Paulo Abreu Lima / António Zambujo
Repertório de Sara Correia e António Zambujo
Já não sei viver sózinha
Por mais que diga que sim
Parece coisa tão pouca
Um beijo na tua boca
Mas é tanto para mim
E por mais contas que faça
O amor não se explica
Mais forte do que a razão
É dono do coração
E dele não abdica
Vem por isso, meu amor
Mesmo que seja já tarde
Porque é sempre muito cedo
P’ra te dizer em segredo
Que te quero de verdade
Já sinto os passos lá fora
E um baque fundo no peito
Será que chegas agora
Desta espera, hora a hora
Quando sózinha me deito
Esta Ribeira tripeira
Letra e música de Henrique Abreu
Repertório do autor
Ribeira do meu Porto tão lindo
Deste cais de saudade
Ribeira sem Rabelos com vinho
Porque tens outra idade
Ribeira, tua vida brejeira
Faz inveja à cidade
Ribeira, tens a mesma maneira
De viver com verdade
Esta Ribeira tripeira
Tem cheiro a peixe e a fruta
Esta Ribeira tripeira
Tem a gente que labuta
Esta Ribeira tripeira
Tem domingos de sol quente
Esta Ribeira tripeira
Tem passado e tem presente
Ribeira deste rio afamado
Deste Douro arrogante
Ribeira, tens o gosto que eu trago
A poesia distante
Ribeira, velha companheira
Que me afaga a tristeza
Ribeira do pregão e d’asneira
Quem te vê, vê franqueza
Repertório do autor
Ribeira do meu Porto tão lindo
Deste cais de saudade
Ribeira sem Rabelos com vinho
Porque tens outra idade
Ribeira, tua vida brejeira
Faz inveja à cidade
Ribeira, tens a mesma maneira
De viver com verdade
Esta Ribeira tripeira
Tem cheiro a peixe e a fruta
Esta Ribeira tripeira
Tem a gente que labuta
Esta Ribeira tripeira
Tem domingos de sol quente
Esta Ribeira tripeira
Tem passado e tem presente
Ribeira deste rio afamado
Deste Douro arrogante
Ribeira, tens o gosto que eu trago
A poesia distante
Ribeira, velha companheira
Que me afaga a tristeza
Ribeira do pregão e d’asneira
Quem te vê, vê franqueza
Os teus recados
Manuela de Freitas / José Marques *Fado José Marques
Repertório de Sara Correia
Esta melodia, sem a rima intercalar, deixa de ser Triplicado e passa a ser
Repertório de Sara Correia
Esta melodia, sem a rima intercalar, deixa de ser Triplicado e passa a ser
Fado Piscalarete (ou) Fado José Marques
Tu querias me convencer
Que me bastava viver
Dos recados que mandavas
Só recados recebia
Não te falava nem via
Nem sabia onde é que andavas
As noites que não dormi
Tu querias me convencer
Que me bastava viver
Dos recados que mandavas
Só recados recebia
Não te falava nem via
Nem sabia onde é que andavas
As noites que não dormi
À espera, já não de ti
Mas de um recado qualquer
Pedi então que parasses
Mas de um recado qualquer
Pedi então que parasses
Que recados não mandasses
P’ra que eu pudesse esquecer
Para mal dos meus pecados
P’ra que eu pudesse esquecer
Para mal dos meus pecados
Tu mandavas mais recados
Indif’rente ao que eu pedia
E até hoje, sem parar
Indif’rente ao que eu pedia
E até hoje, sem parar
Continuas a mandar
P’ra que eu sofra o que sofria
Mas não te prendas comigo
P’ra que eu sofra o que sofria
Mas não te prendas comigo
Eu já nem sequer lhes ligo
Tantos anos já passados
E agora há um bom motivo
Tantos anos já passados
E agora há um bom motivo
É que o homem com quem vivo
Acha graça aos teus recados
Acha graça aos teus recados
Ilha da Madeira
Mário Teixeira / Artur Ribeiro
Repertório de Max
Quando te deixei, Madeira
Eu trouxe como bagagem
Saudades prá vida inteira
E um beijo teu prá viagem
Agora moro ao abrigo
Desta Lisboa encantada
Que quando sonho contigo
Parece cantar comigo
Esta canção magoada
Minha Madeira querida
Tão pequenina e garrida
Cheia de luz e de cor
Ilha de encanto e beleza
Linda terra portuguesa
Por quem quis ser trovador
Minha Madeira velhinha
És um ninho de andorinha
Vogando no mar sem fim
No meu cantar de saudade
Eu peço a Deus que te guarde
Inteirinha para mim
Repertório de Max
Quando te deixei, Madeira
Eu trouxe como bagagem
Saudades prá vida inteira
E um beijo teu prá viagem
Agora moro ao abrigo
Desta Lisboa encantada
Que quando sonho contigo
Parece cantar comigo
Esta canção magoada
Minha Madeira querida
Tão pequenina e garrida
Cheia de luz e de cor
Ilha de encanto e beleza
Linda terra portuguesa
Por quem quis ser trovador
Minha Madeira velhinha
És um ninho de andorinha
Vogando no mar sem fim
No meu cantar de saudade
Eu peço a Deus que te guarde
Inteirinha para mim
Coração, tinhas razão
António Rocha / Carlos Simões Neves *fado tamanquinhas*
Repertório de António Rocha
Coração vamos contar
As nossas recordações
Vamos aqui desfiar
Um rosário de paixões
Que tivermos para dar
Lembras o primeiro amor?
Repertório de António Rocha
Coração vamos contar
As nossas recordações
Vamos aqui desfiar
Um rosário de paixões
Que tivermos para dar
Lembras o primeiro amor?
Vá lá não digas que não
Foi de todos o pior
Foi de todos o pior
Mas foi teu Deus e senhor
Lembras-te meu coração?
Depois, mais amores vieram
Lembras-te meu coração?
Depois, mais amores vieram
Morar na tua afeição
Não te compreenderam
Não te compreenderam
E tu mal sabias quem eram
Sofreste meu coração
Desde então ao amor cego
Sofreste meu coração
Desde então ao amor cego
Disseste sempre que não
Tiveste razão não nego
Findou o teu desassossego
Fizeste bem coração
E agora com desventura
Tiveste razão não nego
Findou o teu desassossego
Fizeste bem coração
E agora com desventura
Dizemos e com razão
Que embora seja loucura
Que embora seja loucura
O amor anda à procura
De quem não tem coração
De quem não tem coração
Chegou tão tarde
Letra e música de Joana Espadinha
Repertório de Sara Correia
Meu amor chegou tão tarde
Repertório de Sara Correia
Meu amor chegou tão tarde
E o meu canto adormeceu
Não deram sinal os cardos
Não deram sinal os cardos
E a madeira não rangeu
Mas que casa tão bonita
Mas que casa tão bonita
Foi vestida de retratos
Mas a história que foi escrita
Mas a história que foi escrita
Não se pode descoser
Meu amor chegou tão tarde
Meu amor chegou tão tarde
Com pezinhos de algodão
Tinha areia no cabelo
Tinha areia no cabelo
E outra luz no coração
Nossa história foi bonita
Nossa história foi bonita
Vou guardá-la enquanto dormes
Que o amor nem acredita
Que o amor nem acredita
Que o deitaste fora assim
Meu amor
Devo deixar-te partir
Se já não ardes por mim
Se o coração quis assim
Devo deixar-te seguir
Vai, que preciso chorar em paz
E em cada passo que dás
Chego mais perto de mim
Fui loucura, fui coragem
Meu amor
Devo deixar-te partir
Se já não ardes por mim
Se o coração quis assim
Devo deixar-te seguir
Vai, que preciso chorar em paz
E em cada passo que dás
Chego mais perto de mim
Fui loucura, fui coragem
Fui tristeza e fui esplendor
Tudo o que me fez amar-te
Tudo o que me fez amar-te
Vou guardar e sem rancor
Monto o forte na desdita
Monto o forte na desdita
Como tantas vezes fiz
Que o amor nem acredita
Que o amor nem acredita
Que não pode ser feliz
O amor de minha mãe
Henrique Abreu / Júlio Proença *fado esmeraldinha*
Repertório de Henrique Abreu
O amor de minha mãe, o amor perfeito
Cresceu dentro do berço e me embalou
Cresceu e vive agora no meu paito
O amor de minha mãe, veio e ficou
O amor de minha mãe não faz sofrer
Guarda para si mesmo a ingratidão
Finge não ter desgostos mas quer saber
De um filho, que não vence a decepção
O maor de minha mãe, amor sem fim
P’ra sempre na minh’alma residente
E se Deus a quiser levar de mim
Não vai querer levar o amor presente
Repertório de Henrique Abreu
O amor de minha mãe, o amor perfeito
Cresceu dentro do berço e me embalou
Cresceu e vive agora no meu paito
O amor de minha mãe, veio e ficou
O amor de minha mãe não faz sofrer
Guarda para si mesmo a ingratidão
Finge não ter desgostos mas quer saber
De um filho, que não vence a decepção
O maor de minha mãe, amor sem fim
P’ra sempre na minh’alma residente
E se Deus a quiser levar de mim
Não vai querer levar o amor presente
Dizer não
Letra e música de Luísa Sobral
Repertório de Sara Correia
Não me olhes assim
Repertório de Sara Correia
Não me olhes assim
Não me toques na mão
Qualquer gesto ou sinal
Qualquer gesto ou sinal
Qualquer olhar fatal
Pode ser o meu fim
Não quero perder
Não quero perder
Tudo aquilo que ganhei
Por um momento de prazer
Algo sem razão de ser
Por um momento de prazer
Algo sem razão de ser
Algo que não evitei
Fico então no meu canto
Fico então no meu canto
Para nada acontecer
Se sonho contigo ou não
Se sonho contigo ou não
Ninguém terá de saber
Ah coração mal-educado
Rebelde, tresloucado
Não ouves a razão
E eu que me pensava feliz
Com o amor que sempre quis
Sofro por te dizer não
Ah coração mal-educado
Rebelde, tresloucado
Não ouves a razão
E eu que me pensava feliz
Com o amor que sempre quis
Sofro por te dizer não
Tenho a vida das marés
Henrique Abreu / Armando Machado *fado licas*
Repertório de Henrique Abreu
Dizem que eu tenho a vida das marés
Porque nasci da morte em qualquer mar
Percorrendo o mundo de lés a lés
Lancei amarras antes de chegar
Eu destruí o mapa da viagem
Na fogueira que a dor incendiou
Mas fica sempre uma leve miragem
Da bonança que fui e já não sou
Então seguindo a rota do vento
Eu vou gastar as ondas no meu peito
E assim hei-de apagar o sofrimento
Que envolve o meu coração imperfeito
Todo o amor é feito de inconstância
Tal como as marés nunca são iguais
Mas ninguém pode viver de lembrança
De um tempo que não volta nunca mais
Repertório de Henrique Abreu
Dizem que eu tenho a vida das marés
Porque nasci da morte em qualquer mar
Percorrendo o mundo de lés a lés
Lancei amarras antes de chegar
Eu destruí o mapa da viagem
Na fogueira que a dor incendiou
Mas fica sempre uma leve miragem
Da bonança que fui e já não sou
Então seguindo a rota do vento
Eu vou gastar as ondas no meu peito
E assim hei-de apagar o sofrimento
Que envolve o meu coração imperfeito
Todo o amor é feito de inconstância
Tal como as marés nunca são iguais
Mas ninguém pode viver de lembrança
De um tempo que não volta nunca mais
Antes que digas adeus
Diogo Clemente / Armando Machado *fado maria rita*
Repertório de Sara Correia
Antes que digas adeus
Vou-te dizer isto assim
Pró caso de te não ver
Os meus olhos são os teus
Não soube ver este fim
E o que for há-de doer
Antes que partas de vez
Meu amor, ouve com calma
Repertório de Sara Correia
Antes que digas adeus
Vou-te dizer isto assim
Pró caso de te não ver
Os meus olhos são os teus
Não soube ver este fim
E o que for há-de doer
Antes que partas de vez
Meu amor, ouve com calma
Meu chão, meu porto de abrigo
Fugires de mim é talvez
Mais do que doer-me a alma
Fugires de mim é talvez
Mais do que doer-me a alma
Levares metade contigo
Eu nunca fui de ceder
E o meu orgulho chegou
Eu nunca fui de ceder
E o meu orgulho chegou
Sempre primeiro do que eu
Deu todo o amor a perder
E o que do amor me sobrou
Deu todo o amor a perder
E o que do amor me sobrou
Guardarei aqui e é só meu
Mas se for este o caminho
Foi por falta de cuidado
Mas se for este o caminho
Foi por falta de cuidado
Não há leis na despedida
Sei que vais seguir sozinho
E eu vou sonhar-te a meu lado
Sei que vais seguir sozinho
E eu vou sonhar-te a meu lado
Pró resto da minha vida
A nossa cidade é Lisboa
Diogo Lucena e Quadros
Repertório de José da Câmara
Lisboa tem um céu estrelado
Tem ruas de calçada preta
Tem o Rio Tejo e canta o fado
Lisboa tem alma de poeta
E dias mil vivem nos seus dias
E seu semblante se encanta de os viver
As belas marchas trazem agonias
Que largam tudo e vêem para as ver
Nossa cidade é tão boa
Repertório de José da Câmara
Lisboa tem um céu estrelado
Tem ruas de calçada preta
Tem o Rio Tejo e canta o fado
Lisboa tem alma de poeta
E dias mil vivem nos seus dias
E seu semblante se encanta de os viver
As belas marchas trazem agonias
Que largam tudo e vêem para as ver
Nossa cidade é tão boa
É Lisboa, é Lisboa
Abre os seus braços pró mar
Abre os seus braços pró mar
É Lisboa, é Lisboa
Uma mulher que apregoa
Uma mulher que apregoa
É Lisboa, é Lisboa
Põe-nos a alma a cantar
Põe-nos a alma a cantar
É Lisboa, é Lisboa
Lisboa, para ti o sol sorri
Chego a julgar que ali ele nasceu
Cresceu com as colinas que há p’raí
E assim o namoro aconteceu
E do Castelo que já foi dos mouros
Tua boca vi beijar o Tejo
As caravelas a chegar com ouro
E os marinheiros que a coragem eu invejo
Lisboa, para ti o sol sorri
Chego a julgar que ali ele nasceu
Cresceu com as colinas que há p’raí
E assim o namoro aconteceu
E do Castelo que já foi dos mouros
Tua boca vi beijar o Tejo
As caravelas a chegar com ouro
E os marinheiros que a coragem eu invejo
O tempo vem dar razão
Henrique Abreu / Alfredo Duarte *marceneiro*
Repertório de Henrique Abreu
Chegado a esta idade
Repertório de Henrique Abreu
Chegado a esta idade
Contra ventos e marés
A vida ganha um sentido
Depois de tanto revés
A vida ganha um sentido
Depois de tanto revés
A vida tem mais verdade
A alma é um porto de abrigo
O tempo vem dar razão
A alma é um porto de abrigo
O tempo vem dar razão
Dá-nos sempre a conhecer
Aquilo que tem valia
Não ceder à tentação
Não ceder à tentação
Do mal, pelo bem querer
Seguindo a luz que nos guia
No dia que tu chegaste
Seguindo a luz que nos guia
No dia que tu chegaste
Era tempo de mudança
De quem tinha a fé perdida
Era tempo de ter esperança
De quem tinha a fé perdida
Era tempo de ter esperança
E com ela tu mudaste
O rumo da minha vida
O rumo da minha vida
O pórtico
Diogo Clemente / Mário Pacheco
Repertório de Sara Correia
Há um pórtico distante no meu canto
Uns dias noite, outros ensolarado
Uns dias riso, outros dias pranto
De dia é vida e de noite é fado
De quando em vez, um pássaro cinzento
Poisa silentemente em meu redor
Depois cala o silêncio e num lamento
Canta-me as profundezas deste amor
Foi desde que cheguei à tua vida
Foi desde que te vi e não te tenho
Há um pórtico imponente, há uma ferida
Há uma dor que trago sem tamanho
Repertório de Sara Correia
Há um pórtico distante no meu canto
Uns dias noite, outros ensolarado
Uns dias riso, outros dias pranto
De dia é vida e de noite é fado
De quando em vez, um pássaro cinzento
Poisa silentemente em meu redor
Depois cala o silêncio e num lamento
Canta-me as profundezas deste amor
Foi desde que cheguei à tua vida
Foi desde que te vi e não te tenho
Há um pórtico imponente, há uma ferida
Há uma dor que trago sem tamanho
Voz de poema
Fernando João / Henrique Lourenço *fado cigana*
Repertório de Fernando João
Minha voz, voz de poema
Buscando a hora suprema
Para cantar poesia
Faz lembrar a madrugada
Cantando sonhos de nada
A qualquer hora do dia
Meu pensamento perdido
Minha noite sem sentido
Repertório de Fernando João
Minha voz, voz de poema
Buscando a hora suprema
Para cantar poesia
Faz lembrar a madrugada
Cantando sonhos de nada
A qualquer hora do dia
Meu pensamento perdido
Minha noite sem sentido
Por não ser, noite d’amor
Meu grito, minha revolta
Minha tentação à solta
Meu grito, minha revolta
Minha tentação à solta
Em comunhão com a dor
Minha vida, meu destino
Meu vaguear peregrino
Minha vida, meu destino
Meu vaguear peregrino
Nas ruas da sedução
Minha verdade, meu fado
Meu sonho desencantado
Minha verdade, meu fado
Meu sonho desencantado
Pela força da paixão
Quero tocar o céu
Maria F.Travassos, J.Bettis / F.Hildenbrand
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Quero tocar o céu e dar-te uma estrela
Viver os dias sem terem fim
E o impossível eu quero fazer
Mudar o mundo só para ti
Quero ficar bem perto de ti
E quando chove poder beijar-te
Tudo o que é lindo faz parte de ti
Num mundo-mentira só tu és verdade
E quando, quando tu me tocas
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Quero tocar o céu e dar-te uma estrela
Viver os dias sem terem fim
E o impossível eu quero fazer
Mudar o mundo só para ti
Quero ficar bem perto de ti
E quando chove poder beijar-te
Tudo o que é lindo faz parte de ti
Num mundo-mentira só tu és verdade
E quando, quando tu me tocas
Sinto-me heroína
E penso que só eu te posso amar
Quando tu me falas;
E penso que só eu te posso amar
Quando tu me falas;
Não estás mais sózinha
Eu estou junto de ti para te amar
Como a luz que te ilumina
Quero que sintas tudo o que senti
Naqueles momentos só de solidão
Estou feliz agora porque estás aqui
Parou de chorar o meu coração
Eu estou junto de ti para te amar
Como a luz que te ilumina
Quero que sintas tudo o que senti
Naqueles momentos só de solidão
Estou feliz agora porque estás aqui
Parou de chorar o meu coração
Lembranças do passado
José
André / Vicente da Câmara
Repertório de José da Câmara
O fado criou má fama
P’las vielas d’Alfama
Com o seu ar insolente
Ser fadista, usar samarra
Dedilhar uma guitarra
Era coisa deprimente
Agora tudo mudou
E o tempo que o transformou
O fado criou má fama
P’las vielas d’Alfama
Com o seu ar insolente
Ser fadista, usar samarra
Dedilhar uma guitarra
Era coisa deprimente
Agora tudo mudou
E o tempo que o transformou
Vestiu-o de gente boa
Anda vaidoso e aprumado
Por se saber namorado
Anda vaidoso e aprumado
Por se saber namorado
Da nossa linda Lisboa
E com saudosa paixão
Amarrado à tradição
E com saudosa paixão
Amarrado à tradição
O Faia da velha escola
‘inda entra no Tacão
E bebe dois ao balcão
‘inda entra no Tacão
E bebe dois ao balcão
À saída da gaiola
Canto d’alma
Hélder Moutinho / Alfredo Duarte *fado mocita dos caracóis*
Repertório de Joana Almeida
Há um canto que me acalma
Quando a noite cai lá fora
Esta voz que sai da alma
Que atravessa a noite calma
Sem saber aonde mora
Esta mágoa que magoa
Repertório de Joana Almeida
Há um canto que me acalma
Quando a noite cai lá fora
Esta voz que sai da alma
Que atravessa a noite calma
Sem saber aonde mora
Esta mágoa que magoa
Esta praia abandonada
À beira-mar de Lisboa
À beira-mar de Lisboa
À beira-rio, Madragoa
No coração naufragada
Madrugada de desejo
Madrugada de desejo
Lua-cheia de paixão
Foi no teu primeiro beijo
Foi no teu primeiro beijo
De olhos rasos sobre o Tejo
Que perdi meu coração
Há quem lhe chame tormento
Que perdi meu coração
Há quem lhe chame tormento
Fria e terna claridade
Loucura, pranto ou lamento
Loucura, pranto ou lamento
Inverso de sofrimento
Só eu lhe chamo saudade
Só eu lhe chamo saudade
Recebam este fado
Henrique Abreu / Alfredo Duarte *fado cuf*
Repertorio de Henrique Abreu
Recebam este fado que eu vos dou
P’ra matar a saudade na garganta
Todo o fadista é o fado que sonhou
Mesmo que o não entendam quando canta
Todo o fadista sabe porque sofre
Pelas palavras que lhe vão na alma
Todo o fadista anda ao sabor da sorte
Porque tem mais coragem, menos calma
Fado não é palavra vencida
Pese embora o seu significado
Fado é luta, é o crer que se põe na vida
É contruir o futuro sem passado
Deixai cantar que vive por que canta
Deixai que a voz transporte o sentimento
Não é fadista quem perdeu a esperança
De deixar de cantar só sofrimento
Repertorio de Henrique Abreu
Recebam este fado que eu vos dou
P’ra matar a saudade na garganta
Todo o fadista é o fado que sonhou
Mesmo que o não entendam quando canta
Todo o fadista sabe porque sofre
Pelas palavras que lhe vão na alma
Todo o fadista anda ao sabor da sorte
Porque tem mais coragem, menos calma
Fado não é palavra vencida
Pese embora o seu significado
Fado é luta, é o crer que se põe na vida
É contruir o futuro sem passado
Deixai cantar que vive por que canta
Deixai que a voz transporte o sentimento
Não é fadista quem perdeu a esperança
De deixar de cantar só sofrimento
Vê se voltas
Gabriel de Oliveira / Jaime Santos *fado mouraria estilizado*
Repertório de Estela Alves Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado onde
aparece com o título *Os degraus da minha escada*
Vê se voltas outra vez
Porque ainda estou lembrada
De subires a três e três
Os degraus da minha escada
Mesmo que sejas ruim
Porque ainda estou lembrada
De subires a três e três
Os degraus da minha escada
Mesmo que sejas ruim
E embora nada me dês
Eu quero-te ao pé de mim
Eu quero-te ao pé de mim
Vê se voltas outra vez
Bem sabes que te não esqueço
Bem sabes que te não esqueço
E que te sou dedicada
Não estranhes o que te peço
Não estranhes o que te peço
Porque ainda estou lembrada
Os degraus que antigamente
Os degraus que antigamente
Subias com rapidez
É escusado, no presente
É escusado, no presente
De subires a três e três
Eu quero é ver-te voltar
Eu quero é ver-te voltar
Para ficar descansada
Nem que subas devagar
Nem que subas devagar
Os degraus da minha escada
Senhor sapateiro
José Luís Gordo / José da Câmara / Luís Petisca
Repertório de José da Câmara
Senhor sapateiro
Leve-me pouco dinheiro
Repertório de José da Câmara
Senhor sapateiro
Leve-me pouco dinheiro
Para arranjar meus sapatos
Não têm alma nem sola
Já pediram tanta esmola
Não têm alma nem sola
Já pediram tanta esmola
Pelas ruas do cansaço
Às vezes choro com eles
Às vezes choro com eles
Sem saber para onde vamos
Senhor sapateiro
Senhor sapateiro
Leve-me pouco dinheiro
Senhor sapateiro
Arranje o esquerdo primeiro
Senhor sapateiro
Arranje o esquerdo primeiro
Do lado do coração
E já não tarda janeiro
E já não tarda janeiro
Vem a chuva, vem a lama
Senhor sapateiro
E depois não tenho cama
Senhor sapateiro
E depois não tenho cama
Nem brasas no meu braseiro
Senhor sapateiro
Senhor sapateiro
Bata a sola devagar
Que este meu pé direito
Não se cansa de andar
Que este meu pé direito
Não se cansa de andar
À chuva um inverno inteiro
Sem saber onde ficar
Senhor sapateiro
Sem saber onde ficar
Senhor sapateiro
Não magoe os meus sapatos
São os meus dois companheiros
Nas horas de desespero
Lembram meus filhos primeiro
Como se fossem retratos
São os meus dois companheiros
Nas horas de desespero
Lembram meus filhos primeiro
Como se fossem retratos
Beijo roubado
Fernando Cardoso / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de Joana Almeida
Deste-me um beijo, fugiste
Eu fiquei sentida e triste
Gritei por ti, fiquei rouca
Eu tanho andado a pensar
Se esse modo de beijar
Não será p’ra me pôr louca
Se na verdade assim for
Quem sabe, ó meu amor
Repertório de Joana Almeida
Deste-me um beijo, fugiste
Eu fiquei sentida e triste
Gritei por ti, fiquei rouca
Eu tanho andado a pensar
Se esse modo de beijar
Não será p’ra me pôr louca
Se na verdade assim for
Quem sabe, ó meu amor
Talvez tu sonhes comigo
E no maio da escuridão
Um longo beijo de paixão
E no maio da escuridão
Um longo beijo de paixão
Dará fim ao meu castigo
Mas esse beijo apressado
Foi recusa, foi recado
Mas esse beijo apressado
Foi recusa, foi recado
Que me quiseste mandar
Não precisas mais fugir
Nem ale a pena mentir
Não precisas mais fugir
Nem ale a pena mentir
Já nem lembro o teu beijar
A Rosa da Mouraria
António José / F.Hildenbrand
Repertório de Maria de Fátima Travassos
A Rosa da Mouraria
Na moldura da janela
Um poema feito povo
E o povo gostava dela
Não conheceu pai nem mãe
Tinha um encanto qualquer
Uma rosa diferente
Num jeito de ser mulher
E quem diria
Repertório de Maria de Fátima Travassos
A Rosa da Mouraria
Na moldura da janela
Um poema feito povo
E o povo gostava dela
Não conheceu pai nem mãe
Tinha um encanto qualquer
Uma rosa diferente
Num jeito de ser mulher
E quem diria
Na viela tão estreitinha
Toda a velha Mouraria
Fez da Rosa uma raínha
Mas caprichosa
Fez-se a Rosa, quando um dia
Por amor deixou, a Rosa
Para sempre a Mouraria
Nessa janela fechada
Falta a silhueta dela
E quem lá mora não tem
Nenhuma flor à janela
E o povo que se rendia
Junto à janela vistosa
Sente que hoje, a Mouraria
Está mais pobre sem a Rosa
Toda a velha Mouraria
Fez da Rosa uma raínha
Mas caprichosa
Fez-se a Rosa, quando um dia
Por amor deixou, a Rosa
Para sempre a Mouraria
Nessa janela fechada
Falta a silhueta dela
E quem lá mora não tem
Nenhuma flor à janela
E o povo que se rendia
Junto à janela vistosa
Sente que hoje, a Mouraria
Está mais pobre sem a Rosa
Mui nobre cidade
Letra e música de Henrique Abreu
Repertório do autor
O Porto é cidade velhinha
Repertório do autor
O Porto é cidade velhinha
Vestida a cinzento
O Porto é cidade que cresce
O Porto é cidade que cresce
Em cada momento
O Porto tem na sua história
O Porto tem na sua história
A história do Infante
Que em barcos de estrelas
Que em barcos de estrelas
Se fez navegante
Em mares de tormento
O Porto tem na sua gente
Em mares de tormento
O Porto tem na sua gente
O amor pela verdade
O Porto faz sempre vencer
O Porto faz sempre vencer
Sua forte vontade
De ser aquilo que quer
De ser aquilo que quer
Num país inconstante
Mas o Porto quer ver
Mas o Porto quer ver
Menos emigrante
Com menos saudade
O Porto é sempre p’ra todos
Com menos saudade
O Porto é sempre p’ra todos
Uma porta aberta
O Porto é a franqueza da alma
O Porto é a franqueza da alma
Que em todos desperta
A crença que é preciso ter
A crença que é preciso ter
Na sincera amizade
A imagem mais certa da nobre cidade
Cidade do Porto
A imagem mais certa da nobre cidade
Cidade do Porto
Perto do mar
M. Marão Travassos / H.Van Gelderen
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Perto do mar eu dou asas
À minha imaginação
E sobrevoo com as garras
Com se fosse um Falcão
Perto do mar eu sou tudo
Sou mulher e sou criança
E revejo no mar salgado
O tempo da minha infãncia
Perto do mar eu sou peixe
Que nada por essa águas
E que pede que não deixem
Lançar as redes malvadas
Perto do mar, sou também
A concha que te murmura
Que ando a morrer por alguém
Que me leva à loucura
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Perto do mar eu dou asas
À minha imaginação
E sobrevoo com as garras
Com se fosse um Falcão
Perto do mar eu sou tudo
Sou mulher e sou criança
E revejo no mar salgado
O tempo da minha infãncia
Perto do mar eu sou peixe
Que nada por essa águas
E que pede que não deixem
Lançar as redes malvadas
Perto do mar, sou também
A concha que te murmura
Que ando a morrer por alguém
Que me leva à loucura
Que saudades tenho eu
José da Câmara / Miguel Ramos *fado calisto*
Repertório de José da Câmara
Ai que saudades eu tenho
Dos meus tempos de menino
Correndo Lisboa inteira
Procurando brincadeira
Sem horário nem destino
Que saudades tenho eu
Repertório de José da Câmara
Ai que saudades eu tenho
Dos meus tempos de menino
Correndo Lisboa inteira
Procurando brincadeira
Sem horário nem destino
Que saudades tenho eu
Cantei o fado com gana
Uma noite das antigas
Uma noite das antigas
No Páteo das cantigas
Do João e Zé Pracana
Eram noites de paixão
Do João e Zé Pracana
Eram noites de paixão
Num compasso quase incerto
Vou ligar p’ra combinar
Vou ligar p’ra combinar
Xico’s bar p’ra começar
E os amigos sempre perto
Campo Pequeno à quinta-feira
E os amigos sempre perto
Campo Pequeno à quinta-feira
Era grande animação
Xafarix era a seguir
O Cajó sempre a partir
Xafarix era a seguir
O Cajó sempre a partir
Com a sua precursão
Era sítio obrigatório
Era sítio obrigatório
Estava lá toda a semana
Restaurante, bar e fados
Restaurante, bar e fados
Concerteza estão lembrados
Velho Páteo de Sant’Ana
Passar p’lo Napoleão
Velho Páteo de Sant’Ana
Passar p’lo Napoleão
P’ra podermos conversar
No Calvário, está-se a ver
Outra jola pr’aquecer
No Calvário, está-se a ver
Outra jola pr’aquecer
E o Bananas a bombar
O luar adormecia
O luar adormecia
Fim de noite, grande farra
Ía tudo pró Brim Bar
Ía tudo pró Brim Bar
Pró petisco e p’ra cantar
Mais um copo e uma guitarra
Recordar é sempre bom
Mais um copo e uma guitarra
Recordar é sempre bom
Emoções que não desdenho
Lembrar a minha Lisboa
Lembrar a minha Lisboa
Que p’ra mim foi sempre boa
Ai que saudades eu tenho
Ai que saudades eu tenho
Os meus olhos já não choram
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Maria Valejo
Os meus olhos já não choram
Repertório de Maria Valejo
Os meus olhos já não choram
Estão cansados de o fazer
Os meus olhos já não choram
Os meus olhos já não choram
Nem sequer por te não ver
Minhas lágrimas secaram
Minhas lágrimas secaram
Agora já nada imploram
Se ainda sofro por ti
Se ainda sofro por ti
Os meus olhos já não choram
Meus olhos não choram
Sim… eu já nem sei chorar
Tu deste-me a vida
P’ra depois me a tirar
Chorei o passado
Chorei porque vivi
Meus olhos agora
Nem sequer choram por ti
Como é triste a minha vida
Meus olhos não choram
Sim… eu já nem sei chorar
Tu deste-me a vida
P’ra depois me a tirar
Chorei o passado
Chorei porque vivi
Meus olhos agora
Nem sequer choram por ti
Como é triste a minha vida
Que cruel é meu viver
Ter tantas mágoas no peito
Ter tantas mágoas no peito
Querer chorar e não poder
Nem sequer estão rasos d’água
Nem sequer estão rasos d’água
Quando estou comigo a sós
Os meus olhos já não choram
Os meus olhos já não choram
Nem sequer choram por nós
Fado Joaninha
*soneto da casa*
António Sardinha / José Campos e Sousa Repertório de José da Câmara
A casa portuguesa caiadinha
De nicho à porta, lampião pendente
Alva mais alva ainda que a farinha
Como de vê-la dá virtude à gente
Seria assim a casa de Joaninha
Seria assim, modesta e sorridente
Atrás unidos, o pomar e a vinha
E o jardinzinho com o lago à frente
Meteu-se um dia a virgem, de jornada
Jornada longa, nunca imaginada
Nem por ser feita santa desta vez
Por não chegar a tempo, é que Maria
Não deu à luz o filho que trazia
Debaixo dum telhado português
Tradições portuguesas
Henrique Abreu / Fontes Rocha *fado isabel
Repertório de Henrique Abreu
Das mais velhas tradições
Que o nosso país mantém
As varinas, o pregão
As palavras que elas têm
As castanhos no inverno
Repertório de Henrique Abreu
Das mais velhas tradições
Que o nosso país mantém
As varinas, o pregão
As palavras que elas têm
As castanhos no inverno
O fumo desse braseiro
Numa esquina, o fogo eterno
Numa esquina, o fogo eterno
Sob chuva ou nevoeiro
Vende-se a fruta madura
Vende-se a fruta madura
Nas ruas mais coloridas
E a carteira mal segura
E a carteira mal segura
Foge das mãos distraídas
Com o vinho que fazemos
Com o vinho que fazemos
Damos mais sabor à vida
Se ao prová-lo não bebermos
Se ao prová-lo não bebermos
Mais que a conta e medida
E o fado, doce canção
E o fado, doce canção
Correu mundo e ganhou fama
É a voz do coração
É a voz do coração
De quem sente e de quem ama
A forma de te querer
M. Marão Travassos / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Não quero que me queiras só por querer
Nem quero que me ames por amar
Apenas quero chegar a perceber
O que me dizes com o teu olhar
A forma de tu me dizeres, amor
Aquilo que nem tento adivinhar
Pois sei que me vai provocar dor
Dor que não consigo suportar
Mentiste ao dizeres naquele dia
Quero-te como nunca quis ninguém
Pensei qu toda a vida seria tua
Mentiste, porque tu não queres ninguém
Agora adeus amor e até nunca
P’ra ti não existi, não sou ninguém
Quero esquecer que algum dia fui tua
E tu, amor, que foste de mim também
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Não quero que me queiras só por querer
Nem quero que me ames por amar
Apenas quero chegar a perceber
O que me dizes com o teu olhar
A forma de tu me dizeres, amor
Aquilo que nem tento adivinhar
Pois sei que me vai provocar dor
Dor que não consigo suportar
Mentiste ao dizeres naquele dia
Quero-te como nunca quis ninguém
Pensei qu toda a vida seria tua
Mentiste, porque tu não queres ninguém
Agora adeus amor e até nunca
P’ra ti não existi, não sou ninguém
Quero esquecer que algum dia fui tua
E tu, amor, que foste de mim também
Forcado de Montemor
Francisco Branco Rodrigues / José Duarte *fado seixal*
Repertório de José da Câmara
Forcado de Montemor
Amador nobre e valente
Entre todos o melhor
Quando tem um toiro em frente
Vê-se quem é pegador
Sempre que a trincheira salta
Repertório de José da Câmara
Forcado de Montemor
Amador nobre e valente
Entre todos o melhor
Quando tem um toiro em frente
Vê-se quem é pegador
Sempre que a trincheira salta
Com o seu donaire e graça
Logo entusiasma a malta
É que se vai ver na praça
Logo entusiasma a malta
É que se vai ver na praça
Como a coragem não falta
Mas se um dia, por azar
Mas se um dia, por azar
A sorte lhe corre mal
Volta de novo a pegar
Porque é nobre o animal
Volta de novo a pegar
Porque é nobre o animal
Difícil de dominar
E por ter tanto valor
E por ter tanto valor
Da coragem que lhe vejo
É que canto em seu louvor
Sois filhos do Alentejo
É que canto em seu louvor
Sois filhos do Alentejo
Forcados de Montemor
Anda bonita a solidão
Pedro Silva Martins / Luís José Martins e Pedro Silva Martins
Repertório de Joana Almeida
Anda bonita a solidão
Olha-se ao espelho e sorri
E vai p’la rua a cantar
Belas canções escritas p’ra ti
É bom saber
A incerteza aonde vai?
Porque é que empina o nariz?
Algo terá feito ela mudar
Que já não se demora aqui
É bom saber
É bom saber
Que o tempo vai juntar-se a mim
Ficar melhor, tomar um chá
E alentar a minha dor
Curtir um som e com vagar
Sorrir por fim ao meu amor
E a saudade aonde está?
Que já não canta por aqui
Se calhar está numa de encontrar
Outro sentido para si
É bom saber
Diz que a tristeza me deixou
Que já nem pergunta por mim
Diz quem sabe, que ela se assustou
A ver este final feliz
É bom saber
Repertório de Joana Almeida
Anda bonita a solidão
Olha-se ao espelho e sorri
E vai p’la rua a cantar
Belas canções escritas p’ra ti
É bom saber
A incerteza aonde vai?
Porque é que empina o nariz?
Algo terá feito ela mudar
Que já não se demora aqui
É bom saber
É bom saber
Que o tempo vai juntar-se a mim
Ficar melhor, tomar um chá
E alentar a minha dor
Curtir um som e com vagar
Sorrir por fim ao meu amor
E a saudade aonde está?
Que já não canta por aqui
Se calhar está numa de encontrar
Outro sentido para si
É bom saber
Diz que a tristeza me deixou
Que já nem pergunta por mim
Diz quem sabe, que ela se assustou
A ver este final feliz
É bom saber
Um fado à Candeia
Letra e música de Henrique Abreu
Repertório do autor
Eu esta noite vou cantar um fado
À Candeia
Repertório do autor
Eu esta noite vou cantar um fado
À Candeia
À Candeia
A minha voz vai ter um tom magoado
Na Candeia
A minha voz vai ter um tom magoado
Na Candeia
Na Candeia
Eu quero que esta noite a minha alma
Trespasse a dor que eu sinto cá para fora
E faça renascer de novo a calma
Trazendo a doce esperança a cada hora
Depois eu vou escrever um fado novo
Falando de paixão e amizade
São sentimentos bons e são do povo
E vou querer cantar menos saudade
Vou encontrar mais uma voz fadista
Mais uma nova voz que o fado entoa
Quem sabe se um talento, um novo artista
Que vem de uma qualquer vulgar pessoa
E desse berço eu faço a minha história
Pois tudo o que me resta é gratidão
Não vai apagar nunca da memória
O amor que se guardou no coração
Eu quero que esta noite a minha alma
Trespasse a dor que eu sinto cá para fora
E faça renascer de novo a calma
Trazendo a doce esperança a cada hora
Depois eu vou escrever um fado novo
Falando de paixão e amizade
São sentimentos bons e são do povo
E vou querer cantar menos saudade
Vou encontrar mais uma voz fadista
Mais uma nova voz que o fado entoa
Quem sabe se um talento, um novo artista
Que vem de uma qualquer vulgar pessoa
E desse berço eu faço a minha história
Pois tudo o que me resta é gratidão
Não vai apagar nunca da memória
O amor que se guardou no coração
Aquele fado
António José / F.Hildenbrand
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Minha mãe cantava um fado
E sentava-se a meu lado
Para eu adormecer
Os versos que então ouvi
Já me falavam de ti
Ainda sem te conhecer
Agora, já sou mulher
Faça eu o que fizer
Repertório de Maria de Fátima Travassos
Minha mãe cantava um fado
E sentava-se a meu lado
Para eu adormecer
Os versos que então ouvi
Já me falavam de ti
Ainda sem te conhecer
Agora, já sou mulher
Faça eu o que fizer
O fado deu-me esta herança
Não há nada que destrua
Este jeito de ser tua
Não há nada que destrua
Este jeito de ser tua
Desde que eu era criança
A gente que nos rodeia
À nossa volta semeia
A gente que nos rodeia
À nossa volta semeia
Uma seara de intrigas
Mas pouco me hei-de importar
E até deixei de falar
Mas pouco me hei-de importar
E até deixei de falar
A duas ou três amigas
Uma guitarra qualquer
Entre as mãos de quem lhe quer
Uma guitarra qualquer
Entre as mãos de quem lhe quer
Oiço ao longe e sabe bem
Sentir que o nosso pecado
Tem sabor áquele fado
Sentir que o nosso pecado
Tem sabor áquele fado
Que me cantou minha mãe
Promessas
Letra e música de Pedro Campos
Repertório de José da Câmara
Promessas das luzes
Repertório de José da Câmara
Promessas das luzes
Deste bairro que eu conheço
Das noites tão sentidas
Das noites tão sentidas
Em que peço a Deus por mim
Momentos perdidos
Momentos perdidos
Neste tempo que passou
Tão tristes, alegres como eu sou
Fazem parte de mim
Lisboa dos bairros
Tão tristes, alegres como eu sou
Fazem parte de mim
Lisboa dos bairros
Da tristeza que não passa
Das horas que dão vida
Das horas que dão vida
E o sol da Graça da minha dor
Lisboa nasceu assim para mim
Nos braços da Mouraria
E o que ficou foi amor
Lisboa da vida do dia-a-dia
Dos becos, da poesia
O que ficou foi amor
Lisboa nasceu assim para mim
Nos braços da Mouraria
E o que ficou foi amor
Lisboa da vida do dia-a-dia
Dos becos, da poesia
O que ficou foi amor
Amante do Tejo
Nuno Manuel Faria / Pedro Pinhal
Repertório de Maja
Manhã, o acordar de um novo dia
No cais velas se agitam no adeus
O vento levanta espuma sobre o rio
A bordo nasce a ideia de um fado
Lisboa
É quem desperta o meu desejo
E eu serei sempre amante
De ti, querido Tejo
À noite recolho a vela da fragata
A lua enamora-se d’Alfama
O céu cobre de estrelas Santo Estevão
O rio serve de leito a quem o ama
Repertório de Maja
Manhã, o acordar de um novo dia
No cais velas se agitam no adeus
O vento levanta espuma sobre o rio
A bordo nasce a ideia de um fado
Lisboa
É quem desperta o meu desejo
E eu serei sempre amante
De ti, querido Tejo
À noite recolho a vela da fragata
A lua enamora-se d’Alfama
O céu cobre de estrelas Santo Estevão
O rio serve de leito a quem o ama
Livre para ver o mundo inteiro
Henrique Abreu / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Henrique Abreu
Para não ter que dizer a ninguém
Que o teu amor não era verdadeiro
Escondi o meu sofrimento, não sei bem
Em que cigarro ou em qual cinzeiro
Prometi a mim mesmo o esquecimento
No meu caminho abracei o dia
Condenei as palavras desse tempo
E não ficou mais que nostalgia
Livre para ver o mundo inteiro
E as coissas que ele tem para me dar
Eu sei que não vou ser o primeiro
A encontrar o amor sem procurar
Um homem nunca deve repetir
Os sonhos de triste recordação
Mas nunca deve deixar de sentir
A ternura fiél de um coração
Repertório de Henrique Abreu
Para não ter que dizer a ninguém
Que o teu amor não era verdadeiro
Escondi o meu sofrimento, não sei bem
Em que cigarro ou em qual cinzeiro
Prometi a mim mesmo o esquecimento
No meu caminho abracei o dia
Condenei as palavras desse tempo
E não ficou mais que nostalgia
Livre para ver o mundo inteiro
E as coissas que ele tem para me dar
Eu sei que não vou ser o primeiro
A encontrar o amor sem procurar
Um homem nunca deve repetir
Os sonhos de triste recordação
Mas nunca deve deixar de sentir
A ternura fiél de um coração
Rapsódia dos três poetas
A.Botto,
Ary dos Santos, M.Sá Carneiro / Miguel Ramos e Casimiro Ramos
Repertório de Mísia
FADO PINÓIA
Levo ao ombro as esquinas
Trago varandas no peito
E as pedras pequeninas
São a cama onde me deito
FADO LOLITA
Andava a lua nos céus
Com o seu bando de estrelas
Pelo chão em desalinho
Vinha longe a madrugada
Os veludos pareciam
Ondas de sangue e de vinho
FADO ALBERTO
Um pouco mais de sol e eu era brasa
Um pouco mais de azul eu era além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
FADO CALISTO
Volteiam dentro de mim
Milagres, uivos, castelos
Altas torres de marfim
Forças de luz, pesadelos
Volteiam dentro de mim
FADO MOURARIA
Chamaste-me tua vida
Eu a alma quero ser
A vida acaba na morte
A alma não pode morrer
FADO PINÓIA
Levo ao ombro as esquinas
Trago varandas no peito
E as pedras pequeninas
São a cama onde me deito
FADO LOLITA
Andava a lua nos céus
Com o seu bando de estrelas
Pelo chão em desalinho
Vinha longe a madrugada
Os veludos pareciam
Ondas de sangue e de vinho
FADO ALBERTO
Um pouco mais de sol e eu era brasa
Um pouco mais de azul eu era além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
FADO CALISTO
Volteiam dentro de mim
Milagres, uivos, castelos
Altas torres de marfim
Forças de luz, pesadelos
Volteiam dentro de mim
FADO MOURARIA
Chamaste-me tua vida
Eu a alma quero ser
A vida acaba na morte
A alma não pode morrer
Minha voz
Gonçalo Salgueiro / Armando Machado *fado súplica*
Repertório de Sofia Ferreira
Na minha boca, o teu poema à solta
Ecoa sob um céu de tempestade
É minha voz maré de amor revolta
Em cantos que se dobram de saudade
Em minha voz és negra madrugada
Jangada que de noite te procura
Nos versos de uma vida naufragada
Teu nome é uma corrente de loucura
Ainda que ancorada na garganta
A voz que com amor te quis rimar
Dorida como o mar que se agiganta
Teu fado nunca pára de cantar
E quando um dia ao nada eu regressar
Como onda que sem praia se perdeu
Talvez possas ouvir na voz do mar
A minha voz que só por ti viveu
Repertório de Sofia Ferreira
Na minha boca, o teu poema à solta
Ecoa sob um céu de tempestade
É minha voz maré de amor revolta
Em cantos que se dobram de saudade
Em minha voz és negra madrugada
Jangada que de noite te procura
Nos versos de uma vida naufragada
Teu nome é uma corrente de loucura
Ainda que ancorada na garganta
A voz que com amor te quis rimar
Dorida como o mar que se agiganta
Teu fado nunca pára de cantar
E quando um dia ao nada eu regressar
Como onda que sem praia se perdeu
Talvez possas ouvir na voz do mar
A minha voz que só por ti viveu
Chamar-te de meu amor
Joaquim de Sousa / Popular *fado menor*
Repertório de Fernando João
Quero gritar esta dor
Quero dizer que te amo
Chamar-te de meu amor
Que é como sempre te chamo
Quero sentir teus abraços
Repertório de Fernando João
Quero gritar esta dor
Quero dizer que te amo
Chamar-te de meu amor
Que é como sempre te chamo
Quero sentir teus abraços
Feitos fonte de ternura
E adormecer em teus braços
E adormecer em teus braços
Na sonolência mais pura
Quero ler felicidade
Quero ler felicidade
Nos teus olhos infelizes
E beber toda a verdade
E beber toda a verdade
Das verdades que não dizes
Ser eu, quebrar o encanto
Ser eu, quebrar o encanto
Deste amor que me sufoca
E beber o sal do pranto
E beber o sal do pranto
P’la taça da tua boca
Quero ser o leito frio
Quero ser o leito frio
Da corrente dos teus beijos
O silêncio, o cais vazio
O silêncio, o cais vazio
Da frota dos teus desejos
Quero sentir o sabor
Quero sentir o sabor
Desta dor que proclamo
Chamar-te de meu amor
Chamar-te de meu amor
Que é como sempre te chamo
Olhares cruzados
Gabriel de Oliveira / Filipe Pinto “fado meia noite antigo*
Repertório de Natália dos Anjos
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Repertório de Natália dos Anjos
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Cruzámos o nosso olhar
E logo nos entendemos
Conjugando o verbo amar
Ambos de amor nos perdemos
Nem sequer te conhecia
E logo nos entendemos
Conjugando o verbo amar
Ambos de amor nos perdemos
Nem sequer te conhecia
Nunca te vira passar
Quando por acaso, um dia
Quando por acaso, um dia
Cruzámos o nosso olhar
Foram apenas momentos
Foram apenas momentos
Desses momentos supremos
Trocaram-se os pensamentos
Trocaram-se os pensamentos
E logo nos entendemos
Depois disso, conversámos
Depois disso, conversámos
E de tanto conversar
Foi assim que começámos
Foi assim que começámos
Conjugando o verbo amar
Agora a vida é ventura
Agora a vida é ventura
Pois tão bem nos conhecemos
Que numa doida loucura
Que numa doida loucura
Ambos de amor nos perdemos
HENRIQUE REGO *1893-1963*
Tributo de Armando Neves
Inspirado poeta – nome escrito
Com doze estrelas nos anais do “Fado”
Louvá-lo-ei – depois de ter molhado
Minha pena na tinta do Infinito.
Coração d’oiro, espírito bendito,
Tanto à bondade como às musas dado.
Um simples verso seu – poema encantado
Ou uma rima só – radioso grito!
Poeta de tão puro e bom quilate
Merece, em prémio dos seus dons dilectos,
Rosas d’oiro em olímpico açafate…
E eu que sou, em louvar, dos mais discretos,
Para exaltar o plectro deste vate
Comporia, em vez de um, quatro sonetos!
Louvá-lo-ei – depois de ter molhado
Minha pena na tinta do Infinito.
Coração d’oiro, espírito bendito,
Tanto à bondade como às musas dado.
Um simples verso seu – poema encantado
Ou uma rima só – radioso grito!
Poeta de tão puro e bom quilate
Merece, em prémio dos seus dons dilectos,
Rosas d’oiro em olímpico açafate…
E eu que sou, em louvar, dos mais discretos,
Para exaltar o plectro deste vate
Comporia, em vez de um, quatro sonetos!
Jóia sagrada
Gabriel de Oliveira / Pedro Rodrigues
Repertório de Fernando Batista
Eu sou aquela mulher
Por quem tu sofreste um dia
Por ciúme te deixou
Tudo o mais que te disser
Não passa de fantasia
Pois já sabes quem eu sou
Não te venho conquistar
De ti não pretendo nada
Repertório de Fernando Batista
Eu sou aquela mulher
Por quem tu sofreste um dia
Por ciúme te deixou
Tudo o mais que te disser
Não passa de fantasia
Pois já sabes quem eu sou
Não te venho conquistar
De ti não pretendo nada
Já sofri, já te vingaste
Venho aqui para falar
Venho aqui para falar
Sobre essa jóia sagrada
Que há dez anos me roubaste
Quero de novo afagá-la
Cingi-la bem a meu peito
Quero de novo afagá-la
Cingi-la bem a meu peito
Numa pressão de ternura
Quero vê-la e acarinhá-la
Saber o que lhe tens feito
Quero vê-la e acarinhá-la
Saber o que lhe tens feito
Contar-lhe a minha tortura
Faz de mim uma rodilha
Tens razão para o fazer
Faz de mim uma rodilha
Tens razão para o fazer
Mas és pai e pensa bem
Que essa jóia é nossa filha
E Deus sabe defender
Que essa jóia é nossa filha
E Deus sabe defender
O sagrado amor de mãe
Amor desfeito
Gabriel de Oliveira / Jaime Santos *fado da bica*
Repertório de Lucília do Carmo
Se o nosso amor se desfez
Só tu fostes o culpado
Porque sofres quando vês
Outro homem a meu lado
Foste mau, foste cruel
Repertório de Lucília do Carmo
Se o nosso amor se desfez
Só tu fostes o culpado
Porque sofres quando vês
Outro homem a meu lado
Foste mau, foste cruel
Não me queixei a ninguém
Bebi lágrimas de fel
Bebi lágrimas de fel
Suportando o teu desdém
Dizes-me que não descansas
Dizes-me que não descansas
E que me vês em teus sonhos
Ai, a dor são as lembranças
Ai, a dor são as lembranças
Dos teus remorsos medonhos
É Deus que te faz sofrer
É Deus que te faz sofrer
Vê lá bem o teu castigo
Dormes com outra mulher
Dormes com outra mulher
E sonhas sempre comigo
Minhas mãos já não te afagam
Minhas mãos já não te afagam
O meu desprezo é enorme
Cá se fazem, cá se pagam
Cá se fazem, cá se pagam
Bem sabes que Deus não dorme
E se esta gente fosse um fado
Maja Milinkovic / Rodrigo Serrão
Repertório de Maja
E se esta gente fosse um fado
Em que só falta melodia
E o grito mudo nos seus olhos
Não fosse mais que poesia
Que em cada rosto há uma nota
Que espera ainda por nascer
E em cada história uma verdade
Que sobra sempre por dizer
A minha gente é como um fado
Feito de pranto e maresia
E traz na mala esta vontade
De amar mais que o amor, a cada dia
E canta versos à saudade
Em profunda melancolia
A minha gente é como um fado
Que amou p’ra lá da dor, mais que podia
Repertório de Maja
E se esta gente fosse um fado
Em que só falta melodia
E o grito mudo nos seus olhos
Não fosse mais que poesia
Que em cada rosto há uma nota
Que espera ainda por nascer
E em cada história uma verdade
Que sobra sempre por dizer
A minha gente é como um fado
Feito de pranto e maresia
E traz na mala esta vontade
De amar mais que o amor, a cada dia
E canta versos à saudade
Em profunda melancolia
A minha gente é como um fado
Que amou p’ra lá da dor, mais que podia
O emigrante e a guitarra
Gabriel de Oliveira / Alberto Costa *fado dois tons*
Repertório de Manuel Dias
Repertório de Manuel Dias
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Assim que saiu a barra
O emigrante, coitado
Pegou na sua guitarra
E chorou cantando o fado
E lá vai pelo mar fora
Assim que saiu a barra
O emigrante, coitado
Pegou na sua guitarra
E chorou cantando o fado
E lá vai pelo mar fora
Sabe Deus para que vida
Amaldiçoando a hora
Amaldiçoando a hora
Negregada da partida
Via-se outra vez menino
Via-se outra vez menino
A mãe guiando-lhe os passos
Para afinal, o destino
Para afinal, o destino
Tão longe o levar nos braços
E ao lembrar desta maneira
E ao lembrar desta maneira
A velhinha sua mãe
A guitarra companheira
A guitarra companheira
Chorou com ele também
Esta noite chora uma guitarra
Letra e música de Maja Milinkovic *fado primeiro*
Repertório da autora
Se fosse um grande amor
Era nosso, era nosso
Se fosse uma grande paixão
Era nossa, era nossa
Duas vezes eu morri
Duas vezes parou o coração
A primeira quando te vi
E quando deixaste-me a mão
Esta noite chora uma guitarra
Só por mim, só para mim
Esta noite saudade é amarra
É mágoa que não tem fim
Com o tempo não passa nada
Ainda dói a mesma dor
Porque naquela madrugada
O tempo morreu com o amor
Repertório da autora
Se fosse um grande amor
Era nosso, era nosso
Se fosse uma grande paixão
Era nossa, era nossa
Duas vezes eu morri
Duas vezes parou o coração
A primeira quando te vi
E quando deixaste-me a mão
Esta noite chora uma guitarra
Só por mim, só para mim
Esta noite saudade é amarra
É mágoa que não tem fim
Com o tempo não passa nada
Ainda dói a mesma dor
Porque naquela madrugada
O tempo morreu com o amor
Dias de Feira da Ladra
Gabriel de Oliveira e António Amargo
Manuel Maria Rodrigues *marcha do manel maria*
Repertório de Manuel de Almeida
Repertório de Manuel de Almeida
Letra transcrita do livro editado pela Academia da
Guitarra e do Fado onde aparece com o título *Feira da Ladra*
Dias de Feira da Ladra
Santolas e vinho tinto
Guitarradas e cantigas
Desordens, noites na esquadra
Ai que saudades que eu sinto
Por essas coisas antigas
Os Faias mais afamados
Guitarradas e cantigas
Desordens, noites na esquadra
Ai que saudades que eu sinto
Por essas coisas antigas
Os Faias mais afamados
Grandes improvisadores
Não faltavam nesse dia
E dos bairros afastados
Não faltavam nesse dia
E dos bairros afastados
Também vinham cantadores
Tudo ali se reunia
À tarde, a seita abancava
Numa taberna pequena
Tudo ali se reunia
À tarde, a seita abancava
Numa taberna pequena
Mesmo em frente do jardim
Um dos fadistas cantava
Era o princípio da cena
Um dos fadistas cantava
Era o princípio da cena
Com provocações no fim
Na febre do desafio
Na febre do desafio
Eram mais que provocantes
As cantigas que cantavam
Davam-se lutas de brio
As cantigas que cantavam
Davam-se lutas de brio
Sustentadas nos descantes
Que às vezes tão mal findavam
Dia de Feira da Ladra
Ó fadistagem moderna
Que às vezes tão mal findavam
Dia de Feira da Ladra
Ó fadistagem moderna
Morreu essa tradição
Desordens, noites na esquadra
Fadistices na taberna
Desordens, noites na esquadra
Fadistices na taberna
São coisas que já lá vão
Meu par
Letra e música de João Couto
Repertório de Joana Almeida
Quando passas por mim
Repertório de Joana Almeida
Quando passas por mim
Sei que algo me diz
Que tu és o meu par
Neste mundo sem lei, em ti encontrei
O meu melhor
Mas tu não estás a meu lado
P’ra me apagar do passado
Cada erro que cometi
Passam dias, passam horas
Diz-me porque é que demoras
Se esta voz chama assim por ti
Uma canção mora dentro de mim
Mesmo não sendo tua
Que tu és o meu par
Neste mundo sem lei, em ti encontrei
O meu melhor
Mas tu não estás a meu lado
P’ra me apagar do passado
Cada erro que cometi
Passam dias, passam horas
Diz-me porque é que demoras
Se esta voz chama assim por ti
Uma canção mora dentro de mim
Mesmo não sendo tua
Passa na tua rua
Todo o o dia a chamar por ti
Uma canção quer viver em nós
Mesmo que não a oiças
Todo o o dia a chamar por ti
Uma canção quer viver em nós
Mesmo que não a oiças
Já não quer outra coisa
Sê meu par
Sê meu par
Não a deixes presa na minha voz
Cada noite fugaz eu perco a paz
Quando és o meu par
Nessa dança que encetamos
Nossos fados entrelaçamos
Mas não sei se sou quem tu anseias
Diz-me porque é que vagueias
Nesse vai e vem sem fim
Se este amor que dou inteiro
A um coração prisioneiro
Espera sem se cansar, por ti
Cada noite fugaz eu perco a paz
Quando és o meu par
Nessa dança que encetamos
Nossos fados entrelaçamos
Mas não sei se sou quem tu anseias
Diz-me porque é que vagueias
Nesse vai e vem sem fim
Se este amor que dou inteiro
A um coração prisioneiro
Espera sem se cansar, por ti
Gabriel de Oliveira
Dizer que tem talento o Gabriel
É tarefa escusada, é coisa vã
É perguntar se tem doçura o mel
Se deitam sumo os bagos da romã
Há lá poeta algum que nos revele
Inspiração maior, mais digna e sã
De quanto é popular?! – Apenas ele
Porque a alma do povo é sua irmã
Fonte rara, espontânea de poesia
Da beleza do “Fado” a voz mais bela
Espírito gentil às musas dado
Quando ele nos descreve a Mouraria
Pinta, com mão de mestre, uma aguarela
Sim! Este Poeta é o Pintor do Fado
GABRIEL da Anunciação D´OLIVEIRA foi um dos melhores poetas que o Fado conheceu. É, todavia, uma figura pouco conhecida
embora os seus fados sejam constantemente cantados.
Com 18 anos, apenas, assentou praça na Marinha de Guerra Portuguesa, no dia 1 de Agosto de 1909. Daí ser conhecido por “Gabriel Marujo”.
Foi Combatente na Primeira Guerra Mundial, já como artilheiro de 1.ª classe, tendo sido condecorado com a Medalha da Vitória.
Poucos como ele souberam descrever, com grande realismo, os ambientes dos velhos bairros de Lisboa e as suas personagens.
Autor de dezenas de fados famosos, um dos quais "Senhora da Saúde", conhecido normalmente por "Há Festa na Mouraria".
Mereceu figurar na Antologia dos Poetas Modernos Portugueses, organizada por Fernando Pessoa e António Botto.
Também o grande actor João Villaret não hesitou em incluí-lo em alguns
recitais de poesia.
Caso curioso é o de Gabriel de Oliveira, apesar da sua extensa produção
Caso curioso é o de Gabriel de Oliveira, apesar da sua extensa produção
nunca se ter inscrito na Sociedade Portuguesa de Autores.
Deste modo, nunca recebeu quaisquer direitos.”
Daniel Gouveia e Francisco Mendes, Poetas Populares do Fado
Tradicional, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2014.
Tradicional, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2014.
Amei-te
Gabriel de Oliveira / Alfredo Duarte *marcha do marceneiro"
Repertório de Laurinda Gonçalves
Amei-te cheia de esperança
Veio a dor, foi-se o desejo
Mas as saudades ficaram
Sepultadas na lembrança
Daquele primeiro beijo
Que nossas bocas trocaram
Amei-te meses seguidos
O teu amor fez-me guerra
Amei-te cheia de esperança
Veio a dor, foi-se o desejo
Mas as saudades ficaram
Sepultadas na lembrança
Daquele primeiro beijo
Que nossas bocas trocaram
Amei-te meses seguidos
O teu amor fez-me guerra
Como não fez a ninguém
Tantos castelos erguidos
E tudo tombou por terra
Ao sopro do teu desdém
Amei-te, revendo o pranto
Dos outros que eu desprezava
Tantos castelos erguidos
E tudo tombou por terra
Ao sopro do teu desdém
Amei-te, revendo o pranto
Dos outros que eu desprezava
Sendo traída por ti
Agora que eu gosto tanto
Daquele que eu não gostava
Agora que eu gosto tanto
Daquele que eu não gostava
Finges tu gostar de mim
Amei-te, tive mau gosto
Esse desgosto contive
Amei-te, tive mau gosto
Esse desgosto contive
Mas, visto que te esqueci
Foi-se de todo o desgosto
Desse mau gosto que eu tive
Foi-se de todo o desgosto
Desse mau gosto que eu tive
Em gostar tanto de ti
Doença do fado
Gabriel de Oliveira e Linhares Barbosa
Letra transcrita no livro de A. Victor Machado, “Ídolos do Fado” em 1937
com a indicação de ser da autoria conjunta dos poetas populares
Linhares Barbosa e Gabriel de Oliveira”, pertencer, ao repertório de
Alberto Costa e ser cantada na música do Fado Hilário.
Informação retirada do livro *Gabriel de Oliveira* editado pela
Academia do Fado e da Guitarra*
Quem diz que o fado é doente
Decerto muito se ilude
Quem o Fado canta e sente
Vê-se que sente saúde
Juro por tudo, confesso
Decerto muito se ilude
Quem o Fado canta e sente
Vê-se que sente saúde
Juro por tudo, confesso
Não vos pretendo enganar
Eu só sinto que adoeço
Eu só sinto que adoeço
Quando não posso cantar
Estive às portas da morte
Estive às portas da morte
E alguém me veio dizer
Canta o fado, faz-te forte
Canta o fado, faz-te forte
Cantei, não pude morrer
Tenho azar de quando em quando
Tenho azar de quando em quando
Mas por estranha ironia
Se passo a noite cantando
Se passo a noite cantando
Tenho sorte ao outro dia
Se o fado é a melhor festa
Das festas de Portugal
Não sei que doença é esta
Que à gente nunca faz mal
Os garotos da Ribeira
Ana Madalena / Pedro Rodrigues
Repertório de Fernando João
Os garotos da Ribeira
São milhafres, são gaivotas
Andorinhas e pardais
Aves que gritam e agitam
E rasgam todas as rotas
Na vida do nosso cais
Alegrias esfarrapadas
Repertório de Fernando João
Os garotos da Ribeira
São milhafres, são gaivotas
Andorinhas e pardais
Aves que gritam e agitam
E rasgam todas as rotas
Na vida do nosso cais
Alegrias esfarrapadas
Voando de rua em rua
Na esperança de ver o mar
Sonhando verde navio
Na esperança de ver o mar
Sonhando verde navio
Nas águas do nosso rio
Com asas por alcançar
Cai a noite, eles lá vão
Com asas por alcançar
Cai a noite, eles lá vão
Em bandos pela cidade
Deixam o cais desolado
Aquelas aves meninos
Deixam o cais desolado
Aquelas aves meninos
Trazem no ar os destinos
A cumprir um triste fado
Quem os vê não os conhece
Já nem sabe decifrar
A cumprir um triste fado
Quem os vê não os conhece
Já nem sabe decifrar
No rosto, a sua idade
E cada um faz e inventa
Nesta cidade cinzenta
Nesta cidade cinzenta
Um pouco de felicidade
Nunca mais triste
Gonçalo Salgueiro / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Sofia Ferreira
Não há tem nem compasso nesta hora
Em teus braços tudo esqueço ao meu redor
Ao som do nosso amor, a noite chora
E o fado me acontece em tom maior
Trinadas, trago as cordas na garganta
Que ao céu bradam, num corpo de ternura
Ao som do nosso amor, a noite canta
Um fado já despido de amargura
Os fios do meu cabelo são guitarra
E ao toque dos teus dedos ganham vida
Ao do nosso amor, a note amarra
O nosso fado ao seu, amanhecida
Em nós já nada rima com procura
Somos verso que a qualquer tempo resiste
Ao som do nosso amor, a noite jura
Que o fado nunca mais nos será triste
Repertório de Sofia Ferreira
Não há tem nem compasso nesta hora
Em teus braços tudo esqueço ao meu redor
Ao som do nosso amor, a noite chora
E o fado me acontece em tom maior
Trinadas, trago as cordas na garganta
Que ao céu bradam, num corpo de ternura
Ao som do nosso amor, a noite canta
Um fado já despido de amargura
Os fios do meu cabelo são guitarra
E ao toque dos teus dedos ganham vida
Ao do nosso amor, a note amarra
O nosso fado ao seu, amanhecida
Em nós já nada rima com procura
Somos verso que a qualquer tempo resiste
Ao som do nosso amor, a noite jura
Que o fado nunca mais nos será triste
Manifestação
Manuel Fria / Alfredo Marceneiro
Repertório Manuel Fria
Nuvens baixas, altas vozes
Juventude se debate
Na praça da Liberdade
Suas bandeiras levantam
E o riso duma criança
Lutando pela igualdade
Liberdade para os gestos
Porque os caminhos são longos
E os mares não têm fim
Unidos na mesma forma
Venceremos a batalha
Tão difícil e ruim
Somos a voz da razão
De pés assentes no chão
Que renegam injustiça
Pedindo a quem de direito
Que haja ordem e respeito
Pão, sorrisos e justiça
Repertório Manuel Fria
Nuvens baixas, altas vozes
Juventude se debate
Na praça da Liberdade
Suas bandeiras levantam
E o riso duma criança
Lutando pela igualdade
Liberdade para os gestos
Porque os caminhos são longos
E os mares não têm fim
Unidos na mesma forma
Venceremos a batalha
Tão difícil e ruim
Somos a voz da razão
De pés assentes no chão
Que renegam injustiça
Pedindo a quem de direito
Que haja ordem e respeito
Pão, sorrisos e justiça
Carta aberta
Cátia de Oliveira / Manuel Graça Pereira
Repertório de Inês Duarte
Faz tempo que não reconheço
Tão densa se mostra a verdade
Vontade de aceitar o preço
Que nos pede a felicidade
E o som da guitarra
Repertório de Inês Duarte
Faz tempo que não reconheço
Tão densa se mostra a verdade
Vontade de aceitar o preço
Que nos pede a felicidade
E o som da guitarra
Que cura e amarra
Em mim, a tristeza, no meu ventre
E ao longe a barra
Em mim, a tristeza, no meu ventre
E ao longe a barra
Escutando a guitarra
Em mim, a chamar-te feito gente
E nem posso chamar-lhe de saudade
A esta dor imensa que me invade
É ter nos dedos a vida escorrendo
E um grande sonho ardendo
Chora o homem na cidade
Faz tempo que só levemente
A alma qu’inda me resta
Se alegra e canta contente
Poemas de um país em festa
Sob o som da guitarra
Em mim, a chamar-te feito gente
E nem posso chamar-lhe de saudade
A esta dor imensa que me invade
É ter nos dedos a vida escorrendo
E um grande sonho ardendo
Chora o homem na cidade
Faz tempo que só levemente
A alma qu’inda me resta
Se alegra e canta contente
Poemas de um país em festa
Sob o som da guitarra
A fé que se agarra
Paixão ao que o peito mudo sente
Quanto mais as amarras
Paixão ao que o peito mudo sente
Quanto mais as amarras
Mais altas as guitarras
Dirão de que é feita a minha gente
Dirão de que é feita a minha gente
No teu vidro da janela
João Ferreira Rosa / Jaime Santos
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
No teu vidro da janela
Eu escrevi, quero-te bem
Tu p’ra mim és uma estrela
Não sonho com mais ninguém
És uma estrela dif’rente
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
No teu vidro da janela
Eu escrevi, quero-te bem
Tu p’ra mim és uma estrela
Não sonho com mais ninguém
És uma estrela dif’rente
Daquelas que há no céu
O sol nascente e o poente
O sol nascente e o poente
Do que somos tu e eu
Temos o mesmo olhar
Temos o mesmo olhar
As mesmas mãos inquietas
Acertamos sem falar
Acertamos sem falar
Pensamentos como setas
Há tanto na nossa alma
Há tanto na nossa alma
Que o teu corpo não descobriu
Há tanto, nada se acalma
Há tanto, nada se acalma
De tão cheio e tão vazio
Meus lábios sangram fado
Gonçalo Salgueiro / Joaquim Campos *fado tango*
Repertório de Sofia Ferreira
Já não vejo as madrugadas
Já não sonho o que vivi
Por entre esperanças esmagadas
Atrás de portas trancadas
Eu já nem espero por ti
Nesta morada esquecida
Repertório de Sofia Ferreira
Já não vejo as madrugadas
Já não sonho o que vivi
Por entre esperanças esmagadas
Atrás de portas trancadas
Eu já nem espero por ti
Nesta morada esquecida
Só a dor comigo mora
Porque à tua despedida
Eu fechei a porta à vida
Porque à tua despedida
Eu fechei a porta à vida
E deitei a chave fora
P’ra não ver a claridade
P’ra não ver a claridade
Fiz minha cama no chão
São meus lençóis de ansiedade
Almofadas de saudade
São meus lençóis de ansiedade
Almofadas de saudade
E a tristeza é meu colchão
Resta-me a vida tão pouca
Resta-me a vida tão pouca
Neste quarto abandonado
Escrava desta paixão louca
Fecho os olhos, mordo a boca
Escrava desta paixão louca
Fecho os olhos, mordo a boca
E meus lábios sangram fado
O pregão duma florista
Rui Manuel / Alfredo Marceneiro-Pedro Rodrigues-Joaquim Campos
Repertório de Natalino de Jesus
Menor-versículo
O pregão duma florista, no Rossio
Bate à porta dos ouvidos, de quem passa
Depois junta-se ao perfume, que é vadio
E passeia alegremente, pela praça
Pedro Rodrigues
Quem comprar leva ternura
Repertório de Natalino de Jesus
Menor-versículo
O pregão duma florista, no Rossio
Bate à porta dos ouvidos, de quem passa
Depois junta-se ao perfume, que é vadio
E passeia alegremente, pela praça
Pedro Rodrigues
Quem comprar leva ternura
Sobre as pétalas garridas
E por dentro da verdura
E por dentro da verdura
Vão sorrisos à mistura
Com palavras atrevidas
Marcha do Marceneiro
Muitas vezes, o amor
Com palavras atrevidas
Marcha do Marceneiro
Muitas vezes, o amor
Lança mão a uma flor
Para abrir uma coração
E por isso, a vendedeira
Para abrir uma coração
E por isso, a vendedeira
Põe malícia na maneira
Como solta o seu pregão
Fado rosita
Leve orquídeas, leve rosas
Ou violetas, se prefere
E desfolhe a mais vaidosa
De entre as flores… a mulher
Como solta o seu pregão
Fado rosita
Leve orquídeas, leve rosas
Ou violetas, se prefere
E desfolhe a mais vaidosa
De entre as flores… a mulher
Não sei
Ricardo Maria Louro / Armando Machado *fado súplica*
Repertório de Mónica de Jesus
Não sei porque te espero, eu já não sei
Silêncio é pra mim noturno tempo
Não quero nada amor do que te dei
Deixa que te cante este lamento
Não sei porque te amei, eu já não sei
Maldigo aquele instante em que te vi
Não sei se te sonhei ou te inventei
Só sei que te não tive e que te quis
É tudo tão diferente ao que eu sonhei
Brutal, o teu silêncio é solidão
Não sei porque te amei, eu já não sei
Só sei que já calei meu coração
Repertório de Mónica de Jesus
Não sei porque te espero, eu já não sei
Silêncio é pra mim noturno tempo
Não quero nada amor do que te dei
Deixa que te cante este lamento
Não sei porque te amei, eu já não sei
Maldigo aquele instante em que te vi
Não sei se te sonhei ou te inventei
Só sei que te não tive e que te quis
É tudo tão diferente ao que eu sonhei
Brutal, o teu silêncio é solidão
Não sei porque te amei, eu já não sei
Só sei que já calei meu coração
Aconchegado à minha mãe
Letra e música de José da Câmara
Repertório do autor
O sonho de um vento de amor
As mãos que protejem tão bem
Sentir que acordei p’ra melhor
Aconchegado à minha mãe
A brisa do amor que chegou
O terno sorriso de alguém
Ajuda a sentir o que sou
E ao lado tenho a minha mãe
O escuro da noite é feroz
E o medo aparece também
Mas logo sinto aquela voz
A voz da minha querida mãe
As luas vão rodopiando
O tempo chega mais além
Vivi minha vida de encanto
E ao lado esteve a minha mãe
Repertório do autor
O sonho de um vento de amor
As mãos que protejem tão bem
Sentir que acordei p’ra melhor
Aconchegado à minha mãe
A brisa do amor que chegou
O terno sorriso de alguém
Ajuda a sentir o que sou
E ao lado tenho a minha mãe
O escuro da noite é feroz
E o medo aparece também
Mas logo sinto aquela voz
A voz da minha querida mãe
As luas vão rodopiando
O tempo chega mais além
Vivi minha vida de encanto
E ao lado esteve a minha mãe
Conta-me uma história
Nuno Guimarães / Custódio Castelo
Repertório de Mara Pedro
Conta-me uma história
Repertório de Mara Pedro
Conta-me uma história
Conta-me por favor
Fala-me de coisas lindas
Fala-me de coisas lindas
Fala-me também de amor
Ou da lua que adormece
Nos braços de um céu maior
Tenho uma história escondida
Que tu conheces de cor;
Vive em mim quase perdida
Chama-se às vezes querida
Outras vezes de flor
Outras ouvi murmurar
Ou da lua que adormece
Nos braços de um céu maior
Tenho uma história escondida
Que tu conheces de cor;
Vive em mim quase perdida
Chama-se às vezes querida
Outras vezes de flor
Outras ouvi murmurar
Que tu eras cetim
De um reino feito a fingir
De um reino feito a fingir
Imaginado por mim
Onde tu eras a lua
Fazendo-me historia tua
Onde tu eras a lua
Fazendo-me historia tua
A hora agora é de perigo
Doutor Azinhal Abelho / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Manuel Fria
Bate a chuva no telhado
Passa o vento no postigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Haja fome, peste, ou guerra
A hora agora é de perigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Já baixou o céu à terra
Raivas rogo, pragas digo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Uma pedra dura dura
É dura p’ra teu castigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Repertório de Manuel Fria
Bate a chuva no telhado
Passa o vento no postigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Haja fome, peste, ou guerra
A hora agora é de perigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Já baixou o céu à terra
Raivas rogo, pragas digo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Uma pedra dura dura
É dura p’ra teu castigo
Que importa que o mundo acabe
Se eu ando de amores contigo
Na nossa rua
Ricardo Maria Louro / Jaime Santos *fado sevilha*
Repertório de Mónica de Jesus
Meu amor, eu não te vi
Ao passar à minha rua
Nessa rua onde vivi
Bem me lembro, não esqueci
Mas a vida continua
Dessa casa que foi branca
Repertório de Mónica de Jesus
Meu amor, eu não te vi
Ao passar à minha rua
Nessa rua onde vivi
Bem me lembro, não esqueci
Mas a vida continua
Dessa casa que foi branca
Nada resta de nós dois
Junto à porta há uma santa
Junto à porta há uma santa
Um letreiro vem depois
Que tristeza não encanta
Na varanda não há flores
Que tristeza não encanta
Na varanda não há flores
Nem cortinas nas janelas
A fachada não tem cores
A fachada não tem cores
Nada resta, pobre dela
Da casa dos meus amores
Mas no meu peito continua
Da casa dos meus amores
Mas no meu peito continua
Desse tempo que abalou
A saudade nua e crua
A saudade nua e crua
Que da casa já passou
Mas ficou na nossa rua
Mas ficou na nossa rua
Canta meu bem
Cátia de Oliveira / Manuel Graça Pereira
Repertório de Inês Duarte
Por mais que a gente diga
A tudo me calo
Não guardo rancor
Repertório de Inês Duarte
Por mais que a gente diga
A tudo me calo
Não guardo rancor
Pouco importa amor
Se nem o padre nos aprova
Do meu amor quem sabe?
Sei eu só onde cabe
E é nos braços teus
Se nem o padre nos aprova
Do meu amor quem sabe?
Sei eu só onde cabe
E é nos braços teus
Cruzados nos meus
Que o meu amor se renova
Canta comigo
Canta lá este meu fado
Canta meu bem, canta meu bem
Sonho contigo
Sonho ver-te em todo o lado
E a mais ninguém, a mais ninguém
Passo sem dar conversa
Não ouço conselho
O meu pai não quer
Que o meu amor se renova
Canta comigo
Canta lá este meu fado
Canta meu bem, canta meu bem
Sonho contigo
Sonho ver-te em todo o lado
E a mais ninguém, a mais ninguém
Passo sem dar conversa
Não ouço conselho
O meu pai não quer
Mas venha quem vier
Dizer que este amor não é certo
Quem sabe do que sinto?
Deste amor tão distinto?
Herança que vai,
Dizer que este amor não é certo
Quem sabe do que sinto?
Deste amor tão distinto?
Herança que vai,
Bonança que vem
No teu peito sempre perto
No teu peito sempre perto
Rapariga da estação
Letra e música de Duarte
Repertório do autor
Não sei se tinha chegado
Se porventura partia
Mas tinha um lugar sentado
E reparei no que lia
Cabelos negros caídos
Repertório do autor
Não sei se tinha chegado
Se porventura partia
Mas tinha um lugar sentado
E reparei no que lia
Cabelos negros caídos
Longos, lisos, deprimidos
Escodem o decote ousado
Escodem o decote ousado
Do seu cinzento vestido
Não consegui dizer nada
Não consegui dizer nada
Preferi que fosse assim
Antes só que acompanhada
Antes só que acompanhada
Mesmo que seja por mim
Condição de quem resiste
Condição de quem resiste
Abandono, solidão
Tão inspiradora e triste
Tão inspiradora e triste
Rapariga da estação
Noite da madrugada
Clemente Pereira / Jaime Santos
Repertório de Maria Valejo
Sonhei com a alvorada
Da ventura prometida
Julguei seres a madrugada
E és noite na minha vida
Se o sonho quando começa
Repertório de Maria Valejo
Sonhei com a alvorada
Da ventura prometida
Julguei seres a madrugada
E és noite na minha vida
Se o sonho quando começa
Põe a alma iluminada
Lembrando a tua promessa
Lembrando a tua promessa
Sonhei com a alvorada
Tanta ventura supus
Tanta ventura supus
Tanta crença tive erguida
Que nos sonhos via a luz
Que nos sonhos via a luz
Da ventura prometida
Ao ver-te pelo caminho
Ao ver-te pelo caminho
Duma ternura elevada
Do desejado carinho
Do desejado carinho
Julguei seres a madrugada
Julguei-te como te via
Julguei-te como te via
Na mih’alma adormecida
Mas ao ver-te à luz do dia
Mas ao ver-te à luz do dia
És noite na minha vida
Sinais de cinza
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
No beco abandonado
Repertório de António Pinto Basto
No beco abandonado
Sem horas que distinga
Com letra que se vinga
Com letra que se vinga
Do sangue atormentado
Vai inscrevendo o fado
Vai inscrevendo o fado
Na trémula restinga
Do corpo macerado
Do corpo macerado
E a pena é uma seringa
Quase em andrajos, nua
Quase em andrajos, nua
No olhar parado voga
Torpor de asas de droga
Torpor de asas de droga
Na palidez da sua
Face, de quem se afoga
Face, de quem se afoga
Chupou-lhe o rosto a lua
Sonâmbula flutua
Sonâmbula flutua
E nada aos deuses roga
Tão longe a juventude
Tão longe a juventude
Em cinzas deslembrada
E tão desfigurada
E tão desfigurada
Ajude ou desajude
Já não lhe vale de nada
Já não lhe vale de nada
Mesmo que a sombra mude
Na sombra se degradada
Na sombra se degradada
Sem que anjo algum a escude
Menina e moça assim
Menina e moça assim
Em casa de seus pais
Criada entre alecrim
Criada entre alecrim
E rosas no jardim
Levaram-na os sinais
Levaram-na os sinais
Das luzes irreais
Agora é quase o fim
Agora é quase o fim
Que a vida estava a mais
Tu serás
Artur Ribeiro / Pedro Rodrigues “quintilhas*
Repertório de Maria Valejo
Tu serás na minha vida
O passar dos dias meus
Nos teus braços escondida
Bem pequenina e atida
Ao mexer dos lábios teus
Tu serás meu dia a dia
Repertório de Maria Valejo
Tu serás na minha vida
O passar dos dias meus
Nos teus braços escondida
Bem pequenina e atida
Ao mexer dos lábios teus
Tu serás meu dia a dia
Sem um dia repetido
Meu fugir da ventaina
Neste sentir alegria
Neste sentir alegria
Por haver-te conhecido
Tu serás teimosamente
Tu serás teimosamente
O meu corpo sem marés
Este meu sentir-me gente
O meu amar loucamente
Este meu sentir-me gente
O meu amar loucamente
Tudo aquilo que tu és
Tu serás, se Deus quiser
Tu serás, se Deus quiser
Meu renascer hora a hora
A minha razão de ser
Meu ficar até morrer
A minha razão de ser
Meu ficar até morrer
A teu lado, vida fora
De ti
Rosa Lobato Faria / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Luís Manhita
De ti só quero o cheiro dos lilases
E a sedução das coisas que não dizes
De ti só quero os gestos que não fazes
E a tua voz de sombras e matizes
De ti só quero o riso que não ouço
Quando não digo os versos que compus
De ti só quero a veia do pescoço
Vampiro que já sou da tua luz
De ti só quero as rosas amarelas
Que há nos teus olhos cor das ventanias
De ti só quero um sopro nas janelas
Da casa abandonada dos meus dias
De ti só quero o eco do teu nome
E um gosto que não sei de mar e mel
De ti só quero o pão da minha fome
Mendiga que já sou da tua pele
Repertório de Luís Manhita
De ti só quero o cheiro dos lilases
E a sedução das coisas que não dizes
De ti só quero os gestos que não fazes
E a tua voz de sombras e matizes
De ti só quero o riso que não ouço
Quando não digo os versos que compus
De ti só quero a veia do pescoço
Vampiro que já sou da tua luz
De ti só quero as rosas amarelas
Que há nos teus olhos cor das ventanias
De ti só quero um sopro nas janelas
Da casa abandonada dos meus dias
De ti só quero o eco do teu nome
E um gosto que não sei de mar e mel
De ti só quero o pão da minha fome
Mendiga que já sou da tua pele
Portugal triste
Letra e música de Lima Brummon
Repertório de Teresa Tarouca
Meu país esperando na esquina do tempo
De braços abertos a todo o momento
Vou seguindo sempre calculando os passos
E se o que criei desfaço e refaço;
Meus olhos despertos abrem-se pró mundo
E eu caio em mim cada vez mais fundo
Meu país perdido na esquina do tempo
Triste Portugal tão pequeno e imenso
Pois eu te garanto país, que este povo
Traz no coração sempre um amor novo
Não quero que pensem que já me perdi
Nem quero que julguem que fujo de mim
Tenho lucidez p’ra poder viver
Eu sou vertical, não me hão-de torcer;
Sempre fui mais forte quando me quiseram
Tornar serva ou fraca e nunca me venceram
Tenho a dimensão do que quero alcançar
E nada que fiz tenho a lamentar
Pois p’ra me encontrar, ainda vos digo
Que nunca vendi meu cantar amigo
Portugal que eu canto
Repertório de Teresa Tarouca
Meu país esperando na esquina do tempo
De braços abertos a todo o momento
Vou seguindo sempre calculando os passos
E se o que criei desfaço e refaço;
Meus olhos despertos abrem-se pró mundo
E eu caio em mim cada vez mais fundo
Meu país perdido na esquina do tempo
Triste Portugal tão pequeno e imenso
Pois eu te garanto país, que este povo
Traz no coração sempre um amor novo
Não quero que pensem que já me perdi
Nem quero que julguem que fujo de mim
Tenho lucidez p’ra poder viver
Eu sou vertical, não me hão-de torcer;
Sempre fui mais forte quando me quiseram
Tornar serva ou fraca e nunca me venceram
Tenho a dimensão do que quero alcançar
E nada que fiz tenho a lamentar
Pois p’ra me encontrar, ainda vos digo
Que nunca vendi meu cantar amigo
Portugal que eu canto
Deixa a boca amarga
Mas eu estou bem firme
Mas eu estou bem firme
Não estou derrotada
Toada de Goa
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
Com um nó na garganta
Com o sarro de tanta noitada de Lisboa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser o resgate do coração que bate
Descompassado à toa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser uma espuma de já coisa nenhuma
Só lembrança que voa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser o inseguro fogo-fátuo no escuro
Lá no mastro da proa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser este brusco silêncio ao lusco-fusco
Que nas almas ressoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Entre azul e lilás
Pode ser que o fugaz tempo, que não perdoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Nesta dura deriva da memória cativa
Que a saudade magoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Repertório de António Pinto Basto
Com um nó na garganta
Com o sarro de tanta noitada de Lisboa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser o resgate do coração que bate
Descompassado à toa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser uma espuma de já coisa nenhuma
Só lembrança que voa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser o inseguro fogo-fátuo no escuro
Lá no mastro da proa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Pode ser este brusco silêncio ao lusco-fusco
Que nas almas ressoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Entre azul e lilás
Pode ser que o fugaz tempo, que não perdoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Nesta dura deriva da memória cativa
Que a saudade magoa
Amanhecer em Goa, entardecer em Goa
Manhã
Castro Infante / Eduardo César
Repertório de Maria Valejo
Era a manhã que se abria nos teus braços
E a promessa que sorria nos teus beijos
Era o mar que se envolvia em teus braços
O sol que ardia em teu corpo de desejos
E fui primavera na tua manhã
Enorme sol do teu corpo quente
Na suavidade azul do teu olhar
Afoguei-me lentamente, lentamente
Renasci no calor dos teus sentidos
Despertei totalmente em tua idade
Acordei a cidade em selvas de gritos
E madrugadas de claridade;
Ai meu amor, meu amor, nesse dia
Fomos só nós em toda a verdade
Repertório de Maria Valejo
Era a manhã que se abria nos teus braços
E a promessa que sorria nos teus beijos
Era o mar que se envolvia em teus braços
O sol que ardia em teu corpo de desejos
E fui primavera na tua manhã
Enorme sol do teu corpo quente
Na suavidade azul do teu olhar
Afoguei-me lentamente, lentamente
Renasci no calor dos teus sentidos
Despertei totalmente em tua idade
Acordei a cidade em selvas de gritos
E madrugadas de claridade;
Ai meu amor, meu amor, nesse dia
Fomos só nós em toda a verdade
Ficção e realidade
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
Ela cantava o fado e de repente
Fez-se na tasca enorme zaragata
Chegara o seu amante da fragata
E não gostou de ouvi-la tão ardente
E ao ver que os olhos dela se cravavam
Nos olhos de um rufia, devagar
A cena foi de faca e alguidar
Como depois os outros relatavam
Calaram-se o guitarra e o viola
E os mais à meia-luz emudeciam
Pois só passos felinos se mediam
No lampejar riscado a ponta e mola
É quando um deles cambaleia e vence-o
A golfada fatal de sangue e vinho
Tingindo peito, mangas, colarinho
E a quebrar num soluço esse silêncio
Já não há casos destes na cidade
E eu já não sei quem estendeu a mão
Mas num golpe certeiro ao coração
Tornou-se esta ficção realidade
Repertório de António Pinto Basto
Ela cantava o fado e de repente
Fez-se na tasca enorme zaragata
Chegara o seu amante da fragata
E não gostou de ouvi-la tão ardente
E ao ver que os olhos dela se cravavam
Nos olhos de um rufia, devagar
A cena foi de faca e alguidar
Como depois os outros relatavam
Calaram-se o guitarra e o viola
E os mais à meia-luz emudeciam
Pois só passos felinos se mediam
No lampejar riscado a ponta e mola
É quando um deles cambaleia e vence-o
A golfada fatal de sangue e vinho
Tingindo peito, mangas, colarinho
E a quebrar num soluço esse silêncio
Já não há casos destes na cidade
E eu já não sei quem estendeu a mão
Mas num golpe certeiro ao coração
Tornou-se esta ficção realidade
De madrugada em segredo
Jorge Fernando / Popular
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Se acaso eu não voltar cedo
Se acaso vires que eu demoro
Minha mãe, não tenhas medo
É tudo porque eu namoro
De madrugada em segredo
Descansa que eu não te acordo
Vou rondar sua janela
Eu sei que ela vem espreitar
E ao pôr os meus olhos nela
Os dela vou encontrar
E a lua junto à viela
P’ra que eu possa namorar
Se o galo cantar cedinho
Sou eu que venho a chegar
Vou cuidar-me no caminho
P‘ra ninguém de mim falar
A ti, que me tens carinho
O meu amor vou contar
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Se acaso eu não voltar cedo
Se acaso vires que eu demoro
Minha mãe, não tenhas medo
É tudo porque eu namoro
De madrugada em segredo
Descansa que eu não te acordo
Vou rondar sua janela
Eu sei que ela vem espreitar
E ao pôr os meus olhos nela
Os dela vou encontrar
E a lua junto à viela
P’ra que eu possa namorar
Se o galo cantar cedinho
Sou eu que venho a chegar
Vou cuidar-me no caminho
P‘ra ninguém de mim falar
A ti, que me tens carinho
O meu amor vou contar
Fado do recado
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Repertório de António Pinto Basto
Leva a Lisboa azul quadriculada
Que a Vieira da Silva já pintou
E a última gaivota que riscou
A sua leve luz acidulada
Leva a névoa que cai pela amurada
E a corrente do tejo não lavou
Leva as pedras que o tempo afeiçoou
E a saudade na voz sobressaltada
Leva uma vela branca desfraldada
A que no mar salgado desenhou
Um rumo que dos mapas não constou
E se desfez depois sob a nortada
Leva também a vida amargurada
Que o pobe coração desgovernou
E o recado febril que não chegou
Contando da paixão desesperada
Leva o tempo que foi e não voltou
E levarás contigo tudo e nada
Repertório de António Pinto Basto
Leva a Lisboa azul quadriculada
Que a Vieira da Silva já pintou
E a última gaivota que riscou
A sua leve luz acidulada
Leva a névoa que cai pela amurada
E a corrente do tejo não lavou
Leva as pedras que o tempo afeiçoou
E a saudade na voz sobressaltada
Leva uma vela branca desfraldada
A que no mar salgado desenhou
Um rumo que dos mapas não constou
E se desfez depois sob a nortada
Leva também a vida amargurada
Que o pobe coração desgovernou
E o recado febril que não chegou
Contando da paixão desesperada
Leva o tempo que foi e não voltou
E levarás contigo tudo e nada
Toca p’ra mim
Matilde Cid / Martinho d’Assunção *fado faia*
Repertório de Matilde Cid
Ligaram-me ainda agora
P’ra jantar fora, p’ra ir ao fado
Fui lá parar por magia
No outro dia vi-te pasmado
Não poderia supor
Que um tal amor surgisse assim
Mas a verdade foi esta
Será que é desta que eu estou afim
Quando estás a meu lado
Ficas calado, tocas p’ra mim
Não é preciso falar
Quando há no ar olhares assim
Só te quero ouvir tocar
E decifrar tua mensagem
Naquele momento és meu
E eu vou ao céu numa viagem
O whisky já foi bebido
Vem o corrido e o triplicado
Quero que toques p’ra mim
E ter-te enfim aqui a meu lado
Não quero cá mais conversa
Pois não me interessa ouvir tua voz
Quero os meus olhos fechar
Imaginar o amor em nós
Repertório de Matilde Cid
Ligaram-me ainda agora
P’ra jantar fora, p’ra ir ao fado
Fui lá parar por magia
No outro dia vi-te pasmado
Não poderia supor
Que um tal amor surgisse assim
Mas a verdade foi esta
Será que é desta que eu estou afim
Quando estás a meu lado
Ficas calado, tocas p’ra mim
Não é preciso falar
Quando há no ar olhares assim
Só te quero ouvir tocar
E decifrar tua mensagem
Naquele momento és meu
E eu vou ao céu numa viagem
O whisky já foi bebido
Vem o corrido e o triplicado
Quero que toques p’ra mim
E ter-te enfim aqui a meu lado
Não quero cá mais conversa
Pois não me interessa ouvir tua voz
Quero os meus olhos fechar
Imaginar o amor em nós
Reencontro
Matilde Cid / Ricardo Rocha *alexandrino*
Repertório de Matilde Cid
Nós eramos crianças naqueles belos dias
No tempo em que vivias inteira, a liberdade
O tempo não passava, parecia infinito
E tudo era bonito sem ódio nem maldade
Levavas-me ao jardim sem um cruzar de olhares
Voando no vaivém, por vezes lá te rias
Sentia borboletas, soltava gargalhadas
Um pouco envergonhadas, sabia que me querias
Voltei a ver-te há dias, ficaste ali sem jeito
E eu com nó no peito não soube o que senti
Tornei a ser criança ao ver aquele amor
O mesmo antigo ardor e tudo o que eu vivi
Repertório de Matilde Cid
Nós eramos crianças naqueles belos dias
No tempo em que vivias inteira, a liberdade
O tempo não passava, parecia infinito
E tudo era bonito sem ódio nem maldade
Levavas-me ao jardim sem um cruzar de olhares
Voando no vaivém, por vezes lá te rias
Sentia borboletas, soltava gargalhadas
Um pouco envergonhadas, sabia que me querias
Voltei a ver-te há dias, ficaste ali sem jeito
E eu com nó no peito não soube o que senti
Tornei a ser criança ao ver aquele amor
O mesmo antigo ardor e tudo o que eu vivi
Fado da corda bamba
Vasco Graça Moura / José Campos e Sousa
Dueto de António Pinto Basto com Maria João Quadros
Se você me deixou na corda bamba
E se eu me estatelei mordendo o pó
Não sei se isto é um fado
Dueto de António Pinto Basto com Maria João Quadros
Se você me deixou na corda bamba
E se eu me estatelei mordendo o pó
Não sei se isto é um fado
Ou se é um samba
Se mantém a toada ou se descamba
Sei que se foi embora e fiquei só;
Não sei se isto é um fado
Se mantém a toada ou se descamba
Sei que se foi embora e fiquei só;
Não sei se isto é um fado
Ou se é um samba
Não sei se isto é um fado
Não sei se isto é um fado
Ou se é um samba;
Se é um fado
Se é um fado
Deixaste-me no Tejo
Se é samba
Se é samba
Foi no Rio de Janeiro
Duas medidas para um só desejo
Em fado ou samba
Duas medidas para um só desejo
Em fado ou samba
Assim no duplo ensejo
Da mesma língua
Da mesma língua
A dar-lhe um só roteiro;
Duas medidas para um só desejo
Duas medidas para um só desejo;
Antes fique eu a meio do caminho
Da nossa vida para recordá-la
Ou mais depressa
Duas medidas para um só desejo
Duas medidas para um só desejo;
Antes fique eu a meio do caminho
Da nossa vida para recordá-la
Ou mais depressa
Ou mais devagarinho
Poderei sussurá-la num fadinho
Ou num sambinha doce murmurá-la;
Ou mais depressa
Poderei sussurá-la num fadinho
Ou num sambinha doce murmurá-la;
Ou mais depressa
Ou mais devagarinho
Ou mais depressa
Ou mais depressa
Ou mais devagarinho;
Se é fado direi “tu” mas imagina
Que se é samba
Se é fado direi “tu” mas imagina
Que se é samba
Prossigo com “você”
Em qualquer caso nunca desafina
Sujeito e predicado são rotina
De em fado ou samba
Em qualquer caso nunca desafina
Sujeito e predicado são rotina
De em fado ou samba
Perguntar porquê;
Em qualquer caso nunca se desafina
Em qualquer caso nunca se desafina
Subscrever:
Mensagens (Atom)