Letra e música de Duarte
Repertório de Duarte com Mara
Porque às tantas dei por mim
A gostar de canções tristes
Quando um amor chega ao fim
É que sabemos que existe
Porque às tantas dei por mim
Com alguns vícios do mar
Paixões perdidas nos portos
Partidas sem querer chegar
Já não choro amores perdidos
Já não me prendem amarras
Porque às tantas a beleza do naufrágio
Está na paz que vem das águas
Porque às tantas dei por mim
Como quem não quer saber
Quem ama nunca tem fim
Quem ama, deixa de ser
Porque às tantas dei por mim
Qualquer coisa que sonhei
E mesmo quando não fui
Muitas vezes lá fiquei
Inspiração
Lina Morgado / João Blak *fado menor do porto*
Repertório de Elsa Laboreiro
Nesta fronteira do medo
Onde vegeto meus dias
A madrugada vem cedo
Vestir-me de fantasias
E sonho mares inventados
Repertório de Elsa Laboreiro
Nesta fronteira do medo
Onde vegeto meus dias
A madrugada vem cedo
Vestir-me de fantasias
E sonho mares inventados
Com fundos de transparência
Onde morrem afogados
Onde morrem afogados
Pedaços de consciência
Minh’alma parte cansada
Minh’alma parte cansada
Quando o sol vem poisar
No pedaço de almofada
No pedaço de almofada
Que guardo p’ra te deitar
E tão distante já vai
E tão distante já vai
Minha vontade de ser
Que meu sonho de mim sai
Que meu sonho de mim sai
Com desejos de morrer
Digo-te adeus a sorrir
Digo-te adeus a sorrir
Chorando raiva vencida
De tão bem saber mentir
De tão bem saber mentir
Fujo à verdade da vida
Velho faroleiro
João de Freitas / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Júlio Peres
Naquela rocha escarpada
Sempre batida p’lo mar
Onde um farol existia
Quase sempre uma balada
Quando era lindo o luar
A altas horas se ouvia
Era um velho faroleiro
Repertório de Júlio Peres
Naquela rocha escarpada
Sempre batida p’lo mar
Onde um farol existia
Quase sempre uma balada
Quando era lindo o luar
A altas horas se ouvia
Era um velho faroleiro
Fadista antigo, de garra
Que tivera uma voz d’oiro
E que cantava altaneiro
E que cantava altaneiro
Tocando a sua guitarra
P’ra ele o maior tesoiro
E nos murmúrios do vento
P’ra ele o maior tesoiro
E nos murmúrios do vento
Levada como um lamento
Sua voz entristecida
Era uma eterna saudade
Era uma eterna saudade
Relembrando a mocidade
Da sua cansada vida
Mas aconteceu um dia
Mas aconteceu um dia
O farol ser demolido
E ele à dor não resistiu
E nunca mais a magia
E nunca mais a magia
Do velho fado corrido
Naquela rocha se ouviu
Naquela rocha se ouviu
Farra sem fim
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Espelho das estrelas a marcha a passar
Brilham as mais belas moças a dançar
Repertório de Mónica Pinto
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Espelho das estrelas a marcha a passar
Brilham as mais belas moças a dançar
E os bairros cobrem-se de cor e de folia
Que do mais singelo ao mais castiço contagia
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Que do mais singelo ao mais castiço contagia
A noite vem beijar o dia a terminar
E o sol já vai contar à lua
Que o povo vai sair com a alma a sorrir
Para a noite passar na rua
Cai a madrugada, ninguém se recolhe
Vive-se a noitada que o alvor acolhe
E o povo segue o seu destino alegremente
Quando a noite cai, vive-se a festa novamente
A cantar e bailar na rua
Para a noite passar na rua
Quando a noite cai, vive-se a festa novamente
A cantar e bailar na rua
Para a noite passar na rua
A vida é bela
Cátia Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Inês Duarte
Iludem as aparências
Faço as malas mas não quero ir
Doem as reticências
Do que não me dizes ao partir
A vida é bela
Repertório de Inês Duarte
Iludem as aparências
Faço as malas mas não quero ir
Doem as reticências
Do que não me dizes ao partir
A vida é bela
Dizes tu meu amor
Mas amargo o sabor
Das noites em que o teu abraço
Mas amargo o sabor
Das noites em que o teu abraço
Não vem
Humanas intermitências
Não te quero mas por ti anseio
Tristes inconsistências
Boas intenções, inferno cheio
A vida é bela
Humanas intermitências
Não te quero mas por ti anseio
Tristes inconsistências
Boas intenções, inferno cheio
A vida é bela
Digo eu sem rancor
É cerejeira em flor
Vai alta a noite e a manhã
É cerejeira em flor
Vai alta a noite e a manhã
Que aí vem
Se me desvia a estrela guia
Se me desvia a estrela guia
E outra vez, só por um triz
Te encontro à beira do metro
Te encontro à beira do metro
E desta vez, tu me sorris
Se não há coincidências
Caprichoso firmamento
Somos claras evidências
Astros baralhados pelo vento
A vida é bela
Se não há coincidências
Caprichoso firmamento
Somos claras evidências
Astros baralhados pelo vento
A vida é bela
Já sabemos os dois
E antes que depois
Estou de viagem ao futuro
E antes que depois
Estou de viagem ao futuro
Meu bem
Quem me dera o luar
Elsa Laboreiro / António Neto
Repertório de Elsa Laboreiro
Ai quem me dera o luar
Refletido sobre as águas
Do meu ser a despertar
Lavado de quaisquer mágoas
Ai quem me dera o azul
Repertório de Elsa Laboreiro
Ai quem me dera o luar
Refletido sobre as águas
Do meu ser a despertar
Lavado de quaisquer mágoas
Ai quem me dera o azul
Mais puro que o céu contém
Bordado a nuvens de tule
Bordado a nuvens de tule
Pelas mãos de minha mãe
E o verde da primavera
E o verde da primavera
Salpicado de mil flores
Deus sabe quanto quisera
Deus sabe quanto quisera
Ofertá-lo aos meus amores
E em cada onda do mar
E em cada onda do mar
Que meu pai soube de cor
Quem me dera flutuar
Quem me dera flutuar
Num barco feito de amor
Resta-me então este canto
Resta-me então este canto
Que é fado da minha vida
Coberta de negro manto
Coberta de negro manto
Porém de sonhos vestida
O Fado e nós
António Rocha / Arménio de Melo
Repertório de Mónica Pinto
Tu dizes que me enganei mas eu sei
Que és tu que estás enganado
Porque quando te encontrei e te amei
Já tinha outro a meu lado
É o fado que amo tanto e que canto
Sem dele poder esquecer-me
Não me digas p’ra deixar de o cantar
Não consegues convencer-me
Podes ficar descansado
Embora saibas que ao fado
Dou o meu amor também
Só a fadista é que o quer
Porque afinal, a mulher
É tua, de mais ninguém
Há no fado tal magia que eu queria
Só p’ra mim o seu carinho
Mas tem mais duas amantes vibrantes
A quem se dá inteirinho
A viola e a guitarra bizarra
Sua grande paixão
Tal como eu as tolero, não quero
Teus ciúmes sem razão
Repertório de Mónica Pinto
Tu dizes que me enganei mas eu sei
Que és tu que estás enganado
Porque quando te encontrei e te amei
Já tinha outro a meu lado
É o fado que amo tanto e que canto
Sem dele poder esquecer-me
Não me digas p’ra deixar de o cantar
Não consegues convencer-me
Podes ficar descansado
Embora saibas que ao fado
Dou o meu amor também
Só a fadista é que o quer
Porque afinal, a mulher
É tua, de mais ninguém
Há no fado tal magia que eu queria
Só p’ra mim o seu carinho
Mas tem mais duas amantes vibrantes
A quem se dá inteirinho
A viola e a guitarra bizarra
Sua grande paixão
Tal como eu as tolero, não quero
Teus ciúmes sem razão
Não cantes p’ra mais ninguém
Maria Manuel Cid / Armandinho *fado da adiça*
Repertório de Elsa Laboreiro
Quando menina cantava
Ao escutar minha mãe
Quase a medo murmurava
Não cantes p’ra mais ninguém
Pelo sentido profundo
Repertório de Elsa Laboreiro
Quando menina cantava
Ao escutar minha mãe
Quase a medo murmurava
Não cantes p’ra mais ninguém
Pelo sentido profundo
Na forma de me expressar
Sabia que neste mundo
Sabia que neste mundo
Tinha muito que chorar
E do seu olhar cansado
E do seu olhar cansado
Uma lágrima caída
Vinha tornar mais pesado
Vinha tornar mais pesado
O fardo da minha vida
Minha mãe compreendera
Minha mãe compreendera
E com ela estremeci
Que esta tristeza nascera
Que esta tristeza nascera
Comigo quando nasci
E porque o fado é sofrer
E porque o fado é sofrer
Eu sinto que minha mãe
Tinha razão ao dizer
Tinha razão ao dizer
Não cantes p’ra mais ninguém
Na tua mão
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
Nasceu esta canção do coração
Repertório de Mónica Pinto
Nasceu esta canção do coração
Pensando em ti... no que vivi
Naquela noite e
Naquela noite e
Em que eu na tua mão
Escrevi... pertenço a ti
Na palma da tua mão
Na palma da tua mão
Depositei o meu mundo
Naquela hora arrisquei
Perder o teu amor
Naquela hora arrisquei
Perder o teu amor
Que desejei mais profundo
Minh’alma a ti entreguei
A partir desse momento
Minh’alma a ti entreguei
A partir desse momento
A minha vida é mais vida
O meu ser é mais ser
Partilhamos lado a lado
O meu ser é mais ser
Partilhamos lado a lado
A felicidade escondida
Na aventura de viver
Na aventura de viver
Sexta-feira
Carlos Leitão / Carlos Menezes
Repertório de Carlos Leitão
Não é costume o atraso
Demorei-me no caminho
Fui comprar o melhor vinho
E umas flores ao acaso
O carro não quis pegar
Não me habituo à cidade
E quando teimo em chegar
Mais se demora a saudade
Depois foi o jantar que se queimou
O disco que escolhi estava riscado
Maldito seja o gás que se acabou
E o tempo cada vez mais despachado
O beijo mais certo desse sexta-feira
Deixou-me tão perto de uma vida inteira
Se amanhã vieres traz tu o jantar
Tentamos de novo na sala de estar
Desliguei a televisão
Corri a acender as velas
Abri portas e janelas
À espera de inspiração
A mesa está requintada
Já me vesti a rigor
Só faltas tu à entrada
Para a coisa se compor
Repertório de Carlos Leitão
Não é costume o atraso
Demorei-me no caminho
Fui comprar o melhor vinho
E umas flores ao acaso
O carro não quis pegar
Não me habituo à cidade
E quando teimo em chegar
Mais se demora a saudade
Depois foi o jantar que se queimou
O disco que escolhi estava riscado
Maldito seja o gás que se acabou
E o tempo cada vez mais despachado
O beijo mais certo desse sexta-feira
Deixou-me tão perto de uma vida inteira
Se amanhã vieres traz tu o jantar
Tentamos de novo na sala de estar
Desliguei a televisão
Corri a acender as velas
Abri portas e janelas
À espera de inspiração
A mesa está requintada
Já me vesti a rigor
Só faltas tu à entrada
Para a coisa se compor
Dezembro em flor
Odete Mendes / Carlos Gonçalves *fado lágrima*
Repertório de Elsa Laboreiro
Foi em Dezembro, era inverno estava frio
E hoje relembro teu rosto por desvendar
Dentro de mim havia um grande vazio
E havia um rio de um amor por despertar
Andei no tempo a ver o tempo a passar
Mas nunca é tarde, nunca é tarde para amar
Ai meu amor, porque tardaste a chegar
Andei perdida, perdida por te encontrar
Cheia de sonhos, cheia de sonhos no peito
Quando me deito no calor dos teus abraços
Olho prá vida, lho prá vida com calma
Espreguiço a alma e adormeço nos teus braços
Repertório de Elsa Laboreiro
Foi em Dezembro, era inverno estava frio
E hoje relembro teu rosto por desvendar
Dentro de mim havia um grande vazio
E havia um rio de um amor por despertar
Andei no tempo a ver o tempo a passar
Mas nunca é tarde, nunca é tarde para amar
Ai meu amor, porque tardaste a chegar
Andei perdida, perdida por te encontrar
Cheia de sonhos, cheia de sonhos no peito
Quando me deito no calor dos teus abraços
Olho prá vida, lho prá vida com calma
Espreguiço a alma e adormeço nos teus braços
Sorrir à luz do sol
Mónica Pinto / João Alvarez
Repertório de Mónica Pinto
Sorrir à luz do sol em cada renascer
De um novo dia… é viver
De cada vez que o sol prazenteiro
Brilha em cada viveiro
Dum amor primeiro
Amor verdadeiro
Amor de ternura
Amor de loucura
É amor, amor
É louvar cada dia a alegria
De uma nova poesia
De uma nova cantiga
De luz e de vida
Cantiga de fado
De orgulho e pecado
Cantiga de amor
Repertório de Mónica Pinto
Sorrir à luz do sol em cada renascer
De um novo dia… é viver
De cada vez que o sol prazenteiro
Brilha em cada viveiro
Dum amor primeiro
Amor verdadeiro
Amor de ternura
Amor de loucura
É amor, amor
É louvar cada dia a alegria
De uma nova poesia
De uma nova cantiga
De luz e de vida
Cantiga de fado
De orgulho e pecado
Cantiga de amor
Até amanhã
Cátia Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Inês Duarte
Não te via há tanto tempo já
Que amor lascado te trará por cá?
E eu que sofro de memória má
Respiro fundo e deixo p’ra lá
Espero sempre que este entra e sai
Termine e amanhã talvez
Se de novo o coração te cai
Quem sabe fiques de uma vez
Nós temos tudo p’ra dar certo
Pão e água e meio teto
Com vista aberta p’ró céu
Dizes que sou louca e não está certo
Que preferes o deserto
Do que chamar-te de meu
Mas fosse o que dizes verdade
Não te daria a saudade
Do meu cheirinho a maçã
Sei que um dia ainda é verdade
Hás-de voltar com vontade
Ao dizer até amanhã
Repertório de Inês Duarte
Não te via há tanto tempo já
Que amor lascado te trará por cá?
E eu que sofro de memória má
Respiro fundo e deixo p’ra lá
Espero sempre que este entra e sai
Termine e amanhã talvez
Se de novo o coração te cai
Quem sabe fiques de uma vez
Nós temos tudo p’ra dar certo
Pão e água e meio teto
Com vista aberta p’ró céu
Dizes que sou louca e não está certo
Que preferes o deserto
Do que chamar-te de meu
Mas fosse o que dizes verdade
Não te daria a saudade
Do meu cheirinho a maçã
Sei que um dia ainda é verdade
Hás-de voltar com vontade
Ao dizer até amanhã
São Martinho
João Ferreira Rosa / Alfredo dos Santos *fado correeiro*
Repertório de António de Noronha
Um fadista já velhinho
Muito triste, coitadinho
Contou-me quase a chorar
As saudades do passado
Quando ele cantava o fado
Que todos qu’riam escutar
Contou-me então como eram
As noitadas que fizeram
Repertório de António de Noronha
Um fadista já velhinho
Muito triste, coitadinho
Contou-me quase a chorar
As saudades do passado
Quando ele cantava o fado
Que todos qu’riam escutar
Contou-me então como eram
As noitadas que fizeram
Fadistas e cavaleiros
O alegre São Martinho
Nos retiros com bom vinho
O alegre São Martinho
Nos retiros com bom vinho
E o calor dos fogareiros
De olhos semi-cerrados
Baixinho cantou-me uns fados
De olhos semi-cerrados
Baixinho cantou-me uns fados
Sua tristeza aumentou
Mas mudando de repente
Olhando-me bem de frente
Mas mudando de repente
Olhando-me bem de frente
Com voz mais firme afirmou
A minha grande tristeza
Não me é dada p’la pobreza
A minha grande tristeza
Não me é dada p’la pobreza
Nem lembranças que contei
É o medo de morrer
Sem de novo poder ver
É o medo de morrer
Sem de novo poder ver
Portugal ter o seu rei
Esta dor adormecida
Ana Goês / José António Sabrosa
Repertório de Elsa Laboreiro
Esta dor adormecida
Que ao meu próprio colo embalo
É a dor da minha vida
Que acorda quando eu lhe falo
Esta dor adormecida
Repertório de Elsa Laboreiro
Esta dor adormecida
Que ao meu próprio colo embalo
É a dor da minha vida
Que acorda quando eu lhe falo
Esta dor adormecida
Que calo em meus próprios braços
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Que acorda ao som dos meus passos
Esta dor adormecida
Esta dor adormecida
Não dorme profundamente
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Que acorda quando me sente
Esta dor adormecida
Esta dor adormecida
Já não posso mais com ela
Vou falar-lhe, vou ouvi-la
Vou falar-lhe, vou ouvi-la
Vou acordá-la e sofrê-la
Sofrê-la de novo ferida
Sofrê-la de novo ferida
De novo aberta a doer
É a dor da minha vida
É a dor da minha vida
Não a posso adormecer
Gaivotas
António Calém / José Lopes *fado lopes*
Repertório de António de Noronha
Disse-te em ondas verdades
Que foram morrer na areia
Falei de amor e saudades
Duma noite em maré cheia
Só as gaivotas voltaram
O resto ficou no mar
Os olhos que te sonharam
Não mais te podem sonhar
Por isso esta praia nua
Que eu vim encontrar depois
Não sei se um dia foi tua
Ou se foi de nós os dois
Repertório de António de Noronha
Disse-te em ondas verdades
Que foram morrer na areia
Falei de amor e saudades
Duma noite em maré cheia
Só as gaivotas voltaram
O resto ficou no mar
Os olhos que te sonharam
Não mais te podem sonhar
Por isso esta praia nua
Que eu vim encontrar depois
Não sei se um dia foi tua
Ou se foi de nós os dois
Varinas longe do cais
Hélder Moutinho / António Neto
Repertório de Elsa Laboreiro
Vem daí ver as colinas
Onde dormem as varinas
Desta formosa Lisboa
Na madrugada suprema
Guardo versos de um poema
Que o fado do povo entoa
Vem daí ver os poetas
Esses famosos profetas
A rimar trovas ao vento
Nas vozes das cantadeiras
Andam saudades brejeiras
Trovas de amor e lamento
Foram-se embora
Repertório de Elsa Laboreiro
Vem daí ver as colinas
Onde dormem as varinas
Desta formosa Lisboa
Na madrugada suprema
Guardo versos de um poema
Que o fado do povo entoa
Vem daí ver os poetas
Esses famosos profetas
A rimar trovas ao vento
Nas vozes das cantadeiras
Andam saudades brejeiras
Trovas de amor e lamento
Foram-se embora
Os pregões da Madragoa
Já cá não mora a varina de Lisboa
Já cá não mora a varina de Lisboa
E agora o Tejo
Que anda sempre apaixonado
Até já canta outro fado
Vem daí p’ra ver se encontras
À venda por essas montras
Chinelinhas para os pés
Na lota já não há nada
Demoliram a bancada
Até já canta outro fado
Vem daí p’ra ver se encontras
À venda por essas montras
Chinelinhas para os pés
Na lota já não há nada
Demoliram a bancada
Foram todas para Algés
Quando um dia tiver tempo
Valentim Matias / Franklim Godinho
Repertório de Valentim Matias
Quando um dia tiver tempo
Vou escrever-te um poema
Quer este rime ou não rime
O amor será o tema
Será de versos ligeiros
Repertório de Valentim Matias
Quando um dia tiver tempo
Vou escrever-te um poema
Quer este rime ou não rime
O amor será o tema
Será de versos ligeiros
Ligeiros como andorinhas
Que em manhãs de nevoeiros
Que em manhãs de nevoeiros
Te levam mensagens minhas
Vai falar do nosso amor
Vai falar do nosso amor
Do amor que te dedico
Do perfume duma flor
Do perfume duma flor
Que ao teu corpo identifico
E essas quadras singelas
E essas quadras singelas
Falam de mim e de ti
Daquelas coisas tão belas
Daquelas coisas tão belas
Que contigo já vivi;
Afinal, já tive tempo
E o teu poema escrevi
Afinal, já tive tempo
E o teu poema escrevi
A rapariga das violetas
Fernanda de Castro / Lima Brummon
Repertório de Teresa Tarouca
Éramos três
Quando passou por nós
Quando passou por nós
Com o cesto das violetas
Disse a primeira:
Como vai cansada
E descalça
Coitada, coitada
Disse a outra:
Tão suja e desgrenhada
Olham os pés sem cor
As unhas pretas
Eu, a terceira
Eu não disse nada
Não disse nada
Que lindas as violetas
Repertório de Teresa Tarouca
Éramos três
Quando passou por nós
Quando passou por nós
Com o cesto das violetas
Disse a primeira:
Como vai cansada
E descalça
Coitada, coitada
Disse a outra:
Tão suja e desgrenhada
Olham os pés sem cor
As unhas pretas
Eu, a terceira
Eu não disse nada
Não disse nada
Que lindas as violetas
Verbo amar
Carlos Leitão / Júlio Resende
Repertório de Carlos Leitão
Guarda-me todos os medos
Limpa-me as feridas de outrora
Deixa-me o colo mais terno
Das horas más do inverno;
Manda as tristezas embora
E fica só com os segredos
Agarra o meu coração
Os meus enleios da alma
Deixa que seja o desejo
A falar por entre o beijo;
E enquanto o peito se acalma
Deixa-me apenas o chão
Perdoa-me o verbo amar
As mil vezes que o gastei
Se sobra algum Deus para mim
Sabe que amar-te é assim;
Guarda tudo o que não sei
E deixa o mundo acabar
Repertório de Carlos Leitão
Guarda-me todos os medos
Limpa-me as feridas de outrora
Deixa-me o colo mais terno
Das horas más do inverno;
Manda as tristezas embora
E fica só com os segredos
Agarra o meu coração
Os meus enleios da alma
Deixa que seja o desejo
A falar por entre o beijo;
E enquanto o peito se acalma
Deixa-me apenas o chão
Perdoa-me o verbo amar
As mil vezes que o gastei
Se sobra algum Deus para mim
Sabe que amar-te é assim;
Guarda tudo o que não sei
E deixa o mundo acabar
Aquela alvorada
Valentim Matias / Armando Machado *fado marana*
Repertório de Valentim Matias
O sol nos teus cabelos veio brilhar
Teus olhos acenderam-se pra mim
Eu tive a tua boca p’ra beijar
Nessa alvorada que nasceu sem fim
Havia lavaredas no teu corpo
Como fogueira acesa a crepitar
Colamos nosso peito um contra o outro
Na madrugada que nasceu sem par
Nesse dia, p’ra nós maravilhoso
Em que a luz do amor em nós se entranha
Foi um nascer de sol tão radioso
Que nos levou ao cimo da montanha
Bendita a luz que nos iluminou
Nesse belo raiar de um novo dia
Feliz e bela imagem nos deixou
A recordar momentos de magia
Repertório de Valentim Matias
O sol nos teus cabelos veio brilhar
Teus olhos acenderam-se pra mim
Eu tive a tua boca p’ra beijar
Nessa alvorada que nasceu sem fim
Havia lavaredas no teu corpo
Como fogueira acesa a crepitar
Colamos nosso peito um contra o outro
Na madrugada que nasceu sem par
Nesse dia, p’ra nós maravilhoso
Em que a luz do amor em nós se entranha
Foi um nascer de sol tão radioso
Que nos levou ao cimo da montanha
Bendita a luz que nos iluminou
Nesse belo raiar de um novo dia
Feliz e bela imagem nos deixou
A recordar momentos de magia
Formiga bossa nossa
Alexandre O’Neill / Alain Oulman
Repertório de Amália Rodrigues
Minuciosa formiga
Não tem que se lhe diga
Repertório de Amália Rodrigues
Minuciosa formiga
Não tem que se lhe diga
Leva a sua palhinha
Não tem que se lhe diga
Não tem que se lhe diga
Leva a sua palhinha
Asinha, asinha
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
E não esta cigarra
Asinha, asinha
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
Assim devera eu ser
E não esta cigarra
Que se põe a cantar
E não esta cigarra
E não esta cigarra
Que se põe a cantar
E me deita a perder
Assim devera eu ser
De patinhas no chão
E me deita a perder
Assim devera eu ser
De patinhas no chão
Formiguinha ao trabalho
De patinhas no chão
Formiguinha ao trabalho
E ao tostão
E ao tostão
No fim de contas
Tiago Torres da Silva / Fernando Freitas *fado pena*
Repertório de Pedro Galveias
Já não tenho pensado ultimamente
Nos dias que passavas a meu lado
Até um grande amor dentro da gente
Acaba por se transformar em fado
Já ando mais alegre nestes dias
Se até a solidão me tem gritado
Tristezas são iguais a alegrias
Se no final das contas já são fado
Talvez tenha sentido o coração
Bater daquela vez descompassado
Agora quando bate, bate em vão
E é por bater em vão que eu canto o fado
As coisas que me custam a lembrar
Já vão fazendo parte do passado
E só não as consigo perdoar
Porque preciso delas para o fado
Repertório de Pedro Galveias
Já não tenho pensado ultimamente
Nos dias que passavas a meu lado
Até um grande amor dentro da gente
Acaba por se transformar em fado
Já ando mais alegre nestes dias
Se até a solidão me tem gritado
Tristezas são iguais a alegrias
Se no final das contas já são fado
Talvez tenha sentido o coração
Bater daquela vez descompassado
Agora quando bate, bate em vão
E é por bater em vão que eu canto o fado
As coisas que me custam a lembrar
Já vão fazendo parte do passado
E só não as consigo perdoar
Porque preciso delas para o fado
A magia da Pimenta
Letra e música de Alice Pimenta
Repertório de Alice Pimenta
A magia deste fado que é o nosso
O dstino deste povo português
A ternura dum abraço fecha o fosso
De onde emanam as negativas marés
Heróis do mar, tanta bravura
Heroicidade, feliz loucura
Que nos ergueu
Por todo o mar, por toda a terra
Dizendo ao mundo
Sim à paz, e não à guerra
Por alto mar, em jangadas feitas luz
Em barcaças de ilusão e de magia
Sob a benção desse mestre que é Jesus
Somam feitos grandiosos noite e dia
Repertório de Alice Pimenta
A magia deste fado que é o nosso
O dstino deste povo português
A ternura dum abraço fecha o fosso
De onde emanam as negativas marés
Heróis do mar, tanta bravura
Heroicidade, feliz loucura
Que nos ergueu
Por todo o mar, por toda a terra
Dizendo ao mundo
Sim à paz, e não à guerra
Por alto mar, em jangadas feitas luz
Em barcaças de ilusão e de magia
Sob a benção desse mestre que é Jesus
Somam feitos grandiosos noite e dia
Nasci em lençol bordado
José Raposo / Popular *fado mouraria*
Repertório de Nuno Rocha
Nasci em lençol bordado
Meu berço foi a guitarra
Cresci nos braços do fado
Que hoje canto com garra
Meu padrinho, o Bairro Alto
Repertório de Nuno Rocha
Nasci em lençol bordado
Meu berço foi a guitarra
Cresci nos braços do fado
Que hoje canto com garra
Meu padrinho, o Bairro Alto
A madrinha, a Madragoa
As pedrinhas de basalto
As pedrinhas de basalto
Calçada da minha rua
Rua onde o fado passeia
Rua onde o fado passeia
Por entre casas velhinhas
Nas noites de lua cheia
Nas noites de lua cheia
Cantando saudades minhas
Saudades que são sinais
Saudades que são sinais
Gravados no pensamento
Que ferem como punhais
Que ferem como punhais
Cravados no sentimento
Sentimento é o que sinto
Sentimento é o que sinto
Sempre que canto o fado
Ao coração nunca minto
Ao coração nunca minto
Nasci em lençol bordado
É como o amor
António Rocha / João Alberto
Repertório de Miguel Ramos
Já te escolhi numa outra vida
Como nesta, a tua vida
Eu vivo em mim e só por ti
Rompi os laços com a descrença
Pedi a Deus tua presença
Em longas preces, pedi por ti
Tu que és assim
Vê como sou assim também por ti
É como o amor que vive em dor
Só vive bem assim
Que a tua alma se fundisse
Com a minha e redimisse
Os sobressaltos que já passei
E a verdade que te encontro
Em que acredito e não confronto
Que estás aqui, que te encontrei
Repertório de Miguel Ramos
Já te escolhi numa outra vida
Como nesta, a tua vida
Eu vivo em mim e só por ti
Rompi os laços com a descrença
Pedi a Deus tua presença
Em longas preces, pedi por ti
Tu que és assim
Vê como sou assim também por ti
É como o amor que vive em dor
Só vive bem assim
Que a tua alma se fundisse
Com a minha e redimisse
Os sobressaltos que já passei
E a verdade que te encontro
Em que acredito e não confronto
Que estás aqui, que te encontrei
O mosquito mordeu-me o olho
Amália / Amélia Muge
Repertório de Amélia Muge
Passou um mosquito, mordeu-me no olho
Não vi a lagarta, comi o repolho
Repertório de Amélia Muge
Passou um mosquito, mordeu-me no olho
Não vi a lagarta, comi o repolho
Comi a lagarta que o repolho tinha
E disse à lagarta que a couve era minha
E a lagartinha deu-me uma resposta
E eu não repito, que você não gosta
O raio da lagarta tão mal se portou
Um raio que a parta, tanto me enojou
Comi a lagarta, fiquei enjoada
Mordeu-me o mosquito e não vejo nada
Vejo agora ali aquilo que eu queria
Vi o que já vi, que é da minha tia
É o seu burrico que passa na estrada
Aqui já não fico, vou nele montada
Burro sem ser burro, burro sem burrice
Burro inteligente, que grande chatice
Sem andar prá frente, nem andar p’ra trás
Apanhou-me rente, deu um coice… zás
E disse à lagarta que a couve era minha
E a lagartinha deu-me uma resposta
E eu não repito, que você não gosta
O raio da lagarta tão mal se portou
Um raio que a parta, tanto me enojou
Comi a lagarta, fiquei enjoada
Mordeu-me o mosquito e não vejo nada
Vejo agora ali aquilo que eu queria
Vi o que já vi, que é da minha tia
É o seu burrico que passa na estrada
Aqui já não fico, vou nele montada
Burro sem ser burro, burro sem burrice
Burro inteligente, que grande chatice
Sem andar prá frente, nem andar p’ra trás
Apanhou-me rente, deu um coice… zás
O abrigo que me déste
Valentim Matias / Adriano Ruiz Batista *fado macau*
Repertório de Valentim Matias
Quando as ondas batem forte
E o vento é muito agreste
A chuva cai e a sorte
É o abrigo que me deste
Abrigo do teu regaço
Repertório de Valentim Matias
Quando as ondas batem forte
E o vento é muito agreste
A chuva cai e a sorte
É o abrigo que me deste
Abrigo do teu regaço
Sob a vista dos teus olhos
Teu coração marca o passo
Teu coração marca o passo
E afasta os escolhos
Mão com mão entrelaçadas
Mão com mão entrelaçadas
Um sentimento de posse
As bocas ficam coladas
As bocas ficam coladas
Assim a vida é mais doce
Neste nosso encantamento
Neste nosso encantamento
Que tanto nos satisfaz
Vivemos cada momento
Vivemos cada momento
Sem nunca olharmos pra trás
Já as ondas se acalmaram
Já as ondas se acalmaram
E a brisa está serena
Nossas bocas se encontraram
Nossas bocas se encontraram
Meu amor, valeu a pena
Janela virada p’ró sol
Letra e música de Alice Pimenta
Repertório de Alice Pimenta
Janela escancarada p’la manhã
Paira no ar um cheiro de harmonia
Aromas de cidreira e hortelã
Abençoado seja o novo dia
Janela rasgada pela esperança
Onde a felicidade não é mito
Onde não há fantasmas de criança
Nem o amargo som do cruel grito
Janela aberta que o vento descobre
De onde não há tragédia que se aviste
Nem mulher que com medo o rosto cobre
Nem sequer se desenha um olhar triste
Janela de vida que a vida seduz
Tem raios de sol que à vida dão luz
Janela alegria, janela esplendor
Janela riqueza, pois só mostra amor
Repertório de Alice Pimenta
Janela escancarada p’la manhã
Paira no ar um cheiro de harmonia
Aromas de cidreira e hortelã
Abençoado seja o novo dia
Janela rasgada pela esperança
Onde a felicidade não é mito
Onde não há fantasmas de criança
Nem o amargo som do cruel grito
Janela aberta que o vento descobre
De onde não há tragédia que se aviste
Nem mulher que com medo o rosto cobre
Nem sequer se desenha um olhar triste
Janela de vida que a vida seduz
Tem raios de sol que à vida dão luz
Janela alegria, janela esplendor
Janela riqueza, pois só mostra amor
Eu fui aos fados
Valentim Matias / Popular
Repertório de Valentim Matias
Eu fui aos fados
Repertório de Valentim Matias
Eu fui aos fados
Certa noite, há muito tempo
E o que então vi não me saiu da memória
E o que então vi não me saiu da memória
Uma mulher cantava de xaile preto
Versos de amor, no velho fado Vitória
O fado é lindo
Versos de amor, no velho fado Vitória
O fado é lindo
O fado é verdade
Não tem idade
Não tem idade
Mas tem paixão
Canta ao amor
Canta ao amor
Tal qual uma flor
Que lança perfume
Que lança perfume
Bem dentro do coração
Ouvi guitarras
Ouvi guitarras
A trinar doces arpejos
Ouvi silêncio que o silêncio é pra se ouvir
Senti na alma um baque de mil desejos
Senti o fado que o fado é pra se sentir
Como vai longe
Ouvi silêncio que o silêncio é pra se ouvir
Senti na alma um baque de mil desejos
Senti o fado que o fado é pra se sentir
Como vai longe
A noite que então vivi
P’ra todo o sempre a mesma vou recordar
Não sei exprimir tudo aquilo que senti
Nessa mulher de xaile preto a cantar
P’ra todo o sempre a mesma vou recordar
Não sei exprimir tudo aquilo que senti
Nessa mulher de xaile preto a cantar
Tenho uma cabra cabrita
Amália / Amélia Muge
Repertório de Amélia Muge
A rola põe-se na rua
Repertório de Amélia Muge
A rola põe-se na rua
O botão põe-se na casa
Vem o sol e vai a lua
Vem o sol e vai a lua
E a formiga perde a asa
Perco eu a inspiração
Perco eu a inspiração
Tudo o que faço não rima
Já perdi o que foi p’ra baixo
Já perdi o que foi p’ra baixo
E vou perder o que vem p’ra cima
Tenho uma cabra cabrita
Tenho uma cabra cabrita
Que lindos saltos me dá
É uma cabra tão bonita
É uma cabra tão bonita
Que é cabra mas não é má
Tenho um grilo na gaiola
Tenho um grilo na gaiola
Um galo na capoeira
Tenho na porta uma argola
Tenho na porta uma argola
E vivo desta maneira
Vinho leva o garrafão
Vinho leva o garrafão
Cheia de água vai a bilha
Já tenho a fava na mão
Já tenho a fava na mão
Já só me falta a ervilha
Um dia contigo
Tiago Simões / Pedro Galveias e Tiago Simões
Repertório de Pedro Galveias
Assim que amanhece
O teu sorriso aparece
Repertório de Pedro Galveias
Assim que amanhece
O teu sorriso aparece
A lua dorme por fim
Bate o sol na janela
Que tua sombra revela
Bate o sol na janela
Que tua sombra revela
Luzente só para mim
Com um bom dia sonolento
O teu sorriso inquieto
Com um bom dia sonolento
O teu sorriso inquieto
Se dirige a mim num beijo
Num repente, esse bom dia
Faz acontecer magia
Num repente, esse bom dia
Faz acontecer magia
De um comum desejo
Contigo amor, se vê o sol nascer
Bom dia amor, eu te quero dizer
Apressada, a manhã sumiu
Entre conversas que em nós surgiu
Contigo amor, se vê o sol nascer
Bom dia amor, eu te quero dizer
Apressada, a manhã sumiu
Entre conversas que em nós surgiu
E chega a hora de cear
Em nós emana a paixão
Que faz voar o tempo e então
Em nós emana a paixão
Que faz voar o tempo e então
Acaba a noite por chegar
Contigo amor, o dia passa a correr
Assim amor, se vê a noite a nascer
A noite cai e num instante
O dia já vai distante
Contigo amor, o dia passa a correr
Assim amor, se vê a noite a nascer
A noite cai e num instante
O dia já vai distante
Olhamos as estrelas em seu esplendor
Os dois nos vamos deitar
A noite irá passar
Os dois nos vamos deitar
A noite irá passar
E novamente te direi *bom dia amor*
Pranto nos teus olhos
Maria Manuel Cid / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de António Melo Correia
Choravam teus olhos tristes
Quando poisaram nos meus
Ficaram tristes meus olhos
E mais alegres os teus
E quando teus olhos viram
Nos meus o pranto bailar
Embora alegres, não riram
Por ver meus olhos chorar
Se teus males infinitos
Tornam meus olhos vidrados
Os teus olhos tão bonitos
Ficam logo embaciados
O pranto dos olhos teus
Cá para mim, não sei bem
É como dizer adeus
A tudo o que a gente tem
Repertório de António Melo Correia
Choravam teus olhos tristes
Quando poisaram nos meus
Ficaram tristes meus olhos
E mais alegres os teus
E quando teus olhos viram
Nos meus o pranto bailar
Embora alegres, não riram
Por ver meus olhos chorar
Se teus males infinitos
Tornam meus olhos vidrados
Os teus olhos tão bonitos
Ficam logo embaciados
O pranto dos olhos teus
Cá para mim, não sei bem
É como dizer adeus
A tudo o que a gente tem
Fado é doença ou paixão
Valentim Matias / Alfredo Marceneiro
Repertório de Valentim Matias
Jamais poderei dizer
Que o fado não faz sofrer
Que o fado não é paixão
Mais que paixão, é doença
Que marca sua presença
Bem fundo no coração
É loucura, é sofrimento
Repertório de Valentim Matias
Jamais poderei dizer
Que o fado não faz sofrer
Que o fado não é paixão
Mais que paixão, é doença
Que marca sua presença
Bem fundo no coração
É loucura, é sofrimento
Por vezes, só um lamento
Tantas outras. desatino
Porta aberta à nostalgia
Mas também é alegria
Porta aberta à nostalgia
Mas também é alegria
O fado é o destino
Canta o amor, a saudade
Nem sequer sabe a idade
Canta o amor, a saudade
Nem sequer sabe a idade
É sentimento de um povo
E se recorre ao humor
É p`ra disfarçar a dor
E se recorre ao humor
É p`ra disfarçar a dor
Fado também é renovo
Fado é vida, é solidão
Amargura, ilusão
Fado é vida, é solidão
Amargura, ilusão
É amor principalmente
Se é doença, se é paixão
Sei que sai do coração
Se é doença, se é paixão
Sei que sai do coração
E é tudo o que a gente sente
De quem eu gosto
Estevão José Machado / Casimiro Ramos *fado três bairros*
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Gostei uma vez na vida
Gostei bastante iludida
De quem tanto me enganava
Agora sem fé, sem esperança
Talvez por minha vingança
Não gosto de quem gostava
Gostei sim, por não saber
Poder em amor haver
Um mal oculto no bem
Hoje firme no meu posto
Recordando esse desgosto
Já não gosto de ninguém
E como sei ser mulher
Mentir-vos-ei se disser
Que dei ao gostar um fim
Gosto sim, posso jurar
Por saber não me enganar
Unicamente de mim
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Gostei uma vez na vida
Gostei bastante iludida
De quem tanto me enganava
Agora sem fé, sem esperança
Talvez por minha vingança
Não gosto de quem gostava
Gostei sim, por não saber
Poder em amor haver
Um mal oculto no bem
Hoje firme no meu posto
Recordando esse desgosto
Já não gosto de ninguém
E como sei ser mulher
Mentir-vos-ei se disser
Que dei ao gostar um fim
Gosto sim, posso jurar
Por saber não me enganar
Unicamente de mim
Angústias
Valentim Matias / Alfredo Duarte *fado bailado*
Repertório de Valentim Matias
Versos que nascem de dentro
Versos que são emoções
Traduzem um sentimento
Quantas vezes um lamento
Refletem desilusões
Por vezes não sei que sinto
Repertório de Valentim Matias
Versos que nascem de dentro
Versos que são emoções
Traduzem um sentimento
Quantas vezes um lamento
Refletem desilusões
Por vezes não sei que sinto
Se é dor ou muita emoção
Um sentimento distinto
Um sentimento distinto
Que vou fingindo que finto
E me aperta o coração
Saudades de muito longe
E me aperta o coração
Saudades de muito longe
Mas será que as devo ter
O passado já não foge
O passado já não foge
O que importa é o hoje
E o muito que há pra fazer
O futuro está à porta
E o muito que há pra fazer
O futuro está à porta
O presente vai passando
A minha alma conforta
A minha alma conforta
E acima de tudo importa
Seguir vivendo, sonhando (cantando)
Seguir vivendo, sonhando (cantando)
Águias perdidas
Lima Brummon / Lino Teixeira *fado ginguinha*
Repertório de Teresa Tarouca
A sono sollto dormia há muito a cidade
E eu procurava como louca rua em rua
A tua sombra, entre essas ruas da saudade
Onde uma noite sobre nós raiara a lua
Na minha grande amargura de águia perdida
Que começou co’a tua ausência, eu queria ser
Ao encontrar-te, a perfumada flor da vida
Ou ser de novo uma alegria por viver
Mas fui tão pouco ao teu olhar desencantado
E o nosso abraço uma tristeza tão profunda
Que entre o silêncio o amor com lágrimas quebrado
Abandonou-se nas estranhas mãos da lua
Ergueu-se ao longe a sinfonia das guitarras
Perdida a voz, quebrado o amor, nada entendemos
Beijei-te a fronte e assim sem mágoa nem palavras
Serenamente unidos, meu amor, morremos
Repertório de Teresa Tarouca
A sono sollto dormia há muito a cidade
E eu procurava como louca rua em rua
A tua sombra, entre essas ruas da saudade
Onde uma noite sobre nós raiara a lua
Na minha grande amargura de águia perdida
Que começou co’a tua ausência, eu queria ser
Ao encontrar-te, a perfumada flor da vida
Ou ser de novo uma alegria por viver
Mas fui tão pouco ao teu olhar desencantado
E o nosso abraço uma tristeza tão profunda
Que entre o silêncio o amor com lágrimas quebrado
Abandonou-se nas estranhas mãos da lua
Ergueu-se ao longe a sinfonia das guitarras
Perdida a voz, quebrado o amor, nada entendemos
Beijei-te a fronte e assim sem mágoa nem palavras
Serenamente unidos, meu amor, morremos
Conjugar o verbo amar
Valentim Matias / Armando Machado *fado licas*
Repertório de Valentim Matias
Gostava de saber dizer em verso
O que é sentir amar e ser amado
Algo de tão diferente e tão diverso
Que não cabe nos versos de algum fado
Sentir que num olhar nos entendemos
E que um pequeno gesto tudo diz
Saber que o outro sofre quando sofremos
Amar e ser amado é ser feliz
Amar é ver o mundo com mil cores
É ter a luz do sol sempre a brilhar
Um doce caminhar por entre flores
E mesmo em noite escura ver luar
Porém amarguras e tristezas
Podem esse amor dificultar
Mas quando este é feito de certezas
Que bom é conjugar o verbo amar
Repertório de Valentim Matias
Gostava de saber dizer em verso
O que é sentir amar e ser amado
Algo de tão diferente e tão diverso
Que não cabe nos versos de algum fado
Sentir que num olhar nos entendemos
E que um pequeno gesto tudo diz
Saber que o outro sofre quando sofremos
Amar e ser amado é ser feliz
Amar é ver o mundo com mil cores
É ter a luz do sol sempre a brilhar
Um doce caminhar por entre flores
E mesmo em noite escura ver luar
Porém amarguras e tristezas
Podem esse amor dificultar
Mas quando este é feito de certezas
Que bom é conjugar o verbo amar
Mandei embora a saudade
Domingos Silva / Jorge Fontes
Repertório de Maria Valejo
Eu queria, meu amor
Repertório de Maria Valejo
Eu queria, meu amor
Ver-te um segundo somente
Para matar esta dor
Para matar esta dor
Que me mata lentamente
Há muito tempo eu procuro
Há muito tempo eu procuro
O teu olhar, Santo Deus
Mas não vejo, tudo é escuro
Mas não vejo, tudo é escuro
Sem a luz dos olhos teus
Não queiras não aumentar este sofrer
Que vou vivendo a morrer
Sem que te ver, sem te beijar
Não queiras não que este dolorido
Sofra mais que tem sofrido
Pela luz do teu olhar
Este meu coração fecha
Não queiras não aumentar este sofrer
Que vou vivendo a morrer
Sem que te ver, sem te beijar
Não queiras não que este dolorido
Sofra mais que tem sofrido
Pela luz do teu olhar
Este meu coração fecha
Uma saudade sem fim
A saudade não me deixa
A saudade não me deixa
Sem te ver junto de mim
Meu amor, por caridade
Meu amor, por caridade
Dá fim ao meu sofrimento
Manda embora a saudade
Manda embora a saudade
Que não me deixa um momento
Janela da alma
Mário Rainho / José Marques do Amaral
Repertório de Manuela Cavaco
Tem a alma uma janela
Onde às vezes debruçado
Espreita o coração, por ela
Só pra rever o passado
Em noite que a solidão
Repertório de Manuela Cavaco
Tem a alma uma janela
Onde às vezes debruçado
Espreita o coração, por ela
Só pra rever o passado
Em noite que a solidão
Magoa e não me dá calma
Lá está o meu coração
Lá está o meu coração
Posto à janela da alma
Passam dolentes segundos
Passam dolentes segundos
Que horas muito mais parecem
E há sonhos tão tão profundos
E há sonhos tão tão profundos
Que acordados me enlouquecem
Quase à entrada do dia
Quase à entrada do dia
Sem sono, por caridade
Vem fazer-me companhia
Vem fazer-me companhia
Uma infinita saudade
Tem alma uma janela
Tem alma uma janela
E é por ela que espreita
O meu olhar, dentro dela
O meu olhar, dentro dela
A chorar quando se deita
O teu lugar é aqui
Valentim Matias / Raúl Pinto
Repertório de Valentim Matias
Teus olhos dizem-me tanto
Que enchem os meus de pranto
Quando estou longe de ti
Teus beijos são alimento
Têm sido o meu sustento
Desde o dia em que te vi
Passo dias e mais dias
Esperando o sol qu`irradias
Repertório de Valentim Matias
Teus olhos dizem-me tanto
Que enchem os meus de pranto
Quando estou longe de ti
Teus beijos são alimento
Têm sido o meu sustento
Desde o dia em que te vi
Passo dias e mais dias
Esperando o sol qu`irradias
Nesse teu lindo sorriso
E em toda esta espera
Meu coração desespera
E em toda esta espera
Meu coração desespera
P’lo abraço que preciso
Nem sei se é noite, se é dia
Só sei que sinto magia
Nem sei se é noite, se é dia
Só sei que sinto magia
Quando estou juntinho a ti
Não estranhes que eu te peça
Por favor volta depressa
Não estranhes que eu te peça
Por favor volta depressa
Que o teu lugar é aqui
Trapeiras de Lisboa
Lourenço Rodrigues, Fernando Santos, Almeida Amaral / Raúl
Ferrão
Repertório de Fernanda Batista
Ai Lisboa
Como tu és divertida
Se te vejo cá de cima das trapeiras
Quanto mais olho p’ra ti
Lisboa tão querida
tanto mais fico encantada
Com essas tuas maneiras
Ou ao sol ou à luz do luar
És p’ra mim uma irmã de brincar
E se aqui vou ganhar o meu pão
Não é demais ser para ti meu coração
Oh Lisboa
Que para mim não tens reversos
Manhã cedo corro a ver-te com saudade
E eu só queria
Meu amor, saber fazer versos
P’ra tos oferecer Lisboa
Minha formosa cidade
Como é bom ser avô
Valentim Matias / Pedro Rodrigues
Repertório de Valentim Matias
À mesa de um velho bar
Eu dei por mim a pensar
Como é bom ser avô
É algo de tão diferente
Que entra na alma da gente
E que a mim me fascinou
Somos de novo crianças
E regressam as lembranças
De um tempo já bem distante
Perdoamos travessuras
Vão-se embora as amarguras
Vemos futuro diante
Nova vida a começar
Dá vontade de lutar
E de escolher novos trilhos
Brilho novo no olhar
E o desejo de ajudar
Os filhos dos nossos filhos
Quem diz o contrário mente
Ser avô é tão diferente
Em carinhos e afetos
E não há coisa melhor
Do que juntar com amor
Os avós, filhos e netos
Terra mãe
Letra e música de Nuno Barroso
Repertório de Dora Maria
Sou um poema, uma melodia
Lançado em verso na primavera
Dei luz ao vento que abraça o tempo
E trago em mim ventre de mulher
Sou mãe da terra, sol da primavera
E nasce em mim a planície de cantar
Trago no peito aquele jeito
De ser menina, de ser mulher
De ser mulher
Sou um poema, mais um dilema
Lançado em verso no planeta do amor
Dei luz ao vento que abraça o tempo
E trago em mim ventre de mulher
Sou mãe terra, sol da primavera
E nasce em mim esta planície de cantar
Trago no peito aquele jeito
De ser menina, de ser mulher
De ser mulher
Estações da vida
Valentim Matias / Daniel Gouveia *fado daniel*
Repertório de Valentim Matias
Alguém dizia, sorrindo
Para ti o mundo é lindo
Estás em plena Primavera
Era o tempo dos amores
Dos perfumes e das flores
E de uma ou outra quimera
Céu azul e andorinhas
Voando rente às beirinhas
Dos telhados da cidade
E eis que chega o Verão
É tempo de afirmação
Estás na força da idade
O tempo passa depressa
Sem sequer uma promessa
Duma vida renascida
E nem nos apercebemos
Que de repente estaremos
Em pleno Outono da vida
Mas este não é eterno
A correr vem o inverno
Maiores as noites que os dias
Tempo para descansar (filosofar)
E também pra recordar
Quantas, quantas alegrias (fantasias)
Soneto para os meus pais
Título original *Alma perdida*
Florbela Espanca / Edgar Nogueira
Repertório de Catarina Rosa
Toda esta noite o rouxinol chorou
Gemeu, rezou, gritou perdidamente
Alma de rouxinol, alma da gente
Tu és talvez alguém que se finou
Tu és talvez um sonho que passou
Que se fundiu na dor, suavemente
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou
Toda a noite choraste e eu chorei
Talvez porque ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós
Contaste tanta coisa à noite calma
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz
Alma de rouxinol, alma da gente
Tu és talvez alguém que se finou
Tu és talvez um sonho que passou
Que se fundiu na dor, suavemente
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou
Toda a noite choraste e eu chorei
Talvez porque ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós
Contaste tanta coisa à noite calma
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz
Meia-noite fadista
Nuno
Lorena / José Marques *fado triplicado*
Repertório
de António de Noronha
Meia-noite,
uma lanterna
Um
degrau, uma taberna
E a petisqueira sublime
Ainda
impera o tacão
No
estilo da tradição
Que a fadistagem imprime
E
ainda é uso, ao balcão
Que
à chama do canjirão
A velha guarda se arrime
Meia-noite,
o caprichar
Duma
guitarra a trinar
Em mão fadista, certeira
Uma
vela meia ardida
Uma
garrafa bebida
E uns olhos de camareira
Na
parede colorida
Um
cartaz duma corrida
E um xaile de cantadeira
Meia-noite,
uma lembrança
E
o rebrilhar duma trança
É lume que mais fascina
E
o cantar é a preceito
No
rigoroso perfeito
Que a velha escola ensina
Tem
o fado o seu conceito
O
faia tem o seu jeito
Tem a gente a sua sina
Meia-noite
e há discussão
Mas
põe fim à confusão
Uma voz que o fado entoa
Gente
boémia e fadista
Aventureira
e artista
A pedir outro Malhoa
Gente
vária e bizarrista
Mas
só um ponto de vista
A tradição de Lisboa
Vai dizer à Mouraria
Letra
e música de João Nobre
Repertório
de Fernanda Batista
Se
foi assim como hoje sou
Que me encontraste
Se
foi assim que te agradei
E me agradaste
Porque
me pedes p’ra mudar
Se sabes bem
Que
ao destino, por mais triste
Não pode fugir ninguém
Não pode fugir ninguém
Vai dizer à Mouraria
Que não cante mais o fado
Diz a Alfama que sorria
E esqueça o que tem chorado;
Diz à Sé p’ra não ser crente
Que não dance à Madragoa
E verás como é diferente
Tão diferente esta Lisboa
Se
o meu amor já não te prende
E te atormenta
Se
te aborreço por assim
Tão ciumenta
Tu
não me peças p’ra mudar
E ser diferente
Se
eu nasci p’ra ter ciúmes
Hei-de-os ter eternamente
Hei-de-os ter eternamente
Só sei que já não sei
Valentim
Matias / Renato Varela *fado varela*
Repertório
de Valentim Matias
Junto
ao mar, num rochedo me sentei
E
ali aguardei o teu regresso
Mas
sei que foi em vão que te esperei
Porque
não alcancei qualquer sucesso
Não
sei se foi o mar que te sumiu
Ou
foi o teu amor que já morreu
Mas
sei que o coração quase ruiu
Depois
de perceber que te perdeu
Ainda
estou aqui a aguardar
Que
possas regressar noutras marés
Pressinto
que me andaste a enganar
Só
sei que já não sei quem é que és
Por
favor, diz-me qual a condição
Que
fazer para te ver regressar
Duvido
que o meu pobre coração
Ainda
vá bater escutando o mar
Os teus lindos olhos pretos
Amália
/ Amélia Muge
Repertório
de Amélia Muge
Os
teus lindos olhos pretos
Teus
olhos de negro olhar
Olham-me
tão inquietos
Teus
lindos olhos pretos
Que
me andam a inquietar
Inquieta se te não vejo
Inquieta por te não ver
Inquieta-me o que eu desejo
E o medo de o dizer
Cá
me ando com a ternura
Que
tem o teu negro olhar
Nunca
vi tanta negrura
Nunca
vi tanta negrura
Mesmo
no escuro a brilhar
Amor à primeira vista
Valentim
Matias / Armando Machado *fado santa luzia*
Repertório
de Valentim Matias
Eu
não sei qual a razão
P’ra
meu pobre coração
Ao
fado se ter rendido
Amor
á primeira vista
Amor
feito de conquista
Amor,
amado e sofrido
Sempre
que a noite chega
A
minha alma se aconchega
Aos
trinados das guitarras
É
na meia escuridão
Que
liberto o coração
E
então solto as amarras
Amarras
do sentimento
Que meus fados alimento
Com
versos por mim sonhados
É
no barco da saudade
Que
embarca toda a verdade
Que
existe nos meus fados
Soneto Andreia
(mudam-se
os tempos, mudam-se as vontade)
Luís
Vaz de Camões / Edgar Nogueira
Repertório
de Catarina Rosa
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se
o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando
sempre novas qualidades
Continuamente
vemos novidades
Diferentes em tudo da esperança
Do mal ficam as mágoas na lembrança
Diferentes em tudo da esperança
Do mal ficam as mágoas na lembrança
E
do bem, se algum houve, as saudades
O
tempo cobre o chão de verde manto
Que já coberto foi de neve fria
Que já coberto foi de neve fria
E
e em mim converte em choro o doce canto
E
afora este mudar-se cada dia
Outra mudança faz de mor espanto
Que não se muda já como soía
Outra mudança faz de mor espanto
Que não se muda já como soía
Um passeio por Lisboa
Letra e
música de Valentim Matias
Repertório
do autor
Vou
andar pela cidade
Num passeio meio à toa
E
p’ra dizer a verdade
Quero é desfrutar Lisboa
Vejo
o Marquês imponente
Que p’las costas tem o Parque
Tem
a Avenida p’la frente
Lisboa por toda a parte
Dou
um salto ao Castelo
Vejo a cidade e o Tejo
Desço
pela Mouraria
E aguça-me o desejo
De
ver o Martim Moniz
Agora remodelado
Com
mil cores e mil sabores
E em mil línguas falado
Já
na Praça da Figueira
Aí eu faço um compasso
Depois
subo ao Bairro Alto
E desço ao Terreiro do Paço
Talvez
eu vá petiscar
Ali bem perto do Tejo
Mais
tarde rumo a Alfama
E aproveito o ensejo
De
cantar e ouvir e fado
Porque há muito anoiteceu
Encontrei-me
com Lisboa
E magia aconteceu
Passei
no Cais do Sodré
Docas, Parque das Nações
Ficou
tanto para ver
Não faltam ocasiões
Meu coração sem direito
Amália
/ Amélia Muge
Repertório
de Amália Muge
Lá
foi o tal coração
Que
eu tinha contra vontade
Lá
foi aquele ladrão
Não
sei para que cidade
O
meu velho coração
Que
ficou triste comigo
Por
causa desse ladrão
Não
volta a ser meu amigo
Pobre de quem envelhece
Por fora do coração
Que novo nos aparece
Com uma nova paixão
Meu
coração sem direito
De
bater tão apressado
Anda
dentro do meu peito
Onde
não cabe, coitado
Vai-te
embora coração
Eu
não sou boa morada
Onde
mora a solidão
Não
há lugar p’ra mais nada
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