tag:blogger.com,1999:blog-3035959644670804712024-03-18T20:22:08.497-07:00FADOS do FADO ... LETRAS de FADOS ...Este espaço foi criado ° Com grande dedicação ° Por alguém que faz do fado ° A sua religião <> JOSÉ FERNANDES CASTRO // Junho 2008 // fadopoesia@gmail.com
JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comBlogger7090125tag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-57453949152896709802024-03-18T16:26:00.000-07:002024-03-18T16:26:00.179-07:00Fado passado<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Nuno Júdice / Franklin Godinho<br /><span style="color: red;">Repertório de Ricardo Ribeiro </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Queria dançar contigo<br />Levar-te à lua mais alta<br />Esquecer campa e jazigo<br />Não pensar que fazes falta <br /><br />Via o fim à nossa volta<br />Mesas de grupos vencidos<br />Mas nós os dois em revolta<br />Falando de heróis traidos <br /><br />Bebia p’la tua boca<br />Todo o vinho desta vida<br />Na noite mais funda e louca<br />Não te via já tão perdida <br /><br />Acendias o cigarro<br />Que eu fumava até ao fim<br />E tudo a que me agarro<br />Não voltou a ser assim<br /><br />Muda o tempo dia a dia<br />É uma sombra o teu fado<br />E a tua lembrança fria<br />Uma pedra no passado</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-86869848656976422542024-03-18T16:23:00.000-07:002024-03-18T16:24:27.773-07:00O nosso lugar<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra e música de Fábia Rebordão<br /><span style="color: red;">Repertório da autora </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Acordei de manhã<br />Já não estavas comigo aqui<br />Levantei-me da cama<br />Espreitei, mas não te vi;<br />Não dobraste o pijama<br />Saíste sem avisar<br />Daqui do nosso lugar <br /><br />Eu pensei que era fácil<br />Se entre nós há amor demais<br />Porque é tão difícil<br />Concordarmos com coisas banais?<br />Se por vezes reclamo<br />Não ligues, eu sou mesmo assim<br />Assim, mas eu gosto de ti <br /><br />O relógio da sala<br />Conta as horas tão devagar<br />Não levaste a mala<br />Reparei, estava no lugar;<br />0 meu peito em soluços<br />Descansou, não estava a contar<br />Que tu pudesses voltar <br /><br />Eram cinco p'rás quatro <br />Quando a porta então bateu<br />Tu chegaste mansinho<br />Encostaste o teu rosto no meu<br />E disseste baixinho:<br />Não ligues, eu sou mesmo assim<br />Assim, mas eu gosto de ti"</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-90903742505572709872024-03-18T16:19:00.000-07:002024-03-18T16:19:24.216-07:00Do silêncio saímos<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra e música de Fernando Tordo<br /><span style="color: red;">Repertório de Ricardo Ribeiro </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Fala-me dos tempos que já foram<br />Fala-me daqueles que já não estão<br />Conta-me da pena que nos faz<br />Que só estejamos nós e outros não <br /><br />Mas viva a vida esta que ainda temos<br />O riso, o amor, por dentro e por fora<br />O futuro que nunca aprendemos<br />Mas sendo sábios do que é sermos agora <br /><br /><span style="color: red;">Do silêncio saímos cheios de versos<br />E com versos fizemos as cantigas<br />Que nos lembram momentos tão dispersos<br />Que não há cantigas velhas, só cantigas</span><br /><br />Conta-me dos passados recentes<br />Fala-me dos sonhos, se quiseres<br />Que eu digo-te das dívidas que temos<br />Do quanto nós devemos às mulheres <br /><br />Diz-me das paisagens dos caminhos<br />Das montanhas dos desertos e das flores<br />Fala-me de não estarmos sózinhos<br />Conta-me a verdade dos amores</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-53440429377090403472024-03-18T16:16:00.000-07:002024-03-18T16:17:09.426-07:00 Meus sonhos proibidos<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / Cavalheiro Júnior *fado porto*<br /><span style="color: red;">Repertório de Maria Valejo </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />No dia em que dei por ti<br />O que até então vivi<br />Varreu-se dos olhos meus<br />Saiu da minha memória<br />E agora só tenho história<br />A partir dos olhos teus <br /><br />Os sonhos mais proibidos<br />Foram todos atendidos<br />Duma maneira tão louca<br />Dum modo tão absurdo<br />Que me fez esquecer de tudo<br />A partir da tua boca <br /><br />Tudo o que não for contigo<br />Não tem nada a ver comigo<br />Nem mora na minha voz<br />E até nos fados que canto<br />Tu ficas ali ao canto<br />Ouvindo falar de nós</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-37743811723580177602024-03-18T16:14:00.000-07:002024-03-18T16:14:53.253-07:00O xaile<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra de Artur Soares Pereira<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado </span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Este meu xaile velhinho<br />Sobre os meus ombros traçado<br />Tem palmilhado o caminho<br />Que eu já palmilhei no Fado<br /><br />Não o deixo um só momento<br />É meu conselheiro e guia<br />Conto-lhe o meu sofrimento<br />Conto-lhe a minha alegria<br /><br />Põe meu peito em alvoroço<br />Põe minha alma a vibrar<br />Sem ele, cantar não posso<br />Sem ele, não sei cantar<br /><br />É o meu maior amigo<br />Na alegria ou desventura<br />Quando eu morrer vai comigo<br />Para a minha sepultura<br /><br />Se eu pudesse, bem à vista<br />Na minha campa gravava<br />Aqui jaz uma fadista<br />E o xaile com que cantava</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-56146751213188795012024-03-15T16:42:00.000-07:002024-03-15T16:42:37.875-07:00Chave da memória<span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: x-small; font-weight: bold;">Letra e música de Carminho<br /><span style="color: red;">Repertório de Ricardo Ribeiro </span></span><span style="color: red; font-weight: bold;"><br /></span><br /><b>Se julgas ter a chave da memória</b><br /><b>Guardada pra servir a tua vida</b><br /><b>Erraste pois lembrar a tua história</b><br /><b>Não é escolha que dês por garantida </b><br /><br /><b>E mesmo quando falta te fizer</b><br /><b>Toda a experiência que a vida te deu</b><br /><b>Darás por ti rezando por manter</b><br /><b>A bendita memória do que é teu </b><br /><br /><b>Há dias em que sentirás saudade</b><br /><b>Que tinhas daquele tão distante amor</b><br /><b>Só por andares tu livre p’la cidade</b><br /><b>E a avenida já estiver toda em flor </b><br /><br /><b>Desconcertadamente lembrarás</b><br /><b>Passado que te foi perda ou vitória</b><br /><b>E sem controlo compreenderás</b><br /><b>Que tu não tens a chave da memória</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-7495259568898367622024-03-15T16:40:00.000-07:002024-03-15T16:40:37.877-07:00Nunca mais<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra e música de Agir<br /><span style="color: red;">Repertório de Fábia Rebordão</span></span><span style="color: red;"><br /></span><br /><span style="color: red;">Nunca mais, nunca mais<br />Nunca mais, nunca mais<br />Provei o teu beijo<br />Mas ainda o vejo<br />Quando os olhos fecham<br />Nunca mais, nunca mais<br />Direi que é tarde demais<br />E o vento que sopre<br />Mesmo que não voltes<br />Nunca mais </span><br /><br />Se eu soubesse,se eu soubesse<br />Não tinha deixado o peito aberto<br />Que de tão aberto, acabou fechado<br />Deixei-te ir embora<br />Deixei fugir e agora</b></span><div><span style="font-family: verdana;"><b><br />Quem diria que eu um dia iria mudar<br />Quem diria, e eu não sabia, que ia acabar<br />Deixei-te ir embora<br />Deixei fugir e agora <br /><br />Vou deixar de dizer que te quero<br />P'ra nunca mais ter de dizer<br />Nunca mais, nunca mais<br />Direi que é tarde demais<br />P’ra ter o teu beijo<br />Mas ainda o vejo<br />Nunca mais</b></span></div>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-47524823692175759022024-03-15T16:38:00.000-07:002024-03-15T16:38:38.281-07:00Purinha<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Maria do Rosário Pereira / Frederico de Brito *fado azenha*<br /><span style="color: red;">Repertório de Ricardo Ribeiro </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Chegaste e eras tão bonita<br />Que o meu olhar encantado<br />Viu na menina a mulher<br />Foste a imagem bendita<br />Que acorda um homem cansado<br />Da vida que já não quer<br /><br />Se eu soubesse que existias<br />Bem me teria guardado<br />Para ser teu e só teu<br />Mas na lonjura dos dias<br />Eu tinha dado o meu fado<br />A quem seu fado me deu<br /><br />O beijo que me pediste<br />E que eu te dei, que loucura<br />Foi o começo e o fim<br />E de alegre me fiz triste<br />Por saber que assim tão pura<br />Não devias ser p'ra mim<br /><br />Hoje ninguém acredita<br />Que eu pudesse ter recusado<br />Ser o teu primeiro amor<br />Mas, sendo tu tão bonita<br />Quase parecia pecado<br />Que não tivesses melhor</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-40913407695297385762024-03-15T16:36:00.000-07:002024-03-15T16:36:22.043-07:00Que maneira de gostar<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / João do Carmo de Noronha *fado joão*<br /><span style="color: red;">Repertório de Maria Valejo </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Tu dizes sentir por mim<br />Amor como tu lhe chamas<br />Se tu amando és assim<br />O que serás se não amas <br /><br />Se amando fazes de conta<br />Que és meu rei e senhor<br />Diz-me lá a quanto monta<br />Esse teu profundo amor <br /><br />A tua forma de amar<br />É da minha tão diferente<br />Que não sei avaliar<br />Esse teu amor ardente <br /><br />P’ra te falar com franqueza<br />Depois das coisas que vi<br />Até nem tenho a certeza<br />Se tu gostarás de ti<br /><br />Por muito que tu apostes<br />Que sou o teu maior bem<br />O mais certo é que não gostes<br />Nem de mim nem de ninguém</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-9956583972437342342024-03-15T16:33:00.000-07:002024-03-15T16:33:45.796-07:00Orgulhosos<span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: x-small; font-weight: bold;">Letra de Linhares Barbosa<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado<br />Letra publicada no jornal “Guitarra de Portugal” de 29 de Março de 1928 </span></span><span style="color: #38761d; font-weight: bold;"><br /></span><br /><b>Os “c’roa ou graxa”, coitados</b><br /><b>Que nas valetas da Baixa</b><br /><b>Vivem a rir e a cantar</b><br /><b>Trabalham ajoelhados</b><br /><b>Fazendo da suja caixa</b><br /><b>O seu verdadeiro altar </b><br /><br /><b>Boina rota, posta a jeito</b><br /><b>Fato de ganga ou caqui</b><br /><b>Em bandos, como uma praga</b><br /><b>Alegram meia Lisboa</b><br /><b>Ó vossência engraxe aqui</b><br /><b>Se não ficar bem não paga </b><br /><br /><b>Alguns deles, conheci-os</b><br /><b>Vadiavam, desprezados</b><br /><b>Eram pequenos ladrões</b><br /><b>Deixaram de ser vadios</b><br /><b>Não roubam mas são roubados</b><br /><b>Pois pagam contribuições </b><br /><br /><b>Que viver! Que liberdade!</b><br /><b>Alguns são tão pequeninos</b><br /><b>E têm tanta esperteza</b><br /><b>Que a gente sente vontade</b><br /><b>De trazer esses bambinos</b><br /><b>P’ra os pôr em cima da mesa </b><br /><br /><b>Têm orgulho os gaiatos</b><br /><b>No seguinte: é que os janotas</b><br /><b>Quando lhes dão a engraxar</b><br /><b>Os luxuosos sapatos</b><br /><b>E as luxuosas botas</b><br /><b>Precisam de se curvar </b><br /><br /><b>O Estado fá-los pagar</b><br /><b>A cruel contribuição</b><br /><b>E o que eles ganham com a graxa</b><br /><b>A Lei lá lho vai buscar</b><br /><b>Pode não chegar p’ra pão</b><br /><b>Mas tem de chegar p’ra a taxa </b><br /><br /><b>Os ledos engraxadores</b><br /><b>Os pobres industriais</b><br /><b>Ladinos e desdenhados</b><br /><b>Fazem curvar os senhores</b><br /><b>Tenho visto generais</b><br /><b>Limpando os pés... mas... curvados</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-55746060667762159662024-03-15T16:30:00.000-07:002024-03-15T16:30:28.087-07:00Quem sou na tua vida<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / Joaquim Campos *fado tango*<br /><span style="color: red;">Repertório de Maria Valejo </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Quem sou eu na tua vida<br />Diz-me por que ao mundo vim<br />Diz à minh’alma sentida<br />Quem sou eu na tua vida<br />Eu que já nem sei de mim<br /><br />Quem sou eu nos sonhos teus<br />Eu que só sonho contigo<br />Às vezes pergunto a Deus<br />Quem sou eu nos sonhos teus<br />Mas Deus não fala comigo<br /><br />Dorme alguém nos teus sentidos<br />Ou não dorme lá ninguém<br />Nos teus sonhos proibidos<br />Dorme alguém nos teus sentidos<br />E nos teus braços também <br /><br />Quem sou afinal de contas<br />Tenho lugar no teu fado<br />Se não são perguntas tontas<br />Quem sou afinal de contas<br />Quando vou contigo ao lado</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-79558204118337933592024-03-10T14:29:00.000-07:002024-03-11T02:13:16.803-07:00E conta quem eu sou<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Francisco Guimardes / Angelo Freire<br /><span style="color: red;">Repertório de Ricardo Ribeiro </span></span><br /><br />Tudo me prende à terra onde me dei<br />Tudo se acende ao pé donde morei<br />Mudo me torno em torno donde amei<br />Mas adormeço e sonho onde chorei <br /><br />Fui vento e mar que foi e enfim voltou<br />Um rio que ocorre e corre sem morrer<br />A flor que emerge e morre por nascer<br />Como um lugar que a sós, assim ficou <br /><br /><span style="color: red;">Sobrou o vento e tudo o que ele deixou<br />Nomes e datas escritas na madeira<br />E no lugar da minha cabeceira<br />Há uma criança e conta quem eu sou </span><br /><br />E no caminho o aroma se mantém<br />Resiste a casa, o resto que sustém<br />Uma janela, um pai e uma mãe<br />Mas quando acordo e o sono se detém;<br />Abro uma porta e mesmo sem ver bem<br />Eu vejo, já não mora lá ninguém</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-89323624210852942792024-03-10T14:23:00.000-07:002024-03-10T14:24:00.399-07:00O outro lado da viela<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Fábia Rebordão / Alfredo Duarte *fado cravo*<br /><span style="color: red;">Repertório de Fábia Rebordão </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Eu sabia que tu estavas<br />Na viela, onde me olhavas<br />Sob a luz dum candeeiro<br />Sentia no teu olhar<br />Enfeitiçado ao passar<br />Que era nosso o fado inteiro <br /><br />Senti vaidoso o teu ar<br />Que desdenha e quer comprar<br />Que qualquer homem assume<br />Passaste por mim, olhaste<br />Acenaste e tentaste<br />O convite do costume <br /><br />Sem resposta p’ra te dar<br />No meu rosto de chorar<br />Mostrei desgosto e descrença<br />Foste embora amargurado<br />Que a história de cada fado<br />Nem sempre é o que se pensa <br /><br />Ainda tenho tão presente<br />Como quem olha e que sente<br />Um amor que ali perdi<br />A pena que nos desgarra<br />Como cordas de guitarra<br />Num fado a falar de ti</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-27686526596593099282024-03-07T15:24:00.000-08:002024-03-07T15:24:28.312-08:00Novo horizonte<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Carlos Baleia / António Machado<br /><span style="color: red;">Repertório de Ana Margarida </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Novas coisas em Lisboa<br />Agitam esta cidade<br />Não há lugar p'rá canoa<br />Vai de férias a saudade <br /><br />Começa o riso em Marvila<br />Vai até aos Olivais<br />Lisboa está mais reguila<br />Se tem muito ‘inda quer mais <br /><br /><span style="color: red;">De braços no ar em onda contente<br />Não sabe cantar para pouca gente;<br />Ninguém tem inveja de tanta alegria<br />E corre a cerveja até vir o dia;<br />Com outro milénio mesmo a começar<br />Ela ganha o prémio por saber sonhar </span><br /><br />Com o rio mesmo à beira<br />Com um barco e outra ponte<br />Ficou agora à maneira<br />E eu nem sei se vos conte <br /><br />Ninguém trava esta cidade<br />E nada a pode parar<br />Apenas há a saudade<br />Do que está para chegar</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-1206140699172281422024-03-07T15:22:00.000-08:002024-03-07T15:22:26.676-08:00Por cada sonho<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / Alfredo Duarte *fado bailado*<br /><span style="color: red;">Repertório de Vasco Rafael <br /></span></span><br />Por cada sonho desfeito<br />Cada lágrima caída<br />Por cada amor sem direito<br />Nascido dentro do peito<br />São menos anos de vida <br /><br />Por cada sonho trazido<br />Dos sonhos da mocidade<br />Por cada beijo traído<br />Por cada amor sem sentido<br />Cada fado de saudade <br /><br />Por cada sonho diferente<br />Que morre feito desgosto<br />É ness’altura que a gente<br />Dá conta que o sonho mente<br />E deixa rugas no rosto <br /><br />Quando mesmo assim transponho<br />Essa linha imaginada<br />Quando ter tudo suponho<br />No final de cada sonho<br />Acordo de mãos sem nada</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-37555919667948250712024-03-07T15:20:00.000-08:002024-03-07T15:20:52.318-08:00Meu rio, meu pão de trigo<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra de João Fezas Vital<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado </span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Meu rio, meu pão de trigo<br />Meu fruto, meu vinho novo<br />Meu gesto, meu verso antigo<br />Cravo que trago comigo<br />Maria, mulher do povo</b></span><div><span style="font-family: verdana;"><b><br />Corpo de sol e sargaço<br />Areal ao mar doado<br />Promessa dum novo espaço<br />Carne dos mundos que traço<br />Fora das leis do pecado <br /><br />Meu barco, minha aventura<br />Meu riso, minha verdade<br />Céu aberto em noite escura<br />Meu morrer, minha loucura<br />Maria, minha cidade</b></span></div>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-61023110812883739222024-03-07T15:17:00.000-08:002024-03-07T15:18:17.292-08:00Aos quatro ventos<span style="font-family: verdana;"><b><span style="color: #38761d; font-size: large;">*Como não acreditas*</span><br /><span style="font-size: x-small;"><span>Artur Ribeiro/ João Blak*menor do porto*</span><br /><span style="color: red;">Repertório de Lenita Gentil<br /></span><span style="color: #38761d;">As duas últimas estrofes não foram gravadas </span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Não acreditas, pois não<br />Então tomo a liberdade<br />De dizer toda a verdade<br />Que me vai no coração <br /><br />Posso falar da tortura<br />Que a tua ausência me traz<br />Pois sei de fonte segura<br />Que nunca acreditarás <br /><br />Sendo assim sempre me atrevo<br />A confessar o que sinto<br />Pois sei que pensas que minto<br />E é falso tudo o que escrevo <br /><br />Se eu cantar aos quatro ventos<br />Minha canção de saudade<br />Tu dirás que ouviste centos<br />De canções com mais verdade <br /><br /><span style="color: #38761d;">Se eu chorar pedindo a Deus<br />Que termine este abandono<br />Vais achar que os olhos meus<br />Andam vermelhos de sono <br /><br />Mas se a minha voz amua<br />E afirma chegar o fim<br />Gritarás de rua em rua<br />Mentira gosta de mim</span></b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-10291855353686192742024-03-07T15:15:00.000-08:002024-03-07T15:15:10.654-08:00Sinto-me portuguesa<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra de João Ferreira Rosa<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado </span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Eu sinto-me portuguesa<br />Desde a alma ao coração<br />A cantar sinto a nobreza<br />Do povo e da tradição <br /><br />Foi nas terras mais castiças<br />Que o fado me deslumbrou<br />Ao ouvir velhos fadistas<br />Que o destino nos deixou<br /><br />Gostei desta descoberta<br />Das festas, dos arraiais<br />Onde o Fado nos liberta<br />A sentir cada vez mais <br /><br />É pois de enorme prazer<br />De cantar com esta alma<br />Que Deus me deu ao nascer<br />Com tempestade e com calma <br /><br />Eu trago por companhia<br />Uma guitarra no peito<br />Quer de noite, quer de dia<br />Me faz cantar a meu jeito</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-66545174075345761982024-03-07T15:13:00.000-08:002024-03-07T15:13:29.505-08:00Lisboa amargurada<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Carlos Baleia / António Redes Cruz<br /><span style="color: red;">Repertório de Ana Margarida </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Com o vento a empurrar<br />O seu destino de mar<br />A caravela zarpou<br />Ia à vela na lonjura<br />Por estrada de aventura<br />Quando Lisboa acordou<br /><br />Num sofrimento profundo<br />Quis saber se o novo mundo<br />o seu destino ia mudar<br />Mas ninguém lhe respondeu<br />Só a amargura cresceu<br />E pôs-lhe mágoa no olhar<br /><br />Ouviu-se um fado dif’rente<br />Desconhecido da gente<br />Que sempre vinha à janela<br />Um cantar que foi marcado<br />P'lo sabor do mar salgado<br />E um leve gosto a canela <br /><br />Alguém falou de conquistas<br />E de coisas nunca vistas<br />Que estarão além do mar<br />Mas Lisboa amargura<br />Fica de dor destroçada<br />E o barco tarda em voltar</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-59131640344399395402024-02-29T14:49:00.000-08:002024-02-29T16:57:19.000-08:00Passei a ser quem sou<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / Fernando Freitas *fado noquinhas*<br /><span style="color: red;">Repertório de Maria Valejo <br /></span></span><br />O meu sonho deixou de ser uma quimera<br />Depois de teres chegado por fim à minha beira<br />Passei a ser quem sou ao esquecer quem era<br />Passei a ser o fado da tua vida inteira <br /><br />No teu olhar trazias o sol que me faltava<br />E vinhas tão diferente que logo que te vi<br />Eu soube que serias o tal que eu esperava<br />Este sentir-me gente que começou em ti<br /><br />Vi que a palavra sonho já tem significado<br />E vi que o meu fadário é ser como tu dizes<br />Meu fado era tristonho antes de teres chegado<br />Agora o meu rosário só tem contas felizes</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-36295868426139017862024-02-29T14:47:00.000-08:002024-02-29T14:47:15.027-08:00Ninguém pode censurar<b><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: x-small;">Letra de João de Freitas<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado</span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Porque gosto tanto dele<br />E a causa deste meu querer<br />Até a Deus perguntei<br />Penso noite e dia nele<br />Sem nunca vir a saber<br />A razão por que o amei <br /><br />Gosto dele, isso que tem<br />Ninguém pode censurar<br />Este amor insatisfeito<br />Pertence a outras, bem sei<br />Mas terá sempre lugar<br />Num cantinho do meu peito <br /><br />Dizem que foi desordeiro<br />Que frequentou as vielas<br />E a desgraça conheceu<br />Mas é um bom companheiro<br />Meu e de todas aquelas<br />Que o adoram como eu <br /><br />O nome do meu amado<br />Vou dizer-vos, mas imploro<br />De todos vós o perdão<br />É o nosso lindo fado<br />O fado que eu canto e choro<br />E vive em meu coração</span></b>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-47344790386267163662024-02-29T12:22:00.000-08:002024-02-29T12:22:34.558-08:00Os fados que me acontecem<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Artur Ribeiro / Edgar Nogueira<br /><span style="color: red;">Repertório de Jorge Martinho </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Os fados que me acontecem<br />Nestes meus lábios incertos<br />Nascem de mim tão libertos<br />Que às vezes nem meus parecem</b></span><div><span style="font-family: verdana;"><b><br />Aqueles que me conhecem<br />Mas não sabem donde vim<br />Julgam que falam de mim<br />Os fados que me acontecem<br /><br />Muitas vezes lembram certos<br />Fados que já foram teus<br />Por isso parecem meus<br />Nestes meus lábios incertos</b></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><b><br />Parecem gumes abertos<br />Aos meus anseios dispersos<br />Talvez por isso meus versos<br />Nascem de mim tão libertos<br /><br />Fados que de mim se esquecem<br />Desde quando te perdi<br />E tanto falam de ti<br />Que às vezes nem meus parecem</b></span></div>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-57763609990565892182024-02-29T12:21:00.000-08:002024-02-29T12:21:01.303-08:00Riso impreciso<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Jorge Rosa / João Noronha *fado pechincha*<br /><span style="color: red;">Repertório de Alice Maya </span></span><span style="color: red;"><br /></span><br />Não façam fé no meu riso<br />Se me ouvirem gargalhar<br />Só eu sei quanto preciso<br />Sorrir p’ra não soluçar <br /><br />Rir pouco é muito cuidado<br />Rir muito é pouco juízo<br />O meu não é controlado<br />Não façam fé no meu riso <br /><br />Todos me dizem feliz<br />Por ser feliz o meu ar<br />Duvidem do que se diz<br />Se me ouvirem gargalhar <br /><br />Quem esteja atento repara<br />E há-de notá-lo impreciso<br />Sorriso que a dor mascara<br />Só eu sei quanto preciso<br /><br />Quando o amor é fracasso<br />Que não se quer demonstrar<br />Faz-se apenas o que eu faço<br />Sorrir p’ra não soluçar</b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-21202613477489259042024-02-29T12:19:00.000-08:002024-02-29T12:19:17.567-08:00 Nem Deus, nem rei, nem cometa<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Letra de João Fezas Vital<br /><span style="color: red;">Desconheço se esta letra foi gravada<br /> Transcrevo-a na esperança de obter informação credível</span><br /><span style="color: #38761d;">Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado </span></span><span style="color: #38761d;"><br /></span><br />Não olhes para mim, criança<br />Que não te posso dar nada<br />Tive um bocado de esperança<br />Mas, como tudo o que cansa<br />Foi-se embora já cansada <br /><br />Não te zangues, por favor<br />Nem finjas que vais chorar<br />Não tens que entender a dor<br />Fogo em brasa deste amor<br />Que quero e não posso dar <br /><br />Não sou nada, podes crer<br />Nem Deus, nem Rei, nem cometa<br />Só sei que te vi nascer<br />E que amanhã vou morrer<br />A imaginar-me poeta </b></span>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-303595964467080471.post-81163690718594060652024-02-26T17:01:00.000-08:002024-02-26T17:01:51.264-08:00Janela escancarada<span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;">Ana Moura, Pedro Máfama, Kalaf Epalanga, Toty Sa’mette / </span></b></span><b style="font-family: verdana;"><span style="font-size: x-small;">Alberto Janes</span></b><div><span style="font-family: verdana;"><b><span style="font-size: x-small;"><span style="color: red;">Repertório de Ana Moura <br /></span></span><br /> Trago este fado de viver intensamente<br /> No peito a chama que há-de sempre arder<br /> Gaivota em terra, tempestade iminente<br /> De cruz ao peito, não há nada que temer<br /> <br /> Bordei palavras e signos na pele<br /> E deixei lágrimas à mercê da sorte<br /> Os meus segredos não rimam no papel<br /> E até rendida eu não me dou à morte<br /> <br /><span style="color: red;"> Tenho uma janela aberta<br /> No meu peito, escancarada<br /> De ferro forjado, não te piques a entrar<br /> Eu vou esconder-me por trás<br /> Da renda branca, bordada<br /> E pelo rio dos meus olhos navegar<br /></span> <br /> Ó Santo António, ensina-me os limites<br /> Desta vivência eterna num segundo<br /> Para os meus olhos não brilharem sempre tristes<br /> E o coração não andar tão moribundo<br /><br />Pois neste fado dispenso normalidades<br />E vivo o instante como se não houvesse fim<br />Eu me apaixono por pessoas e cidades<br />E hei-de morrer deste amor que nasce em mim</b></span></div>JFCastrohttp://www.blogger.com/profile/05310687408193121597noreply@blogger.com