Repertório
de Anita Guerreiro
Lisboa
é certa menina
Que tem por sina uma canção
Trabalha, canta, mas sofre
E faz seu cofre no coração
Que tem por sina uma canção
Trabalha, canta, mas sofre
E faz seu cofre no coração
De manhã lá vai à vida
Toda garrida como é seu lema
Deixando p’lo seu caminho
Um bom cheirinho a alfazema
Vem d'Alfama, desce a Graça
E onde ela passa, passa a alegria
Que esta vida é uma cantiga
De rapariga da Mouraria
P'rás suas pernas ligeiras
Não há canseiras, tudo é um salto
Lá vem menina Lisboa
Da Madragoa, do Bairro Alto
E onde ela passa, passa a alegria
Que esta vida é uma cantiga
De rapariga da Mouraria
P'rás suas pernas ligeiras
Não há canseiras, tudo é um salto
Lá vem menina Lisboa
Da Madragoa, do Bairro Alto
E
à noite, no bailarico
Há sempre um Chico todo garboso
Que se um beijinho lhe apanha
Que se um beijinho lhe apanha
Que coisa estranha, fica baboso
Menina Lisboa adora
Por alta hora, bailar, cantar
Mas mal desponta a manhã
Fresca e louçã vai trabalhar
Vós
todos por minha fé
Sabeis quem é esta menina
Que
tem cravos à janela
E é tão bela como ladina
Há
milhentas iguaizinhas
São alfacinhas sorrindo (?) à toa
Há
uma em cada recanto
Supremo encanto desta Lisboa