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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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* 7.285' LETRAS <> 3.120.500 VISITAS * MARÇO 2024 *

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Fado Menor

Alberto Franco / Popular *fado menor*
Repertório de Ana Pacheco

Amor é espuma que morre
Contra a secura da areia
É veneno que percorre
Nossos corpos veia a veia

P’ra cantar a dor da gente 
Nasceu o fado menor
Que dos outros é diferente 
Por saber a dor de cor

Por maior que seja a mágoa 
E menor a alegria
O fado é bendita água 
Que a minha sede sacia

Levado pela voz do vento 
A ti chegou o meu canto
Fez menor o meu tormento 
E maior o teu encanto

A trova ou a espada

Alberto Franco / Alfredo Duarte *fado págem*
Repertório de Ana Pacheco

Meu amigo foi para a guerra
Prometeu casar comigo
Para tão afastada terra
Que triste foi meu amigo

Dançaram na romaria
Nossos corações em flor
Olhos cegos de alegria
Repartiram dons de amor

Mas há pouco um trovador
Alaúde de ilusão
Para minha grande dor
Dividiu-me o coração

É feitiço um canto assim
É perdição, tal balada
Já não sei quem reina em mim
Se a trova, se a espada

Valentia na arena

Clemente Pereira / José Inácio
Repertório de Filipe Duarte

De calção e meias brancas 
Jaqueta bem apertada
Mãos colocadas nas ancas 
Cabeça bem levantada

Fitando o toiro de frente 
O forcado tem ensejo
De mostrar como é valente 
Às gentes do Ribatejo

Se já… saíste de Portugal
P’ra teres a prova real
Do valor e da altivez
Diz lá… se nalgum lado já viste
A valentia que existe
No forcado português

O seu valor não se nega 
Também a quem ferros crava
Mas numa arrojada pega 
Brilha mais a festa brava

Nada há p’ra dar mais brado 
Que a praça vibrar em coro
De vermos como o forcado 
Domina a fúria dum touro

Santo Condestável

João Bettencourt / Pedro Rodrigues-Henrique Lourenço *fado cigana*
Repertório de António de Noronha

Estava o reino dividido
E o povo já rendido
À voragem do assalto
Sentiam-se as ameaças
E no coração das praças
A traição falava alto

Nun’Álvares o cavaleiro 
Do Alentejo fronteiro
Com prontidão e ardor
Prepara os da sua guarda 
Para a batalha que tarda
Nas hostes do seu senhor

Ele é a força que arrasa 
O sentimento que abrasa
A coragem que inebria
Viessem nações inteiras 
Desvairadas e guerreiras
Nada e ninguém o vencia

Conhece a voz que o chama 
E responde, porque ama
A nobreza do seu estado
Reza entre espadas e adagas 
Comanda mas cura as chagas
Dos que sofrem a seu lado

À Virgem pede um abrigo 
Como se fosse um mendigo
Ou um pobre de pedir
A alma é o seu tesouro 
Reparte terras e ouro
Como alguém que vai partir

E parte para o convento 
A ouvir na voz do vento
O que Deus lhe quer dizer
No Carmo guarda portão 
Com o burel da oração
É assim que vai viver

E é assim que o vemos 
E é assim que o temos
No altar da Santidade
Condestável do que fomos 
Condestável do que somos
À porta da eternidade

Andei à tua procura

Linhares Barbosa / Popular *fado corrido*
Repertório de Manuel de Almeida

Andei hoje a procurar-te
P’los sítios mais conhecidos
Mas o medo de encontrar-te
Perturbava-me os sentidos

Não sei se a ti já também 
Te aconteceu andares tonto
Na descoberta d’alguém 
Mas receando esse encontro

Gostava que me aparecesses 
Ali, em qualquer altura
Mas que não te apercebesses 
Que andava à tua procura

Queria tocar-te co’a mão 
Ver-te a pequena distância
E dar a falsa ilusão 
De não ligar importância

Perguntei a toda a gente 
Por ti ninguém respondia
Eras a luz do poente 
Eu a sombra fugidia

Teu nome

Manuel Lamas / José Marques do Amaral
Repertório de António de Noronha

Eu hei-de voltar um dia
Ao sítio onde te vi
A rua estará vazia
Embora cheia de ti

Teu nome era nome estreito 
Longa era a minha dor
Quando dizia a meu jeito 
Teu nome, nome de flor

Ou era nome de flor 
Ou era nome de morte
De morte tinha o sabor 
E foi essa a minha sorte

Quando ouvires este meu fado 
Talvez nem lembres quem sou
Antes não ser lembrado 
A lembrar o que passou

Eu tenho tanta saudade

Natália dos Anjos / Domingos Camarinha
Repertório de Natália dos Anjos

Eu tenho tanta saudade 
Dos meus tempos de criança
Em que vivia na ‘sperança 
De risonha mocidade

Nem sempre a felicidade 
Bate à porta das pessoas
Das horas más e horas boas 
Eu tenho tanta saudade

Eu tenho tanta saudade
Quando ouvia a minha mãe
Cantar o fado também
Com tanta suavidade;
E ao ouvi-la, na verdade
Eu ficava extasiada
Da minha mãe adorada
Eu tenho tanta saudade

Eu tenho tanta saudade 
Dos fadistas que morreram
Que comigo conviveram 
Em grande fraternidade

Neles só via verdade 
Eram leais companheiros
Dos amigos verdadeiros 
Eu tenho tanta saudade

Eu tenho tanta saudade
Da saudade que senti
Ao recordar-me de ti
Da tua deslealdade;
Quem há-de esquecer, quem há-de
A saudade que não finda
Que Deus me não leve ainda
P’ra eu sentir mais saudade

Vento

Frederico de Brito / Acácio Gomes *fado bizarro*
Repertório de Celeste Rodrigues
A estrofe assinalada a verde nao foi gravada

Ouvi bater de leve à minha porta
Pensei de mim p’ra mim, nesse momento
Foi ele que bateu, pouco me importa
Mas fui abrir a porta… e era o vento

Mandou-me um encontrão, sem mais cautela
Naquela dura fúria com que entrou
Quebrou-me os quatro vidros da janela
E até o candeeiro se apagou
---
Rasgou-me de alto a baixo um cortinado
Rolaram duas jarras pelo chão
E o vento, num bailar desenfreado
Quebrava o que encontrava mais à mão

---
Até uma guitarra já velhinha
Caíu, quebrando as cordas num queixume
O vento nessa fúria que mantinha
Lembrava o meu rapaz com o ciúme

Deixando-me a um canto, muda, absorta
Naquele pobre quarto de devassado
Saíu a assobiar batendo a porta
Assim como ele faz se está zangado

Sentimento fadista

João Mário Grave / João do Carmo Noronha *fado pechincha*
Repertório de Mónica de Jesus

Dizem que o fado é saudade
Miséria sofrer e dor
Mas o fado é na verdade
O sentir do cantador

Em cada palavra sua 
Em cada verso cantado
O cantador insinua 
A tristeza do seu fado

Não canta por simpatia 
Nem canta para viver
É que cantando alivia  
Um pouco do seu sofrer

Tornando tão magoado 
O timbre da sua voz
Que o fado fica gravado 
Na alma de todos nós

Bucólica

Miguel Torga / Hermano da Camara
Repertório de Carlos Barra

A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento
De searas onduladas pelo vento

De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais

De poeira, de sombra duma figueira
De ver esta maravilha;
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha

No dia em que tu partiste

Ricardo Maria Louro / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertório de Mónica de Jesus
                                                                                              
No dia em que tu partiste
O meu corpo só e triste
Adormeceu na cama fria
No silêncio em solidão
Afoguei meu coração
Naquela casa vazia

No dia em que tu partiste
Dos meus olhos me fugiste
Vesti noites e cansaços
Fiz dos cravos o teu leito
Plantei rosas no meu peito
E adormeci no teu regaço

No dia em que tu partiste
Foste embora nem sentiste
Quanta dor ficou em mim
Quis a morte por caminho
Tive o fado por destino
Não te esqueço mesmo assim

Quem canta seu mal espanta

Augusto Leão / Alfredo Duarte *menor-versículo*
Repertório de Nano Vieira

Quem canta seu mal espanta / alegremente
Diz o povo e com razão / este ditado
Quando vibra na garganta / de quem sente
E transmite ao coração / um terno fado

Não me canso de dizer / nem cansarei
Tanta vez, eu sei lá quanta / estou ciente
Mas cá no meu entender / sempre direi
Quem canta seu mal espanta / alegremente

Em criança ouvi alguém / a murmurar
Com uma certa emoção / estou lembrado
Quanta vez canta uma mãe / p’ra não chorar
Diz o povo e com razão / este ditado

Também se canta ao luar / lendas tão belas
Poemas que nos encantam / simplesmente
Aos mistérios que há no mar / e às estrelas
Quando vibra na garganta / de quem sente

Todos cantam, bem ou mal / isso q’importa
Se em tudo isto há paixão / não é pecado
É um prazer sentimental / que nos conforta
E transmite ao coração / um terno fado

Escrevem os fados que canto

Varela Silva / Popular *fado menor*
Repertório de Celeste Rodrigues

Escrevem os fados que eu canto
Eu canto fados que são
D’outros, mas que no entanto
Saiem do meu coração

E se um dia eu falasse
Do meu fado mesmo assim
Talvez que eu nunca eu contasse
O fado que existe em mim

Quem me ouve tem um fado
Diferente ou igual ao meu
Que ainda não foi cantado
Que ainda ninguém escreveu

O que era teu

Tiago Torres da Silva / Alfredo Duarte *menor-versículo*
Repertório de Mónica de Jesus
                                                                         
Quem me dera ter pecado / nos teus braços
Se eu te tenho mais paixão / que outra qualquer
E depois de o ter quebrado / em mil pedaços
Já não tenho coração / p’ra te acolher

O meu corpo… dar-to-ia / sem pudor
Mas a ânsia de te amar / não me valeu
Pois se não me pertencia / o teu amor
Também não te pude dar / o que era teu

Guardo agora cada beijo / num sacrário
Beijos feitos de poeira / beijos de ar
E transformo o meu desejo / num calvário
Que eu percorro a vida inteira / sem parar

Mas são tantos os cansaços / tanto o Fado
Tanto mal que ele me fez / e no entanto
Quem me dera nos teus braços / ter pecado
P’ra pecar mais uma vez / sempre que o canto

Deixei-a

Neca Rafael / Miguel Costa
Repertório de Nano Vieira

Coisas há que a gente deixa
Deixa com tanta saudade
Deixa sem razão de queixa
P’ra manter uma vontade
Vontade que não existe
Mas que eu fiz vigorar
Oh… como a vida foi triste
Quando eu a deixei ficar

Deixei-a fazer tudo o que ela quis
Deixei-a p’ra ser feliz
Deixei-a à sua vontade
Nem amor podia dar-lhe
Mas não podia roubar-lhe
A sua felicidade

Eu teria de a deixar
Que a deixar, mas não por mal
E Deus a deixe arranjar
Companheiro ideal
Que não seja como eu
Eu, que ela só soube amar
Todo o seu ser era meu
E eu deixei-a ficar

Finalmente

Rui Eduardo Rocha / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Mónica de Jesus

E tu que me fizeste tanto bem
Galgaste o nosso amor que desmaiava
Sabias, foi ardente, mas porem
Já lentamente a chama se apagava

Trocavas as palavras hora a hora
Desculpas inventadas sem pensar
Voltavas e partias sem demora
Dizias: “hoje não posso ficar”

Se a noite cada vez mais nos fugia
A madrugada era solidão
Esperando via então nascer o dia
E o Sol não me aquecia o coração

Enchi o peito de ar e de coragem
Soprei e apaguei o que restava
Do amor o que ficou, foi a imagem
E final
mente a chama se apagava

Chapéu preto

Letra e música de Arlindo de Carvalho
Repertório de Celeste Rodrigues

A azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos
Diz-me lá, ó cara linda
Como vais de amores novos;
Já se pode armar aos tordos

É mentira, é mentira
É mentira sim senhor
Eu nunca roubei um beijo
Quem mo deu foi meu amor

Quem me dera ser colete
Quem me dera ser botão
Para andar agrarradinha
Juntinha ao teu coração;
Quem me dera ser botão

Ai que lindo chapéu preto
Naquela cabeça vai
Ai que lindo rapazinho
Para genro do meu pai;
Naquela cabeça vai

Covers

Duarte / João do Carmo Noronha *fado pechincha*
Repertório de Duarte

Toda a saudade é fingida
A tristeza disfarçada
Parecem já não ter vida
De Fado não têm nada

Já não são fados são covers 
Imitações desalmadas
Reproduções do destino 
Tantas vezes tão cantadas

Esses que tentam viver 
Aquilo que outros viveram
Acabam por se perder 
No tanto que não fizeram

Vampiragem pós-moderna 
Da Lisboa dos turistas
Falam da velha taberna 
Mas querem ser futuristas

Noite de inverno

Frederico de Brito / Alfredo Duarte Marceneiro
Repertório de Celeste Rodrigues
  
Olhou p’ra mim e sorriu
Mas o sorriso indicava
O desprezo mais atroz
Pôs o chapéu e saíu
Foi só quando eu vi que estava
Tudo acabado entre nós

Fui ‘inda a correr à escada
Perguntei-lhe a que horas vinha 
Falei-lhe dum modo terno
Depois da porta fechada
Fiquei para ali sozinha
Naquela noite de inverno

Senti a casa mais fria
Pois no meu quarto faltava 
Amor, carinho e abrigo
Lá fora, a chuva caía
E até parecia que ‘stava
O céu a chorar comigo

P’lo amor com que m’iludo
Pelo mal que ele me fez 
Pelo seu desprezo eterno
Era capaz de dar tudo
Só p’ra viver outra vez 
Aquela noite de inverno

Quadras soltas

Letra e música de Pedro Fernandes Martins *Fado cego*
Repertório do autor

É loucura desabrida
Viver preso à solidão
E viver sem ter guarida
Mesmo se nos dão a mão

As saudades são velinhas 
Que eu acendo à Virgem Mãe
Se tiveres saudades minhas 
Pede a Deus por mim também

A dor tem os pés no chão 
Sabe bem o que é sofrer
O amor tem a ilusão 
De que nunca vai morrer

Ficar - é dor que não morre 
Partir - é fé que não há
Ficar - é tempo que corre 
Partir - é ver no que dá

Sonhei que a vida sorria 
Ao ver a morte chegar
Porque a vida não sabia 
Que a morte a ia levar

Resto de Mouraria

Carlos Conde / Martinho d'Assunção
Repertório de Celeste Rodrigues

Daquela viela antiga 
Dum bairro mal afamado
Vinha um resto de cantiga 
Nos versos dum triste fado

Maia além junto à esquina 
Uma imagem de Jesus
E a luz de lamparina 
E uma sombra aos pés da cruz

O fado era a saudade, era uma reza
E a voz o precipício da tristeza
Era a saudade a cantar
Era a voz da nostalgia
A chorar p'la Mouraria

Banco de pinho a um lado 
Onde o fado se sentava
E um Cristo crucificado 
Que uma fé iluminava

Por isso, agora canto 
Tudo quanto ali havia
Naquele velho recanto 
Dum beco da Mouraria

De saudades vou morrendo

António Botto / António Palma
Repertório de António Palma


De saudades vou morrendo
E na morte vou pensando
Meu amor, porque partiste
Sem me dizer até quando?

Na minha boca tão triste
Ó alegrias cantai
Mas quem se lembra de um louco
Enchei-vos de água, meus olhos;
Mas quem se lembra de um louco
Enchei-vos de água, chorai

Olha a mala

Letra e música de Manuel Casimiro de Almeida
Repertório de Celeste Rodrigues

Caiu um hidroavião 
Eu não sei donde é que ele é
Não trazia ninguém dentro 
Foi parar à Nazaré

Olha a mala… olha a mala
Olha a malinha de mão
Não é tua… nem é minha
E do nosso hidroavião

O nosso hidroavião 
É de madeira mais fina
Foi cair à Nazaré 
Por falta de gasolina

Eu um dia fui à praia 
De manhã, de manhãzinha
Não vi pescadores nem peixe 
Eu só vi uma malinha

De quem é esta malinha 
Que um dia deu à costa
Que ela veio aqui parar 
Se cá vem é porque gosta

Fala do homem nascido

António Gedeão / José Nisa
Repertório de António Palma


Venho da terra assombrada
Do ventre de minha mãe
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido 
Por me trazerem aqui
Que eu nem sequer fui ouvido 
No acto de que nasci

Trago boca para comer 
E olhos para desejar
Tenho pressa de viver 
Que a vida é água a correr

Tenho pressa de viver 
Que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo 
Não tenho tempo a perder

Minha barca aparelhada 
Solta o pano, rumo ao norte
Meu desejo é passaporte 
Para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem 
Mem marés que não convenham
Nem forças que me molestem 
Correntes que me detenham

Quero eu e a natureza 
Que a natureza sou eu
E as forças da natureza 
Nunca ninguém as venceu

Com licença, com licença 
Que a barca se fez ao mar
Não há poder que me vença 
Mesmo morto hei-de passar

Não há poder que me vença 
Mesmo morto hei-de passar
Com licença, com licença 
Rumo à estrela polar

Meu amor

Letra e música de Pedro Fernandes Martins
Repertório do autor

Meu amor é peregrino
É romeiro sem guarida
Vai andando sem destino
A ver no que dá a vida

Meu amor é onda breve
Desfeita na praia triste
Onde o vento, ao de leve
De cantar nunca desiste

Meu amor, perdoa esta distância
Esta sede de quem não tem mais nada
A memória da nossa inconstância
A tristeza da estrada terminada

Oh meu amor, não deixes de guardar
Os recantos de todas as lembranças
Meu amor, por amor, não vou deixar
De lembrar as nossas mortas esperanças

Sol de pouca dura

Américo Patela / Rocha de Oliveira
Repertório de Celeste Rodrigues

Se o seu viver não tem graça
Venha para a minha beira
Verá que tudo se passa
No tempo da brincadeira

Venha daí, dê-me o braço
E vamos cantar prá rua
Fazendo o mesmo que eu faço
A minha alegria é sua

Quem quiser da vida tirar bom proveito
Não sinta no peito
Qualquer amargura
Faça como eu e não se apoquente
Porque o sol da gente
É de pouca dura

Quem vive do meu pensar
Vive num mar de alegria
Vive a rir e a cantar
Em maré de romaria

Que a tristeza não merece
Mais de quanto lhe nasceu
E quem a tristeza esquece
Faz tal e qual como eu