Popular *fado das horas*
Versão do repertório de Rodrigo
Versão do repertório de Rodrigo
Este tema aparece com o título *Saudades do fado*
Um fadista já cansado
Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou
Entrou, sentou-se e bebeu
Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou
Entrou, sentou-se e bebeu
Um copo de vinho tinto
Enquanto que no recinto
Enquanto que no recinto
Uma guitarra gemeu
Tantas cantigas sei eu
Tantas cantigas sei eu
Tudo se ouviu menos fado
E o cantador desolado
E o cantador desolado
Começou por me dizer
Só tenho pena de ser
Só tenho pena de ser
Um fadista já cansado
Criei nome, dei nas vistas
Criei nome, dei nas vistas
Conquistei fama e ovações
Mas não a cantar canções
Mas não a cantar canções
De envergonhar os fadistas
Ganhei fama nas conquistas
Ganhei fama nas conquistas
Da boémia, que passou
Sei quem fui, sei que não sou
Sei quem fui, sei que não sou
Um cantador presumido
Disse-me ele entristecido
Disse-me ele entristecido
Quando o passado lembrou
E prosseguiu, quando entrei
E prosseguiu, quando entrei
Entrei com mil ansiedades
E se vim matar saudades
E se vim matar saudades
Com mais saudades fiquei
Envelheci, mas é lei
Envelheci, mas é lei
Da fadistagem bizarra
Ter fé, ter alma, ter garra
Ter fé, ter alma, ter garra
P'ra cantar até à morte
E falando desta sorte
E falando desta sorte
Abraçou uma guitarra
E cingiu com mão amiga
E cingiu com mão amiga
Ao lado esquerdo do peito
Aquele instrumento eleito
Aquele instrumento eleito
P'la fadistagem antiga
Lembrou-se duma cantiga
Lembrou-se duma cantiga
Que outrora o celebrizou
Mas a emoção embargou
Mas a emoção embargou
Toda a sua voz amena
E o pobre cheio de pena
E o pobre cheio de pena
Não pôde cantar, chorou