Ary
dos Santos / João Paulo Esteves da Silva
Repertório
de Ricardo Ribeiro
Invento-te,
recordo-te, distorço
A tua imagem mal e bem amada
Sou apenas a forja em que me forço
A fazer das palavras tudo ou nada
A palavra desejo incendiada
Lambendo a trave mestra do teu corpo
A palavra ciume atormentada
A provar-me que ainda não estou morto
E as coisas que eu não disse, que não digo:
Meu terraço de ausência, meu castigo
Meu pântano de rosas afogadas
Por ti me reconheço e contradigo
Chão das palavras, mágoa joio e trigo
Sou apenas a forja em que me forço
A fazer das palavras tudo ou nada
A palavra desejo incendiada
Lambendo a trave mestra do teu corpo
A palavra ciume atormentada
A provar-me que ainda não estou morto
E as coisas que eu não disse, que não digo:
Meu terraço de ausência, meu castigo
Meu pântano de rosas afogadas
Por ti me reconheço e contradigo
Chão das palavras, mágoa joio e trigo
Apenas por ternura levedadas