Repertório de Manuela Cavaco
Ao ver a fúria do mar
A bater contra o rochedo
Quase consigo escutar
Quase consigo escutar
A voz da Amália em segredo;
As ondas querem cantar
As ondas não têm medo
A noite fica acordada
As ondas querem cantar
As ondas não têm medo
A noite fica acordada
Porque a saudade não pensa
Que debaixo da almofada
Que debaixo da almofada
Dorme aquela voz imensa;
E canta a noite inspirada
E não lhe pede licença
Quando o vento não se cala
E não lhe pede licença
Quando o vento não se cala
E levanta o pó do chão
Julgo ouvir a voz da Amália
Julgo ouvir a voz da Amália
Que vem cantando o malhão;
O vento tenta imitá-la
E não lhe pede perdão
Fico sentada à janela
O vento tenta imitá-la
E não lhe pede perdão
Fico sentada à janela
De mão dada ao meu jardim
E às vezes oiço a voz dela
E às vezes oiço a voz dela
A cantar dentro de mim;
E p’ra poder merecê-la
Vou cantar até ao fim
E p’ra poder merecê-la
Vou cantar até ao fim