Repertório de Maria da Fé
Ainda Lisboa
Sonha e dorme a sonho solto
E o luar passeia envolto
No seu manto de mil estrelas
A Madragoa
E o luar passeia envolto
No seu manto de mil estrelas
A Madragoa
Já toda ela se agita
Airosa, fresca, bonita
Num bailado de chinelas
Ainda o galo
Airosa, fresca, bonita
Num bailado de chinelas
Ainda o galo
Não canta o seu bom dia
Já o meu bairro á porfia
Trabalha de que maneira
É um regalo
Já o meu bairro á porfia
Trabalha de que maneira
É um regalo
Ver cortejos de varinas
Descendo a Rua das Trinas
A caminho da Ribeira
Madragoa, chinela no pé
Madragoa, festiva gaivota
Descendo a Rua das Trinas
A caminho da Ribeira
Madragoa, chinela no pé
Jeito de maré p’ra cá e p’ra lá
Madragoa, canastra à cabeça
Ligeira na pressa que a vida lhe dá
Madragoa, festiva gaivota
Que grita na lota, que canta e apregoa
Madragoa, salgada e ladina
Madragoa, salgada e ladina
Vistosa varina, cartaz de Lisboa
A Madragoa
A Madragoa
Que canta desde menina
Cantigas que o mar ensina
Com o mar dança também
Doa a quem doa
Cantigas que o mar ensina
Com o mar dança também
Doa a quem doa
É dos bairros a rainha
E a coisa mais alfacinha
De quantas Lisboa tem
E se abençoa
E a coisa mais alfacinha
De quantas Lisboa tem
E se abençoa
A fé dos seus monumentos
Pois igrejas e conventos
Dão-lhe fé e caridade
À Madragoa
Pois igrejas e conventos
Dão-lhe fé e caridade
À Madragoa
Não falta desde criança
Toda a virtude da esperança
Que é a esperança da cidade
Toda a virtude da esperança
Que é a esperança da cidade