Repertório de Kátia Guerreiro
Sem
a sombra que projeta à hora certa
O
espaço de luz em que me exponho
Sem
a voz com que a noite me desperta
Insónia
em que renovo cada sonho;
No
espaço de luz em que me exponho
Sem
os limites a que me condeno
Na
busca ilimitada de infinito
Sem
a grande verdade com que enceno
A
única mentira em que acredito;
Na
busca ilimitada de infinito
Sem
a dor partilhada com que enfrento
A
solidão que me invade e desagrega
Sem
essa perdição que é o momento
Da
impune violência da entrega;
Na
solidão que me invade e desagrega
Dispersa
por sentidos sem razão
Minha
alma é um fantasma adormecido
E
o corpo, repousado à exaustão
Disperso,
por razões, perde o sentido