Repertório de Fernando Maurício / Francisco Martinho
Vamos ambos pela mão
De duas rimas de fado
Aos bairros com tradição
Aos bairros com tradição
Da boémia do passado
Não quero entrar em despique
Não quero entrar em despique
Mas se o quisesse fazer
Seria Campo d'Ourique
Seria Campo d'Ourique
O primeiro a enaltecer
Mas o bairro de mais fama
Mas o bairro de mais fama
Mais fadista mais marujo
É a linda e velha Alfama
É a linda e velha Alfama
Do Norberto de Araújo
Lembra mais a nostalgia
Lembra mais a nostalgia
Embora do mesmo agrado
Dum resto de Mouraria
Dum resto de Mouraria
Que ainda tem sabor a fado
Bairros que o povo acarinha
Bairros que o povo acarinha
Tornam mais bela e fagueira
Esta Lisboa velhinha
Esta Lisboa velhinha
Tão velhinha e menineira
Esse povo audaz boémio
Esse povo audaz boémio
Que viveu em sobressalto
Era amigo, era irmão gémeo
Era amigo, era irmão gémeo
Dos faias do Bairro Alto
Entre os bairros de Lisboa
Entre os bairros de Lisboa
Há um que é sempre criança
Vê lá bem se a Madragoa
Vê lá bem se a Madragoa
Não vive cheia de esperança
Nunca da mente nos passa
Nunca da mente nos passa
Essa boémia sem par
Que foi de Belém à Graça
Que foi de Belém à Graça
De Benfica ao Lumiar
A tradição nunca finda
A tradição nunca finda
Ainda ninguém a matou
E o presente vive ainda
E o presente vive ainda
Do passado que ficou
E pronto a volta está finda
E pronto a volta está finda
P'ra quê andar mais à toa
Se Lisboa é toda linda
Se Lisboa é toda linda
Se o nosso bairro é Lisboa