Repertório de Manuel Cardoso de
Menezes
Doze de Maio, dia ameno
Praça do Campo Pequeño / Com
gente até à bandeira
O cartaz é o maior
Há toiros de Castel’Melhor / P’ra
Fernando d’Oliveira
Saem outros cavaleiros
E, a pé, grandes toureiros / Mas
‘stá tudo impaciente
O povo espera ansioso
O cavaleiro famoso / Da vila de Benavente
Vem num cavalo montado
Que é d’azeitona chamado / Tão
negra é a sua cor
Na arena ninguém se move
Sai o toiro trinta e nove / De
seu nome Ferrador
Citando de praça a praça
Crava com arte e com raça / Um ferro
mesmo à estribeira
Segue a lide triunfante
O povo está delirante / Com
Fernando d’Oliveira
Ao quartear-se a montada
É colhida, derrubada / À saída
duma sorte
O cavalo vai fugido
Fernando fica caído / Já marcado
pela morte
Foi transportado a correr
Mas nada havia a fazer / Salvá-lo
ninguém podia
Sob o colete bordado
A vida tinha parado / O coração
não batia