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Diz-me amor, como te sou querida

Florbela Espanca / Custódio Castelo
Repertório de Dina Valério 

Diz-me, amor, como te sou querida
Conta-me a glória do teu sonho eleito
Aninha-me a sorrir junto ao teu peito
Arranca-me dos pântanos da vida

Embriagada numa estranha lida
Trago nas mãos o coração desfeito
Mostra-me a luz, ensina-me o preceito 
Que me salve e levante redimida

Nesta negra cisterna em que me afundo
Sem quimeras, sem crenças, sem ternura
Agonia sem fé dum moribundo

Grito o teu nome numa sede estranha
Como se fosse, amor, toda a frescura
Das cristalinas águas da montanha