente 
Tudo aquilo que tu és

Tu serás, se Deus quiser 
Meu renascer hora a hora
A minha razão de ser
Meu ficar até morrer 
A teu lado, vida fora

Como é bom ser avô

Valentim Matias / Pedro Rodrigues
Repertório de Valentim Matias

À mesa de um velho bar
Eu dei por mim a pensar
Como é bom ser avô
É algo de tão diferente
Que entra na alma da gente
E que a mim me fascinou

Somos de novo crianças
E regressam as lembranças 
De um tempo já bem distante
Perdoamos travessuras
Vão-se embora as amarguras 
Vemos futuro diante

Nova vida a começar 
Dá vontade de lutar 
E de escolher novos trilhos
Brilho novo no olhar
E o desejo de ajudar 
Os filhos dos nossos filhos

Quem diz o contrário mente
Ser avô é tão diferente 
Em carinhos e afetos
E não há coisa melhor
Do que juntar com amor 
Os avós, filhos e netos

Loucura de amor

Henrique Rego / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Carlos Anjos

Chamaste-me louco um dia
E mal, então, eu sabia
Como o amor nos sorri
Foi feita a tua vontade
Hoje sou louco, é verdade
Mas louco apenas por ti

Não é loucura de louco
Esta loucura que há pouco 
Roubou-me a voz da razão
Mas é loucura maior
Eu ando louco de amor 
Sou louco do coração

Vivendo assim sem ter cura
Esta amorosa loucura 
Que te acabo de contar
Só te peço, minha vida
Que não me negues guarida
No louco do teu olhar