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Para quê falarmos de amor

Tiago Correia / Pedro Rodrigues
Repertório de Tiago 
Correia

P’ra quê falarmos de amor
O amor é coisa louca
Se é amor também é dor
E dói por coisa tão pouca

O amor é um menino
Que anda a brincar com o tempo
Escreve na mão o destino
Mas foge num contratempo

Procura sempre iludir
Nos sonhos que não se alcança
Fantasias por cumprir
Que com o tempo se cansa

Por isso pouco nos vale
Falarmos do velho amor
A resposta é sempre igual
Se é amor também é dor

Rosas de rubra cor

Leonel Moura / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Leonel Moura

Encontrei a roseira brava
Que eu tanto procurava
Florida e de lindas rosas
Ela me falou de ti
E as saudades que eu senti
Das nossas horas ditosas

Quando o sol clareou
O vento tudo mudou
Mas de nós deixou o amor
Na campina nesse dia
Só uma roseira havia
Com rosas de rubra cor

Ficou firme o meu intento
E os ecos desse momento
Que o vento transportava
Amanheceu novo dia
E no campo ainda havia
Uma velha roseira brava

Ela há-de ter o castigo

Carlos Conde / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Lucília do Carmo


Sem ter motivo ofendeu-me
Após dar-me sorte crua
E me pôr a alma em brasa
Injuriou-me e bateu-me
Abriu a porta da rua
E pôs-me fora de casa

Presa fácil duma intriga
Julguei-me só na viela
Sem ar, sem luz, sem saída
Não, eu tinha uma amiga
P’ra desabafar com ela
As penas da minha vida

Corri logo a procurá-la
P’ra lhe contar sem demora
Toda a mágoa do meu fado
Não consegui encontrá-la
Havia mais duma hora
Que ela se tinha mudado

Mas como há sempre quem diga
O que a gente quer saber
Mais um golpe em mim desceu
É que a minha grande amiga
Mudou-se p’ra ser mulher
Daquele que me bateu

Património de humanidade

Leonel Moura / Pedro Rodrigues
Repertório de Pedro Rodrigues


O fado filho do povo
Percorreu um mundo novo
E sempre foi maltratado
E até andou pelas hortas
Cantado fora de portas
Por fadistas do passado

Amigo da vida boa
Nos bairros desta Lisboa
Ninguém sabe onde nasceu
Era pobre passou fome
Deu à cidade seu nome
Foi um vadio e plebeu

Foi cavaleiro e campino
Marcado pelo destino
Cresceu saiu da cidade
No seu viver vagabundo
Foi coroado pelo mundo
Património da humanidade

P'la sina da sua grei
Não é cumpridor da lei
E por nobres foi cantado
Mas se dizem que ele triste
O fado a tudo resiste
Por isso se chama fado

Hoje canto p’ra vocês

Leonel Moura / Pedro Rodrigues
Repertório de Leonel Moura


A gente do meu país 
Tem mais beleza e encanto
Gente de casta raiz
É o povo que assim diz
Desta terra que hoje canto;
Gente de casta raiz
A gente do meu país
Tem mais beleza e encanto

Esta terra portuguesa 
Onde o sol veio morar
É bela pois concerteza
Cheia de rara beleza 
De um jardim à beira-mar;
É bela pois com certeza
Esta terra portuguesa
Onde o sol veio morar

Há fado toiros e vinho 
Neste cantinho do céu
Tem paz amor e carinho
Tem um cheiro a rosmaninho
E a graça que Deus lhe deu;
Tem paz amor e carinho
Há fado toiros e vinho 
Neste cantinho do céu

E a luz do sol a brilhar 
No doirado do seu pão
E os rouxinóis a cantar
Em tudo fazem lembrar 
O cante do coração;
E os rouxinóis a cantar
E a luz do sol a brilhar 
No doirado do seu pão

Hoje canto p’ra vocês 
Este fado e sou feliz
Porque sou bom português
Tenho orgulho e altivez 
No fado do meu país;
Porque sou bom português
Hoje canto p’ra vocês 
O fado do me país

A vida que não te dei

Fernando Peres / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Madalena Ferraz

É quase sombra perdida
A promessa arrependida
Que a tua boca não deu
O meu coração resiste
Na certeza de ser triste
Mais triste porque sofreu

Saudades duma saudade
Saudades doutra verdade
Feita da mesma ilusão
Do fogo que não aquece
Duma verdade que esquece
E morre no coração

Os beijos que não se deram
Braços que não se estenderam
Lágrimas que eu não chorei
Nas horas da tua ausência
Ando a pedir clemência
À vida que te não dei

A minha terra é Viana

Pedro Homem de Mello / Alain Oulman
Repertório de Amália Rodrigues


A minha terra é Viana
Sou do monte e sou do mar
Só dou o nome de terra
Onde o da minha chegar;
Ó minha terra vestida
Da cor da folha da rosa
Ó brancos saios de Perre
Vermelhinhos de Areosa

Virei costas à Galiza 
Voltei-me antes para o mar
Santa Marta, saias negras 
Tem vidrilhos de luar

Dancei a Gota em Carreço
O Verde Gaio em Afife
Dancei-o devagarinho
Como a lei manda bailar;
Como a lei manda bailar
Dancei em Vila a Tirana
E dancei em todo o Minho
E quem diz Minho diz Viana

Virei costas à Galiza 
Voltei-me então para o sul
Santa Marta, saias verdes 
Deram-lhe o nome de azul

A minha terra é Viana
São estas ruas estreitas
São os navios que partem
São as pedras que ficam;
É este sol que me abrasa
Este amor que não engana
Estas sombras que me assustam
A minha terra é Viana

Virei costas à Galiza 
Pus-me a remar contra o vento
Santa Marta, saias rubras 
Da cor do meu pensamento

Quem me dera ser o vento

Artur Ribeiro / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Norberto Martinho
Repertório de Manuel Dias na música do fado Pedro Rodrigues

Há pedaços de Lisboa
Na canção que o vento entoa
De forma triste e magoada
Quem me dera ser o vento
P’ra cantar sem sofrimento
E chorar sem sentir nada

Num beco da velha Alfama
O vento passa e derrama
O som de notas plangentes
Quero ser louco varrido
Como tu vento fingido
E mentir como tu mentes

Chora alguém na Mouraria
E o vento durante o dia
Parece uma alma penada
Quando eu choro a minha sorte
O vento soprando forte
Ri de mim à gargalhada

Há pedaços de Lisboa
Na canção que o vento entoa
Sobre os telhados sem fim
Vento corta-me em pedaços
E leva-me nos teus braços
Para bem longe de mim

Lei do fado, do amor e da vida

José Fernandes Castro / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Catarina Dionísio *ao vivo*


Perguntei ao fado amigo
Porque lhe chamam antigo
Mais antigo que a saudade
O fado disse: sou jovem
E os sonhos que então me movem
São todos da minha idade

Antigo é não ter noção
De que a voz do coração
É um hino intemporal
Lei do fado é lei cumprida
Lei do amor é lei da vida
Lei do tempo é transversal

Antigo nunca serei
Pois sempre caminharei
À frente do meu destino
Quem quer estar a meu lado
Tem de se manter ligado
Ao sonho mais genuíno

Ter saudade

Jorge Rosa / Pedro Rodrigues
Repertório de Armando Morais


Saudade é palavra nossa
Tão nossa tão portuguesa
Que não há outra não há
Que melhor traduzir possa
A verdade, a tristeza
Que a triste ausência nos dá

Palavra má que se uniu
À rima dum fado triste
Todo feito p’ra chorar
P’ra dizer a quem partiu
Finda o teu sonho, resiste
Está na hora de voltar

Pobre de quem algum dia
Sentiu a alma a sangrar
De saudosa desventura
Vive a mais longa agonia
Sofre o mais duro penar
Padece a maior tortura

Saudades finos punhais
Que eu sinto com crueldade
Na minha alma a doer
Meu amor escuta os meus ais
E vem matar a saudade
Que aos poucos me faz morrer

Contos e ditos

Fábia Rebordão / Pedro Rodrigues dos Santos
Repertório de Fábia Rebordão


Tu e ela não falavam
Mas ainda namoravam
Coisas de contos e ditos
Disseram-te que ela lá estava
E que de outro gostava
Chegou-te logo aos ouvidos

O café da rua ao lado
Nem era mal frequentado
Todos diziam que não
Diziam que quando lá ia
Só ia durante o dia
P’ra se encontrar com o João

Tu temias o pior
Porque lhe tinhas amor
Não querias acreditar
No que ela se tinha tornado
Tu ficaste incomodado
Custou-te muito a aceitar

Um dia foste atrás dela
Espreitaste pela janela
No café, estava o João
Vestiste o teu melhor fato
Viste-a entrar com recato
Apenas p'ra comprar pão

Jangada de fado

José Fernandes Castro / Pedro Rodrigues
Repertório de Manuel Delindro (ao vivo)


Parti num sonho perfeito
Levando a bater no peito
Um coração sonhador
Qual marujo apaixonado
Numa jangada de fado
Desbravei o mar do amor

Suportei ventos de sul
Num mar coberto de azul 
Com ondas de tempestade
Busquei a ilha da sorte
Tentando encontrar o norte 
Da minha felicidade

Velejando, velejando
Aos poucos fui conquistando
O meu espaço no mar
Até que por fim, cheguei
À ilha que procurei
Onde sempre quis morar

A ilha estava deserta
Mas vi, numa carta aberta
Um manuscrito enrolado
Era uma mensagem tua
Dizendo: amor continua
Tens de cumprir o teu fado

Como te vi

Filomena de Sousa / Pedro Rodrigues
Repertório de Filomena de Sousa

Ouvia falar de ti
E sonhei vezes sem fim
Aquela noite de março
Em silêncio pressenti
Teus lábios, juntinho a mim
E nós dois no mesmo abraço

Com a paixão aumentando
Dei por mim esvoaçando 
Nesse amor apaixonante
Julgava ter-te só meu
Ser só nosso o azul do céu 
E eu sempre tua amante

Silêncio, não digas nada;
Disseste tu sem falar 
Devorando os olhos meus
A boca ficou calada
P’lo beijo que soube dar 
Abençoado por Deus

Depois fomos para casa
Perder os cinco sentidos 
Como quem perde a razão
Silêncio, não digas nada
E ficamos mais que amigos 
A falar pró coração;
Silêncio, não digas nada
E ficamos mais que amigos 
Enleados em paixão

Fado do Burro Malhado

Popular / Pedro Rodrigues
Repertório de Zé Miguel


Certo dia que lá vai
Passeava o filho e o pai
Num prado cheio de flores
Viram um burro malhado
Com o “coiso” pendurado
A pensar nos seus amores

Pergunta o miúdo e bem
Olhe o que o burro ali tem 
O que é aquilo paizinho?
E o pai muito atrapalhado
A gaguejar e corado; 
É ele que é doentinho

Passou-se um mês e também
Ia o menino co’a mãe 
Deu-se a mesma situação
Lá estava o burro à maneira
Com aquela parvoeira 
Que inté batia no chão

Mãe, olhe aquele burrinho
Que está muito doentinho 
E a senhora até corou
Concerteza vai morrer
Ele já está a sofrer 
Foi o pai que me ensinou

Ora, ora, diz a mãe
Teu pai não regula bem 
Nem é lição que se desse
Pobre do meu Joaquim
Pois uma doença assim 
Queria eu que ele tivesse

Sonho de amor

Linhares Barbosa / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Fernando Farinha
Este tema (com ligeiras alterações na letra) também foi gravado 
por Manuel de Almeida na música do Fado Pedro Rodrigues 
com o título *Omnipotência* .

Fosse a lua toda minha
Só minha propriedade
Buscá-la iria às alturas
Para ta dar inteirinha
Embora que a humanidade
Ficasse toda às escuras

Se num rápido segundo
O sol fosse apenas meu 
Eu dava-te o sol também
Arrefeceria o mundo
Mas o sol seria teu 
Só teu e de mais ninguém

As estrelas, todas elas
Aquelas que vês brilhar 
Se fosse Deus, quero e posso
Iria arrancar estrelas
Delas fazia um colar 
Para te pôr ao pescoço

Se após isto, francamente
Depois de tanta grandeza 
Me não quisesses por fim
Transformava-te em serpente
Porque assim tinha a certeza 
Que te enleavas em mim

Aquele par

João de Freitas / Pedro Rodrigues
Repertório de José Moreira


Ela, vestida de chita
Ele, de zuarte azulado
Desse azul que nos encanta
Mas era o par mais catita
Que passava lado a lado
Na rua da Fonte Santa

Foi simples o seu amor
Nascido sob o condão 
De ser jurado ante a cruz
Ele, por ser fundidor
Fundiu o seu coração 
Ao da Maria da Luz

Mas ele um dia partiu
Buscando em terra distante 
A fortuna tentadora
E esse par não mais se viu
Passar alegre e galante 
Como ali passara outrora

E hoje, p’ra seu consolo
Se a Maria da Luz sai 
P’ra saber novas d’além
Traz uma filhinha ao colo
Vivo retrato do pai 
Mais linda que a própria mãe

Das saudades tenho medo

João Ferreira Rosa / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de António Pelarigo


Eu gostava de saber
Como é possível eu ter
Tantas saudades de ti
Tanto tempo foi passado
Ao meu presente amarrado
Mais que tudo que vivi

Parece que estou agora
Junto a ti, naquela aurora
Do nosso primeiro dia
Na certeza do futuro
Do amor forte e seguro
Que em nós dois amanhecia

Julgo que sentes também
Sem o dizeres a ninguém
Como eu, guardas segredo
Peço a Deus p’ra te esquecer
P’ra não te amar, não sofrer
Das saudades tenho medo

Migalha de gente

Linhares Barbosa / Pedro Rodrigues
Repertório de Carlos Ramos


Lá vai com o seu jerico
O pequenino João
Ganhar a vida, coitado
Cada estrela é um salpico
De prata no almofadão
Do céu azul estrelado

Cinco horas da madrugada
A mãe fê-lo levantar 
Ele ergueu-se sonolento
Tão pequeno, um quase nada
E já tem de trabalhar 
Para ganhar o sustento

Jumentinho e pequenito
Lá vão pela rua fora 
O que este quadro traduz
Lembra a fuga para o Egipto
Não vai a Nossa Senhora 
Vai só o Menino Jesus

Lá vão os dois a caminho
Joãozinho, um quase nada
Vai dormindo descuidado
Que vale é que o jumentinho
É um grande camarada 
E sabe onde é o mercado

Ei-lo que volta contente
Abarrotam as cangalhas 
Ouve-se no ar um pregão
João, migalha de gente
Benditas estas migalhas 
Que juntinhas fazem pão

Quando esta guitarra chora

Miguel de Barros / Pedro Rodrigues
Repertório de João Braga


Quando esta guitarra chora
Sinto que é nela que mora
A alma que Deus me deu
Só pode chorar assim
Com tristeza e dor sem fim
Quem padece como eu

Minha querida companheira
Tu não és só de madeira 
Não és qualquer instrumento
És a minha infelicidade
Nasceste duma saudade 
És filha do sofrimento

És talvez inconfidente
Pois contas a toda a gente 
A minha grande paixão
Mas não é p’ra admirar
Pois tens lá dentro, a pulsar 
O meu próprio coração

Há quem procura saber
Qual é a mulher mais bela 
De formas esculturais
A mais formosa mulher
Para mim é sempre aquela 
De quem nós gostamos mais

Mentiroso

João de Freitas / Pedro Rodrigues
Repertório de Leonor Santos


Só p’lo prazer de mentir
Mentes a cada momento
Com um perfeito à vontade
Que até chego a sorrir
Com o teu descaramento
Em faltares tanto à verdade

Tu juras que me és fiel
Que te importa se o pecado
Faz parte da tua lida
Ou tu não fosses aquele
Já bastante acostumado 
Às mentiras desta vida

São falsos os teus ensejos 
Quando a sós me vais jurando 
Que és meu e de mais ninguém
Até quem sabe, se os beijos 
Que me dás de quando em quando
São mentirosos também

Tu mentes quando ao falar
Em tom doce e carinhoso 
A tua boca sorri
Que eu até chego a pensar
Se não fosses mentiroso 
Eu não gostava de ti