Artur Ribeiro / Joaquim Campos *alexandrino*
Repertório de Trio Odemira
Um sol para nós dois num céu de tons risonhos
Sem nuvens a causar mais sombras descabidas
É rei dos outros sóis o sol dos nossos sonhos
Nasce do teu olhar e morre em nossas vidas
Um sol para nós que a nossa vida aquece
E desde que nascemos nos tornou bem diferentes
Um sol para nós dois que vela e não esquece
E andamos tu e eu da sua luz pendentes
Um sol para nós dois a dar-nos confiança
Numa vida melhor onde não há pecado
Juntou-nos e depois com raios de esperança
Formou o nosso amor, deu-nos o mesmo fado
Canção ao Porto
Artur Ribeiro / Jaime Filipe
Repertório de Artur Ribeiro
Esta canção que vou cantar ao Porto
É oração para rezar ao Porto
Tudo o que sou nasceu em ti, minha cidade
E só te dou o meu amor e esta saudade
Aqui nasci, aqui brinquei, meu Porto
E até sofri quando deixei o Porto
És a feliz inspiração da minha vida
Para quem fiz esta canção sentida
Porto velhinho das ruas antigas
E das cantigas pelo São João
Do riso alegre das raparigas
Ó minha terra só coração
Se a noite vem eu canto a sós ao Porto
O mar também canta na voz ao Porto
E ao luar o Douro então fica absorto
A escutar esta canção ao Porto
Repertório de Artur Ribeiro
Esta canção que vou cantar ao Porto
É oração para rezar ao Porto
Tudo o que sou nasceu em ti, minha cidade
E só te dou o meu amor e esta saudade
Aqui nasci, aqui brinquei, meu Porto
E até sofri quando deixei o Porto
És a feliz inspiração da minha vida
Para quem fiz esta canção sentida
Porto velhinho das ruas antigas
E das cantigas pelo São João
Do riso alegre das raparigas
Ó minha terra só coração
Se a noite vem eu canto a sós ao Porto
O mar também canta na voz ao Porto
E ao luar o Douro então fica absorto
A escutar esta canção ao Porto
Quadras de Aleixo
António Aleixo / Júlio Proença *fado puxavante
Repertório de Trio Odemira
O homem sonha acordado
Repertório de Trio Odemira
O homem sonha acordado
Sonhando, a vida percorre
E desse sonho doirado
E desse sonho doirado
Só acorda quando morre
Embora me queiras tanto
Embora me queiras tanto
Quanto pode o bem-querer
Não me queres tanto quanto
Não me queres tanto quanto
Te quero sem te dizer
Não digas que me enganaste
Não digas que me enganaste
Por ter confiado em ti
Muito mais do que levaste
Muito mais do que levaste
Ganhei eu no que aprendei
Só quando sinceramente
Só quando sinceramente
Sentirmos a dor de alguém
Podemos descrever bem
Podemos descrever bem
A mágoa que essa alguém sente
Campo em festa
Francisco Martins / Vitor Rodrigues
Repertório de Francisco Martins *Fado Marialva*
No meu cavalo montado
Repertório de Francisco Martins *Fado Marialva*
No meu cavalo montado
Logo que a manhã rompia
Com o Rodrigo e o Ricardo
Com o Rodrigo e o Ricardo
O Pietra e o Faria
Por esses campos fora
Por esses campos fora
No seio do Ribatejo
Calça justa, bota e espora
Calça justa, bota e espora
Em Arruda ou em Samora
Da Chamusca ao Alentejo
Com valentia
Toiros vamos apartar
Galhardos na picardia
Garbosos a derribar
E com nobreza
Trazemos no coração
A saudade que está presa
Aos tempos que já lá vão
O Visconde já pingado
Da Chamusca ao Alentejo
Com valentia
Toiros vamos apartar
Galhardos na picardia
Garbosos a derribar
E com nobreza
Trazemos no coração
A saudade que está presa
Aos tempos que já lá vão
O Visconde já pingado
O Palhas na caturreira
O Dentinho desafivelado
O Dentinho desafivelado
Casquinha à antiga maneira
Passeios e romarias
Passeios e romarias
Vilaverde, que saudade
Deu-nos grandes alegrias
Deu-nos grandes alegrias
Era vê-lo nas picarias
Hoje, dele, só Deus sabe
E depois do sol-posto
Hoje, dele, só Deus sabe
E depois do sol-posto
Trinam guitarras de fundo
Dedilhadas com bom gosto
Dedilhadas com bom gosto
P’lo Velez e o Edmundo
Marialavas de cartel
Marialavas de cartel
Que cantam o velho fado
O Rodrigo Miguel
O Rodrigo Miguel
O Xico e o Manel
O Macho e o Pegado
O Macho e o Pegado
Meu amor
Letra e música de Telmo Pires
Repertório do autor
Se juntarmos todas as cores da cidade
O amarelo, o azul do Tejo sem idade
O cinzento desta noite e o encarnado
Vai tudo dar ao triste negro do meu fado
Vou andando pelas ruas tão queridas
Bem sabendo que tantas delas são proibidas
O cinzento desta noite pesa tanto
E eu sem saber p’ra onde ir neste meu pranto
Meu amor se eu não estou a teu lado
Sou um qualquer tom num qualquer fado
Corro a noite inteira só p’ra estar aqui
De repente, já cansado de tanto andar
À procura do teu olhar p’ra me deitar
Nascido dum poema que está à venda
Meu coração lá vai
Repertório do autor
Se juntarmos todas as cores da cidade
O amarelo, o azul do Tejo sem idade
O cinzento desta noite e o encarnado
Vai tudo dar ao triste negro do meu fado
Vou andando pelas ruas tão queridas
Bem sabendo que tantas delas são proibidas
O cinzento desta noite pesa tanto
E eu sem saber p’ra onde ir neste meu pranto
Meu amor se eu não estou a teu lado
Sou um qualquer tom num qualquer fado
Corro a noite inteira só p’ra estar aqui
De repente, já cansado de tanto andar
À procura do teu olhar p’ra me deitar
Nascido dum poema que está à venda
Meu coração lá vai
Não há ninguém que o prenda
O sonho de João Moura
César Marinho / Vitor Rodrigues / Jaime Santos
Repertório de Manuel da Câmara *Fado Marialva*
A sonhar com as toiradas
Saltou do berço e montou
Como num conto de fadas
João Moura toureou
O sonho fez-se façanha
P’lo menino de Monforte
Venceu nas praças de Espanha
Desde o sul até ao norte
Os triunfos consagraram
Um toureiro genial
E com mestria honraram
O nome de Portugal
O Belmonte foi brilhante
O Sandokam, colossal
Majestoso o Importante
O Farrolho é imortal
E as mãos que embalaram
O seu berço tão ditoso
Foram as mãos que fadaram
Um João Moura famoso
Repertório de Manuel da Câmara *Fado Marialva*
A sonhar com as toiradas
Saltou do berço e montou
Como num conto de fadas
João Moura toureou
O sonho fez-se façanha
P’lo menino de Monforte
Venceu nas praças de Espanha
Desde o sul até ao norte
Os triunfos consagraram
Um toureiro genial
E com mestria honraram
O nome de Portugal
O Belmonte foi brilhante
O Sandokam, colossal
Majestoso o Importante
O Farrolho é imortal
E as mãos que embalaram
O seu berço tão ditoso
Foram as mãos que fadaram
Um João Moura famoso
Sou a chuva
Rodrigo Serrão / Pedro Pinhal
Repertório de Maja
Quando a chuva cai de mansinho
E ao ouvido diz, a cantar
Que a saudade de estar contigo
É uma vela sempre a brilhar
Que me leva de encontro ao sonho
Embalada p’la solidão
Sou a chiuva no seu caminho
E ele é pena na minha mão
Alma ausente, sorriso vago
Sou a chuva no seu cantar
Melodia do meu embalo
É a dele sempre a chorar
Pelos teus olhos abrigo manso
Onde acalmo o meu coração
Mas agora sem teu regaço
Só há chuva na minha mão
Quando a chuva cai de mansinho
E ao meu peito diz, a cantar
Cada encontro no caminho
É um desejo de te abraçar
Fomos sonho prometido
Um poema, uma canção
Agora só a chuva canta
É uma lágrima na minha mão
Repertório de Maja
Quando a chuva cai de mansinho
E ao ouvido diz, a cantar
Que a saudade de estar contigo
É uma vela sempre a brilhar
Que me leva de encontro ao sonho
Embalada p’la solidão
Sou a chiuva no seu caminho
E ele é pena na minha mão
Alma ausente, sorriso vago
Sou a chuva no seu cantar
Melodia do meu embalo
É a dele sempre a chorar
Pelos teus olhos abrigo manso
Onde acalmo o meu coração
Mas agora sem teu regaço
Só há chuva na minha mão
Quando a chuva cai de mansinho
E ao meu peito diz, a cantar
Cada encontro no caminho
É um desejo de te abraçar
Fomos sonho prometido
Um poema, uma canção
Agora só a chuva canta
É uma lágrima na minha mão
No sonho de passar além do sonho
Artur Ribeiro / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Trio Odemira
No sonho de passar além do sonho
Transformei-me de tudo o que fui antes
Mas transformar alguém é tão medonho
Como o juntar de notas dissonantes
No sonho de passar além de tudo
Quis ver-me nos espelhos atuais
Mas vi-me tão disforme e absurdo
E a mim mesmo jurei não ver-me mais
Que cada se vista de outros fatos
Eu prefiro seguir dias após dia
Poeta por instinto, dos baratos
Poeta que não sabe como cria
Repertório de Trio Odemira
No sonho de passar além do sonho
Transformei-me de tudo o que fui antes
Mas transformar alguém é tão medonho
Como o juntar de notas dissonantes
No sonho de passar além de tudo
Quis ver-me nos espelhos atuais
Mas vi-me tão disforme e absurdo
E a mim mesmo jurei não ver-me mais
Que cada se vista de outros fatos
Eu prefiro seguir dias após dia
Poeta por instinto, dos baratos
Poeta que não sabe como cria
Quase
Fernando Rodrigues / Raúl Ferrão *fado carriche
Repertório de Luís Manhita
Hoje minh’alma adormece
Sem dizer mais que um sofrer
Meu coração enlouquece
Sem nunca te responder
Ao acordar sempre sonha
Do teu olhar, um pouquinho
E espera um dia, quem sabe
Ouvir-te suspirar baixinho
Musa que em coração tocaste
Sem pedir licença sequer
Deixaste meu ser à tua porta
Meu Outono, fado, viver
Repertório de Luís Manhita
Hoje minh’alma adormece
Sem dizer mais que um sofrer
Meu coração enlouquece
Sem nunca te responder
Ao acordar sempre sonha
Do teu olhar, um pouquinho
E espera um dia, quem sabe
Ouvir-te suspirar baixinho
Musa que em coração tocaste
Sem pedir licença sequer
Deixaste meu ser à tua porta
Meu Outono, fado, viver
Nem todo o oiro da terra
Artur Ribeiro / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Trio Odemira
Eu dou, em troca de nada
Estes anseios dispersos
A que o mundo chama veia
Pois acho uma coisa errada
A gente vender os versos
Que Deus nos pôs na ideia
Se Deus pôs por sua mão
O que a minha mente encerra
Repertório de Trio Odemira
Eu dou, em troca de nada
Estes anseios dispersos
A que o mundo chama veia
Pois acho uma coisa errada
A gente vender os versos
Que Deus nos pôs na ideia
Se Deus pôs por sua mão
O que a minha mente encerra
Me dá a rima e o tema
Não vendo, faço questão
Pois não oiro da terra
Não vendo, faço questão
Pois não oiro da terra
Que valha qualquer poema
Por isso dou a quem canta
Este cantar magoado
Por isso dou a quem canta
Este cantar magoado
Que Deus me deu quando vim
Dou a quem quer tiver garganta
E saiba cantar o fado
Dou a quem quer tiver garganta
E saiba cantar o fado
E queira cantar por mim
A cor da alegria
João Veiga / José Lopes *fado lopes
Repertório de Salvador Taborda
Nunca pensei na vida
Vir um dia a encontrar
A minha vida escondida
Dentro do teu olhar
Teus olhos têm a cor
Repertório de Salvador Taborda
Nunca pensei na vida
Vir um dia a encontrar
A minha vida escondida
Dentro do teu olhar
Teus olhos têm a cor
A cor da minha alegria
São o meu sonho maior
São o meu sonho maior
São a luz que me alumia
Eu que tanto procurei
Eu que tanto procurei
Por esta minha vida
Afinal encontrei-a
Afinal encontrei-a
Nos teus olhos escondida
O teu olhar é o sol
O teu olhar é o sol
Que aquece a noite calma
São de noite o meu farol
São de noite o meu farol
Que ilumina a minha alma
Quando eu era pecador
Artur Ribeiro / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Trio Odemira
Eu, de joelhos roguei
A Deus, que puzesse fim
Aos pecados degradantes
Deus ouviu-me e eu mudei
Mas gostava mais de mim
Pecador como era dantes
Em cada paixão traída
No meu ir de mão em mão
Repertório de Trio Odemira
Eu, de joelhos roguei
A Deus, que puzesse fim
Aos pecados degradantes
Deus ouviu-me e eu mudei
Mas gostava mais de mim
Pecador como era dantes
Em cada paixão traída
No meu ir de mão em mão
Bebendo p’la noite fora
Eu perdi anos de vida
Mas sentia o coração
Eu perdi anos de vida
Mas sentia o coração
Coisa que não sinto agora
Agora não sei se vivo
No eterno *tanto faz*
Agora não sei se vivo
No eterno *tanto faz*
De quem vive sem amor
Lamento não ter motivo
P’ra voltar tempos atrás
Lamento não ter motivo
P’ra voltar tempos atrás
Quando era pecador
A minha noiva tristeza
Inês Filipa Rebelo do Carmo / Arménio de Melo
Repertório de Luís Caeiro
A tristeza casou comigo
Repertório de Luís Caeiro
A tristeza casou comigo
Ao ver-me sofrer um dia
Por mais que lute não consigo
Transformá-la em alegria
Conheci-a num inverno
Por mais que lute não consigo
Transformá-la em alegria
Conheci-a num inverno
Com chuva, com vento e frio
Um vendaval do inferno
Um vendaval do inferno
Com luta insana no rio
Bateu-me à porta a chorar
Bateu-me à porta a chorar
Com uma rosa na mão
Talvez para me animar
Talvez para me animar
Ou vender-me uma ilusão
Mas a rosa perfumada
Mas a rosa perfumada
Que ela me trouxera à porta
Estava tão triste, a coitada
Estava tão triste, a coitada
Quando o beijei estava morta
E eu mais triste do que sou
E eu mais triste do que sou
Fiquei naquele desgosto
E uma lágrima deslizou
E uma lágrima deslizou
Pela tristeza do meu rosto
E hoje vivo com a tristeza
E hoje vivo com a tristeza
Pois sou casado com ela
E vejo nela beleza
E vejo nela beleza
Que a vida triste é mais bela
Roleta do destino
Artur Ribeiro / Raúl Ferrão *fado carriche*
Repertório de Trio Odemira
Há duas coisas que a vida
Não me consegue roubar
Esta tristeza incontida
E a morte, quando chegar
Como a provocar a sorte
Que traz consigo ao nascer
O homem tem medo à morte
E tudo faz p’ra morrer
Desde o princípio do homem
Até ao homem presente
Que gerações se consomem
Para destruír a gente
No jogo da nossa vida
A vida, por mais que queira
Nunca levou de vencida
A sua velha parceira
Deus criou essa partida
Onde não impera a sorte
E por algo, deu à vida
Menos trunfos do que à morte
Repertório de Trio Odemira
Há duas coisas que a vida
Não me consegue roubar
Esta tristeza incontida
E a morte, quando chegar
Como a provocar a sorte
Que traz consigo ao nascer
O homem tem medo à morte
E tudo faz p’ra morrer
Desde o princípio do homem
Até ao homem presente
Que gerações se consomem
Para destruír a gente
No jogo da nossa vida
A vida, por mais que queira
Nunca levou de vencida
A sua velha parceira
Deus criou essa partida
Onde não impera a sorte
E por algo, deu à vida
Menos trunfos do que à morte
Aqui tão perto de ti
Letra e música de Múcio de Sá
Repertório de Liliana Martins
Perdida nas janelas da alma
Olho as cidades sem tempo
Cenários de vidas imaginadas
Distante de trabalho intenso;
Mundos no tempo imaginado, só eu sei
Perdidos à entrada do labirinto
No meio da vastidão a poesia
De um dia a mais a viver
Janelas da alma, sol do meio-dia
Riquezas de quem não tem o que fazer;
Cenários de vidas imaginadas
Frestas de luz ao amanhecer
E se o amor bate as asas e voa sobre nós
Eu vou ser feliz, hoje, amanhã e depois
E se o amor bate as asas e voa sobre nós
Eu vou ser feliz aqui tão perto de ti
Repertório de Liliana Martins
Perdida nas janelas da alma
Olho as cidades sem tempo
Cenários de vidas imaginadas
Distante de trabalho intenso;
Mundos no tempo imaginado, só eu sei
Perdidos à entrada do labirinto
No meio da vastidão a poesia
De um dia a mais a viver
Janelas da alma, sol do meio-dia
Riquezas de quem não tem o que fazer;
Cenários de vidas imaginadas
Frestas de luz ao amanhecer
E se o amor bate as asas e voa sobre nós
Eu vou ser feliz, hoje, amanhã e depois
E se o amor bate as asas e voa sobre nós
Eu vou ser feliz aqui tão perto de ti
Não mais saber de mim
Artur Ribeiro / Santos Moreira *fado moreninha*
Repertório de Trio Odemira
Quando o meu coração quiser parar
Então é tempo de ficar dormindo
Então é tempo de ficar, ficar
No jeito de não ter acontecido
É tempo de fugir, fugir enfim
Ao inferno que trago p’ra castigo
É tempo de não mais saber de mim
Ou talvez de ficar por fim, comigo
Quando o meu coração quiser findar
Com este meu morrer assim, aos poucos
Que me dê tempo só para queimar
Que a ninguém deixo os meus poemas loucos
Repertório de Trio Odemira
Quando o meu coração quiser parar
Então é tempo de ficar dormindo
Então é tempo de ficar, ficar
No jeito de não ter acontecido
É tempo de fugir, fugir enfim
Ao inferno que trago p’ra castigo
É tempo de não mais saber de mim
Ou talvez de ficar por fim, comigo
Quando o meu coração quiser findar
Com este meu morrer assim, aos poucos
Que me dê tempo só para queimar
Que a ninguém deixo os meus poemas loucos
Amor, anda ver
Letra e música de Jorge Fernando
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Vamos acordar amanhã cedinho
Beber devagar nas fontes do ar
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Vamos acordar amanhã cedinho
Beber devagar nas fontes do ar
Como fôra vinho
Os dois, estrada fora como se num só
Sem espaço nem hora e sem demora
Qual réstia de pó
Amor anda ver o sol a nascer
Os dois, estrada fora como se num só
Sem espaço nem hora e sem demora
Qual réstia de pó
Amor anda ver o sol a nascer
Sobre o horizonte
Amor anda ver a água a correr
Amor anda ver a água a correr
Debaixo da ponte
Dar-te-ei a flor da mais linda cor
Dar-te-ei a flor da mais linda cor
Que por lá houver
E o sol como em sonho vestirá risonho
E o sol como em sonho vestirá risonho
A flor que prefere
Tu vais de certeza ficar seduzida
Com a natureza de sol à cabeça
Respirando vida
E no trono forte da árvore mais alta
Gravados em corte os nomes que à sorte
Nosso nome exalta
Tu vais de certeza ficar seduzida
Com a natureza de sol à cabeça
Respirando vida
E no trono forte da árvore mais alta
Gravados em corte os nomes que à sorte
Nosso nome exalta
Tradição
Letra e música de Miguel Araújo
Repertório de Raquel Tavares
Rosa, roda a saia
O vento muda, empurra a moda
Nem que a Rosa caia
Nada nunca pára a roda
Vai Rosa cobaia, arredonda-a bem
Que essa tua saia já foi da tua mãe
Já a mãe dela girava essa saia a tempo
Contra o vento, contra o tempo
Que faz girar o mundo
Nem que em plena roda a a rosa caia
Vem Maria, canta
Aos teus amores as dores de outrora
Canta em agonia
Outra que não é de agora
Vai roda gigante, faz girar o mundo
Que a pedra que anda à roda
E contraria aquela pedra que parou
No peito de qualquer Maria
E a Rosa no seu posto ainda rodopia
E vai rodando a saia até qualquer dia
Repertório de Raquel Tavares
Rosa, roda a saia
O vento muda, empurra a moda
Nem que a Rosa caia
Nada nunca pára a roda
Vai Rosa cobaia, arredonda-a bem
Que essa tua saia já foi da tua mãe
Já a mãe dela girava essa saia a tempo
Contra o vento, contra o tempo
Que faz girar o mundo
Nem que em plena roda a a rosa caia
Vem Maria, canta
Aos teus amores as dores de outrora
Canta em agonia
Outra que não é de agora
Vai roda gigante, faz girar o mundo
Que a pedra que anda à roda
E contraria aquela pedra que parou
No peito de qualquer Maria
E a Rosa no seu posto ainda rodopia
E vai rodando a saia até qualquer dia
É melhor assim
António Rocha / Franklim Godinho *4as*
Repertório de Pedro Galveias
Foi bom enquanto durou
A paixão que houve em nós
Mas a paixão acabou
Hoje estamos melhor sós
Não foi amor de raíz
Repertório de Pedro Galveias
Foi bom enquanto durou
A paixão que houve em nós
Mas a paixão acabou
Hoje estamos melhor sós
Não foi amor de raíz
A força que nos juntou
Por isso, como se diz
Por isso, como se diz
Foi bom enquanto durou
Vivemos uma aventura
Vivemos uma aventura
Que se tornou um algoz
Pois foi sol de pouca dura
Pois foi sol de pouca dura
A paixão que houve em nós
Foi triste a realidade
Foi triste a realidade
Que o destino nos traçou
Sonhamos felicidade
Sonhamos felicidade
Mas a paixão acabou
Pode ficar a amizade
Pode ficar a amizade
Pesando contras e prós
Eu acho que na verdade
Eu acho que na verdade
Hoje estamos melhor sós
Rendas pretas
Fernando Tavares Rodrigues / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
O que sinto por ti são rendas pretas
Recordações vagas, indiscretas
De um corpo que conheci
O que sinto por ti são rendas pretas
Volúpias de cetim, sedas secretas
Que tu despias para mim
Pedaços de fantasia
Repertório de António Pinto Basto
O que sinto por ti são rendas pretas
Recordações vagas, indiscretas
De um corpo que conheci
O que sinto por ti são rendas pretas
Volúpias de cetim, sedas secretas
Que tu despias para mim
Pedaços de fantasia
Que vestias para estar nua
Restos de noite que a lua
Restos de noite que a lua
Na tua pele descobria
O que sinto por ti são rendas pretas
Essas rendas incompletas
O que sinto por ti são rendas pretas
Essas rendas incompletas
Que nos dedos descobri
Quando ao ver-te assim despida
Toda de negro vestida
Quando ao ver-te assim despida
Toda de negro vestida
Me dei e te possuí
Dessas noturnas intrigas
Dessas noturnas intrigas
Que me calaram de espanto
Das meias finas, das ligas
Das meias finas, das ligas
Das rendas que te ofereci;
Lembro ainda o doce encanto
Das rendas pretas em ti
Do corpo que me ofereceste
Do corpo que me ofereceste
Quando entre as rendas te deste
E entre rendas me rendi
E entre rendas me rendi
Tão transparentes macias
As rendas que tu vestias
Hoje tão tristes, sem ti
Vai mais um dia
Pinto Jorge / Paulo de Carvalho
Repertório de Luísa Basto
Às seis o salto da cama
Repertório de Luísa Basto
Às seis o salto da cama
E o puto a resmungar
São dez minutos prá mama
São dez minutos prá mama
E a bucha por arrumar
Sai tudo à rua na guita
Sai tudo à rua na guita
Vai tudo a andar na ganga
No barco há um que arma fita
No barco há um que arma fita
na volta ninguém se zanga
Um jeitinho no transporte
Um jeitinho no transporte
E o puto fica na ama
Só nos faltava esta sorte
Só nos faltava esta sorte
O metro ainda nos trama
Um beijo dado apressado
Um beijo dado apressado
Adeus ao virar da esquina
Num fato mais que coçado
Num fato mais que coçado
A mulher ‘inda menina
Vai mais um dia de trabalho
Em qualquer lado
Vai mais um dia de trabalho
Pelo pão
Mas qualquer dia no trabalho
Ao nosso lado
Há-de ser dia de acabar
O dia não
Sabemos que ainda um dia
Hão-de ver quem tem razão
Lá vão quinhentos pró passe
Vai mais um dia de trabalho
Em qualquer lado
Vai mais um dia de trabalho
Pelo pão
Mas qualquer dia no trabalho
Ao nosso lado
Há-de ser dia de acabar
O dia não
Sabemos que ainda um dia
Hão-de ver quem tem razão
Lá vão quinhentos pró passe
Das viagens que fazemos
E não há ninguém que cace
E não há ninguém que cace
As paragens que perdemos
O puto vem a tossir
O puto vem a tossir
Das friagens que apanhou
A mulher vai a dormir
A mulher vai a dormir
P’las vezes que hoje acordou
À volta é gente da volta
À volta é gente da volta
Do trabalho que fizemos
E pensar que andam à solta
E pensar que andam à solta
Os males de que sofremos
Vai mais um dia passado
Vai mais um dia passado
Se é que esse dia passou
Talvez eu ande enganada
Talvez eu ande enganada
O dia não acabou
Canto das descobertas
Michel Legrand / Marilyn Bergman / Alan Bergman
Versão de Mário Martins
Repertório de José da Câmara
Hoje, os sorrisos da cidade
Versão de Mário Martins
Repertório de José da Câmara
Hoje, os sorrisos da cidade
Trazem sol ao meu olhar
São as notas deste fado
São as notas deste fado
No meu tempo de o cantar
Há a história que se conta
Há a história que se conta
Dum povo à beira do mar
E dum sonho muito antigo
E dum sonho muito antigo
E de vozes para o cantar;
Vozes fortes de muralha
Vozes claras, transparentes
São vozes de coro grego
Vozes fortes de muralha
Vozes molhadas de pranto
E vozes de praça forte
E vozes de praça forte
P’ra defender nosso canto
Vozes que tinham na voz
Vozes que tinham na voz
Mistérios a desvendar
E do tributo que nós
E do tributo que nós
Tão longe fomos pagar
Tantas vezes, tantas vezes
Tantas vezes, tantas vezes
A conceder-nos foral
Por fabuelas proezas
Por fabuelas proezas
Das gentes de Portugal;
Vozes claras, transparentes
Como cristais de firmeza
Vozes gostosas do pão
Que come connosco à mesa
Vozes de tanta ternura
Vozes de tanta ternura
E tamanha dimensão
Com a medida do mundo
Com a medida do mundo
Em dois palmos de canção
São as vozes de além Tejo
São as vozes de além Tejo
São as vozes de além dor
No coral da Epopeia
No coral da Epopeia
Que dobrou o Bojador
São vozes de coro grego
Vestido à moda do Minho
Vozes de nau viageira
Vozes de nau viageira
Que tem garganta de pinho
Tantas vezes, tantas vezes
Tantas vezes, tantas vezes
De grandeza universal
Deste sonho desmedido
Deste sonho desmedido
Dum país no plural
Restos de nada
Maria Luísa Batista / Casimiro Ramos *fado três bairros*
Repertótio de António Vasco Moraes
Ficou no calor da cama
Acesa como uma chama
A lembrança dos sentidos
Ficou o cheiro e o sabor
Daquela noite de amor
Nos nossos corpos doridos
Ficou paixão e carinho
Repertótio de António Vasco Moraes
Ficou no calor da cama
Acesa como uma chama
A lembrança dos sentidos
Ficou o cheiro e o sabor
Daquela noite de amor
Nos nossos corpos doridos
Ficou paixão e carinho
Dentro dos lençóis de linho
Revoltos, amarrotados
E num canto de memória
Revoltos, amarrotados
E num canto de memória
Só eu guardo dessa história
Os sentimentos rasgados
Os lençóis ficaram frios
Os sentimentos rasgados
Os lençóis ficaram frios
Os sentimentos vazios
Afinal o que sobrou?
O amor envelheceu
Afinal o que sobrou?
O amor envelheceu
A paixão arrefeceu
Do nada nada restou
Não guardo rancor nem mágoa
Do nada nada restou
Não guardo rancor nem mágoa
Sou como a corrente d’água
Que procura o mar salgado
Porque é de sal o meu pranto
Que procura o mar salgado
Porque é de sal o meu pranto
Porque é de paz o seu manto
Não lhe interessa o meu passado
Não lhe interessa o meu passado
Cantigas
Maria Manuel Cid / Popular
Repertório de António Vasco de Moraes
Não vejo, não vejo
Repertório de António Vasco de Moraes
Não vejo, não vejo
Não vejo ninguém
Que tenha mais medo
Que tenha mais medo
Que tem o meu bem
De contar segredos
De contar segredos
Segredos contar
E tornar azedos
E tornar azedos
Os beijos roubados
Tu ficas airosa se pões o teu lenço
É da cor da rosa e cheira a incenso
Não vejo, não vejo, não vejo ninguém
Que tenha mais medo que tem o meu bem
Não pintes a boca da cor do carmim
A nódoa da amora é coisa ruim
Se me dás um beijo assim a marcá-los
Quem tiver desejos já pode contá-los
Não vejo, não vejo
Tu ficas airosa se pões o teu lenço
É da cor da rosa e cheira a incenso
Não vejo, não vejo, não vejo ninguém
Que tenha mais medo que tem o meu bem
Não pintes a boca da cor do carmim
A nódoa da amora é coisa ruim
Se me dás um beijo assim a marcá-los
Quem tiver desejos já pode contá-los
Não vejo, não vejo
Não vejo ninguém
Que tenha mais medo
Que tenha mais medo
Que tem o meu bem
Oh minha Rosinha eu hei-de te amar
De dia ao sol, de noite ao luar
De noite ao luar, de noite ao luar
Oh minha Rosinha eu hei-de te amar
Oh minha Rosinha eu hei-de te amar
De dia ao sol, de noite ao luar
De noite ao luar, de noite ao luar
Oh minha Rosinha eu hei-de te amar
Vê lá meu bem
Letra e música de Marcelo Camelo
Repertório de Maja
Vê lá bem meu bem, sinto te informar
Que arranjei alguém p’ra me confortar
Este alguém está quando tu sais
E eu só posso crer pois sem te ter
Nestes braços tais
Vê lá bem, amor, só te quero ver
Somos no papel mas não no viver
Viajares sem mim, me deixares assim
Tive que arranjar alguém p’ra passar
Os dias ruins
Enquanto isso,
Repertório de Maja
Vê lá bem meu bem, sinto te informar
Que arranjei alguém p’ra me confortar
Este alguém está quando tu sais
E eu só posso crer pois sem te ter
Nestes braços tais
Vê lá bem, amor, só te quero ver
Somos no papel mas não no viver
Viajares sem mim, me deixares assim
Tive que arranjar alguém p’ra passar
Os dias ruins
Enquanto isso,
Navegando eu vou sem paz
Sem ter um porto, quase morta
Sem ter um porto, quase morta
Sem um cais
E eu nunca vou esquecer-te, amor
Mas a solidão
E eu nunca vou esquecer-te, amor
Mas a solidão
Deixa o coração neste leva e traz
Vê lá bem, além destes factos vis
Sabes que as traições são bem mais subtis
Se eu te troquei não foi por maldade
Vê lá meu bem, arranjei alguém
Chamado *saudade*
Vê lá bem, além destes factos vis
Sabes que as traições são bem mais subtis
Se eu te troquei não foi por maldade
Vê lá meu bem, arranjei alguém
Chamado *saudade*
Cantar perfeito
João Dias / Armando Macado *fado licas*
Repertório de Maria Armanda
Perfeita é a palavra quando verso
E a graça de cantar é já entrega
A malha em que se tece o universo
É força que nenhuma força nega
Perfeita é a razão de ser poeta
Amar a flor nascida em qualquer chão
Andar de corpo inteiro, alma liberta
Estender a mão aberta a qualquer mão
Perfeito é o lugar aonde estás
Tecendo o linho verde duma esperança
Perfeita é qualquer voz cantando paz
Perfeito é qualquer gesto de criança
Perfeito é o perfil do seio fecundo
Da mãe ganhando o filho de seu ventre
Perfeito movimento é o do mundo
A repartir o sol por toda a gente
Repertório de Maria Armanda
Perfeita é a palavra quando verso
E a graça de cantar é já entrega
A malha em que se tece o universo
É força que nenhuma força nega
Perfeita é a razão de ser poeta
Amar a flor nascida em qualquer chão
Andar de corpo inteiro, alma liberta
Estender a mão aberta a qualquer mão
Perfeito é o lugar aonde estás
Tecendo o linho verde duma esperança
Perfeita é qualquer voz cantando paz
Perfeito é qualquer gesto de criança
Perfeito é o perfil do seio fecundo
Da mãe ganhando o filho de seu ventre
Perfeito movimento é o do mundo
A repartir o sol por toda a gente
Fado século XXI
*A vida é um milagre*
Letra e música de Edgar Nogueira
Repertório de Catarina Rosa
A vida é um milagre
Letra e música de Edgar Nogueira
Repertório de Catarina Rosa
A vida é um milagre
Amor é fogo que arde
Diz Virgílio, diz Camões
Não fôra Cristo a verdade
Que há-de cá voltar, pois há-de
Só havia interrogações
Porque amo a vida logo
A mim própria me interrogo
O que é o homem no tempo
Vela que acende com modo
Luz que se apaga mal acordo
Tão breve como um lamento
Na vida individual
O homem é temporal
E por isso me lamento
Sou uno sem ter igual
Mesmo assim, para meu mal
Só juntos temos assento
Eu gosto imenso da vida
Não gosto é da intriga
Amo somente a verdade
Uma estrela minha amiga
Deu-me luz bem definida
Pois a vida é um milagre
Diz Virgílio, diz Camões
Não fôra Cristo a verdade
Que há-de cá voltar, pois há-de
Só havia interrogações
Porque amo a vida logo
A mim própria me interrogo
O que é o homem no tempo
Vela que acende com modo
Luz que se apaga mal acordo
Tão breve como um lamento
Na vida individual
O homem é temporal
E por isso me lamento
Sou uno sem ter igual
Mesmo assim, para meu mal
Só juntos temos assento
Eu gosto imenso da vida
Não gosto é da intriga
Amo somente a verdade
Uma estrela minha amiga
Deu-me luz bem definida
Pois a vida é um milagre
Marinheiro americano
Amadeu dos Santos / Sebastião Ferreira / Fernando dos Santos
Manuel Carvalho Jnr / Frederico Valério
Repertório de Hermínia Silva
Mim ter ouvido fada e não saber
Cantada por Alfreda Marceneira
Mas não perceber nada do que era
E só ter apanhado bebedeira
Alfredo ter cantado o Bacalhau
E tudo ter na boca posto um rolha
Mas mim fazer barulho no cançau
E levar um camóne aqui no ôlha
Ó fada yes allrigth
Lady Maria Aliça
Ter cantado quatro fadas… chatiça
Ó fada yes allrigth
Mister Cascais Manuel
No guitara, Armandinha, very well
Mim gostar muito de ouvir guitarradas
E ouvir cantigas desgraciadas
Ó fada yes allrigth
Mister Alberto Costa
No corrida choradinha… mim gosta
Lembro do bom Fialha ter cantada
O cantiga no fado corridinha
Todo o gente a chorar, ficar magoada
Mas mim, beber cerveja, beber vinha
Mim chamar o criada por ter sede
E logo um fadista dar chapada
Por não ter visto escrito no parede
Sailance… que se vai cantar o fada
Manuel Carvalho Jnr / Frederico Valério
Repertório de Hermínia Silva
Mim ter ouvido fada e não saber
Cantada por Alfreda Marceneira
Mas não perceber nada do que era
E só ter apanhado bebedeira
Alfredo ter cantado o Bacalhau
E tudo ter na boca posto um rolha
Mas mim fazer barulho no cançau
E levar um camóne aqui no ôlha
Ó fada yes allrigth
Lady Maria Aliça
Ter cantado quatro fadas… chatiça
Ó fada yes allrigth
Mister Cascais Manuel
No guitara, Armandinha, very well
Mim gostar muito de ouvir guitarradas
E ouvir cantigas desgraciadas
Ó fada yes allrigth
Mister Alberto Costa
No corrida choradinha… mim gosta
Lembro do bom Fialha ter cantada
O cantiga no fado corridinha
Todo o gente a chorar, ficar magoada
Mas mim, beber cerveja, beber vinha
Mim chamar o criada por ter sede
E logo um fadista dar chapada
Por não ter visto escrito no parede
Sailance… que se vai cantar o fada
João Cortes
Vitor Rodrigues / Joaquim Campos *fado rosita*
Repertório de Manuel da Câmara
Aquele rosto moreno
Onde sorri o passado
Sereno sem ser pequeno
Enorme por ser forcado
Enfrentou p’rigos e mortes
Repertório de Manuel da Câmara
Aquele rosto moreno
Onde sorri o passado
Sereno sem ser pequeno
Enorme por ser forcado
Enfrentou p’rigos e mortes
Aos consagrados pertence
De seu nome João Cortes
De seu nome João Cortes
Um ilustre Estremocence
Na festa, triunfador
Na festa, triunfador
Onde colheu faustos loiros
Distinto seu pundonor
Distinto seu pundonor
Destemido a pegar toiros
Por razões de gratidão
Por razões de gratidão
Seu nome será lembrando
O Cortes é a lição
O Cortes é a lição
Do culto do bom forcado
No simbolismo imponente
No simbolismo imponente
Perdura ainda o valor
Do cabo nobre e valente
Do cabo nobre e valente
Que sempre honrou Montemor
Canção de amor
Fernando Tavares Rodrigues
Repertório de António Pinto Basto
Amo-te muito
Como se já te amasse assim há muito
Amo-te tanto
Como se fosse apenas por enquanto
Amo-te como quem partiu
Sabendo, ao partir, que já chegou
Amo-te como amo aquilo que te dou
Amo-te como um vinho antigo
Repertório de António Pinto Basto
Amo-te muito
Como se já te amasse assim há muito
Amo-te tanto
Como se fosse apenas por enquanto
Amo-te como quem partiu
Sabendo, ao partir, que já chegou
Amo-te como amo aquilo que te dou
Amo-te como um vinho antigo
Um mosto doce
Amo-te como a Primavera
Amo-te como a Primavera
Que te trouxe
Quero-te como se te amasse
Quero-te como se te amasse
Por encanto
Só sei amar-te assim
Só sei amar-te assim
Como se fosse a mim
E quero amar-te
E quero dar-me sempre a ti
E quero amar-te
E quero dar-me sempre a ti
Constantemente
A um tempo só
O futuro e o passado no presente
E a ternura, esse fogo
Que acendemos mão na mão
Seja sempre amor
A um tempo só
O futuro e o passado no presente
E a ternura, esse fogo
Que acendemos mão na mão
Seja sempre amor
Sem deixar de ser paixão
Deixa aquela rua
José Nunes Pereira / Augusto Pinho
Repertório de João Pedro
Porque é que te ris com tanta vaidade
Se não é feliz, quem diz a verdade
Esconde que eu vejo a tua alegria
Aquele desejo que sonhaste um dia
Deixa aquela rua onde ergui a fé
Que foi minha e tua, agora não é
Fechou-se a janela da minha paixão
Vê lá, tem cautela, não a acordes não
Tu podes passar, passar não importa
Tens de respeitar esta paixão morta
Outra hora vivida não soubeste amar
Agora esquecida, não deve acordar
Repertório de João Pedro
Porque é que te ris com tanta vaidade
Se não é feliz, quem diz a verdade
Esconde que eu vejo a tua alegria
Aquele desejo que sonhaste um dia
Deixa aquela rua onde ergui a fé
Que foi minha e tua, agora não é
Fechou-se a janela da minha paixão
Vê lá, tem cautela, não a acordes não
Tu podes passar, passar não importa
Tens de respeitar esta paixão morta
Outra hora vivida não soubeste amar
Agora esquecida, não deve acordar
Segue o teu rumo
Ricardo Reis / Sueli Costa
Repertório de Carolina
Segue o teu destino
Rega as tuas plantas, ama as tuas rosas
O resto é sombra de árvores alheias
A realidade
Sempre é mais ou menos do que nós queremos
Só nós somos sempre iguais a nós próprios
Suave é viver só
Grande e nobre é sempre viver simplesmente
Deixa a dor nas aras como ex-voto aos deuses
Vê de longe a vida, nunca a interrogues
A resposta está além dos deuses
Mas serenamente imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses porque não se pensam
Porque não se pensam
Repertório de Carolina
Segue o teu destino
Rega as tuas plantas, ama as tuas rosas
O resto é sombra de árvores alheias
A realidade
Sempre é mais ou menos do que nós queremos
Só nós somos sempre iguais a nós próprios
Suave é viver só
Grande e nobre é sempre viver simplesmente
Deixa a dor nas aras como ex-voto aos deuses
Vê de longe a vida, nunca a interrogues
A resposta está além dos deuses
Mas serenamente imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses porque não se pensam
Porque não se pensam
Creio amigo
Maria Manuel Cid / António Mourão
Repertório de António Mourão
Este poema foi também gravado por Carlos Timóteo
Repertório de António Mourão
Este poema foi também gravado por Carlos Timóteo
com música de Custódio Castelo
A vida é destino aberto
Duma lonjura tamanha
Quem percorrer o deserto
Tem abrigo na montanha
Só fica pelo caminho
Quem o caminho temeu
Só p’ra voarmos do ninho
Nas asas que Deus nos deu
Creio amigo que o silêncio é morte
Crei0 amigo que a vontade é lei
Creio amigo que daria a sorte
E no sonho nada encontrei
Vem daí, anda comigo
Não sei bem aonde vou
Se há coisas que te não digo
É que ninguém me ensinou
Vem comigo à descoberta
A vida é porta cerrada
Minha mão estende-se aberta
Sempre que tombes na estrada
A vida é destino aberto
Duma lonjura tamanha
Quem percorrer o deserto
Tem abrigo na montanha
Só fica pelo caminho
Quem o caminho temeu
Só p’ra voarmos do ninho
Nas asas que Deus nos deu
Creio amigo que o silêncio é morte
Crei0 amigo que a vontade é lei
Creio amigo que daria a sorte
E no sonho nada encontrei
Vem daí, anda comigo
Não sei bem aonde vou
Se há coisas que te não digo
É que ninguém me ensinou
Vem comigo à descoberta
A vida é porta cerrada
Minha mão estende-se aberta
Sempre que tombes na estrada
Louca paixão
Maria Estela / Alfredo Correeiro
Repertório de Fernanda Maria
Roubei à vida um bocado
Para viver a teu lado
Fechada nos braços teus
Num momento de loucura
Roubei a febre e ternura
Que não podiam ser meus
Tivemos iguais desejos
Trocamos beijos por beijos
Repertório de Fernanda Maria
Roubei à vida um bocado
Para viver a teu lado
Fechada nos braços teus
Num momento de loucura
Roubei a febre e ternura
Que não podiam ser meus
Tivemos iguais desejos
Trocamos beijos por beijos
Vivemos um só amor
Horas roubadas à vida
Qual ventura proibida
Horas roubadas à vida
Qual ventura proibida
Talvez por isso a melhor
Roubei mas fui condenada
Hoje expio encarcerada
Roubei mas fui condenada
Hoje expio encarcerada
Culpa que foi tua e minha
Só louca, a minha paixão
Ficou no teu coração
Só louca, a minha paixão
Ficou no teu coração
Aonde eu coube inteirinha
Não quero mais fado
Eugénio Pepe / Aníbal Nazaré
Repertório de José da Câmara
Naquela tasca afamada
Depois de ouvir fado a esmo
Sempre na mesma toada
E onde o motivo era o mesmo
Ouvi alguém que pedia
Como quem pede ao balcão
Mas com certa galhardia
E carradas de razão
Por favor, tragam-me um fado
Que não fale das esperas
Que não viva do passado
Nem à sombra das Severas
Não fale nas tascas mais rascas que havia
Nos becos de Alfama e da Mouraria
Não lembre toureiros, campinos, forcados
Se trazem só disso, não quero mais fados
Ouviu-se uma desgarrada
Coisa que é pouco fadista
Tudo a falar em bairrista
Um fado triste e mais nada
E ao recordar a cantiga
Que ao fado tudo se canta
Pedi à maneira antiga
Sem trinados na garganta
Repertório de José da Câmara
Naquela tasca afamada
Depois de ouvir fado a esmo
Sempre na mesma toada
E onde o motivo era o mesmo
Ouvi alguém que pedia
Como quem pede ao balcão
Mas com certa galhardia
E carradas de razão
Por favor, tragam-me um fado
Que não fale das esperas
Que não viva do passado
Nem à sombra das Severas
Não fale nas tascas mais rascas que havia
Nos becos de Alfama e da Mouraria
Não lembre toureiros, campinos, forcados
Se trazem só disso, não quero mais fados
Ouviu-se uma desgarrada
Coisa que é pouco fadista
Tudo a falar em bairrista
Um fado triste e mais nada
E ao recordar a cantiga
Que ao fado tudo se canta
Pedi à maneira antiga
Sem trinados na garganta
Onde Deus me possa ouvir
Letra e música de Vander Lee
Repertório de Cristina Maria
Sabe o que eu queria agora, meu bem?
Saír, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo o desengano
Mas a vida anda louca
Repertório de Cristina Maria
Sabe o que eu queria agora, meu bem?
Saír, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo o desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém
Meu amor
Deixa eu chorar até me cansar
Me leve p’ra qualquer lugar
Onde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo p’ra beber
Deixa-me aqui, pode saír
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Entender porque se agridem
Se empurram pró abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Meus amigos são amigos de ninguém
Meu amor
Deixa eu chorar até me cansar
Me leve p’ra qualquer lugar
Onde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo p’ra beber
Deixa-me aqui, pode saír
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Entender porque se agridem
Se empurram pró abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Fado do trapo
Pinto Jorge / João Fernando
Repertório de Luísa Basto
Já catou
Os caixotes da cidade sem achar
Os arredores da vida já buscou
Nas ruas desta idade, um só lar
Uma cama esquecida
No latão do lixo que deixámos
Repertório de Luísa Basto
Já catou
Os caixotes da cidade sem achar
Os arredores da vida já buscou
Nas ruas desta idade, um só lar
Uma cama esquecida
No latão do lixo que deixámos
No papel
Que deitámos à rua
Está o pão que nós já desprezamos
Que deitámos à rua
Está o pão que nós já desprezamos
Está o fel
Da sopa que faz sua
Não toquem naquilo que é do Chico
Ninguém quer papel ou trapo
Ai mal de quem quer ficar mais rico
Por ter um caixote e um farrapo
Quem lhe dera
Ter um caixote cheio, mais cartão
Sem entrada na Mitra, ele espera
Poder achar um meio, um portão
Que vá dando guarida
Esta terra
Que vai sendo pesada, esta hora
Já lhe custou a passar, está na guerra
Desta coisa danada, já demora
A vez de descansar
Da sopa que faz sua
Não toquem naquilo que é do Chico
Ninguém quer papel ou trapo
Ai mal de quem quer ficar mais rico
Por ter um caixote e um farrapo
Quem lhe dera
Ter um caixote cheio, mais cartão
Sem entrada na Mitra, ele espera
Poder achar um meio, um portão
Que vá dando guarida
Esta terra
Que vai sendo pesada, esta hora
Já lhe custou a passar, está na guerra
Desta coisa danada, já demora
A vez de descansar
Aicha Conticha
Manuel Alegre / Nuno Nazareth Fernandes
Repertório de João Braga
A armada deixa Arzíla sobre as naus
Brilham uma última vez
Repertório de João Braga
A armada deixa Arzíla sobre as naus
Brilham uma última vez
As armas portuguesas
Quando os moiros chegarem, verão apenas
Uma mulher de negro pelas ruas
Não resta mais de Portugal, só esse luto
Na cidade deserta e abandonada
Os moiros lhe chamarão Aicha Conticha
Os moiros lhe chamarão Aicha Conticha
E enquanto a armada se despede lentamente
Ela só, é senhora da cidade
De negro está vestida, ela só
Ela só na cidade abandonada
E nunca mais Arzíla será perdida
E nunca mais Arzíla será tomada
Talvez um amor antigo
Quando os moiros chegarem, verão apenas
Uma mulher de negro pelas ruas
Não resta mais de Portugal, só esse luto
Na cidade deserta e abandonada
Os moiros lhe chamarão Aicha Conticha
Os moiros lhe chamarão Aicha Conticha
E enquanto a armada se despede lentamente
Ela só, é senhora da cidade
De negro está vestida, ela só
Ela só na cidade abandonada
E nunca mais Arzíla será perdida
E nunca mais Arzíla será tomada
Talvez um amor antigo
Ou um morto querido
Talvez a luz, o branco, o sul
Talvez o puro prazer de olhar
Outros amaram Arzília, mas não tanto
Que tivessem de ficar só por amor
Ela só quis Arzíla por Arzíla
Talvez a luz, o branco, o sul
Talvez o puro prazer de olhar
Outros amaram Arzília, mas não tanto
Que tivessem de ficar só por amor
Ela só quis Arzíla por Arzíla
As rosas não falam
Letra e música de Cartola
Repertório de Gisela João
Bate outra vez com esperanças, o meu coração
Pois já vai terminando o Verão… enfim
Volto ao jardim co’a certeza que devo chorar
Pois sei bem que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas
Mas que loucura
Repertório de Gisela João
Bate outra vez com esperanças, o meu coração
Pois já vai terminando o Verão… enfim
Volto ao jardim co’a certeza que devo chorar
Pois sei bem que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas
Mas que loucura
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubem de ti
Devias vir para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe, talvez nos meus sonhos, por fim
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubem de ti
Devias vir para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe, talvez nos meus sonhos, por fim
Louca paixão
José Patrício / Miguel Ramos*fado alberto*
Repertório de Fernando Jorge
Sentir perto de mim teu meigo olhar
É quanto a mim me basta p’ra riqueza
Meu Deus, como é que pudeste dar
Apenas a alguém, tanta beleza
Na chama desse amor fui-me embalar
No calor dos teus braços vou caír
Amor, se não me pedes p’ra ficar
Sou eu que digo: não quero partir
Ao navegar contigo em mil desejos
Em ondas de paixão por saciar
Alimentar meus lábios nos teus beijos
Nesta fome de amor por acalmar
Se na vida real eu não consigo
Teu corpo com carinho abraçar
Então quero dormir, sonhar contigo
E peço p’ra ninguém mais me acordar
Repertório de Fernando Jorge
Sentir perto de mim teu meigo olhar
É quanto a mim me basta p’ra riqueza
Meu Deus, como é que pudeste dar
Apenas a alguém, tanta beleza
Na chama desse amor fui-me embalar
No calor dos teus braços vou caír
Amor, se não me pedes p’ra ficar
Sou eu que digo: não quero partir
Ao navegar contigo em mil desejos
Em ondas de paixão por saciar
Alimentar meus lábios nos teus beijos
Nesta fome de amor por acalmar
Se na vida real eu não consigo
Teu corpo com carinho abraçar
Então quero dormir, sonhar contigo
E peço p’ra ninguém mais me acordar
Cantar da milésima segunda noite
Rodrigo Emílio / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
Eu vi o sol em plena noite
Quando ninguém podia vê-lo
Eu vi o sol da meia noite
A raiar no teu cabelo
E houve mil e uma noites
De fulgor inapagável
Da boémia, a mais profunda
Houve mil e uma noites
Mas nenhuma comprarável
À milésima segunda
Quando ninguém podia vê-las
Vi tuas mãos de Dulcineia
Não sei se foi noite de estrelas
Mas sei que foi noite de estreia
E ouvi cantar, cantar em coro
Em cada artéria, em cada vela
O sol do sangue e o fulvo touro
Que te anuncia e me inceideia
Repertório de António Pinto Basto
Eu vi o sol em plena noite
Quando ninguém podia vê-lo
Eu vi o sol da meia noite
A raiar no teu cabelo
E houve mil e uma noites
De fulgor inapagável
Da boémia, a mais profunda
Houve mil e uma noites
Mas nenhuma comprarável
À milésima segunda
Quando ninguém podia vê-las
Vi tuas mãos de Dulcineia
Não sei se foi noite de estrelas
Mas sei que foi noite de estreia
E ouvi cantar, cantar em coro
Em cada artéria, em cada vela
O sol do sangue e o fulvo touro
Que te anuncia e me inceideia
Um fado à mercê da vida
José Fernandes Castro / Carlos Rocha
Repertório de Nelson Duarte
Repertório de Nelson Duarte
Música do fado *Sempre que Lisboa canta*
Eu sou um tempo perdido
Nas madrugadas da vida
Sou um fado acontecido
Numa noite florida
Sou um barco sem maré
Neste mar por navegar
Sou alma cheia de fé
Que passa a vida a cantar
Quando a saudade magoa
Minh’alma entoa esta canção
Eu sou o sopro fugaz
Duma brisa matinal
Sou um poema de paz
Numa guerra triunfal
Sou um livro que se lê
Sou um verso que alguém quer
E assim ando à mercê
Do que a vida me trouxer
Eu sou um tempo perdido
Nas madrugadas da vida
Sou um fado acontecido
Numa noite florida
Sou um barco sem maré
Neste mar por navegar
Sou alma cheia de fé
Que passa a vida a cantar
Quando a saudade magoa
Minh’alma entoa esta canção
E o soluço se apregoa
Mesmo que doa no coração
Mesmo que doa no coração
Quando a saudade faz lei
As outras leis são tempo errado
As outras leis são tempo errado
A saudade a que me dei
Tem as leis do próprio fado
Tem as leis do próprio fado
Eu sou o sopro fugaz
Duma brisa matinal
Sou um poema de paz
Numa guerra triunfal
Sou um livro que se lê
Sou um verso que alguém quer
E assim ando à mercê
Do que a vida me trouxer
Fado menor
Fernando Teles / Popular *fado menor*
Repertório de Maria Alice
Repertório de Maria Alice
Letra extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional* de
Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Por eu vender o meu corpo
Olham p’ra mim com desdém
As ricas também se vendem
E tudo lhes fica bem
Ninguém censure a mulher
Que p’ra dar aos filhos pão
Depois de tudo sofrer
Ponha seu corpo em leilão
Não há ninguém que suponha
Qual a cruz do meu penar
É ser mãe e ter vergonha
Dos meus filhitos beijar
Por eu vender o meu corpo
Olham p’ra mim com desdém
As ricas também se vendem
E tudo lhes fica bem
Ninguém censure a mulher
Que p’ra dar aos filhos pão
Depois de tudo sofrer
Ponha seu corpo em leilão
Não há ninguém que suponha
Qual a cruz do meu penar
É ser mãe e ter vergonha
Dos meus filhitos beijar
À noite quando me deito
Letra e música de António Silva Reis
Repertório de Tony Reis
Sinto-me só
Repertório de Tony Reis
Sinto-me só
Quando não 'stás a meu lado
Sinto-me só
Sinto-me só
Quando não te canto um fado
Sinto-me só
À noite quando me deito
E sinto dentro do peito
E sinto dentro do peito
A saudade de te ver
Sinto-me só
Sinto-me só
E creio, p’ra meu castigo
Que sem ti eu não consigo
Alento para viver
Trago comigo
A mágoa que me devora
Mas que me obriga
Que sem ti eu não consigo
Alento para viver
Trago comigo
A mágoa que me devora
Mas que me obriga
A pensar a toda a hora
Sei p’ra meu bem
Que contigo sou feliz
Porque o amor é também
O fruto d’uma raiz
Que contigo sou feliz
Porque o amor é também
O fruto d’uma raiz
O filho ceguinho
Amadeu do Vale / Ercília Costa
Repertório de Ercília Costa
Letra extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
Repertório de Ercília Costa
Letra extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes
P’ra dar vista ao meu filhinho
Que me nascera ceguinho
Fiz uma promessa a Deus
Que os dois olhos do meu filho
Se um dia tivessem brilho
Prometi cegar os meus
Tanta e tanta devoção
Eu pus na minha oração
P’ra dar vista ao meu filhinho
Que me nascera ceguinho
Fiz uma promessa a Deus
Que os dois olhos do meu filho
Se um dia tivessem brilho
Prometi cegar os meus
Tanta e tanta devoção
Eu pus na minha oração
Que ela chegou a Jesus
E por milagre divino
Aos olhos do meu menino
E por milagre divino
Aos olhos do meu menino
Chegou finalmente a luz
Muito alegre, fui depressa
P’ra cumprir minha promessa
Muito alegre, fui depressa
P’ra cumprir minha promessa
Caí aos pés do altar
Ergui meus olhos aos céus
E só por graça de Deus
Ergui meus olhos aos céus
E só por graça de Deus
Eu não cheguei a cegar
Três degraus, uma cortina
Linhares Barbosa / Popular *fado menor
Repertório de António Rocha
A 2ª estrofe (que não foi gravada pelo António Rocha) foi extraída do CD de
Repertório de António Rocha
A 2ª estrofe (que não foi gravada pelo António Rocha) foi extraída do CD de
Manuel Cardoso de Menezes que gravou esta letra na música do Fado Lopes
Três degraus, uma cortina
Uma imagem de Jesus
E a luz duma lamparina
Iluminando outra cruz
Viela triste e sombria
Três degraus, uma cortina
Uma imagem de Jesus
E a luz duma lamparina
Iluminando outra cruz
Viela triste e sombria
Uma mulher de má sina
Um letreiro, hospedaria
Um letreiro, hospedaria
Três degraus, uma cortina
Uma cama improvisada
Uma cama improvisada
Que só miséria traduz
Ao fundo, dependurada
Ao fundo, dependurada
Uma imagem de Jesus
Sobre uma mesa de pinho
Sobre uma mesa de pinho
Uma vela de estearina
Uma garrafa com vinho
Uma garrafa com vinho
E a luz duma lamparina
Sempre que a mulher se vende
Sempre que a mulher se vende
E o freguês pede mais luz
A vela também se acende
A vela também se acende
Iluminando outra cruz
A voz de Portugal
Fernando Teles / Guilherme Coração *fado sem pernas*
Repertório de Maria Alice
Repertório de Maria Alice
Letra extraída do livro *Poetas Populares do Fado Tradicional*
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Ter um fado igual ao meu
Ó Coimbra quem te dera
Na Mouraria nasceu
Teve por mãe a Severa
Fado lindo do Mondego
Ó Coimbra quem te dera
Na Mouraria nasceu
Teve por mãe a Severa
Fado lindo do Mondego
Cantado por noite fora
À alma tira o sossego
À alma tira o sossego
Que de tanto ouvi-lo chora
O de Lisboa é mais triste
O de Lisboa é mais triste
É mais castiço, mais faia
A alma não lhe resiste
A alma não lhe resiste
Ouvindo-o logo desmaia
Por mim ou outro cantado
Por mim ou outro cantado
Na Mouraria ou Choupal
São lindos todos os fados
São lindos todos os fados
São a voz de Portugal
Homem da lezíria
Maria Manuel Cid / Francisco José Marques *fado zé negro
Repertório de Teresa Tarouca
Solta da cinta grosseira
Voava a camisa branca
Que o vento suão enxuga
E o salto de prateleira
Pisa o restolho que arranca
Da terra que a sede enruga
Uma melena teimosa
Repertório de Teresa Tarouca
Solta da cinta grosseira
Voava a camisa branca
Que o vento suão enxuga
E o salto de prateleira
Pisa o restolho que arranca
Da terra que a sede enruga
Uma melena teimosa
Cobre-lhe a testa trigueira
Como mata de capim
E a vara fina e rugosa
Como mata de capim
E a vara fina e rugosa
Batia forte a poeira
Da sua calça de brim
Os dentes brancos de neve
Da sua calça de brim
Os dentes brancos de neve
Brilhavam como centelhas
Nos seus lábios sensuais
E mordiscava de leve
Nos seus lábios sensuais
E mordiscava de leve
Uma papoila vermelha
Colhida pelos trigais
Leva na bota o esporim
Colhida pelos trigais
Leva na bota o esporim
Como lama de uma vala
Pinga o suor do seu rosto
Nesta lezíria sem fim
Pinga o suor do seu rosto
Nesta lezíria sem fim
Até o silêncio fala
Nas tardes do mês de Agosto
Nas tardes do mês de Agosto
Os belos tempo d’outrora
Fernando Teles / Popular *fado corrido serrano*
Repertório de Maria Albertina
Letra extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional* de
Repertório de Maria Albertina
Letra extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional* de
Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Os belos tempos d'outrora
São relíquias do passado
Dois impagáveis tesoiros
A guitarra mais o fado
Era na Lisboa antiga
Os belos tempos d'outrora
São relíquias do passado
Dois impagáveis tesoiros
A guitarra mais o fado
Era na Lisboa antiga
Quinta-Feira d'Ascensão
Dia de consagração
Dia de consagração
Porque era dia de espiga
Com farnéis e sem fadiga
Com farnéis e sem fadiga
Assim que raiava a aurora
Toda a gente, campos fora
Toda a gente, campos fora
Procurava a sombra amena
Ai que saudades, que pena
Dos belos tempos d'outrora
As noites tradicionais
Ai que saudades, que pena
Dos belos tempos d'outrora
As noites tradicionais
De todos os nossos santos
Eram motivos de tantos
Eram motivos de tantos
Ranchos, bailes, festivais
Os círios e os arraiais
Os círios e os arraiais
Rabicha, senhor roubado
Atalaia, sol doirado
Atalaia, sol doirado
Como tudo isso era lindo
Estas coisas, tempo findo
São relíquias do passado
E nas vésperas de toirada
Estas coisas, tempo findo
São relíquias do passado
E nas vésperas de toirada
Nos retiros, que alegria
Até a nobreza se via
Até a nobreza se via
Pelas mesas abancada
Cantava-se à desgarrada
Cantava-se à desgarrada
Até à vinda dos toiros
Cobriram-se assim de loiros
Cobriram-se assim de loiros
Entre a fadistagem vária
A Severa e a Cesária
Dois impagáveis tesoiros
Fidalgos, boémios, artistas
A Severa e a Cesária
Dois impagáveis tesoiros
Fidalgos, boémios, artistas
E toureiros elegantes
Tinham por suas amantes
Tinham por suas amantes
As cantadeiras bairristas
Nesse tempo de fadistas
Nesse tempo de fadistas
E do Colete Encarnado,
Só nos resta por sagrado
Só nos resta por sagrado
Penhor bem nacional
Dois filhos de Portugal
A guitarra mais o fado
Dois filhos de Portugal
A guitarra mais o fado
Destino
Sofia Ferreira / Pedro Marques
Repertório de Sofia Ferreira
Destino meu
Naquela noite em que o negrume te levou
Cravando um punhal
Em minha alma que se acabou
Repertório de Sofia Ferreira
Destino meu
Naquela noite em que o negrume te levou
Cravando um punhal
Em minha alma que se acabou
Que faço deste amor
Que a mim me rasga o coração
Que vida será vivida
Agora nesta solidão
Volta por favor
Mais uma vez, p’ra te dizer
Palavras que me fazem enlouquecer
Amor, grito de dor e tormento
Em lágrimas que se soltam pelo vento
Destino que a maré trouxe até mim
Destino que me faz morrer por ti
Que a mim me rasga o coração
Que vida será vivida
Agora nesta solidão
Volta por favor
Mais uma vez, p’ra te dizer
Palavras que me fazem enlouquecer
Amor, grito de dor e tormento
Em lágrimas que se soltam pelo vento
Destino que a maré trouxe até mim
Destino que me faz morrer por ti
Rosas
Armando Neves /Armandinho *alexandrino do estoril*
Repertório de Ercília Costa
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Por sob o céu azul
Repertório de Ercília Costa
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Por sob o céu azul
Do nosso Portugal
Céu que não tem igual
Céu que não tem igual
Em todo o mundo inteiro
Vicejam roseirais
Vicejam roseirais
Uns da cor do coral
Outros branco ideal
Outros branco ideal
Esmalte verdadeiro
E assim as rosas são
E assim as rosas são
Neste jardim florido
Padrão bem alto erguido
Padrão bem alto erguido
Às virtudes da raça
O branco simboliza
O branco simboliza
O sentimento querido
A paz, amor sentido
A paz, amor sentido
Enchendo as almas de graça
O vermelho, esse então
O vermelho, esse então
É sangue abençoado
É sangue derramado
É sangue derramado
Em tanta e tanta vez
É Alcácer-Quibir
É Alcácer-Quibir
É Flandres, é Salado
É sangue de soldado
É sangue de soldado
É sangue português
Dia de São Martinho
Isidoro de Oliveira / Manuel Maria Rodrigues
Repertório de *Fado Marialva*
É dia de São Martinho
Dia da prova do vinho
Dos safões e da samarra
E à noite, depois da ceia
À luz frouxa da candeia
Canta-se ao som da guitarra
Veste-se de festa o povo
Repertório de *Fado Marialva*
É dia de São Martinho
Dia da prova do vinho
Dos safões e da samarra
E à noite, depois da ceia
À luz frouxa da candeia
Canta-se ao som da guitarra
Veste-se de festa o povo
Tudo prova o vinho novo
É dia de São Martinho
O vinho a cabeça arrasa
É dia de São Martinho
O vinho a cabeça arrasa
E à volta para casa
Já ninguém sabe o caminho
Eu falo, digo o que sinto
Já ninguém sabe o caminho
Eu falo, digo o que sinto
Não há nada como o tinto
P’ra aquecer as almas frias
É dia de São Martinho
P’ra aquecer as almas frias
É dia de São Martinho
Encha lá mais um copinho
Pois um dia não são dias
Atrás dum como outros vão
Pois um dia não são dias
Atrás dum como outros vão
E o tosco canjirão
Não pára de servir vinho
Até alta madrugada
Não pára de servir vinho
Até alta madrugada
á vinho e castanha assada
É dia de São Martinho
É dia de São Martinho
Na minha infãncia
João da Mata / Alfredo Duarte *menor-versiículo*
Repertório de Ercília Costa
Repertório de Ercília Costa
Também conhecido pelo título *saudades que matam*
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
No jardim da minha infância tão ditosa
Semeei doces quimeras de ansiedade
Plantei ilusões e sonhos cor-de-rosa
Para colher desenganos e saudades
Saudades sinto-as cá dentro do meu peito
Ligadas ao sofrimento verdadeiro
Saudades do lar feliz que foi desfeito
P’los vendavais do destino traiçoeiro
Como é triste a minha sorte como influi
Na certeza de cruéis fatalidades
Pois que eu vivendo saudosa do que fui
Tristemente vou morrendo de saudade
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
No jardim da minha infância tão ditosa
Semeei doces quimeras de ansiedade
Plantei ilusões e sonhos cor-de-rosa
Para colher desenganos e saudades
Saudades sinto-as cá dentro do meu peito
Ligadas ao sofrimento verdadeiro
Saudades do lar feliz que foi desfeito
P’los vendavais do destino traiçoeiro
Como é triste a minha sorte como influi
Na certeza de cruéis fatalidades
Pois que eu vivendo saudosa do que fui
Tristemente vou morrendo de saudade
Toca p’rá unha
Maria Manuel Cid / Jaime Santos *fado da bica*
Repertório de Maria do Rosário Bettencourt
Céu dum azul infinito
Tarde linda, praça à cunha
O toiro é negro gravito
Cornetim toca prá unha
E salta lesto prá arena
Repertório de Maria do Rosário Bettencourt
Céu dum azul infinito
Tarde linda, praça à cunha
O toiro é negro gravito
Cornetim toca prá unha
E salta lesto prá arena
O forcado valentão
E pisa a terra morena
Com altiva decisão
E, todo donaire e graça
E, todo donaire e graça
Petulante e atrevida
Citando de praça a praça
Citando de praça a praça
Aguenta a investida
E o povo desvairado
E o povo desvairado
Com tamanha valentia
Vendo o toiro dominado
Vendo o toiro dominado
Rompe em alta gritaria
E no brado de respeito
E no brado de respeito
Como carícia dum beijo
Sente o forcado no peito
Sente o forcado no peito
Todo o sol do Ribatejo
Nada a mim me dá cuidado
Conde Sobral / Adriano Batista *fado macau*
Repertório de Leonor Santos
A mim não me dá cuidado
A hora de me deitar
Perder a noite no fado
Não é perder é ganhar
Mesmo que seja egoísta
Repertório de Leonor Santos
A mim não me dá cuidado
A hora de me deitar
Perder a noite no fado
Não é perder é ganhar
Embora seja egoísta
Ou um caso liquidado
Ser boémia ou ser fadista
A mim não me dá cuidado
Eu quero apenas viver
A vida que me agradar
E não me importa saber
A hora de me deitar
Se preocupar alguém
O meu viver agitado
Perder a noite no fado
Venha comigo, também
- - -
- -
-
Versão Original
A hora de me deitar
Perder a noite no fado
Não é perder é ganhar
Embora seja egoísta
Ou um caso liquidado
Ser boémia ou ser fadista
A mim não me dá cuidado
Eu quero apenas viver
A vida que me agradar
E não me importa saber
A hora de me deitar
Se preocupar alguém
O meu viver agitado
Perder a noite no fado
Venha comigo, também
- - -
- -
-
Versão Original
Informação de Daniel Gouveia e Francisco Mendes no livro
*Poetas do Fado Tradicional*
Tema também referenciado com os títulos
*Perder a noite no Fado /ou/ A mim não me dá cuidado*
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
A mim não me dá cuidado
A hora de me deitar
Perder a noite no fado
Não é perder é ganhar
Mesmo que seja egoísta
Ou um caso liquidado
Ser boémio, ou ser fadista
Ser boémio, ou ser fadista
A mim não me dá cuidado
Eu quero apenas viver
Eu quero apenas viver
A vida que me agradar
E não me importa saber
E não me importa saber
A hora de me deitar
Se preocupar alguém
Se preocupar alguém
Este viver agitado
Venha comigo, também
Venha comigo, também
Perder a noite no fado
Dirá logo a quem se afoite
Dirá logo a quem se afoite
Como ele a criticar
Perder assim uma noite
Perder assim uma noite
Não é perder, é ganhar
Braços de cruz
Maria Manuel Cid / Popular *fado menor*
Repertório de António Mello Correia
Repertório de António Mello Correia
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Seis lanternas apagadas
Mais duas deitando luz
Que deixam sombras traçadas
Como os braços duma cruz
Cá dentro a guitarra chora
P'la viola acompanhada
Enquanto a noite lá fora
Vai fugindo à madrugada
Saltam versos desgarrados
Do peito do cantador
Saltam versos, nascem fados
E mais promessas de amor
E quando as almas despertam
Ao romper das madrugadas
Já nem sombras se projectam
Das lanternas apagadas
Mais duas deitando luz
Que deixam sombras traçadas
Como os braços duma cruz
Cá dentro a guitarra chora
P'la viola acompanhada
Enquanto a noite lá fora
Vai fugindo à madrugada
Saltam versos desgarrados
Do peito do cantador
Saltam versos, nascem fados
E mais promessas de amor
E quando as almas despertam
Ao romper das madrugadas
Já nem sombras se projectam
Das lanternas apagadas
Amora cantando
Maria de Lurdes Brás / Joaquim Campos *fado amora*
Repertório de Maria de Lurdes Brás
Cá neste lado do rio
Também há fado a preceito
Canta-se o fado com brio
Há fado dentro do peito
Cá na Margem Sul do Tejo
Repertório de Maria de Lurdes Brás
Cá neste lado do rio
Também há fado a preceito
Canta-se o fado com brio
Há fado dentro do peito
Cá na Margem Sul do Tejo
Há fadistas de valor
Cantar fado é o desejo
Cantar fado é o desejo
De quem tem ao fado amor
Brilham estrelas no céu
Brilham estrelas no céu
O sol brilha mais dourado
Navega no Rio Judeu
Navega no Rio Judeu
A esperança de um novo fado
Como discreta magia
Como discreta magia
Anda o silêncio no ar
Há mistério e alegria
Há mistério e alegria
Há grandeza no cantar
Cai a noite, amaina o vento
Cai a noite, amaina o vento
Leve brisa sopra agora
Para se ouvir sem lamento
Para se ouvir sem lamento
Cantar este fado Amora
Meu amor
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Leonor Santos
Este tema também foi gravado por Flora Silva com o título
Repertório de Leonor Santos
Este tema também foi gravado por Flora Silva com o título
*Vai, vai de vez* com autorias atribuídas a:
Torre da Guia / Alvaro Martins
Meu amor, não quero mais
Ouvir-te mentir assim
Sei que vais de mim p’ra ela
E que vens dela p’ra mim
Meu amor não quero mais
Eu não quero mais tortura
Vai-te embora e leva tudo
Deixa ficar a amargura
Tu gostas dela, eu sei-o bem
Já és mais dela, eu sei também;
P’ra quê mentir, não mintas não
Trago a verdade no coração;
Vai, vai de vez, leva a saudade
Não quero dó nem piedade
Viver assim é um inferno
Em que eu não quero viver
Antes quero a solidão
P’ra me ajudar a esquecer
Vai-te embora por favor
E leva tudo o que é teu
Leva pois o meu amor
Porque ele já não é meu
Meu amor, não quero mais
Ouvir-te mentir assim
Sei que vais de mim p’ra ela
E que vens dela p’ra mim
Meu amor não quero mais
Eu não quero mais tortura
Vai-te embora e leva tudo
Deixa ficar a amargura
Tu gostas dela, eu sei-o bem
Já és mais dela, eu sei também;
P’ra quê mentir, não mintas não
Trago a verdade no coração;
Vai, vai de vez, leva a saudade
Não quero dó nem piedade
Viver assim é um inferno
Em que eu não quero viver
Antes quero a solidão
P’ra me ajudar a esquecer
Vai-te embora por favor
E leva tudo o que é teu
Leva pois o meu amor
Porque ele já não é meu
Perdi-me no teu olhar
Mote: Olegário Mariano / Glosa: Conde Sobral / Alfredo Duarte *fado bailarico*
Repertório de Natália dos Anjos
Repertório de Natália dos Anjos
Também aparece com os títulos *Os teus olhos são dos tais* ou *Teus Olhos
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Os teus olhos são dos tais
Que só se encontra uma vez
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Perdido no teu olhar
Que só se encontra uma vez
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Perdido no teu olhar
A minha vida mudou
E nunca mais encontrou
E nunca mais encontrou
Outro caminho a trilhar
Mas nada tenho a ganhar
Mas nada tenho a ganhar
Pois sei bem que tu não lês
Na minha alma, nem crês
Na minha alma, nem crês
Que, distintos dos demais
Os teus olhos são dos tais
Que só se encontra uma vez
Os olhos que Deus te deu
Os teus olhos são dos tais
Que só se encontra uma vez
Os olhos que Deus te deu
São para mim tal tormento
Que o meu cruel sofrimento
Que o meu cruel sofrimento
Foi conhecido no céu;
E a Santa Lei entendeu
E a Santa Lei entendeu
Tão injusto o meu revés
Que com divina altivez
Que com divina altivez
Quebrou os moldes fatais
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Coisas do coração
Domingos Gonçalves da Costa / Fontes Rocha
Repertório de Augusto Fernandes
O coração que em teu peito
Não palpita de afeição
É todo de gelo feito
E para amar não tem jeito
Nem chega a ser coração
Que nunca amaste ninguém
Afirmas seja a quem for
Cautela, que o dia vem
Em que hás-de gostar de alguém
E despreze o teu amor
Uma paixão
Repertório de Augusto Fernandes
O coração que em teu peito
Não palpita de afeição
É todo de gelo feito
E para amar não tem jeito
Nem chega a ser coração
Que nunca amaste ninguém
Afirmas seja a quem for
Cautela, que o dia vem
Em que hás-de gostar de alguém
E despreze o teu amor
Uma paixão
Nasce dum simples olhar
Como a ilusão
Como a ilusão
Nasce dum amor sem par
E nesse jeito
E nesse jeito
Surge uma falsa afeição
Que pode entrar no teu peito
Onde não há coração
A história do amor é vasta
E às vezes enganadora
Puro amor que se afasta
É muita vez quanto basta
P’rá gente morrer de amor
Não voltes pois a dizer
Que a ninguém tens afeição
Isto de amar e querer
A gente quer porque quer
São coisas do coração
- - -
Que pode entrar no teu peito
Onde não há coração
A história do amor é vasta
E às vezes enganadora
Puro amor que se afasta
É muita vez quanto basta
P’rá gente morrer de amor
Não voltes pois a dizer
Que a ninguém tens afeição
Isto de amar e querer
A gente quer porque quer
São coisas do coração
- - -
- -
-
VERSÃO ORIGINAL
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
O coração que em teu peito
Não palpita de emoção
É todo de gelo feito
E para amar não tem jeito
É todo de gelo feito
E para amar não tem jeito
Nem chega a ser coração
Que nunca amaste ninguém
Que nunca amaste ninguém
Afirmas seja a quem for
Cautela, que o dia vem
Em que hás-de gostar de alguém
Cautela, que o dia vem
Em que hás-de gostar de alguém
Que despreze o teu amor
A história do amor é vasta
A história do amor é vasta
E no mundo enganador
Um puro amor que se afasta
É muita vez quanto basta
Um puro amor que se afasta
É muita vez quanto basta
Prá gente morrer de amor
Não voltes pois a dizer
Não voltes pois a dizer
Que a ninguém tens afeição
Que nisto de amar e querer
A gente quer porque quer
Que nisto de amar e querer
A gente quer porque quer
São coisas do coração
Gôsto de engraçar
Clemente Pereira / Casimiro Ramos *fado fé*
Repertório de Natalindo Duarte
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Repertório de Natalindo Duarte
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Tanta graça ela irradia
Que sempre, quando ela passa
Eu digo, sem ironia
Você é Graça Maria
Uma Maria, com graça
Não julgue nisto um gracejo
Porque graça em mim não há
Mas tanta graça em si vejo
Que só lhe peço o sobejo
Da graça que a outros dá
A quem vive, como eu
Com o gosto de engraçar
A graça que Deus lhe deu
Nunca deve, creio eu
A sua graça negar
Mas se um dia, lado a lado
Lá na Graça, a gente passa
Alguém dirá com agrado
Mas que par tão engraçado
Passou agora na Graça
Que sempre, quando ela passa
Eu digo, sem ironia
Você é Graça Maria
Uma Maria, com graça
Não julgue nisto um gracejo
Porque graça em mim não há
Mas tanta graça em si vejo
Que só lhe peço o sobejo
Da graça que a outros dá
A quem vive, como eu
Com o gosto de engraçar
A graça que Deus lhe deu
Nunca deve, creio eu
A sua graça negar
Mas se um dia, lado a lado
Lá na Graça, a gente passa
Alguém dirá com agrado
Mas que par tão engraçado
Passou agora na Graça
Quanto mais me foge a vida
João Dias / João Blak *fado menor do porto*
Repertório de Lúcio Bamond
Quanto mais me foge a vida
Mais eu gosto de viver
Mal uma esperança perdida
Outra acaba de nascer
Esperamos sempre um bem
Repertório de Lúcio Bamond
Quanto mais me foge a vida
Mais eu gosto de viver
Mal uma esperança perdida
Outra acaba de nascer
Esperamos sempre um bem
Que por bem nos aconteça
Pois o futuro de alguém
Pois o futuro de alguém
Não há ninguém que o conheça
Esperança é fogo que arde
Esperança é fogo que arde
Em fogueira tão teimosa
Que às vezes até um cardo
Que às vezes até um cardo
Tem p’ra nós valor de rosa
A vida foge-me tanto
A vida foge-me tanto
Que às vezes nem sei dizer
Se este canto é o pranto
Se este canto é o pranto
Que o cisne canta ao morrer
Requiem por um morgado
João Dias / Popular *fado mouraria*
Repertório de João Casanova
É dono de muitas leiras
Senhor de muito povoado
Aluga braços nas feiras
Onde vai vender o gado
Monta cavalos e fêmeas
Repertório de João Casanova
É dono de muitas leiras
Senhor de muito povoado
Aluga braços nas feiras
Onde vai vender o gado
Monta cavalos e fêmeas
Tem filhos que não conhece
Semeia fomes e sêmeas
Semeia fomes e sêmeas
E come o que lhe apetece
Sobre a enorme barriga
Sobre a enorme barriga
Cadeias de oiro maciço
Prendeu um corno e uma figa
Prendeu um corno e uma figa
Para afastar o feitiço
Traz a mulher e a montada
Traz a mulher e a montada
Presas na mesma arreata
E na bota afiambrada
E na bota afiambrada
Usa acicates de prata
Dizem à boca pequena
Dizem à boca pequena
Que assassinou um maltês
Por um braçado de lenha
Por um braçado de lenha
Deu-lhe dois tiros ou três
Engorda porcos e cães
Engorda porcos e cães
E guardas florestais
E outros filhos da mãe
E outros filhos da mãe
Que lhes guardam os trigais
Missas de corpo presente
Missas de corpo presente
Pagou-as adiantado
Deus não fia a toda a gente
Deus não fia a toda a gente
E o céu está superlotado
Aqui ficou retratado
Aqui ficou retratado
Um morgado d’outros tempos
Que há pouco foi enterrado
Que há pouco foi enterrado
Com todos os sacramentos
Gaivotas em terra
Mascarenhas Barreto / António dos Santos
Repertório de António dos Santos
Gaivotas em terra, de asas fechadas
Marujos sem rumo num banco dum bar
Barcaças dormentes no cais ancoradas
Meninas morenas que sonham casar
Preciso é que voem e que batam as asas
Preciso é que deixem as altas janelas
Preciso é que saiam as portas das casas
Preciso é que soltem amarras e velas
Marujos sozinhos, pensando outro mundo
Meninos em casa, fiando desejo
Preciso é que cruzem seu olhar profundo
Preciso é que colem as bocas num beijo
Mãos de marinheiro não temem procelas
Se houver outras mãos, pr'além vendaval
Rezando por ele, tecendo outras velas
Mais brancas mais belas do seu enxoval
Repertório de António dos Santos
Gaivotas em terra, de asas fechadas
Marujos sem rumo num banco dum bar
Barcaças dormentes no cais ancoradas
Meninas morenas que sonham casar
Preciso é que voem e que batam as asas
Preciso é que deixem as altas janelas
Preciso é que saiam as portas das casas
Preciso é que soltem amarras e velas
Marujos sozinhos, pensando outro mundo
Meninos em casa, fiando desejo
Preciso é que cruzem seu olhar profundo
Preciso é que colem as bocas num beijo
Mãos de marinheiro não temem procelas
Se houver outras mãos, pr'além vendaval
Rezando por ele, tecendo outras velas
Mais brancas mais belas do seu enxoval
Na gravação de Marco Oliveira, a estrofe apresentada a seguir aparece
na 3ª posição e foi usada em vez da 4ª estrofe da versão original.
As asas são duas se acaso uma ave
Vier cortar céu, lançar-se no ar
A barca só voga se a brisa suave
Vier ternamente casá-la com o mar
As asas são duas se acaso uma ave
Vier cortar céu, lançar-se no ar
A barca só voga se a brisa suave
Vier ternamente casá-la com o mar
Naquela noite
António Vilar da Costa / José Duarte *fado seixal*
Repertório de Joaquim Silveirinha
Na noite de São João
O Chico do Bairro Alto
Com o seu ar folião
E uma guitarra na mão
Pôs o bairro em sobressalto
Sob a janela da Rosa
Repertório de Joaquim Silveirinha
Na noite de São João
O Chico do Bairro Alto
Com o seu ar folião
E uma guitarra na mão
Pôs o bairro em sobressalto
Sob a janela da Rosa
À luz argêntea da lua
Cantou com voz maviosa
Cantou com voz maviosa
Uma quadrinha amorosa
E a Rosa veio prá rua
Traça o xaile de varina
E a Rosa veio prá rua
Traça o xaile de varina
Responde às quadras singelas
Com a sua voz argentina
Com a sua voz argentina
Acompanhando em surdina
Ao compasso das chinelas
Já da fogueira apagada
Ao compasso das chinelas
Já da fogueira apagada
Resta um braseiro desfeito
Mas no fim da desgarrada
Mas no fim da desgarrada
Sentem, d’alma apaixonada
Uma fogueira no peito
Das janelas, com calor
Uma fogueira no peito
Das janelas, com calor
Foram muito aplaudidos
Nenhum levou a melhor
Nenhum levou a melhor
Mas na luta do amor
Ficaram ambos vencidos
Hoje a Rosa, já casada
Ficaram ambos vencidos
Hoje a Rosa, já casada
Lembra aquele São João
Quando o Chico à desgarrada
Na Travessa da Queimada
Lhe queimou o coração
Fado do pão
Artur Soares Pereira / Santos Moreira *fado moreninha*
Repertório de Daniel Gouveia
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Repertório de Daniel Gouveia
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
O Necas, um pequeno garotinho
Correndo jovial um certo dia
Foi perguntar de manso ao seu paizinho
Como nascia o pão que ele comia
O pai, sempre pronto a responder
Às perguntas do seu filhinho amado
Desta vez começou por lhe dizer
O pão não nasce feito... é fabricado
É feito de farinha, nota bem
Extraída das espigas, meu amor
Criadas com carinho por alguém
A quem a gente chama *o lavrador*
Ele, de sol a sol cuida da terra
A terra para ele é um tesoiro
Pois é ela que dá, ela é que encerra
Essas espigas lindas, cor do oiro
Só depois de maduras, são colhidas
E depois de batidas, vão então
P’ra moinhos nos quais são reduzidas
À farinha da qual se faz o pão
Que o pão custava tanto, eu não sabia
Disse por fim, o Necas ao paizinho
Mas agora já sei, e de hoje em dia
Não estragarei sequer um bocadinho
Correndo jovial um certo dia
Foi perguntar de manso ao seu paizinho
Como nascia o pão que ele comia
O pai, sempre pronto a responder
Às perguntas do seu filhinho amado
Desta vez começou por lhe dizer
O pão não nasce feito... é fabricado
É feito de farinha, nota bem
Extraída das espigas, meu amor
Criadas com carinho por alguém
A quem a gente chama *o lavrador*
Ele, de sol a sol cuida da terra
A terra para ele é um tesoiro
Pois é ela que dá, ela é que encerra
Essas espigas lindas, cor do oiro
Só depois de maduras, são colhidas
E depois de batidas, vão então
P’ra moinhos nos quais são reduzidas
À farinha da qual se faz o pão
Que o pão custava tanto, eu não sabia
Disse por fim, o Necas ao paizinho
Mas agora já sei, e de hoje em dia
Não estragarei sequer um bocadinho
Novembro
Ana Sofia Paiva / Marco Oliveira
Repertório de Marco Oliveira
Só… no vazio entardecer
Só… demorando até perder
A vontade ainda de salvar o sol
Que já não quer ficar
Só… singular desilusão
Dor diluída na canção
P’ra esquecer que o amor tem afinal
Um sopro final… e é só
Vem… chegou novembro, o dia clareou
Tanto amor que se gastou
Vem.. que até ao fim será preciso arder
De tanto amar hei-de morrer
Só… no vazio entardecer
Só… demorando até perder
Novembro hás-de esquecer
Repertório de Marco Oliveira
Só… no vazio entardecer
Só… demorando até perder
A vontade ainda de salvar o sol
Que já não quer ficar
Só… singular desilusão
Dor diluída na canção
P’ra esquecer que o amor tem afinal
Um sopro final… e é só
Vem… chegou novembro, o dia clareou
Tanto amor que se gastou
Vem.. que até ao fim será preciso arder
De tanto amar hei-de morrer
Só… no vazio entardecer
Só… demorando até perder
Novembro hás-de esquecer
Sei que hei-de esquecer… tão só
Carta de soldado
José Galhardo / Raúl Ferrão
Repertório de Max
No livro *Poetas do Fado Cancão* de Daniel Gouveia e
Repertório de Max
No livro *Poetas do Fado Cancão* de Daniel Gouveia e
Francisco Mendes esta letra é atribuída a Frederico de Brito
Sinto um engulho aqui
Quando fores p’ra rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra lembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Fala dos teus também
Adeus, cachopa
Quando fores a rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra alembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Minha Maria
Vou-te à carta responder
Ai, que alegria
Que tu me deste em me escrever
Sinto um engulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho
Por estar longe e ser soldado
Andam-me em Guerra
Andam-me em Guerra
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra
P’lo meu bem e p’los meus pais
Quando fores p’ra rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra lembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Esta carta vou fechar
E até um dia
Eu te abrace e volte ao lar
Fala dos teus também
Que p’lo meu lado
Eu estou bem graças a Deus
Eu estou bem graças a Deus
Muito obrigado
Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal
- - -
Versão Original
Carta do Soldado [carta soldado rocha]
Criação de Irene Isidro, travestida de soldado, na revista
*A Marcha de Lisboa* Estreia no Teatro Apolo, 1941
Minha Maria
Carta do Soldado [carta soldado rocha]
Criação de Irene Isidro, travestida de soldado, na revista
*A Marcha de Lisboa* Estreia no Teatro Apolo, 1941
Minha Maria
Vou-te à carta arresponder
Ai, que alegria que me deste
Ai, que alegria que me deste
Em me escrever
Sinto um orgulho aqui
Sinto um orgulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho
E um grande orgulho
Por ‘star longe e ser soldado
Andam-me em guerra
Andam-me em guerra
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra,
P’lo meu bem e p’los meus pais!
Quando fores a rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra alembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Que esta carta vou fechar
E até um dia
E até um dia
Que eu te abrace e volte ao lar
Fala dos teus, da mãe
Fala dos teus, da mãe
Que, p’lo meu lado
Graças a Deus, eu fico bem
Graças a Deus, eu fico bem
Muito obrigado
Adeus, cachopa
Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal
Mais um fado patriótico, ao gosto da época, por isso muito datado e por isso caído em desuso.
Mais um fado patriótico, ao gosto da época, por isso muito datado e por isso caído em desuso.
Hoje não seria entendido como o êxito que foi.
No entanto, à data da sua criação, estava-se em plena II Guerra Mundial, 1939-45.
Portugal não entrou nela, mas em 1941 ainda não se sabia como as coisas iriam acabar.
O Japão tinha invadido Timor-Leste, pelo que a neutralidade de Portugal poderia
terminar a qualquer momento.
A minha sina é cantar
Manuel de Andrade / Eduardo Lemos
Repertório de Irene Oliveira
A minha sina é cantar
Repertório de Irene Oliveira
A minha sina é cantar
O fado pelas vielas
E ver abrir as janelas
E ver abrir as janelas
À noite de par em par
Ser fadista é o meu fado
Ser fadista é o meu fado
Vaguear de porta em porta
Dedilhar a horas mortas
Dedilhar a horas mortas
A guitarra em tom magoado
Mas que posso mais fazer
Tenho o destino marcado
Ser fadista é o meu fado
E fadista hei-de morrer
Com a guitarra a meu lado
A trinar em tom plangente
Vivo assim, vivo contente
Ser fadista é o meu fado
Às vezes penso em mudar
Mas que posso mais fazer
Tenho o destino marcado
Ser fadista é o meu fado
E fadista hei-de morrer
Com a guitarra a meu lado
A trinar em tom plangente
Vivo assim, vivo contente
Ser fadista é o meu fado
Às vezes penso em mudar
Em viver doutra maneira
Ao calor duma lareira
Ao calor duma lareira
Ou no sossego do lar
Não consigo, não atino
Não consigo, não atino
Logo que oiço uma guitarra
Volto prá vida de farra
Volto prá vida de farra
Pois é este o meu destino
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Esta estrofe não foi gravada
Informação extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
De Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Há quem diga com desdém
Que é tolice, que é loucura
Andar assim à procura
Do valor que o fado tem
Informação extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
De Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Há quem diga com desdém
Que é tolice, que é loucura
Andar assim à procura
Do valor que o fado tem
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